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1 História da Educação O professor deve saber como se deu o processo de construção da história da educação, pois condiz com os ensinamentos que serão transmitidos aos alunos. Ao longo do tempo, a maneira como eram administradas as aulas foi se modificando de acordo com a evolução humana, a cultura e costumes de cada época. Conhecendo o passado, o educador poderá escolher qual a melhor estratégia e projeto pedagógico se encaixa em sua realidade e a dos educandos. Com o conhecimento do passado, o profissional da educação se torna capaz de promover o melhor ensino no contexto atual, inserindo toda sua bagagem histórica no processo, uma vez que os erros cometidos no passado podem servir para que os métodos educativos evoluam cada vez mais, atendendo, principalmente, os interesses dos alunos. A educação é indispensável para a organização e inclusão social. É através da educação que o indivíduo se torna alguém tolerante e consciente de seus atos, exercendo plena participação na sociedade que o cerca. Sua importância vai além da realização pessoal ou o aumento das chances de ingressar no mercado de trabalho, é através da educação que podemos combater a pobreza, a violência, a desigualdade, a exclusão social, etc. 2 Currículo Escolar O currículo tem um papel fundamental no trabalho do professor, ele não vai apenas ditar os conteúdos que serão ofertados e enumerá-los na ordem na qual serão administrados. É um instrumento que passou por várias mudanças ao longo dos anos de acordo com o contexto histórico e cultural no qual estava inserido, por isso é de extrema importância que os docentes tenham conhecimento sobre as teorias curriculares, não apenas para criarem seus planejamentos de aula, como também para saberem a melhor forma de administrar os conteúdos que serão passados para os discentes. A preocupação em criar métodos para transmitir os conhecimentos dentro das salas de aulas, levou os estudiosos a criarem teorias curriculares que ajudassem os docentes na organização de suas práticas pedagógicas favorecendo a aprendizagem dos alunos, criando assim “[...]a concepção de currículo como elenco de disciplinas ou listagem de conteúdos e se pensou no sentido de que todas as atividades da escola são significativas para o saber do aluno, para sua apropriação de conhecimento.” (BERTICELLI, apud COSTA, 1998, p. 159). As teorias curriculares possibilitam os professores a desenvolverem suas práticas pedagógicas pensando não apenas transmitir os saberes, passa a se preocupar com a integridade psicológica dos alunos, preocupando que estes possam desenvolver seus processos de aprendizagem da melhor maneira possível, e que incentive os alunos a buscarem por seus conhecimentos. 2.1 Teoria tradicional Teorias tradicionais curriculares chamadas de teorias técnicas, foram promovidas sobretudo por John Franklin Bobbitt (1876-1956) na primeira metade do século XX que associava as disciplinas curriculares a uma questão puramente mecânica, atrelando o sistema educacional ao sistema industrial que na época vivia os paradigmas da administração científica, também conhecida como Taylorismo. Buscando a padronização, a imposição de regras, o trabalho repetitivo, era visto como uma instrução mecânica em que se elaborava a listagem de assuntos a serem ensinados pelo professor e memorizado e repetido pelos estudantes. Assim, o professor transmitia o conhecimento e o aluno meramente memorizava e repetia o que era imposto. Para Eyng (2007,p119) no currículo tradicional, "Aprender consiste em adquirir conhecimento informações que preparem os sujeito intelectual e moralmente para se adaptar às sociedade." Bobbitt propunha que a escola funcionasse como uma empresa comercial ou uma indústria, que o sistema educacional fosse capaz de especificar precisamente qual o resultado pretendido, que pudesse estabelecer métodos para obtê-los de forma precisa. Tendo como objetivo principal promover a identificação dos objetivos da educação escolar, formando o trabalhador especializado ou proporcionando uma educação geral e acadêmica, buscando a neutralidade ( Silva,2009.p 23-24). 