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Exame Físico - Sistema Respirátorio

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Habilidade e Atitude Médica I Rita Erika - Turma XI - Medicina
Exame Físico - Sistema
Respiratório
Exame Físico do Aparelho Respiratório
Observar antes do início do exame
Crânio: depressões e nódulos
Face: hiperpigmentação, lesões descamativas,
nódulos, paralisia facial
Ouvido: otite média
Boca, garganta e laringe: condição dos dentes
e gengiva, lesões labiais
Olho: estrabismo, conjuntivite flictenular,
retinopatias, edema de papila
Pescoço: nódulos na tireoide, bócio, desvio de
traquéia, turgência das veias jugulares
Linfonodos: região cervical, fossas supra e
infraclaviculares e axilas
Abdome: hepatoesplenomegalia, líquido na
cavidade ou circulação colateral
Membros superiores e inferiores:
baqueteamento digital, artrites
- baqueteamento: unhas em forma de relógio
ocorre em pacientes com bronquiectasia,
cardiopatias congênitas, fibrose pulmonar, fibrose
cística, abscessos pulmonares e neoplasias
malignas
Circulação colateral no tórax: obstáculo
próximo à desembocadura da veia ázigos na veia
cava superior
- obstrução acima da desembocadura: a circulação
colateral surge na face antero-superior do tórax
- obstrução abaixo da desembocadura: a
circulação é mínima, pois se fará através do plexo
vertebral, não havendo por isso sobrecarga na
rede superficial
- obstrução na desembocadura: tal situação
provoca aumento da pressão nos tronco
braquicefálicos invertendo a corrente sanguíneas
nas veias mamárias externas, torácicas, laterais e
epigástricas
INSPEÇÃO
Observe o formato e a movimentação do tórax
com atenção a
- Deformidades ou assimetrias: expansão
assimétrica no derrame pleural
- Retração anormal dos espaços intercostais
durante a inspiração: retração ocorre na asma
grave, na DPOC ou na obstrução das vias
respiratórias superiores
- Alterações uni ou bilateral da movimentação
indica doença pleural causada por asbestose ou
silicose; também ocorre no traumatismo ou lesão
do nervo frênico
Estático
Observa a forma do tórax, suas anormalidades
congênitas ou adquiridas, localizadas ou difusas,
simétricas ou não
Dinâmico
Observa os movimentos respiratórios, suas
características e alterações
Posição
- decúbito dorsal
- sentado
- em pé
Morfologia Torácica
- variação anatômica
- ângulo de Charpy: abertura do ângulo formado
pelas últimas costelas
● Tórax normolíneo: ângulo igual à 90º
● Tórax longilíneo: ângulo inferior à 90º
● Tórax brevilíneo: ângulo maior do que 90º
Inspeção torácica Normal
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- Simétrico, que permita vê todo o
contorno;
- Sem abaulamento;
- Distância látero-lateral um pouco maior
que a ântero-posterior.
Inspeção estática
- variantes patológicas
● Tórax infundibuliforme/Pectus excavatum
- peito de sapateiro;
- depressão na parte inferior do esterno e
região epigástrica;
- a distância ântero-posterior é menor e a
latero-lateral é normal.
● Tórax cariniforme/Pectus carinatum
- peito de pombo
- esterno é proeminente e as costelas
horizontalizadas, assemelhando-se a de aves
- congênito ou adquirida (raquitismo na
infância)
- a distância ântero-posterior é maior e
geralmente a distância látero-lateral é normal
● Tórax em tonel
- aumento exagerado do diâmetro
anteroposterior, maior horizontalização dos
arcos costais e abaulamento da coluna dorsal,
o que torna o tórax mais curto;
- a distância ântero-posterior e a latero-lateral
são praticamente igual;
- bem redondo;
- no processo natural de envelhecimento,
pode-se verificar o esboço desse tórax
● Tórax cifótico
- curvatura da coluna vertebral;
- origem congênita ou postura defeituosa ou
tuberculose óssea, osteomielite;
- a distância ântero-posterior é bem maior.
