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Laryssa Barros – P6 – Med – Tutoria Paracoccidioidomicose -é a infecção fúngica sistêmica de maior prevalência na América Latina, e é tb conhecida como blastomicose sul-americana ou moléstia de Lutz-Splendore-Almeida. O termo paracoccidioidomicose foi adotado oficialmente em 1971. ETIOLOGIA -Paracoccidioides brasiliensis= família Onygenaceae, ordem Onygenales, classe Eurotiomycetes, filo Ascomycota. →Genoma= 26 a 35 Mb para células uninucleadas, a maioria das amostras tendo conteúdo haploide de DNA, contido em 4 a 5 cromossomos→A investigação de 80% do genoma tem esclarecido muitos aspectos da sua patobiologia, revelando genes que determinam a forma de crescimento, o metabolismo, a virulência e a defesa contra agressões ambientais e de eventuais hospedeiros. →Multiplicação assexuada; -Apresenta termodimorfismo= se desenvolve como levedura em meio de cultura de 33 a 37ºC e na forma de micélio filamentoso em temperaturas de 19 a 28ºC; A transformação do micélio em células leveduriformes, ativada pela temperatura e reversível, decorre de modificações de certos genes e alterações bioquímicas, como o aumento do (AMP) cíclico e o acúmulo de substâncias, incluindo proteínas do choque térmico HSP70 e HSP60, havendo reestruturação da parede celular. →Leveduras= São uma forma de adaptação do agente a vida parasitária. -Nos tecidos infectados e nas secreções e pus das lesões, são encontradas leveduras arredondadas, com parede celular espessa e refringente, e o diâmetro varia, de 5 a 30 μ, mostrando-se isoladas ou em pequenos agrupamentos de células. E, Podem apresentar brotamentos únicos ou múltiplos, com 2 a 10 μ de diâmetro, que são blastoconídeos dispostos em torno da levedura- mãe, à qual se unem por estreitas pontes celulares. -exosporulação múltipla propicia a observação microscópica de imagens típicas do fungo em vida parasitária→formação semelhante à roda do leme de navio. -Em meio de cultura, as leveduras formam colônias de cor creme e aspecto cerebriforme. Microscopicamente, são células arredondadas ou ovaladas, com parede de contorno duplo, vesículas intracitoplasmáticas, formando agrupamentos de leveduras com diferentes dimensões. Em geral, as células são multinucleadas. →Micélio: formado de hifas finas e septadas, com clamidoconídios terminais ou intercalados, uninucleadas; o aspecto macroscópico é de colônia cotonosa constituída de filamentos curtos de cor branca. -Tem crescimento lento, surgindo colônias depois de 2 a 4 semanas da semeadura de amostras de pacientes, e tem viabilidade longa em temperaturas baixas. -em certas condições de cultura, produz pequenos conídios com cerca de 2 a 5 µ, elementos de resistência e de propagação da espécie. →Formato do parasita= A forma do P. brasilienses depende da composição da parede celular= camada superficial (glicopeptídeos, glicolipídeos e polissacarídeos); camada interna (quitina) -A levedura tem α-1,3- glucana e β-1,3- glucana na parede e quitina representa 43% do peso dessa forma. -O micélio tem apenas β-1,3-glucana em sua parede celular e 13% de seu peso seco corresponde à quitina. → membrana citoplasmática, localizada mais internamente à parede celular, tem sua estrutura e função dependentes da síntese de esteroides, sendo alvo da ação de drogas antifúngicas, como a anfotericina B e os azólicos. →Metabolismo= aeróbico na forma micelial (pode crescer em meios de cultura que contêm somente fontes inorgânicas de nitrogênio e sais minerais) e anaeróbico na forma de levedura (desenvolve-se melhor em meios de cultura com nutrientes orgânicos e necessita de cisteína como fonte de enxofre). →Produtos metabólicos= produz enzimas – urease, proteases e fosfolipase, que tem atividade Laryssa Barros – P6 – Med – Tutoria bioquímica fraca nos testes micológicos de identificação da levedura→não uteis para seu reconhecimento | O produto metabólico mais conhecido é uma glicoproteína com peso molecular de 43 kDa (gp43), que tem identidade parcial com exo-β-1,3-glucanases de outros microrganismos e é o principal antígeno. →Fatores de virulência= crescimento a temperatura de 37ºC e transformação em levedura→resistir ao processo inflamatório e à defesa imunológica do hospedeiro. →Infecção= dispõe de moléculas de adesão, essenciais para iniciar o processo de infecção, como a gp43 e a lecitina paracoccina, que se ligam à laminina da matriz extracelular. Moléculas com 19, 30 e 54 kDa também interagem com laminina, fibronectina e fibrinogênio. As leveduras causam apoptose de células epiteliais, mas podem permanecer viáveis no interior delas. ECOLOGIA - Cresce em solo argiloso ou arenoso em proporção à unidade presente nestes. -Local + favorável= clima temperado ou quente (média de 10 a 28ºC), úmido, e a pluviosidade anual é de 500 a 3.500 mm, com verões chuvosos e invernos secos. São áreas com altitude entre 50 e 1.700 m, solo geralmente ácido, presença de rios e de florestas tropicais e subtropicais ou de transição para o cerrado. proximidades de rios ou lagos onde a cobertura vegetal tenha sido alterada por atividades agrícola -A cultura do café tb está relacionada com a infecção→A cafeicultura foi