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História da América Portuguesa

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Aula 00
História p/ EsFCEx e EsSEx - 2021 -
Pré-Edital
Autor:
Alessandra Lopes
Aula 00
15 de Janeiro de 2021
Aula Demonstrativa
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Sumário 
Apresentação da Professora .......................................................................................................................... 3 
Metodologia do Curso ................................................................................................................................... 7 
Como aprender História: comentários preliminares ................................................................................. 8 
Introdução - Parte I ....................................................................................................................................... 11 
1. A chegada dos Portugueses na América .............................................................................................. 12 
2. O sistema de exploração colonial na América Portuguesa ............................................................... 18 
2.1 - A expedição de Martin Afonso de Souza e o início da colonização ........................................ 23 
3. Administração colonial ............................................................................................................................. 27 
3.1 – Sistema de Capitanias Hereditárias .............................................................................................. 27 
3.2 – Governo geral .................................................................................................................................. 29 
4. Economia, trabalho e sociedade na colônia ........................................................................................ 33 
4.1 – A implantação de uma cultura de exportação: a cana-de-açúcar ........................................... 33 
4.2 – A civilização do açúcar: trabalho e sociedade ............................................................................ 35 
4.2.1 – Conhecendo um engenho, suas edificações e as atividades de produção do açúcar ................... 35 
4.2.2 – Estrutura social açucareira ............................................................................................................ 38 
5. A questão da escravidão ......................................................................................................................... 39 
5.1- A Escravidão Africana ....................................................................................................................... 41 
5.2 – Resistência Quilombola .................................................................................................................. 48 
6. Índios, ou melhor, povos originários ..................................................................................................... 53 
7. Açúcar: do esplendor à crise................................................................................................................... 59 
7.1 – Explicando a crise do açúcar ......................................................................................................... 60 
Alessandra Lopes
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Parte II ............................................................................................................................................................. 65 
8. A decadência do Império Ultramarino de Portugal ............................................................................ 66 
8.1 – A tentativa de recuperação Econômica de Portugal ................................................................. 67 
9. A Colônia: expansão territorial e diversidade econômica ................................................................. 71 
9.1 – Território e economia: o Brasil nunca foi só açúcar ................................................................... 73 
9.1.1 – Pecuária ........................................................................................................................................ 75 
9.1.2– Extrativismo e comércio das Drogas do Sertão: a ocupação do Norte ........................... 79 
9.1.3– O Norte na crise econômica pós União Ibérica .................................................................... 81 
9.2– Bandeirismo e a descoberta do Ouro ........................................................................................... 84 
9.3 – Novos Tratados sobre os limites territoriais ................................................................................ 89 
10. A descoberta do Ouro no contexto do mercantilismo decadente ............................................... 93 
10.1 – A civilização do Ouro .................................................................................................................... 93 
10.2 – A administração da região das minas ........................................................................................ 97 
10.3 – O Sistema de Impostos ................................................................................................................ 98 
10.4 – Consequências da exploração do ouro ................................................................................... 100 
10.5 – Arte e Cultura do Ouro: o Barroco ........................................................................................... 102 
11. O declínio colonial e o conflito entre portugueses e brasileiros .................................................. 105 
11.1 – Revoltas Coloniais do século XVII ............................................................................................. 107 
11.2 – Revoltas emancipacionistas ....................................................................................................... 113 
11.2.1 - Conjuração Mineira, 1789. Minas Gerais................................................................................... 114 
11.3.2 - Conjuração Baiana, 1798. Bahia ................................................................................................ 118 
11.3.3 - Um aprendizado político ........................................................................................................... 119 
12- À guisa de uma conclusão sobre o século XVIII no Brasil ............................................................ 121 
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Lista de Questões ........................................................................................................................................ 123 
Gabarito ........................................................................................................................................................ 146 
Questões comentadas ................................................................................................................................ 146 
Considerações Finais .................................................................................................................................. 194 
 
Versão 2: com alteração nas páginas 12 e 31. Acertos de erro de digitação. Nenhuma 
alteração de conteúdo. 
APRESENTAÇÃO DA PROFESSORA 
Olá queridas e queridos alunos, tudo bem? 
Estou muito feliz por você iniciar nosso curso de História para a prova do concurso Formação de Oficiais do 
Quadro Complementar da Escola de Formação Complementar do Exército (EsFCEx). 
Bem, antes de tudo, vou me apresentar. Sou Bacharel em Ciências Sociais pela 
Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, Licenciada em Sociologia pela 
mesma Universidade, Mestra em Ciência Política também pela UNICAMP e é a 
universidade onde iniciei meus estudos de doutorado. Estudo Justiça de 
Transição – tema interdisciplinar com Direito Internacional. Sou especialista em 
Políticas de Memória. 
Desde 2004, dou aulas de História, Sociologiae Humanidades em cursos 
preparatórios para vestibulares e para o ENEM. Entre 2018 e 2019, iniciei minha 
jornada aqui no Estratégia e, com muito orgulho ministro diferentes cursos no 
Estratégia Concursos, Vestibulares e Militares (para as Carreiras Militares: ESA, 
EsPCEx, Colégio Naval). Conheço praticamente todos os sistemas de ensino, 
materiais e abordagens que existem nesse “mundo de provas”. Já escrevi muitos 
materiais preparatórios. Posso afirmar, com segurança, que já contribui para a 
aprovação de muitos alunos nas mais variadas e concorridas instituições do Brasil. Chegou nossa hora! 
 Meu objetivo é ajudar você a Gabaritar História. Vamos trabalhar duro para 
acompanhar você até a aprovação! 
 Bons estudos! Alê 
 
 
Alessandra Lopes
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APRESENTAÇÃO DO CURSO 
Para começar este curso, vamos, primeiro, conhecer o inimigo, ou seja, a prova que você irá enfrentar. E, de 
cara, temos que partir de um pressuposto fático, ou seja, uma mudança real: agora a banca é a 
VUNESP. Isso significa que a preparação será feita a partir do "estilo" das provas da VUNESP. 
Além disso, a notícia boa é que não é cobrado tooodo o conteúdo da disciplina de História: História Geral e 
História do Brasil. As provas para o ingresso na EsFECx e EsSEx terão questões de História do Brasil apenas. 
Vamos ver o conteúdo, conforme o Edital. Acompanha comigo os três grandes assuntos: 
 
Outra notícia boa é que, diferentemente de outros anos, quando já caíram 20 questões de História, serão 
8 questões na sua prova. 
Agora, a parte difícil é que a concorrência é alta e você precisará gabaritar História para assegurar sua vaga. 
E possível Alê? - você pode me perguntar. 
E eu respondo: Plenamente possível, meu caro aluno! Nas provas da VUNESP a tendência é a nota de corte 
ser alta. 
E digo mais. Muitos candidatos deixam de lado, secundarizam a disciplina de História porque julgam que o 
conhecimento adquirido no Ensino Médio é suficiente para enfrentar a prova para EsFCEx. Só que não!! A 
realidade de prova é totalmente diferente e você, de forma estratégica, não pode cometer esse deslize na 
sua preparação. OK? É preciso estar muito bem preparado/a. 
Então, aparentemente, batendo o olho nesses três grandes assuntos, parece pouco conteúdo para ser 
estudado. Porém, o Edital é bem específico e ainda apresenta o seguinte: 
Brasil Colônia: 
administração, economia, 
cultura e sociedade.
Século XVI até início do XIX.
Brasil Monárquico
1822 até 1889
A República Brasileira
1889 até a primeira década 
do século XXI
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Brasil Colônia: administração, economia, cultura e sociedade: 
• a. As Capitanias Hereditárias e Governos Gerais. b. As atividades econômicas e a expansão colonial: 
agricultura, pecuária, comércio e mineração. c. Os povos indígenas; escravidão, aldeamentos; ação 
jesuítica. d. Os povos africanos escravizados no Brasil. e. A conquista dos sertões; entradas e 
bandeiras. f. O exclusivo comercial português. g. Os conflitos coloniais e os movimentos rebeldes de 
livres e de escravos do final do século XVIII e início do século XIX. h. A transferência da Corte 
portuguesa para o Brasil e seus efeitos; o período joanino no Brasil. 
 
O Brasil Monárquico: 
 
• a. A independência do Brasil e o Primeiro Reinado. b. A Constituição de1824. c. Militares: a Guarda 
Nacional e o Exército. d. A fase regencial (1831-1840). e. O Ato Adicional de 1834. f. As revoltas 
políticas e sociais das primeiras décadas do Império. g. A consolidação da ordem interna: o fim das 
rebeliões, os partidos, o fortalecimento do Estado, a economia cafeeira. h. Modernização: economia 
e cultura na sociedade imperial. i. A escravidão, as lutas escravas pela liberdade, j. O movimento 
abolicionista e a abolição da escravatura. k. A introdução do trabalho livre e a imigração. l. Política 
externa: as questões platinas, a Guerra do Paraguai e o Exército. m. O movimento republicano e o 
advento da República. 
 
