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Financiamento da educação pública no Brasil

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Financiamento da Educação 
pública no Brasil 
 
Quem paga a escola pública 
A LDB/96, nos artigos 68 ao 77, regulamenta os recursos financeiros que devem 
ser destinados à Educação, e como eles devem ser empregados. De acordo com essa 
lei, o dinheiro que financia a Educação pública deve vir: 
 
• Dos impostos pagos à União, Estados, Distrito Federal e Municípios; 
• Do salário educação; 
• Das transferências constitucionais; 
• Da receita dos incentivos fiscais; 
• De outros recursos previstos na Constituição. 
 
De acordo com o artigo 69 da LDB/96, o governo federal não poderá aplicar, 
nunca, menos que 18% de suas receitas na Educação pública. Já estados, distrito 
federal e municípios nunca poderão empregar menos que 25% de todo o dinheiro que 
arrecada com os impostos. 
 
Os impostos vinculados à educação são: 
 
• Imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços (ICMS); 
• Imposto sobre produtos industrializados, proporcional às exportações, 
desoneração das exportações; 
• Imposto sobre transmissão causa mortis e doações (ITCMD); 
• Imposto sobre propriedade de veículos automotores (IPVA); 
• Cota de 50% do imposto territorial rural (ITR) devida aos municípios; 
• Dinheiro proveniente da dívida ativa, juros e multas incidentes sobre os impostos 
supracitados. 
 
Transferência constitucional diz respeito ao dinheiro compartilhado entre os 
entes da federação, ou seja, entre os governos federal, estadual e municipal, como: 
 
• Fundo de participação dos Municípios (FPM); 
• Fundo de participação dos Estados (FPE), que deriva do imposto de renda (IR); 
• Imposto sobre produção industrial (IPI) 
• Contribuição de intervenção no domínio econômico sobre combustíveis (CIDE-
Combustíveis); 
• Valores derivados da exploração de petróleo, gás natural, recursos hídricos e 
minerais. 
 
Planejamento do PNE sobre financiamento da Educação 
 O PNE, em sua meta 20, planeja que até 2024, o Brasil tenha ampliado o 
investimento público na Educação. Para isso o Plano projeta que o país invista, pelo 
menos, 7% do Produto Interno Bruto (PIB) no 5º ano de sua vigência, ou seja, em 2019; 
e, no mínimo, 10% até o final de 2024, quando termina o ciclo do PNE vigente. 
 As estratégias de financiamento são: 
 
• Garantir fontes de financiamento permanentes e sustentáveis para todos os 
níveis, etapas e modalidades da Educação Básica; 
• Incrementar e ampliar os mecanismos de acompanhamento da arrecadação do 
salário-educação; 
• Aumentar o valor da parcela da participação no resultado ou da compensação 
financeira pela exploração de petróleo e gás natural e outros recursos; 
• Fortalecer os mecanismos de transparência e o controle social do uso do dinheiro 
público e a capacitação dos membros que acompanham o controle do dinheiro do 
Fundeb; 
• Desenvolver estudos e acompanhamento regular dos investimentos e custos por 
aluno da Educação Básica e Superior; 
• Implantar o Custo Aluno-Qualidade inicial (CAQi) para estipular o custo inicial de 
cada aluno, somado com a qualificação e a remuneração docente e demais 
providências necessárias nas escolas, como: aquisição e manutenção de 
materiais, construção e conservação de instalações e equipamentos, compra de 
material didático-escolar, alimentação e transporte escolar; 
• Definir o CAQ até 2017 e ajustá-lo continuamente. O PNE considera e reconhece o 
CAQi e o CAQ como ações inovadoras na legislação educacional e na implantação 
de políticas públicas no Brasil; 
• Regulamentar as normas de cooperação entre União, estados, Distrito Federal e 
municípios no que diz respeito à Educação e o compartilhamento das 
responsabilidades e dos recursos no combate às desigualdades educacionais 
regionais, com especial atenção às regiões Norte e Nordeste. É importante frisar 
que cabe à União complementar o dinheiro a todos os estados, ao Distrito Federal 
e aos municípios que necessitarem de apoio financeiro, caso não consigam tingir 
o valor do CAQi; 
• Aprovar a Lei de Responsabilidade Educacional que tem como objetivo garantir 
um padrão mínimo de qualidade na Educação Básica e que deve ser medida por 
avaliações oficiais; 
• Definir critérios para distribuir recursos financeiros adicionais que servirão para 
nivelar as oportunidades educacionais, diminuir a vulnerabilidade socioeconômica 
e firmar o compromisso técnico e de gestão do sistema de ensino público. 
Como é empregado o dinheiro na Educação pública 
 Os artigos 70 e 71 da LDB determinam onde e como pode ser gasto o dinheiro na 
Educação pública. Todos os gastos devem ser apurados e publicados nos balanços 
oficiais, e as escolas deverão prestar contas de como utilizaram esses recursos 
públicos, porque serão fiscalizadas pelos órgãos competentes. 
Na Educação pública, de acordo com os marcos legais, sempre deve haver 
colaboração entre estados, municípios e a União, para que seja garantida um patamar 
mínimo de qualidade e oportunidades educacionais para o ensino fundamental. Esse 
patamar é baseado no cálculo do custo mínimo por aluno. 
 
