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Questões filosóficas

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Prova final de Filosofia 23/06 
Aluna: Ana Lídia de Souza Magalhães 
1) A partir da Antropologia da Morte, DISSERTE acerca das 
impossibilidades do conhecimento e a angústia fundante. 
 A morte é a única certeza que temos na vida, sendo ao mesmo tempo o 
que temos de mais incerto. Não se sabe quando, como ou porque morreremos, 
menos ainda o que é a morte, se há céu, inferno ou uma outra vida. A incerteza 
traz certa angústia e frustração, porque o não saber nos torna vulneráveis e 
impotentes. E esse é um dos papeis dos mitos: dar uma resposta para algo que 
ainda não foi possível responder através da racionalidade humana. O mito pode 
trazer tranquilidade, por trazer uma resposta, uma certeza, uma explicação, 
dando uma sensação de controle ao ser humano. O mito traz o conforto da 
resposta. 
A morte ainda é um grande tabu em muitas culturas e sociedades. Não se 
fala de morte abertamente, como algo normal e natural, apesar de ser algo 
absolutamente natural. Muitos temem profundamente a morte e evitam o 
assunto. Por que logo a única certeza que temos na vida nos traz tanto 
desconforto? A certeza de algo nos tira a escolha. Não temos poder e controle 
sobre algo que já está definido. A morte assusta, porque não há nada que 
possamos fazer para evitá-la de um dia acontecer. 
Até então não há como explicar a morte, apenas vivê-la. Ninguém foi 
capaz de viver a morte e voltar para relatar do que se trata. Temos na vida 
apenas teorias e suposições. Mas as vezes uma não resposta é uma resposta. 
2) RELACIONE metafísica, Deus sem absoluto e suas consequências 
antropológicas. 
A metafísica estuda o que está além do mundo físico, ela tenta explicar o 
que não se explica racionalmente, portanto é incerta e subjetiva, não pode ser 
experimentada pelos sentidos. Buscamos através da filosofia, dos 
questionamentos e teorias, dar respostas ao que não entendemos, e dessa 
forma, cessar nossas angústias do incerto. Deus é uma figura do mundo não 
físico, ele se encontra em outro plano, e vem ao mundo como resposta, como 
meio de explicar o que o ser humano não explica. 
A crença e fé nessa figura divina cujo a existência não pode ser provada 
pela racionalidade, direciona o ser humano a se comportar de determinada 
forma. Ao crer que há uma figura superior que governa e é capaz de punir, a 
sociedade que compartilha dessa crença segue determinadas regras e 
costumes. Deus acaba se tornando uma forma de controlar a massa, moldar 
uma sociedade e cultura. 
3) EXPLIQUE a relação entre sociedade de consumo, ecologia e ética. 
O ser humano tem tratado sua relação com a natureza de maneira 
negligente e irresponsável, e vem sofrendo as consequências disso. Um 
exemplo recente que temos é a pandemia do novo coronavírus, a COVID-19. 
Pandemia que só no Brasil já deixou mais de 500 mil mortos. 
Graças a relação abusiva do ser humano com a natureza, a humanidade 
passou por diversas crises, que vieram como uma resposta da natureza. E 
quando falamos em natureza, não se trata apenas das plantas e da atmosfera, 
mas de toda a natureza, incluindo os animais e o próprio ser humano. 
Com o capitalista, um dos sistemas predominantes no mundo, a natureza 
vem sendo destruída em uma velocidade assustadora. Só a indústria da carne 
já gasta uma quantidade significativa de água, que se torna um prejuízo para a 
humanidade, além de também liberar uma quantidade grande de gases 
poluentes na atmosfera e submeter os animais a vidas extremamente precárias 
e torturantes. O foco no lucro, acima da vida e da preservação do meio ambiente, 
tem atropelado a ética e tem sido um problema não só para o meio ambiente e 
os animais, mas para o ser humano também. A indústria da moda, por exemplo, 
muitas vezes faz uso de trabalho escravo e infantil para produzir mais em menos 
tempo e com menos custo. 
O consumo desenfreado da chamada “fast fashion”, da carne, de 
alimentos com agrotóxicos e todos os outros objetos, que abusam de alguma 
forma da natureza para a sua produção, vem sustentando esse sistema de lucro 
e destruição. Ao mesmo tempo que o consumo consciente e as alternativas 
saudáveis não são suficientemente debatidas e acessíveis, propositalmente, 
para que permaneça como está e gerando mais lucro. 
Enquanto o dinheiro estiver acima da vida, estaremos em crise. 
4) DISSERTE sobre uma interpretação do Mal radical e da banalidade do 
mal na atualidade. 
É possível ver na atualidade a manifestação clara do que foi chamado de 
mal banal e mal radical por Kant e Arendt. Atualmente, no Brasil, vivemos um 
governo de desumanidade, governo este que é liderado pelo presidente da 
república, Jair Bolsonaro. Jair é um homem de 66 anos de idade, antigo 
deputado federal, que poderíamos encaixar como mal radical. Bolsonaro se 
manifesta abertamente e conscientemente contra a vida. Expõe com 
tranquilidade seus preconceitos contra qualquer grupo marginalizado, como por 
exemplo mulheres, negros, homossexuais e trans, e como presidente se 
assegura que esse grupo permaneça como está, oprimido, reprimido e com seus 
direitos tomados. 
Desde o período das eleições de 2018, com a eleição de Jair, se 
manifestou fortemente na sociedade brasileira o que chamaríamos de mal banal. 
Diversos seguidores e apoiadores do atual presidente reproduzem falas e 
atitudes preconceituosas e desumanas por ele propagadas. Muitas dessas 
pessoas não são devidamente politicamente e socialmente informadas e apenas 
copiam o que sua figura de autoridade faz. Não são necessariamente pessoas 
ruins e cruéis, muitas vezes são apenas mal informadas e manipuladas pela 
mídia. 
Hannah Arendt disse “Não existe mal extremo e radical. Só o bem 
consegue ser extremo e radical.”, pois acreditava que o homem era facilmente 
corrompido pelo o mal e dificilmente manipulado pelo bem. É mais fácil ser 
levado a fazer algo errado do que a fazer o certo. Portanto, é essencial que as 
pessoas tenham pensamento autônomo e pensamento crítico, para que tenham 
controle de suas ações e noção das consequências, e não simplesmente sigam 
ordens e o pensamento predominante, sem questioná-los. 
 