● Tórax cifoescoliótico
- apresenta além da cifose, um desvio da
coluna para o lado (escoliose)
● Tórax cônico ou em sino
- tem sua parte inferior exageradamente
alargada, lembrando um tronco de cone
- encontrado em hepatoesplenomegalias e
ascites volumosas
Inspeção Dinâmica
● Como se apresenta o paciente. Está em
ortopneia, preferindo ser examinado na
posição sentada? Existe taquipnéia,
bradipnéia ou trepopneia? Batimentos das
asas do nariz, sugerindo pneumonia grave ou
processo pulmonar obstrutivo?
● Frequência respiratória – 12 à 20 ipm
● Esforços respiratórios
- uso de musculatura acessória:
esternocleidomastoideo, músculo do pescoço,
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intercostais, abdominal (contração e
expansão)
- batimentos de asa do nariz
- tiragem intercostal
Ritmo respiratório
● Ritmo normal: inspiração dura quase o
mesmo tempo que a expiração, sucedendo-se
os dois movimentos com a mesma amplitude,
intercalados por leve pausa
● Respiração de Cheynes-stokes
- principal causas: ICC (insuficiência
cardíaca), HIC (hipertensão intracraniana),
AVE, traumatismo
- caracterizada por uma fase de apnéia
seguida de incursões inspiratórias cada vez
mais profundas até atingir um máximo, para
depois vir decrescendo até uma nova pausa
- a percepção auditiva é maior que a visual
● Respiração de Biot
- ICC, HIC, AVC, traumatismo
- a respiração apresenta-se com duas fases. A
primeira, de apnéia, seguida de movimentos
inspiratórios e expiratórios anárquico quanto
ao ritmo e à amplitude
- quase sempre este tipo de respiração indica
grave comprometimento cerebral
● Respiração de Kussmaul
- acidose, principalmente a diabética
- quatro fases: (1) inspiração ruidosa,
gradativamente mais amplas, alternadas com
inspiração rápidas e de pequena amplitude;
(2) apnéia em inspiração; (3) expirações
ruidosas gradativamente mais profundas
alternadas com inspirações rápidas e de
pequena amplitude; (4) apneias em expiração
● Respiração suspirosa
- tensão emocional e ansiedade
- o paciente executa uma série de movimentos
inspiratórios de amplitude crescente seguidos
de expiração breve e rápida
PALPAÇÃO
● Percepção
- sudorese
- pele
- algias: se dói em algum lugar que é tocado
- linfonodos
● Sensibilidade
- observar se ao passar a mão o paciente
sente cócegas, sensação de queimação
● Expansibilidade
- simetria
- volume
● Frêmito toracovocal
- 33!!!
- a vibração das cordas vocais transmitidas na
caixa torácica
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Pneumonia: aumenta a transmissão/o frêmito
toracovocal aumenta, pois o líquido se
encontra dentro dos alvéolos
Derrame pleural: os líquidos, por afastarem o
pulmão da parede, diminui a transmissão das
vibrações até a superfície, com a redução ou
abolição o FTV
- cuidado para não fraturar o paciente
Manobra específicas
● Expansibilidade dos ápices pulmonares
● Expansibilidade das bases pulmonares
● As vibrações das cordas vocais transmitidas
na caixa torácica, ou seja, verificar o frêmito
toracovocal
- a palpação deve ser feita apenas com uma
mão.