associada tanto com a ocorrência de paracoccidioidomicose, nas localidades onde é praticada, quanto com o índice mais elevado de infecção assintomática. -foi encontrado em fezes de morcego frugívoroe de pinguim e em vísceras de macaco, tatu e cão, bem como pela observação de reações sorológicas e intradérmicas positivas em animais domesticados ou selvagens. O animal, possível hospedeiro acidental de maior relevância é o tatu de nove bandas (Dasypus novemcinctus). EPIDEMIOLOGIA -É doença endêmica na américa latina, na área que se estende do México a argentina →as áreas mais endêmicas localizam-se no Brasil, na Venezuela e na Colômbia. Não há registro de casos autóctones no Chile, na Guiana, na Guiana Francesa, no Suriname, na Nicarágua, em Belize e em várias ilhas do Caribe. →BRASIL= São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Goiás e Mato Grosso do Sul foram os que registraram mais ocorrências da doença. atualmente cresceu o registro de casos na região Norte, sobretudo em Rondônia e no Maranhão. É MENOS FREQUENTE NO NORDESTE. →INCIDÊNCIA ANUAL= 1 a 3 casos por 100 mil habitantes de áreas endêmicas da América Latina. →tem evolução crônica, caráter recidivante e pode deixar sequelas anatômicas e funcionais- importante problema de saúde pública. →TRANSMISSÃO= infecção ocorre após exposição acidental ao P. brasiliensis em seu microambiente. Não há transmissão inter-humana. →Há um grande número de pessoas infectadas assintomáticas, vistos através de aplicação intradérmica de antígeno polissacarídico ou outros extratos do fungo. →IDADE= todas as faixas etárias a partir de 2 anos, sendo maior entre 30 e 50 anos. →SEXO= H=M ate a puberdade; H>M 8:1 na vida adulta→ estrógeno confere proteção ao inibir a transformação de micélio e conídios em leveduras + mulher tem menor envolvimento de trabalho em área rural. →FATORES PRESDISPONENTES= trabalho com o solo e os vegetais em área rural e na periferia das cidades→lavradores e operadores de máquinas agrícolas. também afeta pedreiros e outros operários urbanos, que relatam atividade agrícola no passado. →alcoolismo, desnutrição e tabagismo podem favorecer o surgimento de paracoccidioidomicose-doença. →ASSOCIAÇÃO COM OUTRAS DOENÇAS= é comum associação com TB e outras doenças granulomatosas; pacientes imunossuprimidos pode tê-la como infecção oportunista→em áreas Laryssa Barros – P6 – Med – Tutoria hiperendêmicas da micose, 1 a 2% dos casos de aids desenvolvem a doença fúngica. →MORTALIDADE= 1980-95= foi a 8ª causa demortalidade no Brasil, com registros de óbito em ¼ dos municípios brasileiros. Hoje é maior no sul e no sudeste. FISIOPATOLOGIA Patogênese ainda não é totalmente desvendada devido ao desconhecimento do ciclo do fungo. O agente vive saprobioticamente no solo, onde produz propágulos que são capazes de infectar humanos, e outros animais. -Infecção humana= inalação de conídios produzidos pela fase micelial do Paracoco que mede 3 micro de diâmetro sendo capazes de atingir o alvéolo pulmonar onde se transformam em leveduras. hábitos da população rurícola, como o de mascar gramíneas ou o de realizar higiene anal com produtos vegetais, não são fatores de risco epidemiológico em paracoccidioidomicose. -Essa mudança de forma é fundamental para que o agente sobreviva no pulmão. -Em 36 a 37°C→ modulação nos polissacarídios componentes da parede celular. A transformação de β-1,3-glucana em α-glucana, constitui-se em um mecanismo de escape do parasita por evitar que componentes antigênicos de β-1,3- glucana desencadeiem a resposta inflamatória que poderia ser letal ao parasita -As lesões nas mucosas oral, retal, intestinal e as cutâneas devem ser consideradas secundárias à disseminação hematogênica do agente a partir dos pulmões. PRINCIPAIS MECANISMOS DE DEFESA DIANTE DO AGENTE EM HUMANOS SÃO A IMUNIDADE MEDIADA POR CÉLULAS E A FAGOCITOSE POR NEUTRÓFILOS OU POR CÉLULAS DO SISTEMA FAGOCÍTICO-MONONUCLEAR. -Se houver disfunção de células T→causa a forma disseminada e grave da doença. -Além da queda de linfócitos T, há também→queda no número de linfócitos T-helper circulantes, na secreção de linfocinas e na produção de determinados ativadores de macrófagos, como interferon-γ. - macrófagos e neutrófilos fazem fagocitose do parasita, sendo também um importante mecanismo de defesa→neutrófilos fagocitam, mas não digerem o parasita, podendo a gravidade da doença estar diretamente relacionada à falta de digestão intracelular →o bloqueio do sistema fagocítico-mononuclear pode levar a uma infecção mais grave, com granulomas demonstrando necrose, supuração e grande quantidade de parasitas. Neutrófilos polimorfonucleares são capazes de exercer efeito fungistático em células leveduriformes do fungo, o que pode ser exacerbado na presença de interferon-γ e fator estimulador do crescimento de macrófagos e granulócitos. Também o sistema de complemento pode ser ativado, por via alternativa, pelo próprio Paracoccidioides brasiliensis, e isso resulta em fagocitose macrofágica mais eficiente, em virtude da atuação dos componentes do complemento na opsonização do parasita. -Imunidade humoral= A contagem dos linfócitos B está normal, e este sistema imune mostra uma