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Gabriely Pansera – Medicina UCPel Histologia – P1 JUNQUEIRA E CARNEIRO CAP 23 – SEMANA 4 Sistema Audiorreceptor As funções do órgão vestibulococlear se relacionam ao equilí- brio do corpo e a audição. Consiste em três partes: - Ouvido externo: recebe as ondas sonoras; - Ouvido médio: onde essas ondas são transformadas em vi- brações mecânicas e transmitidas ao ouvido interno; - Ouvido interno: onde as vibrações estimulam os receptores e sofrem transdução para impulsos nervosos, que alcançam o SNC pelo nervo acústico. O ouvido interno possui as estruturas vestibulares especializa- das no sentido do equilíbrio. OUVIDO EXTERNO Compreende o pavilhão da orelha, o meato acústico externo e a membrana do tímpano. O pavilhão da orelha ajuda a captação de som, tem forma irre- gular e é constituído por uma placa de cartilagem elástica, cober- ta por uma fina camada de pele, que contem glândulas sebáceas e sudoríparas. O meato acústico externo abrange do pavilhão ate a membrana do tímpano. É um canal achatado de paredes rígidas que fica constantemente aberto. O terço externo apresenta cartilagem elástica em continuação da cartilagem do pavilhão da orelha. O arcabouço dos dois terços internos é constituído pelo osso temporal. O meato acústico é revestido internamente por pele rica em pelos, glândulas sebáceas e ceruminosas e seus produtos são o cerume, substancia pastosa marrom com função de proteção físi ca e ação bactericida. No fundo do meato há a membrana do tímpano, de forma oval, recoberta externamente por uma camada delgada de pele e in- ternamente por epitélio cubico simples. Na camada externa as fibras colágenas se orientam radialmen- te, enquanto na interna são circulares. No quadrante anterossuperior da membrana timpânica não há fibras, é uma região flácida, chamada membrana de Shrapnell. A membrana timpânica é a estrutura que transmite as ondas sonoras aos ossículos do ouvido médio. OUVIDO MÉDIO Localizado na espessura do osso temporal, com uma cavidade que separa a membrana timpânica da superfície óssea do ouvido interno. Na porção anterior se comunica com a faringe pela tuba auditiva ou de Eustáquio. Na porção posterior se comunica com cavidades cheias de ar do processo mastoide do osso temporal. O ouvido médio é revestido por epitélio simples pavimentoso e sua lâmina própria é aderida ao periósteo. Perto do orifício da tuba o epitélio se torna prismático ciliado. A tuba auditiva se encontra fechada, mas se abre no processo de deglutição, permitindo equilibrar a pressão externa com a do ouvido médio. Na parede medial há duas regiões sem osso, recobertas apenas por membrana conjuntivoepitelial, as janelas oval e redonda. Unindo a janela oval à membrana do tímpano há três ossículos articulados, martelo, bigorna e estribo, que transmitem vibrações mecânicas geradas na membrana timpânica ao ouvido interno. O martelo se insere na membrana timpânica e o estribo na janela oval, a bigorna fica entre eles. São revestidos por epitélio pavimentoso simples. No ouvido médio há dois pequenos músculos estriados esque- léticos, o tensor do tímpano e o tensor do estribo, que se inserem no martelo e no estribo respect. Participam da regulação da con- dução do estimulo sonoro. OUVIDO INTERNO Também chamado labirinto, é formado por sacos membranosos cheios de liquido, que se encontram alojados dentro de cavidades na porção pétrea do osso temporal. O conjunto de cavidades e canais limitados por tecido ósseo é o labirinto ósseo. Nele há estruturas membranosas. O labirinto membranoso é separado do osso na maior parte. APARELHO AUDITIVO OU ÓRGÃO VESTIBULOCOCLEAR Gabriely Pansera – Medicina UCPel Histologia – P1 Há um espaço entre o labirinto ósseo e membranoso, continua- ção do espaço subaracnóideo das meninges, cheio de um fluido, a perilinfa. Há presença de traves de conjuntivo com vasos. O interior das estruturas membranosas é cheio de um liquido, a endolinfa (diferente da perilinfa). O labirinto membranoso é formado por epitélio de revestimento pavimentoso com uma delgada camada de tecido conjuntivo. O epitélio é de origem ectodérmica, deriva de uma invaginação que se transforma na vesícula ótica, que perde o contato. Em certas regiões o epitélio das paredes estabelece contato com os nervos vestibular e coclear, onde se espessam e formam órgãos especiais, os receptores = máculas, cristas e órgão espiral de Corti. O labirinto ósseo tem uma cavidade central irregular, o vestíbulo, onde desembocam de um lado os canais semicircula- res e