A República brasileira: 
 
• a. A Constituição de 1891, os militares e a consolidação da República. b. A “Política dos 
governadores”. c. O coronelismo e o sistema eleitoral. d. O movimento operário. e. O tenentismo. f. 
A Revolução de1930. g. O período Vargas (1930-1945): economia, sociedade, política e cultura. h. O 
Estado Novo. i. O Brasil na II Guerra Mundial; a FEB. j. O período democrático (1945-1964): economia, 
sociedade, política e cultura. k. A intervenção militar, sua natureza e transformações entre 1964 e 
1985. As mudanças institucionais durante o período. l. O “milagre econômico”. m. A 
redemocratização. n. Os movimentos sociais nas décadas de 1970 e 1980: estudantes, operários e 
demais setores da sociedade. o. A campanha pelas eleições diretas. p. A Constituição de 1988. q. O 
Brasil pós-1985: economia, sociedade, política e cultura. 
Para melhorar nossa preparação, analisei 105 questões cobradas desde o concurso de 2006. Olha só o 
quadro geral: 
 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2016 2017 2018 2019 
Brasil Colônia: administração, economia, cultura e 
sociedade 
3 3 3 2 4 1 1 4 3 3 
O Brasil Monárquico 5 6 3 2 4 4 2 3 2 3 
A República brasileira 12 3 6 6 2 5 5 1 2 2 
TOTAIS 20 12 12 10 10 10 8 8 7 8 
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Veja que a parte de República Brasileira, isto é, o período de 1889 até, praticamente, os dias atuais, tiveram 
maior incidência. Nesse sentido, assuntos recorrentes nas questões da prova do EsFCEx são: a economia e a 
política durante a chamada República Velha; Era Vargas (1930-1945); a política e a economia após o Regime 
Militar (1985 em diante). 
Por que você destacou esse último assunto Alê? Calma, já te digo, antes, vamos ver os assuntos mais 
cobrados em provas da VUNESP. 
Fiz um levantamento em 240 questões de prova para concursos da VUNESP e olha no que deu: 
 
Isso significa que a proporção será essa? Não temos certeza. Considerando a Instituição mais a Banca, 
podemos chegar à conclusão de que Brasil República é o que mais cai, mas as proporções podem se inverter 
para atender mais aos moldes dos anos anteriores. 
12%
14%
74%
HISTÓRIA DO BRASIL PROVAS VUNESP
Brasil Colônia: administração, economia, cultura e sociedade
O Brasil Monárquico
A República brasileira
26%
32%
42%
HISTÓRIA DO BRASIL PROVAS ESFCEX
Brasil Colônia: administração, economia, cultura e sociedade
O Brasil Monárquico
A República brasileira
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METODOLOGIA DO CURSO 
Vamos conhecer a proposta do curso? 
Nossa metodologia parte da análise estatística da incidência dos conteúdos para 
desenvolver a teoria com foco nos assuntos mais cobrados na disciplina de História. 
Esse curso vai no alvo e prioriza o que realmente cai. Foi pensado para você estudar até 
o dia da prova. 
Por isso mesmo vamos manter a linha cronológica para você não perder a sequência histórica e cronológica 
dos conteúdos que constam no Edital e que, inclusive, se assemelham à Base Curricular Nacional do Ensino 
Médio. 
Assim, na disciplina de História, temos que fazer sempre o controle da temporalidade. Por isso, sugiro que 
você monte sua linha do tempo: durante a leitura da aula, cada data que aparecer você anota e completa 
sua linha do tempo. Para facilitar sua vida, nos livros digitais as principais datas ficam grifadas em amarelo. 
Você faz o controle dessa linha por meio da marcação do exato momento histórico que você está 
estudando. Assim, você nunca mais vai ficar “perdido no tempo” (acreditem: essa é a principal 
dificuldade dos estudantes– mas não será para você!). 
Veja uma dica minha de como usar Post-Its: https://www.youtube.com/watch?v=CGWFFx8x2m0 
Além disso, faremos muitas questões divididas em dois momentos: 
➢ 1º Ao longo da teoria (sínteses e memorização); 
➢ 2º Ao final do material na Lista de exercícios 
 
Quero enfatizar que todas as questões da lista são comentadas item a item. No comentário, eu explico o 
conteúdo, mas também mostro os macetes e os caminhos que você precisa fazer para chegar na resposta 
certa. Ou seja, eu faço uma análise comentada e com estratégias de respostas para cada questão. 
 Esse é o caminho para Gabaritar o conteúdo e sair para o abraço . 
Na composição do nosso curso, também temos as videoaulas. Dinâmicas e interativas, elas têm o 
conteúdo completo que também consta nos Livros Digitais, especialmente, naqueles assuntos mais 
espinhosos que quase todo mundo esquece na hora H. Nas videoaulas dou dicas e macetes preciosos para 
você resolver as questões objetivas. 
Há também o Fórum de Dúvidas, que será nosso mecanismo de contato permanente. Estaremos sempre 
perto! Além de o Fórum permitir que você tire dúvidas rapidamente, o curso EAD permite que você estude 
conforme suas necessidades e potencialidades. Aliás, essa é uma das principais vantagens do ensino EAD, 
pois quem monta o horário de estudos é você. Tem quem mande bem pela manhã, outros à tarde, e tem o 
estudante “super noturno”. 
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Além disso tudo, para você avaliar como está seu desenvolvimento e, replanejar a rota de estudos, se for o 
caso, teremos Simulados. 
Esse é o diferencial da nossa proposta: fazer do seu jeito, conforme as suas necessidades 
e com nossa orientação por meio dos nossos materiais e videoaulas! O que importa é sua 
APROVAÇÃO! 
 
Então, assim que você terminar de estudar uma aula do Livro Digital e, 
eventualmente, apareçam dúvidas, você poderá mandá-las lá no Fórum. 
 
Visualize a proposta em um esquema: 
 
COMO APRENDER HISTÓRIA: COMENTÁRIOS PRELIMINARES 
Há algo que eu gostaria de comentar com você antes de iniciarmos nossos estudos: como se aprende 
História? 
Você deve estar achando perda de tempo esse tópico, afinal já passou 12 anos na escola e estudou História 
“pra caramba”. Então eu pergunto: você se lembra de tudo? 
AULAS 
FOCADAS NOS 
ASSUNTOS 
MAIS 
COBRADOS 
Linha do 
tempo -
controle da 
temporalidade
Questões 
comentadas
Videoaulas 
completas
FÓRUM 
DE 
DÚVIDAS
Simulados
SUA 
APROVAÇÃO!
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Talvez os mais fissurados na disciplina mandem muito bem. No entanto, a grande maioria só vai lembrar 
daquele cara chamado Napoleão – e seu cavalo branco -, o Dom Pedro – que também tinha aquele cavalo 
branco -, Júlio César - o imperador romano -, a Joana d’Arc – que se vestiu de homem para lutar contra... 
(não se lembra, né?). 
E se eu te perguntar coisas como: 
➢ qual o significado histórico da revolução cultural chinesa? 
➢ quais as diferenças entre a independência da América espanhola e a portuguesa? 
➢ quais as reformas de Dom João VI, no Brasil? 
➢ qual mesmo era a proposta do Hypólito da Costa para a imprensa brasileira? 
➢ quando essas coisas aconteceram? O que você diria? 
Veja, há dois mitos que precisamos derrubar: 
✓ Mito 1: datas não são importantes 
✓ Mito 2: desnecessidade de decorar fatos. 
Em se tratando de prova de concurso tudo é importante e deve ser bem articulado, meu bem! 
Há muito tempo a história não é mais contada como os grandes feitos de inesquecíveis heróis. Também, não 
é mais contada apenas por temas, de maneira descontextualizada. A historiografia mais contemporânea 
adota a perspectiva dos processos históricos coletivos e da história como experiência social. 
 Os historiadores Perry Anderson, Jacques Le Goff, Jean-Pierre Vernant, Jérôme Baschet, Eric Hobsbawn e 
Edward Palmer Thompson, entre outros, são os queridinhos dessa corrente adotada hoje em dia. Todos 
entendem a história como “processo histórico” impulsionado por grupos, pessoas, ideias e interesses, 
segundo as condições de cada época. Não por menos, diversos textos das questões usam trechos de 
Hobsbawn e de Thompson, além de outros autores. 
Historiografia é uma palavra que significa não apenas o registro escrito da 
História, a memória estabelecida pela própria humanidade por meio da 
escrita do seu próprio passado, mas também a ciência da História. Por 
exemplo, o historiador grego Heródoto, que viveu na Grécia Antiga, 
escreveu sobre o período antigo e produziu um trabalho historiográfico. 
 
Essa forma de compreender e escrever a história dos homens, das suas ideias e dos 
seus feitos é a forma como as provas costumam elaborar suas questões de História. 
 
Isso nos obriga a ter outra postura diante do conhecimento sobre o que se passou. 
Veja alguns cuidados que você deve ter ao estudar essa disciplina: 
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Primeiro: é preciso 
analisar o contexto no 
qual um acontecimento 
ou fato ocorreu. Todo 
acontecimento esteve 
dentro de um contexto 
geral – como se fosse um 
quadro de parede 
mesmo. É aquilo que é 
comum para o espaço que 
está sendo observado. Em 
geral, o contexto 
influencia os processos. 
Segundo: é necessário ter uma visão ampla sobre os períodos históricos. Isso significa que tem que saber 
data sim!!! Maior mentira do mundo esse negócio de que data não importa. Então, a tradicional linha do 
tempo é um exercício fundamental para quem quer gabaritar história. Em estatística, chamamos isso de série 
histórica. Para entender tendências mais gerais do mercado de trabalho, por exemplo, o Instituto Brasileiro 
de Geografia e Estatística (IBGE) pega os dados 
de períodos grandes de tempo. Assim, 
consegue-se perceber o movimento, as 
transformações, as tendências e as variáveis 
constantes. É isso que fazemos com a História, 
como qualquer outra ciência. 
Terceiro: é fundamental desvendar as relações 
causais dos processos – causas e consequências. 
São elas que ligam os fios e fatos da História. 
Quando estamos diante de um acontecimento 
precisamos fazer as perguntas: quando, onde, 
por que, por quem, resultou em que, para 
quem? Vamos diagramar essa ideia? 
 