2.2 Teoria Crítica As teorias crítica surgiram na década de 60 marcada com a luta dos movimentos sociais, lutando por Direitos Humanos e as minorias, tais como os direitos civis dos negros, feminismo, liberação sexual, protesto estudantis na França em 1968, protestos contra as guerras no Vietnã, dentro outros. De acordo com Silva (2002), como consequência destes movimentos ocorreu o chamado “movimento de reconceptualização”. O autor ainda disse “[...] As teorias tradicionais eram teorias da aceitação, ajuste e adaptação. As teorias críticas são teorias da desconfiança, questionamento e transformação radical.” (SILVA, 2002, p. 30). A teoria crítica questiona a forma como o currículo é implementado nas escolas, refletindo a vontade dos grupos dominantes. Dessa forma, a escola e o currículo seriam responsáveis para transmitir os valores e as estruturas necessárias para que o sistema capitalista continuasse. Althusser (1987) diz que esse processo é a forma da classe dominante manter controle social. A escola, assim como o currículo, deve estar submetida aos aspectos sociais e econômicos no qual está inserida, buscando atingir os interesses dos grupos participantes. Dessa forma, as teorias críticas procuram lecionar conteúdos que estejam presentes na realidade dos discentes, formando sujeitos conscientes das relações de poder no contexto no qual estão. Valorizando o potencial de cada aluno com conteúdos que fazem parte de suas realidades, além de considerar importante o processo de ensino e aprendizagem à promoção da vida. 2.3 Teoria pós-crítica A teoria pós-crítica surge fundamentada no pós-estruturalismo, dessa forma esta abordagem vem para fazer algumas mudanças no conceito da teoria crítica que “não limitam a análise do poder ao campo das relações econômicas do capitalismo” (SILVA, 2007, p. 149). Nesta teoria, a preocupação é com a valorização das diferenças, como multiculturalismo, as diferentes culturas e etnias, gêneros, raças, sexualidade, etc. A partir da teoria pós-crítica, o currículo passa a ser visto como um complemento, para aprofundar as teorias críticas. De uma forma que dê ênfase no currículo multicultural, valorizando o multiculturalismo e não a “hierarquia entre as culturas”. Assim, segundo Silva (2007, p.149): “[...] a teoria pós–crítica deve se combinar com a teoria crítica para nos ajudar a compreender os processos pelos quais, através de relações de poder e controle, nos tornamos aquilo que somos. Ambas nos ensinaram, de diferentes formas, que o currículo é uma questão de saber, identidade e poder.” 3 Didática A didática contribui para a instrumentalização do trabalho pedagógico buscando obter resultados positivos do ensinar e do aprender. O professor precisa ter a intenção de ensinar algo, ou seja precisa ter metodologia (ciência de procedimentos). Não existe nada certo ou errado em si, o que se necessita é ter uma base conceitual e ser coerente com a proposta de trabalho da escola. O modo de agir do docente é fundamentado num determinado conceito imposto pela sociedade; houve tempos em que o professor tinha um papel determinado, um padrão de ação, hoje é exigido do professor uma compreensão mais aprofundada do aluno e seu desenvolvimento na escola, as relações complexas que existem na sociedade, a exigência de que a escola com novos cursos insira na vida, nos problemas e na realidade do aluno, contribuem para que a ação do professor em sala de aula se torne cada vez mais abrangente. “Quando um professor é incapaz de manifestar-se amorosamente em relação aos seu alunos dando-lhes atenção, escutando-os com paciência dirigindo-lhes uma palavra amiga, pergunto-me se ele os vê!” ( POLITY 1988). É necessário um vínculo afetivo para que se possa compreender as necessidades e os comportamentos dos alunos bem como suas especificidades. Se há valorização dos alunos, das ideias divergentes e soluções criativas para diversos problemas e seestes são incentivados a pensar e refletir cria-se então um ambiente favorável ao aprendizado um professor reflexivo se torna capaz de fazer a interlocução da teoria e da prática ambos são caminhos indissociáveis paralelos e convergentes que norteiam o ensino-aprendizagem à partir da problematização de suas experiências, esse processo é gradual e se desenvolve ao