5) DISSERTE acerca dos dois dos seguintes temas: 
a) Sofrimento, vazio e desejo 
O sofrimento foi no passado e continua sendo um tema abordado por 
diversas figuras importante da filosofia. Schopenhauer acreditava que o 
sofrimento era inerente a existência humana e sua fonte era a Vontade, que é o 
esforço de alcançar um objetivo, mas ao alcança-lo, há a frustração do fim, 
entrando dessa forma em um eterno ciclo de sofrimento, esforço e sofrimento. 
Nietzsche também acreditava que não há vida sem sofrimento. Já Buda dizia 
que a fonte do sofrimento é o desejo, portanto para nos livrar do sofrimento 
teríamos que cessar nossos desejos. 
O que todos os principais pensamentos a respeito do sofrimento têm em 
comum, é que todos acreditam que o sofrimento faz parte do viver. Sofrer não é 
necessariamente uma maldição, um fardo ou uma condenação, é apenas algo 
que faz parte da trajetória humana na vida, que pode aparecer com mais ou 
menos frequência e com mais ou menos intensidade dependendo de diversos 
fatores, sociais, pessoais e psíquicos. 
O sofrimento pode ser destrutivo, mas também construtivo. Há quem 
acredite que a dor é inevitável na existência humana, mas o sofrimento é uma 
escolha, pode ser controlado. Conceituando, a dor seria o que sentimos de ruim, 
desagradável e incômodo, já o sofrimento é quando nos prendemos e nos 
perdemos nesses sentimentos. É quando somos consumidos por essa dor e 
vamos nos esvaziando, as vezes até adoecendo. 
O sofrimento faz parte da vida, mas é importante agirmos para que ele 
não seja a vida. 
b) Eutanásia: liberdade, indivíduo e o outro 
A eutanásia é o direito de promover a própria morte, com dignidade e sem 
dor, é o direito do indivíduo sobre sua própria vida e morte. A eutanásia ainda é 
crime em diversos países. 
Muitoscondenam a eutanásia com discursos religiosos, com o argumento 
de que deus deu a vida, portando somente ele pode tirá-la. A atitude de condenar 
um ato com base em pensamento religioso, exclui a diversidade religiosa e os 
pensamentos divergentes de outras religiões, invisibilizando-as e 
desrespeitando-as, e também desrespeita o indivíduo que não possui uma 
crença religiosa. Dessa forma, a vida se torna uma condenação, uma prisão, um 
fardo. 
O filme Mar Adentro, ganhador de diversos prêmios, dirigido por Alejandro 
Amenábar, conta a história real de Ramón Sampedro, um homem que passou 
29 anos tetraplégico lutando pelo direito à eutanásia. O filme retrata com 
excelência o tema da eutanásia, a história e o sofrimento de Ramón. Sampero 
passou 29 anos tendo que ser cuidado pela família. Passou todos esses anos 
limitado e privado de diversas experiências boas da vida. Passou 29 anos imóvel. 
 Há um diálogo bastante marcante no filme Mar Adentro, entre Ramon e 
um padre que o tentava convencer a desistir da eutanásia. O padre diz para 
Ramon, “uma liberdade que elimina a vida não é liberdade", e Ramon responde, 
"Uma vida que elimina a liberdade não é vida". Acredita-se que “a vida é um 
direito, não uma obrigação”.

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