ativação policlonal com aumento nos níveis de imunoglobulinas (IgG, IgA, IgE), que provavelmente atuarão na opsonização do agente infeccioso com as frações do complemento, como já relatado. -Imunocomplexos= já foram detectados no soro de doentes com paracoccidioidomicose, sua presença parece ter correlação com a depressão da imunidade celular e a gravidade da doença. É fundamental, ainda, lembrar que a depressão da imunidade celular, serão parcial ou completamente restauradas após uma terapêutica bem-sucedida. • A infecção e a sobrevivência do fungo no pulmão podem levar a três situações distintas: infecção assintomática (paracoccidioidomicose infecção), paracoccidioidomicose-doença e paracoccidioidomicose residual (sequelar). • Para ir de infecção para doença depende de→virulencia e inóculos da amostra inalada e da qualidade do mecanismo de defesa do hospedeiro PARACOCO INFECÇÃO Há um complexo primário que na maioria dos casos involui espontaneamente. a alveolite pulmonar bloqueia o crescimento e a Laryssa Barros – P6 – Med – Tutoria disseminação do paracoco em um nódulo fíbrótico ou complexo primário pulmonar, similar ao visto na primoinfecção tuberculosa. Quando isso não ocorre, pode ter estabelecimento de focos metastáticos em qualquer órgão, com persistência do mic e formação de um foco latente ou quiescente. E, excepcionalmente, pode haver progressão das lesões primárias, com desenvolvimento de sinais e sintomas que caracterizarão a forma aguda ou a subaguda (juvenil) da paracoccidioidomicose. Dessa forma, a presença do complexo primário ou de nódulos fibróticos com fungos em pulmão, rim, linfonodos, suprarrenais, constituem a prova histológica da existência de infecções primárias, subclínicas e assintomáticas. -A infecção primária pode ser assintomática ou oligossintomática. Se houver sinais e sintomas, são transitórios, inespecíficos e indistinguíveis de infecções virais pulmonares. Pode ser presumida por reação intradérmica positiva (paracoccidioidina) em indivíduos que vivem ou viveram em áreas de alta prevalência do Paracoco. PARACOCO DOENÇA -Mais comum em homens→ maior exposição e hormônios estrogênicos, como 17-β-estradiol, podem bloquear a transformação de conídios em leveduras e que o fungo apresenta receptores estrogênicos em sua membrana citoplasmática. -pode apresentar-se sob forma latente ou quiescente em granulomas e nódulos fibróticos pulmonares ou extrapulmonares→ traduzida por diminuição da atividade metabólica do mic. -Após longo período de latência, fatores que interferem na relação parasita-hospedeiro (tabagismo, alcoolismo, imunondepressão) são capazes de romper o equilíbrio, causando progressão da doença no pulmão ou em outros órgãos, determinando a forma crônica da doença, geralmente em indivíduos após a terceira e a quarta décadas de vida. O risco para fumantes desenvolver a doença, é de 14 vezes maior do que para não fumantes; e, entre indivíduos que ingerem mais de 50 g de álcool por dia, o risco é 3,6 vezes aumentado. O período de incubação pode ser de 40 anos. →Disseminação= via linfática, hematogênicas, canaliculares e por contiguidade. -VIA LINFÁTICA= é praticamente constante, já foi documentada na infecção primária, quando se observa o envolvimento dos linfonodos hilares e mediastinais; adenomegalias podem ser observadas em diferentes territórios do organismo, e mesmo gânglios linfáticos pequenos, aparentemente sãos, podem mostrar a presença de fungos ao exame histopatológico. A disseminação por via linfática, através de um fluxo retrógrado da linfa, dos hilos pulmonares até a periferia do pulmão, pode justificar as imagens radiológicas padrão “asa de borboleta” observadas em pacientes com a forma crônica pulmonar da doença. →FORMA AGUDA DA DOENÇA= pode ocorrer o desencadeamento do quadro clínico logo após a infecção primária, após curto período de incubação, em indivíduos jovens. Ou causada por reinfecção pelo fungo. resulta de uma incompetência dos mecanismos de defesa do hospedeiro em bloquear o agente, ou por inalação de uma amostra muito virulenta do fungo, ou de grande quantidade de conídeos. →FORMA SEQUELAR= pacientes mesmo tratados de forma correta podem apresentar quadro clínico de lesões residuais. as sequelas são de localização pulmonar, laríngeas ou traqueais, ganglionares, suprarrenais e neurológicas. Laryssa Barros – P6 – Med – Tutoria - fibrose resulta da estimulação persistente do sistema imune por Paracoccidioides spp., com resposta inflamatória crônica granulomatosa, caracterizada por intensa ativação macrofágica e recrutamento de linfócitos, monócitos e neutrófilos. A produção constante de citocinas pró-inflamatórias e de fatores de crescimento pelos macrófagos ativados e monócitos recém-recrutados induz proliferação e ativação de fibroblastos, que resulta na produção de fibras colágenas, concentradas na periferia do granuloma. Além da ativação constante de fibroblastos e da intensificação da fibrogênese pela inibição de metaloproteinases,não se descarta a ação de moléculas do próprio fungo. PATOLOGIA -granuloma epitelioide formado em torno das leveduras→área central com neutrófilos e necrose de coagulação. representa resposta