longo de sua vida profissional ou seja em sua formação continuada. A sala de aula é um ambiente interativo por excelência, onde a interação acontece o tempo todo, por isso cabe ao professor aprofundar nesse ambiente tornando a aprendizagem significativa. Segundo Sacristán (1999), a educação “[...]não é algo espontâneo na natureza, não é mera aprendizagem natural, que se nutre dos materiais culturais que nos rodeiam, mas uma invenção dirigida, uma construção humana que tem sentido e que leva consigo uma seleção de possibilidades, de conteúdos e de caminhos”. (GIMENO SACRISTÁN, 1999, P.37). A interação professor e alunos só tem a somar, pois as experiências aprendidas serão essenciais para sua vida em sociedade; a atuação docente para desenvolvimento das aprendizagens deve ser cada vez menos diretiva e mais orientadora, ansiando desenvolver o papel de mediador da aprendizagem coletiva e individual, tornando a prática educativa uma experiência fluida e rica, embasado em uma visão holística do ser humano e minimizando a fragmentação da aprendizagem temos propostas de multidisciplinaridade, interdisciplinaridade e transdisciplinaridade. Em uma sociedade cada vez mais complexa essas propostas se tornam cada vez mais necessárias, seguindo o avanço tecnológico em favor da educação o professor precisa inserir também no espaço virtual, com equilíbrio entre esses dois mundos, a aprendizagem se torna mais híbrida, não necessitando de espaço físico para ocorrer. Os diferentes aspectos sociais, econômicos, filosóficos e culturais de cada momento influenciam a forma de ensinar e o modo de pensar dos professores e com isso podem alterar e modificar as práticas pedagógicas docentes. 4 Práticas Pedagógicas - Gestão na Sala de Aula Quando se pensa na gestão da sala de aula, primeiro devemos pensar nos objetivos escolares gerais e no PPP (Projeto Político Pedagógico) da instituição de atuação. A história da educação cresceu de forma gradativa no decorrer do tempo, sempre se adaptando no meio social da época. No início a educação era pensada apenas como forma de punição, as aulas tinham uma proposta de trabalho tradicional onde o professor era o mediador e ditador das regras e os demais apenas ouvintes e reprodutores, sem o direito de questionar. Por conseguinte, suscitou-se uma geração de discentes inseguros e desinteressados pela educação. Ao revés, ao fazermos uma comparação atual, os alunos alcançam os conteúdos de forma mais célere e eminente com a acessibilidade ao meio tecnológico, que faz com que eles recebam muitas informações, algumas delas irrelevantes, fazendo com que as aulas ministradas em sala de aula causem um desinteresse. Portanto, é precípuo erigir uma boa gestão na sala de aula, com o escopo de incentivar os alunos a enxergar a relevância da educação no âmbito pessoal e profissional. Isto é um grande desafio dos dias atuais para os docentes, assim como a comunicação e o mercado de trabalho sofreram grandes transformações, é fundamental que na educação também haja dinamismo. Criando metodologias inovadoras e criativas para que os alunos possuam autonomia em relação aos estudos. Assim como dito na segunda competência da BNCC (Base Nacional Comum Curricular): 2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas. (BNCC, 2017, p. 24) É de suma importância promover algumas ações e questões no ambiente escolar que levam aos alunos se sentirem participativos e importantes nas aulas. O docente como figura representativa, deve ampliar as oportunidades com novas metodologias, criando projetos que incentivem o protagonismo dos alunos, por meio de maquetes, oficinas, apresentações, debates, experiências científicas e as demais oportunidades que promove o aluno ao interesse pela educação e responsabilidade com o meio social, profissional e pessoal. Vale ressaltar que a tecnologia é um grande facilitador na qual pode ser um grande motivador para os lecionados, por meio de vídeos, documentários, filmes e jogos os alunos conseguem enxergar a educação como um ponto de partida para um sucesso futuro. O uso da gamificação é um bom exemplo de proposta inovadora que faz com que o aluno aprenda por meio da diversão, e possua uma facilidade de absorção do conteúdo, pois