PERCUSSÃO
● Deve-se iniciar pela face posterior, de cima
para baixo
● Locais
- espaços intercostais
- face anterior e posterior
● Tipos de som
- maciço: água, realmente ao embaixo, na
região inframamária direita
- sub-maciço: tem um pouco de ar mas tem
algo atrapalhando, na região inferior do
esterno
- hipertimpânico: apenas ar, pneumotórax
- som claro pulmonar: som normal, nas áreas
de projeção dos pulmões
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● Sequência de percussão e ausculta
- Tempo: 1 ou 2 expirações
AUSCULTA
Possibilita analisar o funcionamento pulmonar
Sons Normais do aparelho respiratório
> Traqueal
- audível na região de projeção da traquéia no
pescoço e na região esternal
- origina-se na passagem do ar através da
fenda glótica e na própria traquéia
- som inspiratório constituído de um ruído
soproso, mais ou menos rude
- som expiratório é um pouco mais forte e
mais prolongado
> Brônquico
- audível na zona de projeção de brônquios de
maior calibre, na face anterior do tórax, nas
proximidades do esterno
- se assemelha ao som traqueal, se
diferenciando apenas por tero componente
expiratório menos intenso
> Murmúrio vesicular
- ouvidos na maior parte do tórax são
produzidos pela turbulência do ar circulante
ao chocar-se contra as saliências das
bifurcações brônquicas, ao passar por
cavidades de tamanhos diferentes, tais como
bronquíolos para alvéolos
- componente inspiratório é mais intenso,
mais duradouro e de tonalidade mais alta em
comparação com o componente expiratório
- componente expiratório é mais fraco, mais
curto e de tonalidade mais baixa
- não tem intensidade homogênea em todo o
tórax, sendo mais forte na parte ântero
superior, nas axilas e nas regiões
infraescapulares
> Broncovesicular
- somam-se as características do som brônquico
com as do murmúrio vesicular
- a intensidade e duração da inspiração e da
expiração têm igual magnitude, ambas um pouco
mais fortes que no murmúrio vesicular, mas sem
alcançar a intensidade de som brônquico
- é auscultado na região esternal superior, na
terceira interescapulovertebral direita e no nível
da terceira e quarta vértebras dorsais
Sons normais do aparelho respiratório
Sons anormais/adventícios descontínuos
do aparelho respiratório
> Estertores Finos – Crepitantes
- ocorre no final da inspiração, têm frequência
alta, isto é, são agudos, e duração curta, não se
modificam com a tosse
- abertura sequencial de vias aéreas
anteriormente fechadas pela pressão exercida por
líquido ou exsudato/alteração no tecido de
suporte das paredes brônquicas
- comparados ao ruído produzido pelo atrito de
um punhado de cabelos junto ao ouvido ou ao
som percebido ao se fechar ou abrir um fecho tipo
velcro
- presente na pneumonia, congestão pulmonar,
doenças intersticiais pulmonares
> Estertores Grossos ou Bolhosos
- têm frequência menor e maior duração que os
finos, sofrem nítida alteração com a tosse e
podem ser ouvidos em todas as regiões do tórax
- abertura e fechamento de vias aéreas contendo
secreção viscosa e espessa, bem como pelo
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afrouxamento da estrutura de suporte das
paredes brônquicas
- normalmente aparece mais na inspiração
- mais comuns em bronquites crônicas e
bronquiectasias
Sons ou ruídos anormais contínuos
> Roncos
- baixa frequência, portanto sons graves
- estreitamento dos ductos, por edema secreção
> Sibilos
- alta frequência, portanto sons agudos
- estreitamento dos ductos, seja por espasmo ou
edema da parede ou achado de secreção aderida a
ela
- ocorre na asma brônquica, nas bronquites, nas
bronquiectasias e nas obstruções localizadas
- geralmente são múltiplos e disseminados por
todo o tórax, quando provocados comprometem a
árvore brônquica
> Estridor
- som produzido pela semiobstrução da laringe ou
da traqueia
- pode ser provocado laringite agudas, câncer da
laringe, difteria e estenose da traqueia
- quando a respiração é calma e pouco profunda,
sua intensidade é pequena mas na respiração
forçada, o aumento do fluxo de ar provoca
significativa intensificação deste som
> Sopros
- auscultado em certas regiões do tórax (7ª
vértebra cervical no dorso, traqueia, região
interescapular
- ocorre também em certas situações, quando o
pulmão perde sua textura normal, como
pneumonia bacteriana
> Atrito pleural
- Pleurites, por se recobrir de exsudato, passam a
produzir um ruído irregular, descontínuo, mais
intenso na inspiração, com frequência comparado
ao ranger de couro atritado;
- som de duração maior e frequência baixa, de
tonalidade grave;
- parece um papel esfregando um no outro.
Ausculta da Voz
> Sons normais falados/cochichados ressonância
vocal
- Incompreensíveis e sem sílabas distintas
> Broncofonia Aumentada
- Resultado de condensação pulmonar
(inflamatória, neoplásica ou pericavitária)
- Coincidente com o frêmito toracovocal
- ausculta-se a voz sem nitidez
- quando se ouve com nitidez a voz falada,
pectorilóquia fônica
- quando se ouve a voz cochichada, chama-se de
pectorilóquia afônica
- egofonia: uma forma especial de broncofonia,
aparece na parte superior dos derrames pleurais,
pode ser observada na condensação pulmonar.
Referência
PORTO, C.C. Semiologia médica. 7ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.

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