imune específica do hospedeiro contra os fungos, em uma tentativa de impedir sua disseminação pelo organismo. São divididos em compactos e frouxos, os granulomas compactos são encontrados em formas benignas, localizadas, da micose, e os frouxos, em quadros disseminados, graves e acompanhados por imunodepressão grave. →PULMÃO= fibrose em regiões peri-hilares e peribrônquicas, estando os ápices, as bases e a periferia dos pulmões relativamente bem preservados. →PELE E MUCOSAS= lesões bucais papuloerosivas com pontilhado hemorrágico ou úlceras extensas que comprometem as gengivas, a língua, o palato mole e a mucosa dos lábios; as mucosas nasal, faríngea e laríngea. E, As lesões cutâneas são polimorfas e caracterizadas por pápulas, ulcerações, lesões verrucosas e infiltrativas. →LINFONODOS= O tecido linfoide é frequente sede de lesões do P. brasiliensis, particularmente nas formas juvenis agudas e subagudas da enfermidade. Os microrganismos atingem os linfonodos pelas vias linfática e hematogênica. →SUPRARRENAIS= o fungo encontra condições ideais para sua multiplicação, em virtude dos elevados níveis locais de corticosteroides. Pode levar a insuficiência crônica glandular (doença de addison). →SNC= meningite crônica granulomatosa, predominantemente basal, que lembra em muitos aspectos a tuberculose. →OUTROS ÓRGÃOS= fígado, baço, intestinos, olhos, ossos, pâncreas, testículo, ovários, útero, peritônio, tireoide. QUADRO CLÍNICO pode comprometer qualquer órgão e tem tendência à disseminação→QC VARIADO. -Há predomínio de envolvimento de pulmões, linfonodos e mucosa das vias aerodigestivas superiores. -o comprometimento de muitos órgãos pode não ser acompanhado de repercussão clínica, Laryssa Barros – P6 – Med – Tutoria portanto sua detecção é possível apenas nos casos necropsiados. ✓ SINTOMAS GERAIS indisposição, mal-estar generalizado, perda da disposição para o trabalho, anorexia e emagrecimento, por vezes tão intenso que pode levar à caquexia. A febre, muitas vezes, não se encontra presente e pode ser considerada sinal de gravidade. ✓ PULMÕES É a porta de entrada do Paracoco em quase 100% dos casos. A doença pode causar sequelas fibróticas e bolhosas. -Dispneia= queixa + frequente de caráter progressivo. No início so ocorre aos grandes esforços e progride até se manifestar no pct em repouso. -Tosse= 57% dos casos e a expectoração em 50%; em geral com aspecto mucoso, mas pode ser hemóptica em 11% dos doentes. -Dor torácica= na maioria das vezes não é referida -o comprometimento pulmonar pode ser totalmente assintomático, mesmo quando extensas lesões pulmonares são reveladas pela radiografia de tórax. -A semiologia costuma ser muito pobre mesmo naqueles com queixas respiratórias intensas ou lesões radiológicas extensas→dissociação clínico- semiológica ou radiológico-semiológica. -Exame físico= pode ter tórax enfisematoso, hipersonoridade, frêmito aumentado e submacicez, além de diversos tipos de ruídos adventícios. -Função pulmonar comprometida= padrão obstrutivo→misto→restritivo em menor proporção. Há predomínio da perfusão sob ventilação (hipoxemia e aumento da diferença alveoloarterial de oxigênio). Espirometria= predominância de lesões na árvore brônquica, em especial em nível de bronquíolos ou de conjuntivo peribronquiolar ***A regressão das lesões radiológicas, que se observa com o tratamento, não é acompanhada de melhora da função pulmonar. ✓ LINFONODOS ADENOPATIA -Adenopatia subclínica= encontro de lesões paracoccidioicas em linfonodos considerados normais ao exame clínico. Existe em linfonodos que recebem a drenagem de áreas comprometidas pelo fungo como naqueles muito distantes das lesões, sugerindo, nestes últimos, disseminação hematogênica. -Adenopatia= pode ser a principal queixa, crianças, adolescentes e adultos jovens com a forma aguda ou subaguda. As cadeias ganglionares do segmento cefálico são as mais comprometidas (submandibulares, cervicais anteriores e posteriores), seguidas pelas supraclaviculares e pelas axilares. submentoniano, pré e retroauriculares e suboccipital também podem estar comprometidos. ***é raro ter comprometimento de outros linfonodos como inguinais, os intercostais, os epitrocleanos e os poplíteos. -adenopatia abdominal= relatado com maior frequencia no centro-oeste. Pode simular abdome agudo; pode-se palpar grandes massas tumorais, que sugerem tratar-se de doença linfoproliferativa; pode causar compressão extrínseca de vísceras ocas→ icterícia por compressão das vias biliares extra-hepáticas, de síndrome de compressão da veia cava inferior e de quadros de suboclusão ou oclusão intestinal. -Mesentério= síndrome de má absorção, por vezes acompanhada de ascite quilosa. -Fazer exames como linfografia bipodal, US ou TC para registrar o frequente e por vezes intenso comprometimento do sistema linfático profundo, revelado em pacientes com a forma crônica da doença e que não apresentavam adenopatia ao exame físico. Classificação da adenopatia -INFLAMATÓRIO NÃO SUPURATIVO= todos os linfonodos apresentarem seu maior diâmetro <2 cm. Os linfonodos em geral indolores, não coalescentes, livres dos planos superficiais e profundos, sem rubor e sem calor. Laryssa