Ou seja, querida/querido aluno, ao encontrarmos as causas e as consequências de fatos e fenômenos, 
dentro de contextos amplos, conseguimos explicar os processos históricos. 
Consegue entender? Não é fácil fazer isso, eu sei, pois você, provavelmente, passou a vida tentando APENAS 
decorar as coisas. Fez suas provas e depois esqueceu o conteúdo. Normal!! Contudo, isso não vale mais 
quando o que você quer entrar em uma das melhores Universidade do País. Mesmo você, que já fez cursinho 
antes, que já leu e releu as apostilas e, mesmo assim, não conseguiu gabaritar, devo dizer: estava com o 
método errado. 
Processo 
histórico
determinar as 
relações causais
analisar 
contexto
ter visão ampla 
dos períodos 
históricos -
cronologia
Fato 
Histórico
Quando?
Onde?
Por quê?
Por 
quem?
Resultou 
em quê?
Para 
quem?
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É preciso mudar a perspectiva, e é isso que nós propomos com nosso material. A COMPREENSÃO DOS 
PROCESSOS DEPENDE DA MEMORIZAÇÃO e NÃO EXISTE MEMORIZAÇÃO SEM COMPREENSÃO. Essas coisas 
são complementares, sacaram? 
Ou seja, a decoreba e a compreensão dos porquês são complementares e não 
excludentes. Sobre isso, por sinal, quero deixar uma dica: lá no meu Insta eu 
tenho os famosos Flash Cards de memorização, são ótimas ferramentaspara 
você treinar habilidades complementares ao estudo de História. Dá uma 
conferida em um exemplo: 
 Frente 
verso 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bem, se você topa o desafio, vamos que vamos, juntos, até a sua APROVAÇÃO! 
Agora, vamos à parte do conteúdo. Começaremos, então, com a chegada dos colonizadores portugueses em 
território brasileiro. Essa parte teórica está dividida em Parte I e Parte II. Não se preocupe em fazer tuuudo 
de uma vez. Vá no seu ritmo. Sugiro que você estude a Parte I, dê um tempo, depois, faça a Parte II. 
Pega aí um cafezinho e vamos que vamos!! 
 
 
INTRODUÇÃO - PARTE I 
Queridas e queridos alunos, agora começamos a estudar a história brasileira. Como dizia “o poeta”, o Brasil 
não é para iniciantes. Ou seja, muito difícil de explicar, tem que ter certa desenvoltura e um pouco de 
Século XV
Século XVII
Século XVIII
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conhecimento para entender esse jeito tão peculiar do “ser brasileiro”. Em suma é preciso muita articulação. 
E essa é minha proposta: desenvolver em você a capacidade de explicar esse país tão bem que o corretor da 
segunda fase vai pensar estar de frente a um manuscrito de José Murilo de Carvalho, Sérgio Buarque de 
Holanda ou o próprio Gilberto Freire! 
Comecemos pensando na experiência da ocupação portuguesa nesse território e o primeiro grande produto 
de exportação explorado nessas terras: o açúcar. 
Há quem diga que o açúcar não foi um mero produto que enriqueceu portugueses e colonos. Foi um 
verdadeiro produtor de códigos, costumes e hábitos, como diriam as professoras Lilia Schwarcz e Heloísa 
Starling no livro Brasil: uma Biografia. Assim, estamos diante do estudo sobre a “civilização do açúcar”. 
Vamos em frente! 
1. A CHEGADA DOS PORTUGUESES NA AMÉRICA 
Você já sabe que o impulso do expansionismo marítimo-comercial de Portugal tem um fundamento 
comercial, militar e religioso. Conquistar novas almas e novas rotas até a fonte das especiarias são as 
explicações para o impulso do pioneirismo português. Se lembrarmos da aula passada, vamos concluir que 
Portugal levou quase 1 século entre conquistar Ceuta (norte da África), em 1415, e chegar à Índia (Calicute, 
na época), em 1498, contornando o Périplo Africano. Esse período foi marcado por um longo processo de 
tentativas e erros. Muito lucro, mas, muito prejuízo com os naufrágios. De toda forma, possibilitou o 
desenvolvimento tecnológico e científico da “ciência de navegar”. 
A viagem para a América, mais especificamente a expedição comandada por Dom Pedro Álvares Cabral, 
mesmo com tanta experimentação, foi recheada de imagens místicas com peixes-monstros, sereias, 
cachoeiras infinitas no horizonte. Uma mitologia, é verdade, corroborada por dados da realidade, como: 
• Entre 1497 e 1612, 620 navios largaram do rio Tejo. 
• Desses 285 ficaram no Oriente, ou seja, NUNCA retornaram. 
• 66 naufragaram. 
• 22 arribaram (viraram a proa para cima). 
• 6 incendiaram. 
• 4 foram sequestrados por piratas inimigos. 
 
Meu deus, Profe, que cenário de purgatório!!!! 
Encontrar uma sereia era lucro, nesse cenário!!!! Aliás, a obra Os Lusíadas, de Luís 
Vaz de Camões, faz referência direta aos desafios dos portugueses no mar. Se tiver um 
tempinho dá uma conferida na parte do Gigante Adamastor. 
Assim, para os portugueses, a América era um “Novo Mundo”. Embora já conhecido – afinal, não se acredita 
mais na tese do descobrimento por acaso –, o território não era efetivamente sabido. Segundo as professoras 
Lilia Schwarcz e Heloisa Starling, não visão dos brancos europeus, era novo porque 
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ausente dos mapas europeus; novo, porque repleto de animais e plantas desconhecidos; novo, porque 
povoado por homens estranhos, que praticavam a poligamia, andavam nus e tinham por costume fazer 
a guerra e comer uns aos outros. 
E em 22 de abril, a armada de Cabral avistou um grande monte, o Monte Pascoal (hoje, Parque Nacional do 
Monte Pascoal, a 62 km de Porto Seguro). A reação foi de espanto, encanto e “vontade de tomar posse”, 
segundo o que determinava o Tratado de Tordesilhas. Lembra dele? 
Essa posse precisava ser registrada e, para tal intento, estava presente o experiente escrivão Pero Vaz de 
Caminha – que escreveu a carta que serve, para Portugal, como um “atestado de nascimento” do Brasil. 
Caminha escreveu uma longa, deslumbrada e exultante descrição da “terra nova”. 
Assim, a descrição do “Novo Mundo” foi recheada de mitos. Mitos não apenas sobre monstros ou seres “de 
outra humanidade”, mas sobre a própria chegada dos portugueses à América e sobre o processo de 
conquista das terras brasileiras. Com certeza, a Carta de Caminha ao Rei Dom Manuel alimentou 2 mitos: 
O Mito 1 contribuiu para criar a ideia de que 
o encontro entre portugueses e indígenas foi 
amigável e, portanto, a conquista foi pacífica – 
diferentemente da violência perpetrada pelos 
espanhóis na Mesoamérica e nos Andes e, até 
mesmo, diferentemente da violência que ocorria 
na Europa, contra os mulçumanos, por exemplo. 
Um encontro, quase como um evento ecumênico 
de união de todos. 
O Mito 2 alimentou a ideia de que o índio brasileiro era selvagem, mas inocente, portanto, um bom 
selvagem. Pacífico e amigável seria o ser a espera da conversão ao cristianismo. Esse mito, justificava a 
necessidade de catequização e legitimava o trabalho dos jesuítas que para cá vieram, a partir da década de 
1530. Leia alguns trechos da Carta de Pero Vaz de Caminha, com atenção para os grifos. Reflita sobre como 
o texto alimenta os dois mitos. 
 
 
 
1 “Dali avistamos homens que andavam pela praia, obra de sete ou oito, segundo disseram os 
navios pequenos, por chegarem primeiro (..)Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes 
 