O custo mínimo por aluno é uma elaboração realizada pela Campanha Nacional 
pelo Direito à Educação que retrata, em valores, o quanto o país deve investir por 
aluno durante um ano, em cada nível ou modalidade da Educação pública, para 
garantir um padrão mínimo de qualidade no ensino. 
O custo mínimo por aluno (CAQi) está previsto no artigo 74 da LDB/96 e refere-
se a determinado valor mínimo que ofereça igualdade de oportunidades educacionais, 
acesso e permanência na escola pública para todos os alunos que nela ingressarem. 
O valor mínimo nacional por aluno/ano dos anos iniciais do Ensino Fundamental 
urbano foi estimado para 2019 em R$3.238,52, correspondendo a um aumento de 6,2% 
em relação ao estimado para 2018, que foi de R$3.048,73. Já o CAQ refere-se ao 
quantitativo financeiro necessário para que cada aluno brasileiro tenha acesso a uma 
educação com um padrão mínimo de qualidade em comparação com os países mais 
desenvolvidos. 
Para estipular o CAQi são utilizados dois elementos de estruturação. Um deles é 
o valor financeiro, definido pelo valor aluno/ano (VAA), e o outro é o padrão básico de 
qualidade, como salário dos professores, gastos com infraestrutura, materiais, 
equipamentos, e a jornada escolar dos alunos em horário parcial. 
 
Tais medidas são estratégias de financiamento e política pública que visam à 
equalização do direito à educação de qualidade em todo o país e usadas como 
referenciais nacionais de qualidade que orientam a distribuição de dinheiro para a 
Educação pública e a ação supletiva da União. 
 
Financiamento da Educação e o Fundeb 
 De acordo com a LDB, os recursos públicos destinados às escolas públicas, 
também podem ser enviados para escolas comunitárias, confessionais ou 
filantrópicas, em forma de bolsas de estudo. Para isso, as instituições devem 
comprovar finalidade não lucrativa, aplicar o dinheiro na educação, repassar o 
patrimônio para outra instituição em caso de fechamento e prestar conta dos gastos. 
Para fazer a distribuição desses recursos existe o Fundeb — Fundo de 
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos 
Profissionais da Educação — que assiste a toda a Educação Básica pública, da creche 
ao Ensino Médio, incluindo Educação Especial, a EJA, Ensino Profissional Integrado, 
as escolas localizadas nas zonas urbana e rural em tempo integral ou parcial. Esse 
fundo financeiro é instituído por recursos que advém dos impostos e das 
transferências constitucionais. 
Todo o dinheiro arrecadado pelo Fundeb é redistribuído para as escolas públicas 
brasileiras por meio dos estados, do distrito federal e dos municípios e todo o 
dinheiro deve ser utilizado, exclusivamente, para e na Educação Básica pública. A 
distribuição considera o desenvolvimento social e econômico de cada região, de 
acordo com o valor estipulado pelo CAQi. 
 
Existem outros órgãos envolvidosna operacionalização da distribuição de 
recursos: 
 
• INEP – Elabora censo e disponibiliza dados; 
• FNDE - Confere ajuda técnica sobre o fundo para os estados, o DF, os municípios, 
conselhos e as instâncias de controle; realiza capacitação dos membros dos 
conselhos; divulga orientações e dados; realiza estudos técnicos com vistas ao 
valor referencial anual por aluno que assegure qualidade do ensino; monitora a 
aplicação de recursos; 
• Ministério da Fazenda - Define estimativa de receita do Fundo; define e publica os 
parâmetros operacionais do Fundeb, junto com o MEC; disponibiliza os recursos 
arrecadados para distribuição ao fundo; realiza o fechamento de contas das 
receitas anuais do fundo; 
• Ministério do Planejamento - Assegura no orçamento recursos federais que 
entram no fundo; participa do Conselho do Fundo, no âmbito da União; 
• Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal - Distribui recursos e mantém contas 
específicas do fundo, de estados e municípios.

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