Barros – P6 – Med – Tutoria -TUMORAL= pelo menos um dos linfonodos apresentar diâmetro igual ou superior a 2 cm. linfonodos com frequência dolorosos à palpação, fixos aos planos superficiais, coalescentes, com rubor e com calor. -SUPURATIVO= pelo menos um linfonodo apresentar flutuação ou fístula, independentemente de seu tamanho. ✓ MUCOSA DAS VIAS AERODIGESTIVAS SUPERIORES -Lesões em fossas nasais, cavidade oral, orofaringe, hipofaringe e laringe, podem ser dolorosas quando alimentos quentes são ingeridos orofaringe é muito rica em fungos, com várias formas em reprodução→ constitui excelente terreno para a proliferação do P. brasiliensis. mais de uma região é comprometida no mesmo paciente, com predomínio da laringe, seguida por orofaringe, hipofaringe e cavidade oral. As lesões são predominantemente bilaterais -Rouquidão, odinofagia, disfagia, ardor na garganta e dispneia; -amolecimento dos dentes, confirmado pelo exame físico, que também revela lesões periodontais. -Cavidade oral= lesões são mais frequentes no palato duro e na região gengival superior, notando-se sua presença em regiões contíguas -Orofaringe= palato mole→pilares e as paredes laterais. -Hipofaringe= seio piriforme e a parede anterior -Laringe= corda vocal e região aritenóidea, embora as partes livres e laríngeas da epiglote, a prega aritenoepiglótica, o espaço ventriculolaríngeo e a região subepiglótica também sejam comprometidos com frequência. -Morfologia das lesões= variada. O mais comum é estomatite moriforme→ lesão de evolução lenta, exulcerada, e fundo com fina granulação, muito semelhante à da amora. A hiperemia predomina em orofaringe e hipofaringe, ao passo que, na laringe, o edema e, a seguir, a hiperemia são as lesões mais comuns. ulcerações, lesões vegetantes e infiltrativas podem ser encontradas. Podem ser acompanhadas de secreção espessa, que formam pontes elásticas entre diferentes pontos dessa região, visíveis quando o paciente abre a boca. ✓ PELE -O fungo alcança a pele por disseminação hematogênica, ou por contiguidade, a partir de lesões mucosas ou ganglionares. Raras vezes a pele foi porta de entrada do fungo. Para a pele ser considerada porta de entrada= aparecimento de lesão paracoccidioidica em até duas semanas após trauma local; presençade linfadenopatia regional; ausência de comprometimento pulmonar à telerradiografia de tórax. -Lesões mais frequentes na face, e raramente afetam genitais, palmas das mãos e plantas dos pés. podem ser únicas ou múltiplas. -Tem um polimorfismo grande= variam em cor, tamanho e aspecto. Elas podem se apresentar como pápulas ou nódulos, que por vezes se ulceram e se tornam crostosas, ou como abscessos, vegetações ou lesões verruciformes. MAS Placas eritematosas e lesões numulares são pouco frequentes. Pode ser confundido com sarcoidose, cromoblastomicose e tuberculose. ✓ SUPRARRENAIS -3ª glândula mais acometida pelo paracoco, pode ter reserva diminuída, baixos niveis de cortisol e aldosterona antes da estimulação suprarrenal com ACTH e ausência de aumento destes após estímulo. Os níveis plasmáticos de ACTH se encontram elevados e quadro clínico compatível com doença de Addison, o que sugere a dosagem desse hormônio para o diagnóstico precoce de insuficiência suprarrenal crônica. -indisposição, cansaço fácil, anorexia, emagrecimento, hipotensão e hipotensão postural, hiperpigmentação de pele e mucosas – principalmente em regiões de atrito –, além de náuseas, vômitos e diminuição da potência sexual e da libido. Também podem ser observados níveis séricos elevados de potássio, cálcio e ureia, e diminuídos de sódio e cloro. ✓ APARELHO DIGESTIVO Laryssa Barros – P6 – Med – Tutoria -Sialorreia, disfagia, halitose, dor abdominal, empachamento, queimação e alterações da motilidade intestinal são referidos com maior frequência, a que se seguem regurgitação, vômitos, soluços e presença de massa abdominal. -alterações funcionais ou orgânicas em quase todos os casos, com participação de mais de um segmento na maioria deles. Íleo, estômago, duodeno, jejuno, colo ascendente e colo descendente são os segmentos comprometidos com frequência, ao passo que esôfago e reto se acham alterados em poucos casos→atenção deve ser dada à região jejunoíleo-cecal. -As alterações funcionais são mais frequentes que as orgânicas→hipersecreção, hipotonia e peristaltismo diminuído. -Alterações orgânicas= Espessamento de pregas mucosas, dilatação, compressão extrínseca por fígado, baço ou linfonodos, estenose e rigidez -suboclusão ou oclusão→abdome agudo cirúrgico. -Comprometimento da absorção intestinal= proteínas, glicose e mais frequente de gordura. Causado pela obstrução das vias linfáticas. -Fígado= hepatomegalia. Em geral, não há queixas relacionadas à lesão hepática. A biópsia hepática revela desde lesões leves e inespecíficas, caracterizadas por reatividade do sistema fagocítico mononuclear, até intenso comprometimento hepático, evidenciado por granulomas portais e intrassinusoidais. -Pâncreas= tem acometimento raro, mas simula neoplasia. ✓ OSTEOARTICULAR -Na maioria das vezes é observado em pacientes com doença disseminada. -O antecedente de trauma prévio às manifestações ósseas ou