1 Francisco Aurélio de Figueiredo e Melo (1854–1916). História do Brasil (v.1), Rio de Janeiro: Bloch, 
1980 
MITO 1-
Encontro 
Pacífico 
entre Índios 
e 
Portugueses
MITO 2-
Índio como 
o Bom 
Selvagem
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cobrisse suas vergonhas. Nas mãos traziam arcos com suas setas. Vinham todos rijamente sobre 
o bater; e Nicolau Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos. E eles os pousaram. [...] 
Quando saímos do batel, disse o Capitão que seria bom irmos direitos à Cruz, que estava 
encostada a uma árvore, junto com o rio, para se erguer amanhã, que é sexta-feira, e que nós 
puséssemos todos em joelhos e a beijássemos para eles verem o acatamento que lhe 
tínhamos. E assim fizemos. A esses dez ou doze que aí estavam acenaram-lhe que fizessem 
assim, e foram logo todos beijá-la. Parece-me gente de tal inocência que, se homem os 
entendesse e eles a nós, seriam logo cristãos, porque eles, segundo parece, não têm, nem 
entendem em nenhuma crença. [...] 
Domingo, 26 de abril: Ao domingo de Pascoela pela manhã, determinou o Capitão de ir ouvir 
missa e pregação naquele ilhéu. (...) E ali com todos nós outros fez dizer missa, a qual foi dita 
pelo padre Frei Henrique, em voz entoada, e oficiada com aquela voz pelos outros padres e 
sacerdotes, que todos eram ali. A qual missa, segundo meu parecer, foi ouvida por todos com 
muito prazer e devoção. (..) Acabada a missa, desvestiu-se o padre e subiu a uma cadeira alta; 
e nós todos lançados por essa areia. E pregou uma solene e proveitosa pregação da história do 
Evangelho, ao fim da qual tratou da nossa vinda e do achamento desta terra, conformando-se 
com o sinal da Cruz, sob cuja obediência viemos. O que foi muito a propósito e fez muita 
devoção. 
Entre todos estes que hoje vieram,não veio mais que uma mulher moça, a qual esteve sempre 
à missa e a quem deram um pano com que se cobrisse. Puseram-lho a redor de si. Porém, ao 
assentar, não fazia grande memória de o estender bem, para se cobrir. Assim, Senhor, a 
inocência desta gente é tal que a de Adão não seria maior, quanto a vergonha. Ora veja Vossa 
Alteza se quem em tal inocência vive se converterá ou não, ensinando-lhes o que pertence à 
sua salvação. [...] 
"Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa de metal, ou ferro; nem 
lha vimos. Contudo a terra em si é de muito bons ares frescos e temperados como os de Entre-
Douro-e-Minho, porque neste tempo d'agora assim os achávamos como os de lá. Águas são 
muitas; infinitas. Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por 
causa das águas que tem! 
Contudo, o melhor fruto que dela se pode tirar parece-me que será salvar esta gente. E esta 
deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar. E que não houvesse mais do 
que ter Vossa Alteza aqui esta pousada para essa navegação de Calicute bastava. Quanto mais, 
disposição para se nela cumprir e fazer o que Vossa Alteza tanto deseja, a saber, 
acrescentamento da nossa fé.” 
Mas, Profe, por que Mito? Mito não é uma coisa boa? 
Porque, caríssimo aluno e aluna, se a narrativa construída foi a de um encontro pacífico entre índios e 
portugueses, a realidade mostrou o oposto: conquista e genocídio. Por isso, temos um Mito, a história 
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contata pelos vencedores não foi a que de fato ocorreu. A narrativa construída pelos conquistadores adquiriu 
caráter simbólico, independente da realidade, embora baseada nela. 
Vejamos uma informação importante sobre a ideia de “índio”2 que confronta a narrativa mitológica, 
conforme o antropólogo e professor do Museu Nacional da UFRJ, Eduardo Viveiros de Castro3: 
 Devemos começar então por distinguir as palavras “índio” e“indígena”, que muitos talvez pensem ser 
sinônimos, ou que “índio” seja só uma forma abreviada de “indígena”. Mas não é. Todos os índios no Brasil 
são indígenas, mas nem todos os indígenas que vivem no Brasil são índios. 
Índios são os membros de povos e comunidades que tem consciência —seja porque nunca a perderam, seja 
porque a recobraram — de sua relação histórica com os indígenas que viviam nesta terra antes da chegada dos 
europeus. Foram chamados de “índios” por conta do famoso equívoco dos invasores que, ao aportarem na 
América, pensavam ter chegado na Índia. “Indígena”, por outro lado, é uma palavra muito antiga, sem nada 
de “indiana” nela; significa “gerado dentro da terra que lhe e própria, originário da terra em que vive”. Há 
povos indígenas no Brasil, na África, na Ásia, na Oceania, e até mesmo na Europa. O antônimo de “indígena” 
e “alienígena”, ao passo que o antônimo de índio, no Brasil, e “branco”, ou melhor, as muitas palavras das 
mais de 250 línguas índias faladas dentro do território brasileiro que se costumam traduzir em português por “
branco”, mas que se referem a todas aquelas pessoas e instituições que não são índias. Essas palavras indígenas 
tem vários significados descritivos, mas um dos mais comuns e “inimigo”, como no caso do yanomami nape, 
do kayapo kuben ou do arawete awin. Ainda que os conceitos índios sobre a inimizade, ou condição de inimigo, 
sejam bastante diferentes dos nossos, nao custa registrar que a palavra mais próxima que temos para traduzir 
diretamente essas palavras indígenas seja “inimigo. Durmamos com essa. (...) 
Quando perguntaram ao escritor Daniel Munduruku se ele “enquanto índio etc.”, ele cortou no ato: “não 
sou índio; sou Munduruku”. Mas ser Munduruku significa saber que existem Kayabi, Kayapo, Matis, Guarani, 
Tupinamba, e que esses não são Munduruku, mas tampouco são Brancos. Quem inventou os “índios” como 
categoria genérica foram os grandes especialistas na generalidade, os Brancos, ou por outra, o Estado branco, 
colonial, imperial, republicano. 
Apesar da chegada a uma terra com muitas riquezas naturais, como afirmou Caminha, Portugal não alterou 
seu plano principal: dominar e monopolizar as rotas das especiarias para o Oriente. Tanto que Pedro Álvares 
Cabral seguiu com sua esquadra em direção à Índia. Até mesmo porque, por essas terras dos índios 
brasileiros, não se encontraram ouro e prata logo no início da conquista, como nas colônias espanholas. 
Assim, a área reservada pelo acordo bilateral de Tordesilhas ficou para o futuro! 
 
2 “A palavra indígena vem do latim indigĕna,ae “natural do lugar em que vive, gerado dentro da terra 
que lhe e própria”, derivação do latim indu arcaico (como endo) > latim classico in- “movimento para 
dentro, de dentro” + -gena derivação do radical do verbo latino gigno, is, genŭi, genĭtum, gignĕre, 
“gerar”; Significa “relativo a ou população autoctone de um pais ou que neste se estabeleceu 
anteriormente a um processo colonizador” ...; por extensão de sentido (uso informal), [significa] “que 
ou o que e originário do pais, região ou localidade em que se encontra; nativo”. (Dicionário Eletrônico 
Houaiss). 
3 CASTRO, Eduardo Viveiros de. Os Involuntários da Pátria. ARACÊ – Direitos Humanos em Revista. 
Ano 4, Número 5, fevereiro/2017, pp. 187-193. 
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Mas qual futuro, Profe? Eles não colonizaram o Brasil logo “de cara”? 
 
(UFU/2016) 
Eles não tinham deixado a Inglaterra para escapar a toda forma de governo, mas para trocar o que 
acreditavam ser um mau governo por um bom, ou seja, formado livremente por eles mesmos. Tanto 
no plano político como no religioso, acreditavam que o indivíduo só poderia se desenvolver em 
liberdade. Entretanto, convencidos de que a liberdade consiste em dar ao homem a oportunidade de 
obedecer aos desígnios divinos, ela apenas permitia ao indivíduo escolher o Estado que deveria 
governá-lo e a Igreja na qual ele iria louvar a Deus. [...] 
CRÉTÉ, Liliane. As raízes puritanas. Disponível em: 
<http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/as_raizes_puritanas.html.> Acesso em: 28 de 
janeiro de 2016 (Adaptado). 
A historiografia sobre a colonização da América costuma realçar as peculiaridades da colonização 
britânica nas colônias do Norte. As diferenças, entretanto, em relação às colonizações portuguesa e 
inglesa não são absolutas, pois 
a) ambos os modelos de colonização eram predominantemente mercantis, ainda que a agricultura de 
subsistência fosse mais presente na colonização portuguesa. 
b) tanto os colonos ingleses quanto os portugueses eram profundamente marcados pelas disputas 
entre as potências europeias, sendo que os portugueses eram aliados 
preferenciais da França. 
c) em ambas as modalidades de colonização, a administração colonial era formalmente 
descentralizada, havendo espaço para uma expressiva margem de autonomia 
dos colonos. 
d) o sentido de missão religiosa estava presente nas duas modalidades de colonização, refletindo a 
ainda forte presença do misticismo no mundo europeu. 
Comentários 
Trouxe essa questão para você ficar atento para tipos de questões comparativas. Nesse caso, a questão 
estabelece comparações entre a colonização inglesa – influenciada pelos puritanos - e portuguesa, 
influenciada pelos católicos. Apesar de algumas diferenças entre elas, podemos afirmar ambas 
estavam vinculadas a uma natureza religiosa. Repara que o texto do enunciado da questão faz 
referência aos puritanos quando afirma: “Tanto no plano político como no religioso, acreditavam que 
o indivíduo só poderia se desenvolver em liberdade. Entretanto, convencidos de que a liberdade 
consiste em dar ao homem a oportunidade de obedecer aos desígnios divinos (...)”. Aqui fica evidente 
a presença religiosa no espírito colonizador. Da mesma forma, como temosvisto, desde a saída 
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ultramarina, os católicos portugueses faziam uma forte relação entre as investidas colonizadoras e o 
catolicismo. Basta ficarmos atentos para a visão que estabeleceram sobre os índios. 
Gabarito: D 
(UNICAMP/2011) 
Em carta ao rei D. Manuel, Pero Vaz de Caminha narrou os primeiros contatos entre os indígenas e os 
portugueses no Brasil: “Quando eles vieram, o capitão estava com um colar de ouro muito grande ao 
pescoço. Um deles fitou o colar do Capitão, e começou a fazer acenos com a mão em direção à terra, 
e depois para o colar, como se quisesse dizer-nos que havia ouro na terra. Outro viu umas contas de 
rosário, brancas, e acenava para a terra e novamente para as contas e para o colar do Capitão, como 
se dissesse que dariam ouro por aquilo. Isto nós tomávamos nesse sentido, por assim o desejarmos! 
Mas se ele queria dizer que levaria as contas e o colar, isto nós não queríamos entender, porque não 
havíamos de dar-lhe!” 
(Adaptado de Leonardo Arroyo, A carta de Pero Vaz de Caminha. São Paulo: Melhoramentos; Rio de 
Janeiro: INL, 1971, p. 72-74.) 
Esse trecho da carta de Caminha nos permite concluir que o contato entre as culturas indígena e 
europeia foi 
a) favorecido pelo interesse que ambas as partes demonstravam em realizar transações comerciais: os 
indígenas se integrariam ao sistema de colonização, abastecendo as feitorias, voltadas ao comércio do 
pau-brasil, e se miscigenando com os colonizadores. 
b) guiado pelo interesse dos descobridores em explorar a nova terra, principalmente por meio da 
extração de riquezas, interesse que se colocava acima da compreensão da cultura dos indígenas, que 
seria quase dizimada junto com essa população. 
c) facilitado pela docilidade dos indígenas, que se associaram aos descobridores na exploração da nova 
terra, viabilizando um sistema colonial cuja base era a escravização dos povos nativos, o que levaria à 
destruição da sua cultura. 
d) marcado pela necessidade dos colonizadores de obterem matéria-prima para suas indústrias e 
ampliarem o mercado consumidor para sua produção industrial, o que levou à busca por colônias e à 
integração cultural das populações nativas. 
Comentários 
O direcionamento das expedições marítimas dos portugueses às Américas tinha um interesse 
comercial. Os europeus, em geral, e os portugueses em específico vieram até o “Novo Mundo” em 
busca de riquezas. Essa intenção está claramente explícita na carta de Pero Vaz quando ele faz 
referência ao ouro e interpreta a ação dos índios aos olhos do conquistador: “como se dissesse que 
dariam ouro por aquilo. Isto nós tomávamos nesse sentido, por assim o desejarmos! “. Nesse sentido, 
a consequência da finalidade dos portugueses (a riqueza) para os índios foi a violência, nas mais 
diversas formas. A alternativa que sintetiza essa compreensão histórica é a B. 
A alternativa A transmite a noção de amistosidade entre as partes, índios e portugueses. A C insiste na 
compreensão romântica de que os índios seriam seres doces. Além disso, a C erra ao afirmar que a 
base do sistema colonial foi a escravização dos povos nativos. De fato, os índios foram escravizados, 
mas a base do sistema colonial, em termos de mão de obra, foi a escravidão dos negros africanos. 
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Por fim, a D exagera por colocar a industrialização em um momento em que ela ainda não existia, por 
isso, é uma alternativa “anacrônica” (fora do tempo/contexto). 
Gabarito: B 
2. O SISTEMA DE EXPLORAÇÃO COLONIAL NA AMÉRICA PORTUGUESA 
A implantação do sistema colonial de exploração por parte de Portugal foi um processo bastante diferente 
em relação ao da Espanha. Houve 2 momentos desse processo marcados por interesses distintos de Portugal 
em relação à terra “descoberta” por Cabral. Além disso, os modelos de implantação do sistema de exploração 
colonial também se diferenciaram. Observe o esquema: 
 