a tecnologia faz parte da rotina dos educandos, fazendo com que desperte uma dedicação e um interesse maior. O professor deve permitir que o aluno tenha a oportunidade de dizer que não compreendeu o assunto abordado, sendo assim necessário repensar a didática que foi passada e elaborar uma nova forma para resolver o problema, como atividades em dupla, em grupo, ou um debate sobre o tema questionado, estimulando os alunos a serem formadores de opiniões e ter um senso crítico. Pois assim o estudante passa a receber estímulos para encontrar o seu melhor método de construção de seu próprio conhecimento. Ante a isto o professor deve estar preparado e disposto a mudanças e entender que a educação só faz sentido, se o lecionado está de fato aprendendo. 5 Avaliação da Aprendizagem A avaliação da aprendizagem é uma atividade docente que anseia por uma prática pedagógica mais efetiva, em que professor e aluno possam refletir e trabalhar em conjunto, visando melhorar a qualidade do processo de ensino e aprendizagem, procurando sempre novas estratégias para sua concretização. “O professor tem como objetivo assumido o de capacitar-se e capacitar os seus alunos para um aprendizado mais autônomo onde ambos repensem suas práticas” (TEIXEIRA; NUNES, 2008, p. 129). A avaliação é uma oportunidade de identificar falhas no processo de ensino e aprendizagem e tentar corrigi-las, rompendo com o velho paradigma da avaliação classificatória, excludente e seletiva para colocá-la a serviço do conhecimento e da aprendizagem, bem como dos interesses formativos aos quais essencialmente deve servir (ÁLVARÉZ, 2002). É preciso uma reflexão mais aprofundada da prática avaliativa das escolas, que procure constantemente aperfeiçoar, avançar e encontrar estratégias para as mudanças necessárias, visando obter melhores resultados na qualidade do ensino e na formação humana, valorizando os alunos. Para isso, se faz necessário romper com uma educação baseada na instrução, em que o aprender é algo mecânico, sem sentido, um decorar a informação sem qualquer significado e que a avaliação serve apenas para tirar notas, definir e categorizar quem são os melhores e os piores, ações que resultam em “hierarquias de excelência” (PERRENOUD, 1999). Este capítulo aborda a discussão sobre o tema da avaliação da aprendizagem voltada para duas principais perspectivas: formativa e classificatória, apresentando o seu significado, características e funções. Para tanto, realizou-se uma análise da avaliação escolar como um tema sumamente importante no contexto educacional na atualidade, porque está relacionada à problemática de questões como baixa qualidade da educação e do ensino, fracasso e evasão escolar, aprovação e reprovação dos alunos. Tal tema muitas vezes provoca discussões nas práticas escolares, devido a sua complexidade, pois envolve diferentes concepções de ensino e de ações pedagógicas, apresentando-se como um desafio para professores e alunos. Cabe destacar que, neste contexto, professores e alunos reconhecem a importância da avaliação, mas muitas vezes a equipe pedagógica encontra dificuldades e não consegue adequá-la ao sistema deensino, de modo a torná-la um instrumento justo, que represente a realidade da aprendizagem, não para classificar, mas para contribuir para a apropriação dos conhecimentos socialmente construídos pela humanidade. Contudo, “é sobre a avaliação que gira o trabalho escolar. Não apenas condiciona o que, quando e como se ensina, como também os ajustes que devem ser feitos para atender a diversidade de necessidades geradas em aula” (JORBA; SANMARTÍ, 2003, p. 24). Perrenoud (1999) define a avaliação em duas concepções: formativa e classificatória. Avaliação na concepção formativa é um instrumento investigativo para regular e ajudar a prática docente e discente que pretende garantir a qualidade de ensino para todos, não apenas uma pequena parcela dos alunos, por isso está centrada no acompanhamento do processo. Em contraposição, a avaliação classificatória está a serviço da seleção, centrada nos resultados e valorização da nota, na aprovação ou reprovação, pautada em registros quantitativos e na memorização.
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