articulares deve ser interpretado como fator desencadeante da infecção nesse local, e não como inoculação do fungo. -as lesões começam pela camada medular→periósteo. São assintomáticas, podendo ser palpadas em ossos superficiais ou por achado radiológico. Locais + acometidos= predominam em tórax (costela, esterno), cintura escapular (clavícula, escápula) e membros superiores Fibrose e neoformação óssea são observadas após instituição de antifúngicos, modificando as características das lesões de forma lenta e gradual. -Articulação= dor e impotência funcional, aumento de volume e temperatura. ✓ SNC -Lesões tumorais ou meníngeas; -as tumorais podem ser únicas ou múltiplas e, neste último caso, podem se localizar em diferentes regiões, justificando o polimorfismo do quadro clínico. HIC de evolução lenta e progressiva, acompanhados de sinais de localização, como sintomas sensitivos e déficits motores. Síndrome convulsiva e edema de papila. O tumor é encontrado com mais frequencia no cérebro do que no cerebelo e tronco, medula. As massas tumorais podem evoluir p abcesso. -Comprometimento meníngeo= preferência pela base do encéfalo e quadro crônico, em geral com participação encefálica. -Liquor= pleocitose leve, moderada ou intensa, à custa de mononucleares ou de polimorfonucleares e, por vezes, sem nítido predomínio de um tipo celular + hiperproteinorraquia (a custa de gamaglobulina) + hipoglicorraquia. -Exames= O eletroencefalograma e os exames radiológicos clássicos podem revelar alterações inespecíficas. TC demonstra lesões arredondadas, com localização variável, sem sinais de neoformação ou destruição óssea, com pequena quantidade de edema perifocal e discreto efeito de massa→contraste na periferia da lesão (efeito em anel) ***difícil o diagnóstico dos casos em que o quadro neurológico é dominante ou mesmo único. ✓ OLHOS E ANEXOS -O comprometimento é unilateral, sem predomínio de nenhum dos olhos. As lesões palpebrais e Laryssa Barros – P6 – Med – Tutoria conjuntivais são as mais frequentes, sendo raros os casos de uveíte anterior ou coroidite. -Lesão palpebral= se inicia como pápula, em geral próxima ao bordo, que cresce e se ulcera no centro. A base da úlcera revela pontos hemorrágicos finos e elevados, e bordas espessas e endurecidas, lembrando o aspecto moriforme da estomatite de Aguiar Pupo. No início parece hordéolo. ✓ UROGENITAL -+ comum em pacientes do sexo masculino. -Epidídimo, testículo e próstata são os órgãos +comprometidos. Testículo e epidídimo dolorosos, aumentados de volume e consistência, dificuldade à micção, polaciúria e aumento de volume e consistência da próstata são encontrados. ✓ TIREOIDE -níveis séricos reduzidos de T3, em especial os que apresentavam a forma grave da doença. Pode ter quadro de hipertireoidismo. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Micológico Demonstração microscópica do agente etiológico com base em exame a fresco, biópsia ou exame histopatológico e confirmado pelo isolamento e identificação do fungo por meio de cultura, por técnicas sorológicas e, mais recentemente, por métodos moleculares. As amostras biológicas mais comuns são as de trato respiratório, gânglios, lesões cutâneas e mucosas. A obtenção apropriada da amostra biológica e sua manipulação correta, sem a perda da viabilidade do agente etiológico e possível contaminação, são aspectos fundamentais para o diagnóstico laboratorial, principalmente para o isolamento do agente. ✓ Antes da coleta, respeitar as normas de assepsia local. ✓ As amostras biológicas devem ser enviadas em caixas térmicas ao laboratório e, se possível, no prazo máximo de duas horas. ✓ Na impossibilidade→ armazená-las a 4°C (geladeira), exceto amostras de sangue, que deverão permanecer à temperatura ambiente ou a 37°C. -Locais= melhor em raspado de lesões tegumentares e secreções ganglionares→ grande quantidade de fungos. No escarro é mais difícil positivar, o ideal é que se colham 3 amostras em dias consecutivos. Se der negativo, colher nova amostra. As técnicas utilizadas são a clarificação, homogeneização, citoinclusão em parafina. sensibilidade dos métodos de pesquisa de P. brasiliensis no escarro tende a ser um pouco menor em pacientes com lesão radiológica pulmonar do tipo intersticial puro, nos quais se deve ampliar o número de amostras pesquisadas. -O cultivo de P. brasiliensis deve ser feito em um dos seguintes meios: Mycosel (BBL) ou Mycobiotic Agar (Difco), SAHBHI (Difco), ágar Sabouroud e ágar extrato de levedura. -Amostras de (LCR), urina e lavado brônquico devem ser centrifugadas e os sedimentos empregados para observação direta. Para exame direto de aspirados de medula óssea, geralmente é empregado o corante de Giemsa. Para exame direto de biópsia, o material deve ser previamentehomogeneizado com pequeno volume de solução fisiológica, adicionando-se, quando necessário, KOH a 10%. Histopatológico é feito em fragmentos de tecidos biopsiados, corados por HE e prata, que cora a parede de fungos. Tem sensibilidade de 97%. -Coloração por HE= permite que se avaliem a resposta inflamatória, a organização do granuloma e a existência das formas típicas da fase leveduriforme. O fungo não é corado e