Apesar de, em 1500, os interesses da Coroa Lusa estarem voltados para a rota das especiarias, nos 
primeiros anos após a vinda de Cabral o governo português enviou algumas expedições de reconhecimento 
para vasculhar o território e garantir sua posse. O objetivo principal era saber se aqui poderia se obter 
metais preciosos. 
Mas a riqueza do “Novo Mundo” não era dourada e prateada, era vermelha de pau-brasil, era verde de 
florestas, era translucida de uma água que não se via na Europa, era de gente e de terra que tinham quase a 
mesma cor. Nossa riqueza era outra. 
É importante ressaltar que nessas expedições de reconhecimento, também chamadas por alguns 
historiadores de expedições pré-colonizadoras, houve um trabalho de nomear as coisas encontradas, as 
localidades, os acidentes geográficos, os rios e até as pessoas que aqui viviam. Foram 3 as expedições: 
colonização portuguesa
1o. Momento:
1501-1530
sem sistema de colonização 
- predomiou atividade de 
reconhecimento e 
estrativismo
Contrato de concessão para 
exploração extrativista
2o. Momento:
pós- 1530 
Sistema descentralizado de 
colonização
Capitanisas Hereditárias
Sistema centralizado de 
colonização (a partir de 
1572)
Governo-Geral
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 Dessas expedições, o que se encontrou para explorar imediatamente foi o pau-brasil. Veja no mapa a 
seguir a área de ocorrência da árvore. 
4 
Assim, entre 1501 e 1530, o que se verificou foi uma fase de 
economia extrativista. Não houve um planejamento centralizado 
ou algo do tipo. Mesmo assim a exploração era monopólio da Coroa 
Portuguesa, que permitia a exploração particular por meio de 
contrato de concessão. A atividade extrativista de pau-brasil foi 
realizada com mão de obra indígena à base de escambo (troca de 
utensílios europeus, como machado, facas, por trabalho). 
Contudo, é importante ressaltar que os contratos de concessão 
emitidos pela Coroa privilegiavam exploradores portugueses. 
Tratava-se de uma forma de protecionismo. O principal explorador 
foi Fernando de Noronha. 
Outra característica fundamental sobre a colonização portuguesa 
era a ideia de exclusivo metropolitano: toda negociação, acordo, 
comércio, troca que envolvesse a colônia portuguesa deveria ser 
decidida exclusivamente pela metrópole. Dessa compreensão decorrerão várias formas distintas de 
relação exclusiva entre a metrópole e colônia. Pode ser que você já tenha ouvido a expressão “Pacto 
Colonial” para esta explicação. Está certo também! 
Contudo, não foram apenas comerciantes portugueses que se interessaram pelo produto “cor de brasa”. 
Franceses, ingleses, holandeses e até espanhóis, também manifestaram desejo pela riqueza. A monarquia 
 
4 ALBUQUERQUE, Manuel Maurício de. et all. Atlas Histórico Escolar. Ministério da educação e Cultura/ 
Fundação Nacional do Material Escolar, 7ª. Edição, 1977, p. 06. 
1501 - Expedição 
Gaspar de Lemos 
• Expdição de 
nomeação das ilhas, 
cabos, rios e bais do 
litoral brasileiro
1503 - Expedição 
Gonçalo Coelho
• Pareceria entre reis 
e comerciantes para 
a exploração do pau-
brasil. Um desses 
comerciantes era 
Fernão de Noronha.
1516 e 1520 
Expedição Cristóvão 
Facques
• Organizada para 
deter o contrabando 
de pau-brasil por 
franceses. Não foram 
bem sucedidas
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mais ousada foi a da França, pois apoiou corsários franceses a fazerem alianças com o povo Tupinambás para 
explorar o pau-brasil. É do Rei francês Francisco I a famosa frase: 
 
Francisco I. Jean Clouet. Óleo sobre tela, 1530. Museu do Louvre, França. 
Como nos informa as professoras Lilia e Heloísa,a madeira do pau-brasil era considerada uma especiaria 
no Oriente. A resina dessa árvore era utilizada para tingir tecidos e a madeira para fazer móveis finos e 
embarcações. Nas terras dos índios tupi, o pau-brasil era conhecido como “ibirapitanga” – que significa “pau-
vermelho”. Os europeus, ao latinizarem a palavra, chamaram-no de brecilis, bersil, brezil, brasil, brasily, 
paralavras que significavam: cor de brasa ou vermelho. 
Assim, desde 1512, quando o pau-brasil entrou definitivamente no mercado internacional, a colônia 
portuguesa passou a ser designada por Brasil.Com efeito, meus caros e caras, o Brasil nasceu – para o 
comércio mundial – vermelho!! 
Os indígenas cortavam as árvores e as levavam até os navios portugueses ancorados à beira-mar, e em 
troca obtinham facas, canivetes, espelhos, pedaços de tecidos e outras quinquilharias. Em 1511 dá-se 
a primeira exportação do pau-brasil para Portugal na nave Bretoa, que saiu da Bahia com destino à 
Lisboa. E lá se foram 5 mil toras de madeira, macacos, saguis, gatos, muitos papagaios e quarenta 
indígenas que atiçaram a curiosidade europeia5. 
Mas o cenário internacional obrigava Portugal a se posicionar mais seriamente em relação ao Brasil, a 
fim de garantir a posse da parte do mundo que lhe cabia, segundo o Tratado de Tordesilhas. Observe os 
elementos do cenário internacional que pressionavam a Coroa Portuguesa a agir: 
 
5 SCHWARCZ, Lilia Moritz. e STARLING, Heloisa Murgel. Brasil: uma biografia. São Paulo: Ed. Cia das 
Letras, 2018, p. 32 
 
“Quero ver a cláusula do 
testamento de Adão que 
dividiu o mundo entre 
Portugal e Espanha e me 
excluiu da partilha!! 
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Para Portugal era urgente 
estabelecer a colônia e implementar o 
sistema de exploração comercial. Por 
isso, em 1530 começou uma nova fase 
de relação entre Metrópole e Colônia. 
Dessa forma, a partir de agora, 
estudaremos os aspectos econômicos, 
políticos e sociais da colonização 
portuguesa na América. Esse é o 
momento mais longo, porque vai até a 
Independência Política, em 1822. 
Porém, nesta aula não vamos tão longe, 
nosso bonde vai até a estação do ciclo da 
cana de açúcar. 
Muita gente não gosta desse longo 
período. Ocorre que despenca nas 
provas, cara. E você é Coruja!! Então, 
vamos com coragem e cabeça erguida. 
Não sai do foco. Nada de whats, porque enquanto você vê uma mensagenzinha, alguém acerta uma 
questãozinha. Bora, gente!! Vejamos! Ah sim, antes uma questão sobre o que vimos até agora: 
 