de outro a cóclea. O vestíbulo contém duas estruturas: sáculo e utrículo. No utrí- culo desembocam os canais semicirculares. Cada canal tem uma dilatação em uma das extremidades que contem as células receptoras, as: ampolas. O sáculo está dentro do vestíbulo e é unido ao utrículo e a cóclea. Os ductos que ligam o utrículo ao sáculo se reúnem em forma de Y, o ducto endolinfático. SÁCULO E UTRÍCULO Responsáveis pela sensação de movimento e equilíbrio, cons- tituídos por epitélio simples pavimentoso e recobertos por delga- da camada de tecido conjuntivo. O interior de ambos é cheio de endolinfa e pequenas regiões de epitélio espessado e diferenciado em neuroepitélio, as máculas, onde terminam ramos do nervo vestibular. As máculas são formadas por células de sustentação que se- cretam a camada gelatinosa (células com pelos, contem cílios) e receptoras ou sensoriais = tipo I: forma de cálice, fazem sinapses com fibras eferentes; tipo II: forma cilíndrica, fazem sinapse com fibras eferentes e aferentes. Cobrindo o neuroepitélio há uma camada gelatinosa que con- tem na superfície carbonato de cálcio, os otólitos ou estatocônios. SACO E DUCTO ENDOLINFÁTICOS As paredes do ducto inicialmente são revestidas por epitélio pavimentoso simples, mas se transformam em epitélio cilíndrico à medida que se aproximam do saco endolinfático. Possuem microvilos, muitas vesículas pinocíticas e vacúolos. Responsáveis pela reabsorção da endolinfa e digestão de mate- rial estranho e restos celulares. CÓCLEA OU CARACOL Estrutura especializada como órgão receptor de sons, em for- ma de canal com paredes ósseas enroladas em forma de caracol. Dentro, a porção membranosa tem forma triangular, a base do triangulo é formado pela estria vascular, o lado superior pela membrana vestibular e o lado inferior pela lâmina espiral mem- branosa. Membrana vestibular: epitélio pavimentoso simples e tecido conjuntivo; Escala média: área mais especializada da cóclea, estria vascular que contem células muito especializadas, epitélio estratificado com vasos sanguíneos, secreta endolinfa; Membra- na basilar: epitélio pavimentoso simples, suporta várias células e forma o órgão de Corti. A cóclea se enrola ao redor de um cone de tecido ósseo espon- joso, modíolo, que contem no seu interior um gânglio espiral. A lâmina espiral óssea é uma saliência óssea espiral que parte do modíolo, lembra a rosca de um parafuso. Nessa lâmina há o órgão de Corti, que tem as células receptoras de audição. O triangulo divide o espaço ósseo da cóclea em três porções: superior ou escala vestibular, media ou escala media ou ducto coclear e inferior ou escala timpânica. As escalas vestibular e timpânica constituem o labirinto ósseo, são cheias de perilinfa e se comunicam nas extremidades por um orifício, a helicotrema. A escala media, na porção inicial, se comunica com o sáculo pelo ducto reuniens e termina em fundo cego. A membrana vestibular é revestida por epitélio pavimentoso simples e delgadacamada de tecido conjuntivo. A estria vascular é constituída de epitélio estratificado, apre- senta dois tipos de células e possui vasos sanguíneos. Secreta endolinfa e possui muitas mitocôndrias. Gabriely Pansera – Medicina UCPel Histologia – P1 ÓRGÃO DE CORTI Sensível as vibrações induzidas pelas ondas sonoras. A membrana tectórica em contato com as células sensoriais desse órgão, limita um espaço, o túnel espiral interno. A parede lateral desse túnel é formada por células sensoriais internas, em forma de cálice, com estereocílio modificado e terminações ner- vosas aferentes e eferentes. Após o túnel há uma série de células de sustentação que forma as células pilares. Depois há três fileiras de células sensoriais externas, alonga- das, com estereocílio modificado e em contato com o nervo co- clear. FUNÇÃO VESTIBULAR Aumento ou diminuição da velocidade em um movimento circu- lar promove, pela inercia da endolinfa, fluxo desse líquido dentro dos ductos semicirculares. Provoca curvatura e tensão das células sensoriais da crista. O movimento da cúpula na direção dos cílios provoca excitação dos receptores com produção de potenciais de ação no nervo vestibular, enquanto o movimento na direção oposta inibe a atividade nervosa. FUNÇÃO COCLEAR Na cóclea, estímulos mecânicos sofrem transdução em poten- ciais de ação, que são levados ao SNC pelo nervo coclear. A sensibilidade aos sons varia de acordo com a região. Os sons agudos são captados na base da cóclea, enquanto os graves são captados pelo seu ápice.
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