observa-se imagem negativa das leveduras→faz dd com pneumocistys cariini que o fungo tb n se cora com HE e tem o msm tamanho. -Coloração por prata= evidencia a existência de fungos, com a característica exoesporulação, que dá origem à forma em “Mickey-Mouse”, fortemente sugestiva de P. brasiliensis, ou em “roda de leme”, que é patognomônica desse Laryssa Barros – P6 – Med – Tutoria fungo, MAS NÃO PERMITE A AVALIAÇÃO DA RESPOSTA INFLAMATÓRIA. - permite o diagnóstico de PCM e determinar a gravidade do quadro, em função do tipo de granuloma observado (compacto em pacientes com imunidade celular preservada e frouxo nos que apresentam intenso comprometimento imune celular). Sorologias O encontro de anticorpos séricos específicos tem valor apenas preditivo, pois vários antígenos são comuns a P. brasiliensis e a outros fungos e já foram detectadas reações cruzadas com outras micoses sistêmicas (Histoplasmose)→buscar reação com maior especificidade. O antígeno Gp43 proporciona grande especificidade à reação sorológica, por se tratar do antígeno dominante de P. brasiliensis, MAS não é utilizado na rotina clínica devido a dificuldade em obtê-lo. -Método padronizado em todos os serviços= A reação de IDD em gel de ágar, com a utilização de exoantígeno rico em gp-43, obtido de amostra de P. brasiliensis com 7 dias de cultivo, que apresenta grandes especificidade e sensibilidade. S 90% e E 100%, valor preditivo negativo de 85% e acurácia de 94% -Pesquisa de anticorpos= é um dos parâmetros utilizados na avaliação da gravidade da doença, devido à relação direta que guardam entre si. em alguns casos graves a pesquisa de anticorpos anti- P. brasiliensis resulta negativa→o excesso de antígenos fúngicos consumiria os anticorpos produzidos pelo organismo e formaria imunocomplexos, fator que determina intensa imunossupressão. Curva sorológica= importante referencial na avaliação da resposta ao tratamento instituído. Os níveis séricos de anticorpos diminuem à medida que o paciente apresenta melhora clínica, podendo se negativar (como na IDD) ou se manter positivos, com valores baixos, chamados cicatriciais. RADIOLÓGICO Pulmão Não existe padrão radiológico específico da doença, mas, apesar do seu polimorfismo, observa-se sinais fortemente sugestivos que possibilitam inferir a etiologia do processo. -A lesão mais habitual caracteriza-se por infiltrado reticulonodular bilateral, simétrico, envolvendo o terço médio de ambos os pulmões. -pode-se classificar as lesões pulmonares em padrões: a) miliar ou micronodular; b) nodular; c) infiltrativo; d) pneumônico; e) cavitário; e f) fibroso Lesões micronodulares e nodulares caracterizam-se pela distribuição ampla de vários nódulos de dimensões variadas, geralmente localizados na região subcortical dos pulmões e que raramente se calcificam, ao contrário do que ocorre na tuberculose e na Histoplasmose. Padrão infiltrativo resulta da invasão do interstício através dos septos interalveolares, de modo simétrico, e das regiões peri-hilares. Alvéolos atingidos por contiguidade formam focos de condensação com aspecto flocoso, resultando em padrão pneumônico, também simétrico, classicamente reconhecido como lesão em “asas de borboleta”. Cavitações são melhores vistas na TC Fibrose= Com a evolução do processo e, principalmente, na vigência de tratamento, surgem linhas e estrias densas voltadas dos hilos para a periferia dos pulmões, sem retrações hilares importantes, associadas à hipertensão arterial pulmonar, traduzida por cor pulmonale Comprometimento pleural e de linfonodos mediastinais predominam na forma juvenil, sendo excepcional demonstrar o encontro concomitante de lesão pulmonar e linfonodal. Abdome -esôfago= notam-se descrições esporádicas de lesões estenosantes de contornos regulares, pequena extensão, geralmente na porção proximal deste órgão, traduzindo radiologicamente uma estenose benigna. -Estômago e duodeno= lesões inespecíficas e raras→espessamento de relevo mucoso, ulcerações, vegetações e estenoses. Laryssa Barros – P6 – Med – Tutoria -Hemicólon direito= perda de definição do relevo da alça por espessamento mucoso (aspecto grosseiro), resultando em rigidez de suas paredes, associada a hiperplasia nodular linfoide ou a ulcerações rasas e difusas. -Intestino grosso= irregularidades de relevo mucoso em fases iniciais, seguidas pela perda das haustrações intercaladas por áreas segmentares e múltiplas de estenoses de contornos lisos e regulares. -US de abdome= calcificações ganglionares difusas e de glândulas suprarrenais. -Fígado= obstrução coledocociana por linfonodomegalia ao redor do hilo hepático e consequente dilatação de toda a árvore biliar, que pode ser demonstrada por colangiografia trans-hepática percutânea. SNC -TC= nódulos dispersos intraparenquimatosos (granulomas), com área central de densidade ligeiramente inferior à da periferia, contorno este que sofre acúmulo de contraste intravenoso injetado durante o exame, adquirindo aspecto anelar. Estes granulomas podem estar rodeados por edema perifocal, e sua diferenciação com outras patologias é bastante difícil. Nessa micose, os granulomas acometem, em ordem decrescente de frequência, preferencialmente