(UNICAMP/2013) 
“Quando os portugueses começaram a povoar a terra havia muitos destes índios pela costa junto das 
Capitanias. Porque os índios se levantaram contra os portugueses, os governadores e capitães os destruíram 
pouco a pouco, e mataram muitos deles. Outros fugiram para o sertão, e assim ficou a costa despovoada de 
gentio ao longo das Capitanias. Junto delas ficaram alguns índios em aldeias que são de paz e amigos dos 
portugueses.” 
(Pero de Magalhães Gandavo, Tratado da Terra do Brasil, em 
http://www.cce.ufsc.br/~nupill/literatura/ganda1.html. Acessado em 20/08/2012.) 
Conforme o relato de Pero de Gandavo, escrito por volta de 1570, naquela época, 
a) as aldeias de paz eram aquelas em que a catequese jesuítica permitia o sincretismo religioso como forma 
de solucionar os conflitos entre indígenas e portugueses. 
b) a violência contra os indígenas foi exercida com o intuito de desocupar o litoral e facilitar a circulação do 
ouro entre as minas e os portos. 
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c) a fuga dos indígenas para o interior era uma reação às perseguições feitas pelos portugueses e ocasionou 
o esvaziamento da costa. 
d) houve resistência dos indígenas à presença portuguesa de forma semelhante às descritas por Pero Vaz de 
Caminha, em 1500 
Comentários 
De acordo com o documento do cronista Pero de Gandavo, os indígenas fugiam para o interior (sertão) como 
forma de resistência à presença portuguesa. Desde o início do período colonial, vários grupos se opuseram 
aos lusos, ocasionando diversos conflitos entre nativos e europeus. Dessa forma, fugir para o “interior” 
dificultava a ação dos portugueses. Por isso, o gabarito é a alternativa C. 
A alternativa A pode pegar os mais desatentos, pois, ao longo da colonização, de fato, as missões jesuíticas 
levaram a sincretismos religiosos. Porém, não dá para afirmar categoricamente que os conflitos foram 
solucionados. Além disso, repare que o texto da questão foi escrito por volta de 1570, ou seja, antes da 
instalação da proliferação dos trabalhos das missões. 
A B está errada porque o trecho final desloca o ciclo da mineração para um contexto em que ele ainda não 
existia. 
Já a D, contraria o que Caminha escreveu em sua carta. 
Por fim, interessante perceber que o texto também mostra que, em muitos casos, algumas sociedades 
indígenas também estabeleciam sistemas de alianças com os portugueses. 
Gabarito: C 
(UNICAMP/2014) 
A história de São Paulo no século XVII se confunde com a história dos povos indígenas. Os índios não se 
limitaram ao papel de tábula rasa dos missionários ou vítimas passivas dos colonizadores. Foram 
participantes ativos e conscientes de uma história que foi pouco generosa com eles. 
(Adaptado de John M. Monteiro, “Sangue Nativo”, em http://www.revistadehistoria.com.br/secao/capa/ 
sangue-nativo. Acessado em 14/07/2013.) 
Sobre a atuação dos indígenas no período colonial, pode-se afirmar que: 
a) A escravidão foi por eles aceita, na expectativa de sua proibição pela Coroa portuguesa, por pressão dos 
jesuítas. 
b) Sua participação nos aldeamentos fez parte da integração entre os projetos religioso e bélico de domínio 
português, executados por jesuítas e bandeirantes. 
c) A existência de alianças entre indígenas e portugueses não exclui as rivalidades entre grupos indígenas e 
entre os nativos e os europeus. 
d) A adoção do trabalho remunerado dos indígenas nos engenhos de São Vicente contrasta com as práticas 
de trabalho escravo na Bahia e Pernambuco. 
Comentários 
Quando os portugueses chegaram ao Brasil, os índios já possuíam rivalidades entre si. Um exemplo são os 
Tupinambas oriundos da Amazônia que, por volta do ano 1000, conquistaram a região da atual São 
Vicnete/Santos (SP) dos índios Tapuias. Dessa forma, quando os europeus chegaram nas Américas, eles 
souberam se aproveitar das diferenças entre os povos indígenas. Isso ocorreu no Brasil e na América 
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Espanhola. Por isso, no decorrer do século XVII, além dos vários conflitos envolvendo indígenas e europeus, 
também houve conflitos entre indígenas e europeus de um lado, contra indígenas e europeus do outro lado. 
Um caso clássico que podemos lembrar é o da Confederação dos Tamoios. Incentivados pelos franceses, os 
índios das tribos tamoios conseguiram se unir a outras tribos e criaram a Confederação dos Tamoios, com 
objetivo de guerrear contra os portugueses. No final dessa batalha, os portugueses saíram vitoriosos, 
inclusive com o apoio de outros índios. 
Nesse contexto, o Gabarito é a letra C. 
A A está errada porque os índios não aceitaram a escravidão, tal como o item afirma. A alternativa B sugere 
que jesuítas e bandeirantes adotaram a mesma estratégia de subjugação dos índios. Da forma como a frase 
foi escrita ela está errada, pois é necessário diferenciar a atuação dos missionários e a dos bandeirantes. 
Além disso, alternativa ainda coloca os índios como sujeito da ação, quando, na verdade, eles foram objeto 
da dominação. 
A alternativa D está equivocada porque não houve esse trabalho remunerado dos indígenas. Ainda mais em 
São Vicente, ou melhor,no sudeste do país, região que manteve o trabalho escravo indígena por mais 
tempo. 
Gabarito: C 
2.1 - A expedição de Martin Afonso de Souza e o início da colonização 
 6 
Em 1530, a Coroa Lusa organizou a 1ª. Expedição Colonizadora 
comandada por Martin Afonso de Sá. os historiadores consideram 
que, com essa expedição, iniciou-se o 2º momento da colonização, ou 
a colonização propriamente dita. Os objetivos estabelecidos para o 
explorador foram: 
Iniciar a ocupação da terra portuguesa: povoar e 
explorar; 
Combater os corsários estrangeiros; 
Procurar metais preciosos; 
Sistematizar o reconhecimento do litoral para 
implementar a produção de cana-de-açúcar. 
Note que entre os objetivos da expedição colonial, 2 são de 
natureza econômica: procurar metais preciosos e encontrar o melhor lugar para o cultivo de cana de açúcar. 
Assim, podemos afirmar que o sentido econômico da colonização era encontrar uma atividade que 
 
6 ALBUQUERQUE, Manuel Maurício de. et all. Atlas Histórico Escolar. Ministério da educação e Cultura/ 
Fundação Nacional do Material Escolar, 7ª. Edição, 1977, p. 08. 
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compensasse o esforço colonizador, leia-se, o investimento. Além disso, gerar muita riqueza e superlucros 
para a metrópole e suas elites. Afinal, a lógica era mercantilista, né gente? 
O economista e historiador Caio Prado Jr., em seu livro Formação do Brasil contemporâneo, advoga a 
tese de que o sentido econômico do projeto colonial esteve voltado para abastecer o mercado exterior e, 
assim, transferir os dividendos desse comércio para os países colonizadores: 
No seu conjunto a colonização dos trópicos toma o aspecto e uma vasta empresa colonial destinada a explorar os recursos 
naturais de um território virgem em proveito do comércio europeu, é este o verdadeiro sentido da colonização tropical, de 
que o Brasil é uma das resultantes[...]. Tudo se disporá naquele sentido: a estrutura bem como as atividades do país. Virá o 
branco europeu para especular, realizar um negócio; inverterá seus cabedais e recrutará mão de obra que precisa: 
indígenas ou negros importados7. 
Perceba, portanto, que o objetivo do Rei de Portugal ao estabelecer metas para Martin Afonso não foi 
desenvolver a colônia em si, mas descobrir uma atividade que pudesse pagar os investimentos desse 
empreendimento bem como gerar superlucros. 
É evidente, como veremos, que outras atividades econômicas acabaram criando uma economia colonial 
própria, cujos lucros permaneciam na própria colônia e que, dessa forma, possibilitavam o surgimento de 
grupos e interesses distintos daqueles da metrópole portuguesa. Mesmo assim, isso não inverteu o sentido 
inicial da colonização e tão pouco o objetivo da Metrópole colonizadora. Sacou? 
Sobre a formação do Brasil 
O pensador Caio Prado Junior tem por objetivo analisar a evolução do Brasil. Para tanto, ele 
encontra o sentido geral desse processo no evento que marca a formação do Brasil como país: 
a colonização. Leia um trechinho do que ele escreve: 
“Se vamos a essência da nossa formação, veremos que na realidade nos constituímos para 
fornecer açúcar, tabaco, alguns outros gêneros; mais tarde, ouro e diamantes; depois, algodão 
e, em seguida, café para o comércio europeu. Nada mais que isso. É com tal objetivo, objetivo 
exterior, voltado para fora do país e sem atenção a considerações que não fossem o interesse 
daquele comércio, que se organizavam a sociedade e a economia brasileiras [...]. Este início cujo 
caráter se manterá dominante através dos três séculos (...) se agravará profunda e totalmente 
nas feições e na vida do país. Haverá resultantes secundárias que tendem para algo de mais 
elevado; mas elas ainda mal se fazem notar. O “sentido da evolução” brasileira que é o que 
estamos aqui indagando, ainda se afirma por aquele caráter inicial da colonização. Tê-lo em vista 
é compreender o essencial deste quadro que se apresenta em princípios do século passado, e que 
passo agora a analisar.”8 
Nesse sentido, para Caio Prado, a colonização gerou uma marca, uma cicatriz, algo do qual não 
podemos nos livrar – apesar e independente dos caminhos que percorremos como nação. Em 
Ciência Política, chamamos isso de path dependency, trajetória dependente. Segundo esse 
 
7 PRADO JR, Caio. Formação do Brasil contemporâneo. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1979, p. 31-32. 
8 PRADO JR, Caio. Formação do Brasil contemporâneo. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1979, p. 31-32. 
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conceito, cada passo dado é necessário para entender o seguinte e, além disso, cada passo dado 
define, em grande medida, qual será e como será o próximo. Mudar o rumo completamente 
tem um custo muito grande. Sacou? 
Assim, essa perspectiva coloca para nós uma pergunta: como nosso processo de colonização 
pode explicar o Brasil de hoje? Guarda a pergunta e vamos para o conteúdo, quem sabe você 
não se anima a responder ao final dos nossos estudos sobre Colônia! 😊 
Caros, essa discussão sobre o sentido da colonização –– deu margem para a definição de 2 tipos de 
colonização: a de exploração e a de povoamento. Vejamos: 
 
 Colônia de Exploração: voltada para produção de mercadorias 
típicas de exportação. MONOCULTURA. Foco: Mercado externo. 
Assim, predomínio da grande propriedade rural: LATIFÚNDIO! 
 Colônia de povoamento é o exato oposto da colônia de 
exploração: produção voltada para o mercado interno. 
PLURICULTURA. Assim, predomínio da pequena propriedade 
familiar. 
Contudo, hoje em dia não usamos mais essas definições, de maneira compartimentada. Se porventura 
aparecer na sua prova, contextualize-a! 
Mas por que, Profe Alê? Qual o problema? 
Não usamos porque as pesquisas na área da História e da Economia desenvolveram outras 
interpretações. Por exemplo, sabemos que nas colônias espanhola e portuguesa na América houve 
exploração e povoamento ao mesmo tempo. Como seria possível explorar sem povoar? 
 Na América Latina (antes tida como modelo de colônia de exploração), por exemplo, foi preciso instalar 
uma forte e extensa burocracia estatal para garantir a implantação e execução dos interesses da coroa e dos 
setores mercantis europeus. A vinda dos jesuítas para colonizar os povos originários também se tratou de 
povoamento. 
Além disso, a despeito de ter se formado no Brasil uma estrutura agrária monocultora e latifundiária 
voltada para exportação (plantation), houve também agricultura, pecuária e comércio locais. Em diferentes 
áreas do território brasileiro se desenvolveram propriedades familiares. Veja o que nos dizem as professoras 
Lilia e Heloísa sobre o assunto: 
Passados os primeiros tempos das notícias desencontradas e de tantos boatos, foi preciso garantir o 
achado e impedir os ataques estrangeiros. Tinha-se que povoar e colonizar a terra, mas também 
encontrar algum tipo de estímulo econômico. [...] Como se pode notar, a ideia era obter lucro com a 
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nova terra, antes que ela se transformasse num problema. E era esse o “sentido da colonização”: 
povoar, mas sempre pensando no bem da metrópole.9 (grifos nossos) 
Percebe que, nessa interpretação, povoar e explorar são dois lados da mesma moeda? 
Por esse motivo, combinado com as ações sobre os índios (o que ainda veremos), parte 
da historiografia também usa a expressão “conquista”. 
Outro exemplo, nos EUA (tido anteriormente como modelo de colônia de povoamento), houve 
povoamento e exploração. Todo o sul dos EUA estava organizado por meio de grandes propriedades 
territoriais, monocultoras, voltadas para o mercadoexterno e usando mão de obra escrava negra. O 
povoamento não se deu por meio da implantação da burocracia metropolitana, mas por meio de famílias 
que vieram em um empreendimento mais particular. 
CONCLUSÃO: não dá para usar de maneira separada o que foi povoamento e o que foi exploração. No 
final, o que diferenciou EUA e América Latina estava baseado em outros elementos: 
 Empreendimento Estatal (América Latina) OU particular (EUA); 
 Financiamento Estatal em aliança com os setores mercantis (América 
Latina) OU particular/familiar (EUA); 
 Cosmologia religiosa católica – uma cruzada para IMPOR o catolicismo 
(América Latina) OU Cosmologia protestante – liberdade religiosa (EUA). 
Portanto, a exploração do Brasil, ou conquista, foi um projeto da Coroa Portuguesa para garantir os 
superlucros, expandir a fé católica, repelir outros conquistadores (franceses, holandeses) e melhor disputar 
a hegemonia marítima do Atlântico. Povoar a terra era um meio necessário para garantir tudo isso. 
Para atingir esses objetivos, a Coroa precisou estabelecer um sistema político de administração e 
organização colonial. Nesse sentido, a partir de 1530, predominaram 2 tipos, como vimos no esquema do 
início da aula: Capitanias Hereditárias e Governo-Geral. 
Essas estruturas política-organizativas foram completares e criaram um cenário favorável 
ao desenvolvimento de formas específicas de relação de poder e o desenvolvimento de 
estruturas sociais correspondentes. 
 
 
9 SCHWARCZ, Lilia Moritz. e STARLING, Heloisa Murgel. Brasil: uma biografia. São Paulo: Ed. Cia das 
Letras, 2018, p. 
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3. ADMINISTRAÇÃO COLONIAL 
Se em 1530, o governo português mandou o expedicionário Martin Afonso de Souza iniciar a ocupação 
da terra portuguesa, combater os corsários estrangeiros, procurar metais preciosos e sistematizar o 
reconhecimento do litoral para implementar a produção de cana-de-açúcar, tornava-se necessário, também, 
elaborar uma forma de administrar essas ações. Concorda? 
Contudo, os dados historiográficos afirmam que a Coroa Portuguesa não contava com tantos recursos 
acumulados para investir diretamente na colonização do Brasil. Assim, precisou contar com recursos 
privados. 
Para tanto, a solução encontrada foi doar terras – as sesmarias- em troca da exploração dessas terras, 
de modo que parte das riquezas geradas fossem destinadas ao rei (via impostos). Tratava-se de um sistema 
descentralizado de administração colonial. 
Sesmaria era um pedaço de terra distribuído a um beneficiário próximo à Coroa com o 
objetivo de cultivar as terras conquistadas. 
A origem dessa prática de sesmaria remonta ao período final da Idade Média e às práticas de suserania e 
vassalagem. A distribuição de sesmaria não garantia a propriedade, mas o usufruto. A concessão de 
sesmarias foi extinta apenas em 1822, sendo a origem dos grandes latifúndios no Brasil. 
3.1 – Sistema de Capitanias Hereditárias 
Então, em 1534, o rei Dom João III ordenou a divisão 
do território em 15 partes e as distribuísse a pessoas 
nomeadas por ele, os donatários. Iniciava-se, assim, o 
sistema de capitanias hereditárias. 
 Observe a imagem a seguir. Sei que você já deve ter 
isso tatuado na mente, mesmo assim, observe as 
relações que construí. Fica safo! 
ALBUQUERQUE, Manuel Maurício de. et all. Atlas 
Histórico Escolar. Ministério da educação e 
Cultura/ Fundação Nacional do Material Escolar, 
7ª. Edição, 1977 
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Profe, isso era uma pegadinha, não era? O cara tinha que investir em tudo, corria 
todos os riscos, ficava só com 5% da exploração do pau-brasil e inda tinha que 
garantir o lucro do rei? Gente, o Brasil era pior que o Brasil!!! 
Brincadeiras à parte, galera, parecia piada mesmo. Por isso, o sistema de capitanias não foi tão bem-
sucedido, se analisado do ponto de vista econômico e das pretensões da Coroa Portuguesa. Apenas duas 
capitanias deram certo – e por um tempo: São Vicente e Pernambuco (mais à frente vamos voltar a falar 
dessas duas capitânias, segura aí!). 
Na verdade, nem todos que receberam do rei a carta de doação das capitânias seguiram adiante. Alguns 
nem sequer vieram à Colônia tomar posse. Daqueles que vieram, foram muitos os obstáculos que precisaram 
enfrentar. Listemos alguns: 
• Isolamento das capitanias, uma sem relação com as outras. As distâncias eram enormes, 
por isso, a comunicação e a circulação também eram difíceis. Esse isolamento fazia com 
que as soluções para as dificuldades tivessem que ser sempre conseguidas “dentro” da 
capitânia. Mas essa terra não era um vazio, né? 
 
Direitos
Distribuir terras: 
sesmarias.
Criar Vilas
Exercer autoridade 
administrativa e 
judicial
Escravizar indígenas 
considerados 
inimigos (guerra 
justa)
Receber 5% do 
comércio do pau-
brasil
Deveres:
Assegurar ao 
Rei de Portugal
10% dos lucros sobre 
TODOS os produtos 
da terra
O monopólio da 
extração do pau-brasil
As despesas necessárias à obra 
colonizadora corriam por conta e risco do 
donatário! 
Carta de doação: O donatário 
tinha a posse da Capitânia, mas 
apenas uma parte (pequena) 
tornava-se sua propriedade. 
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• Revolta e ataques dos povos indígenas. Como as capitanias, na prática, eram uma 
expropriação do território indígena é evidente que muitos povos resistiram a essa 
ocupação (ou invasão) e causaram verdadeiras guerras contra os colonizadores. 
• Dificuldades para desenvolver a lavoura, afinal, nem todas as capitânias possuíam terras 
férteis. Na verdade, os europeus ainda não conheciam muito bem qual era o produto 
mais adaptado ao clima tropical e equatorial. Assim, na verdade, o problema não estava 
no solo, mas no desconhecimento dos portugueses sobre o que produzir para exportar e 
gerar dividendos à Coroa. 
• Dificuldade de obter mão de obra para a louva e para o extrativismo. 
• Tudo isso, custava muito caro. Apesar dos donatários serem pessoas da nobreza 
portuguesa, nem todos possuíam grande monta de recursos para enfrentar todos os 
obstáculos acima arrolados. 
Apesar das adversidades, havia um ponto positivo no que se referia ao sistema de capitanias, a saber: ele 
deu a base para a formação dos primeiros núcleos de povoamento, como em São Vicente (1532), Porto 
Seguro (1535), Ilhéus (1537) e Santos (1545). 
3.2 – Governo geral 
Assim, tendo o sistema de administração descentralizada das capitanias hereditárias tido pouco êxito, a 
Coroa Portuguesa buscou uma solução diferente e mais centralizadora: a formação de um Governo-Geral. 
Tratava-se da criação de um órgão central de direção e de administração comandado por um funcionário da 
Coroa, nomeado pelo Rei, para ajudar os donatários e interferir mais diretamente na implantação do sistema 
de exploração colonial. 
Para que você tenha uma noção dos objetivos, funções e estrutura burocrática, observe os esqueminhas 
abaixo: 
 
 
O
b
je
ti
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s 
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o
 
G
o
ve
rn
a
d
o
r-
G
e
ra
l
Defesa da terra contra ataques estrangeiros
Incentivo à busca de metais preciosos
Luta contra a resistência indígena
Apoio à religião cristã
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Os dois sistemas coexistiram. Isso acabou por gerar, em diversos momentos, um embate entre interesses 
locais e metropolitanos. Em geral, o Governador Geral e seus auxiliares enfrentavam a oposição de poderes 
locais, afinal, os donatários também tinham funções administrativas e judiciárias. 
Esses homens proprietários de terra, gado e escravos, chamados de “homens-bons”, se organizavamnas 
“câmaras municipais”. Elas se formaram no mesmo processo de formação das vilas (primeiros povoados). 
Elas organizavam a administração da vila, a arrecadação tributária, o comércio local, as expedições de 
reconhecimento e expansão territorial, além do aprisionamento indígena. Ou seja, eram uma verdadeira 
estrutura de poder local. Assim, os homens-bons exerciam o poder político local. 
A partir da análise dos esquemas, podemos concluir que a administração colonial 
apresentou duas tendências que se revezaram ao longo do tempo: 
CENTRALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO. 
Funções do Governador
Militar: comando e defesa da colônia
Administrativa: relacionamento com os donatários das capitais e 
assuntos ligados às finanças
Judiciária: nesse caso, o governador podia nomear os 
funcionários da justiça e também poderia mudar penalidades
Eclesiásticas: indicação e sacardotes para as Paróquias. Essa 
prerrogativa era legitimada pela Igreja Católica e recebeu o nome de 
PADROADO.
Governador
Ouvidor-Mor: 
encarregado das funcções 
judiciais
Provedor-mor: 
encarregado dos assuntos 
da fazenda
Capitão-mor: 
encarregado da defesa do 
litoral
CARGOS AUXILIARES
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Em geral, a centralização ocorreu quando a metrópole queria controlar mais as 
atividades coloniais e/ou aumentar a arrecadação de impostos; já a 
descentralização era estimulada quando a metrópole desejava ocupar e 
desenvolver regiões. 
 Você consegue perceber como essas duas estruturas de poder (centralizado e 
descentralizado) podem gerar conflitos se não estiverem funcionando em 
consonância de interesses e objetivos? Pois é, além disso, essas diferenças entre 
governador e homens-bons eram acentuadas devido à ausência de um sistema de 
comunicação adequado. Como diria o grande filósofo Chacrinha: “quem não se 
comunica, se trumbica!” 
Para que você saiba mais, em 1759, o sistema de capitanias deixou de existir permanecendo apenas o 
Governo – Geral, até 1808, quando a família real desembarca no Brasil. Entretanto, até que chegue o século 
XVIII, muitas dessas diferenças ensejaram conflitos e revoltas, chamadas de nativistas, as quais iremos 
estudar nas próximas aulas. Por hora, guarde essa reflexão geral, ok!! 
Por fim, para que você tenha uma noção de quem foram os Governadores Gerais, dá um bizu nos caras: 
 
 
 
 
(EsFECx/2019) 
Na América portuguesa, em consequência da ofensiva francesa e do declínio do trato asiático, foram 
tomadas em 1534 medidas para o povoamento e a valorização do território. 
T
o
m
é
 d
e
 S
o
u
sa
 -
1
5
4
9
-
1
5
5
3 •Fundação da vila de 
Salvador
•Implantação da cultura da 
cana-de-açúcar
•Vinda Cia de Jesus (jesuítas), 
Padre Manoel da Nóbrega
D
u
a
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 d
a
 C
o
st
a
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1
5
5
3
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1
5
5
8 •França invade o RJ e funda a 
França Antártica
•Vinda do Padre Ancheita.
•Fundação das missões 
jesuíticas e do Colégio São 
Paulo
•Conflitos entre colonos e 
jesuítas 
M
e
m
 d
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1
5
5
8
-1
5
7
2
 
•Expulsou os franceses do RJ
•Formação da Confederação 
indígena dos Tamoios
•Início das "guerras justas" 
contra os indígenas 
resistentes à colonização e à 
conversão ao cristianismo.
• Avanço da atividade 
açucareira
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ALENCASTRO, Luiz Felipe de. O Trato dos Viventes: formação do Brasil no Atlântico Sul. São Paulo: 
Companhia das Letras, 2000, p. 20. 
As medidas mencionadas na afirmativa acima referem-se aos sistemas de administração que Portugal 
empregou no Brasil no século XVI. Em ordem cronológica, a partir de 1534, tais sistemas foram 
A) Feitorias e Governo Geral. 
 B) Capitanias Hereditárias e Governo Geral. 
 C) Governo Geral e Feitorias. 
D) Governo Geral e Capitanias Hereditárias. 
 E) Feitorias e Capitanias Hereditárias. 
Comentários 
Quando a aadminsitração portuguesa iniciou os trabalhos de colonização com vistas à obtenção de lucro, o 
territorio brasileiro foi dividido em Capitanias. O rei Dom João III ordenou a divisão do território em 15 partes 
e as distribuísse a pessoas nomeadas por ele, os donatários. Iniciava-se, assim, o sistema de capitanias 
hereditárias. Esse sistema não deu certo porque a forma descentralizada de organização do território não 
se mostoru eficiente, princiapalmente no que diz respeito à proteção do territorio. Tendo o sistema de 
administração descentralizada das capitanias hereditárias tido pouco êxito, a Coroa Portuguesa buscou uma 
solução diferente e mais centralizadora: a formação de um Governo-Geral. 
As feitorias eram as administrações coloniais na África e na Ásia. 
Gabarito: B 
(UDESC/2013) 
Analise as proposições sobre a administração colonial na América portuguesa, e assinale (V) para verdadeira 
e (F) para falsa. 
( ) Com o objetivo de diminuir as dificuldades na administração das capitanias, D. João III implantou, na 
América portuguesa, um Governo-Geral que deveria ser capaz de restabelecer a autoridade da Corte 
portuguesa nos domínios coloniais, centralizar as decisões e a política colonial. 
( ) A Capitania de São Vicente foi escolhida pela Coroa Portuguesa para ser a sede do Governo, pois estava 
localizada em um ponto estratégico do território colonial português. Foi nesta Capitania que se 
implementaram as novas políticas administrativas da Coroa com a instalação do Governo-Geral. 
( ) Tomé de Souza foi o responsável por instalar o primeiro Governo- Geral. Trouxe com ele soldados, colonos, 
burocratas, jesuítas, e deu início à construção da primeira capital do Brasil: Rio de Janeiro. 
( ) A criação e instalação do Governo-Geral na América portuguesa foi uma alternativa encontrada pela Coroa 
Portuguesa para organizar e ocupar a colônia, que enfrentava dificuldades, dentre elas os constantes 
conflitos com os indígenas e os resultados insatisfatórios de algumas capitanias. 
Assinale a alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo: 
a) V – F – F – V 
b) V – F – V – F 
c) V – V – F – F 
d) F – V – F – V 
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e) F – V – V – F 
Comentários 
Como vimos, o Sistema de Governo-Geral foi implantado para aprimorar o Sistema de Capitanias 
Hereditárias. A Coroa visava dar resposta aos seguintes conflitos: com indígenas; com invasões estrangeiras; 
fruto de fracassos em algumas Capitanias. Outra razão da nova administração foi o objetivo centralizador, 
isto é, tomar conto sobre todos os assuntos da colônia. Diante disso, a primeira afirmação é verdadeira. Já a 
segunda, não, pois São Vicente estava entre as regiões que não retornavam lucro para Metrópole. Além 
disso, sabemos que a primeira capital foi Salvador, ou seja, os centros dos negócios passavam pelo Nordeste, 
pelo menos no início da colonização. Nesse sentido, a terceira afirmação também é falsa, pois Rio de Janeiro 
foi a 2ª capital. 
Por fim, a última afirmação é verdadeira. 
Gabarito: A 
4. ECONOMIA, TRABALHO E SOCIEDADE NA COLÔNIA 
Agora que estudamos os aspectos políticos e administrativos do início da colonização portuguesa na 
América, podemos partir para os estudos sobre os elementos econômicos dessa empreitada. É verdade que, 
como já vimos, a primeira atividade econômica na colônia foi o extrativismo do pau-brasil. A exploração era 
monopólio da Coroa Portuguesa que permitia a exploração particular por meio de contrato de concessão, 
realizada com mão de obra indígena à base de escambo. 
Mas você deve se lembrar, também, que o governo português, especialmente a partir de 1530, procurava 
alguma atividade econômica mais rentável que o pau-brasil a fim de financiar o empreendimento colonizador 
e garantir a posse efetiva e sistemática da terra. Isso porque,

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