o cérebro, o cerebelo, o tálamo, a ponte, o bulbo e a medula espinal, podendo ser assintomáticos ou desenvolver quadro clínico neurológico correspondente a lesão expansiva intracraniana, de acordo com sua localização. Osteoarticular As lesões predominam nas clavículas, nas costelas, no acrômio e no rádio, com nítida tendência para a simetria, destacando-se o acometimento bilateral acromioclavicular. -Ossos longos= a lesão predomina na medular diafisária, podendo se estender para metáfises e epífises, invadindo a articulação adjacente, com destruição cartilaginosa e consequente redução de espaço articular. principal característica da lesão no osso é o seu aspecto lítico, sem reação esclerótica marginal, simulando lesões metastáticas ou mieloma múltiplo. EXAMES INESPECÍFICOS HEMOGRAMA= anemia normocítica e normocrômica, sendo raro o achado de hemoglobina inferior a 8 g/dℓ ou de hematócrito abaixo de 30%. Leucometria normal, ou leucocitose discreta com neutrofilia e desvio a esquerda. A eosinofilia é talvez a alteração hematológica mais característica da PCM, sendo mais intensa na forma juvenil que na crônica. E linfopenia. VHS= aumentada, com valores elevados acima de 40. se normaliza gradativamente, acompanhando a melhora clínica, pelo que pode ser utilizado no controle do tratamento, mas não é observado em pacientes q usam anfoB -mucoproteínas, α1-glicoproteína ácida e proteína C reativa se encontram elevados e se normalizam com o tratamento. -Inversão albumina/ gamaglobulina -EXAME CITOLÓGICO DO ESCARR0= revela macrófagos alveolares e neutrófilos em todos os casos, simulando TB. Pode mostrar eosinófilos, linfócitos, células epitelioides etc. DEFINIÇÃO DE CASO CONFIRMADO= Caracterizados por manifestações clínicas compatíveis e identificação de formas típicas da fase leveduriforme de P. brasiliensis em materiais clínicos; PROVÁVEL= manifestações clínicas compatíveis e detecção de anticorpos séricos específicos pela reação de IDD em gel de ágar, mas nos quais P. brasiliensis não foi identificado. TRATAMENTO Deve compreendermedidas gerais e combate à tríade desnutrição-imunodepressão-infecção. MEDIDAS GERAIS= repouso, tratamento de doenças associadas (entre as quais a verminose é a mais frequente) e controle das condições agravantes. A supressão da ingestão alcoólica e o controle do tabagismo. CAUSAS DA DESNUTRIÇÃO= alimentação deficiente, anorexia, impossibilidade de ingestão de alimentos (devido à lesão da mucosa das vias digestivas superiores, em especial da cavidade Laryssa Barros – P6 – Med – Tutoria oral, orofaringe e hipofaringe), comprometimento da absorção. TTO DA DESNUTRIÇÃO= dieta adequada, em geral hiperproteica e hipercalórica, suplementação vitamínica e, quando indicado, nutrição parenteral MEDICAMENTOSO FASE INICIAL OU DE ATAQUE DERIVADOS SULFAMÍDICOS →SULFADIAZINA= unico derivado sulfamídico comercializado atualmente no Brasil, apresenta excreção rápida e deve ser administrada por via oral (VO), na dose diária de 100 mg/kg de peso corporal, dividida em quatro tomadas iguais, tanto para crianças quanto para adultos. A dose diária máxima deve ser igual a 4 g. -Ef colaterais= são bem tolerados e quando ocorrem estão relacionados à hipersensibilidade ao fármaco e à cristalúria. -o grau de adesão do paciente ao tratamento nem sempre é satisfatório, provavelmente devido à necessidade de administração da medicação a cada 6 h→ cura clínica so em 69% dos casos→ podem ser indicados nos casos leves e em pacientes que apresentem intolerância à AMB e que não possam receber derivados azólicos. Associação de um derivado sulfamídico com trimetoprima. -muito eficaz no tto inicial; -As preparações mais utilizadas são as associações de sulfametoxazol e trimetoprima (400 mg + 80 mg) – cotrimoxazol (CMX) 480 mg, disponível para uso oral, intravenoso (IV) e intramuscular (IM) – e de sulfadiazina e trimetoprima (410 mg + 90 mg) – cotrimazina (CMZ) 500 mg, disponível apenas para uso oral. -Bactrim (CMX)= é utilizado na dose de 960 ou 1.440 mg a cada 12 h, VO ou IV. Criança recebe metade da dose indicada para adultos. Em pacientes com função renal comprometida, a dose de CMX deve ser ajustada em função da depuração de creatinina endógena (DCE). CMX é contraindicado quando o clearance estiver abaixo de 15 mℓ/min. No tratamento inicial ou de ataque, o CMX apresenta eficácia e efetividade de 98% e 94% Ef. Colaterais= intolerância gástrica, elevação de enzimas hepáticas e bilirrubinas, fosfatase alcalina e gama-gt→hepatotoxicidade reversível; aumento de ureia e creatinina; Durante o uso do CMX, os pacientes devem manter ingestão hídrica adequada, para evitar cristalúria e litíase renal; pode ter leucopenia, plaquetopenia e anemia por ação antagônica com ácido fólico exercida pelo medicamento. Contraindicações= amamentação, último trimestre gestacional→pode causar kernicterus no RN. ANFOTERICINA B - antibiótico poliênico de ação fungistática e fungicida, que se liga à molécula do ergosterol da membrana citoplasmática dos fungos, formando o complexo esterol-polieno, que altera a permeabilidade da membrana citoplasmática do fungo, determinando aumento do influxo de prótons, acompanhado do efluxo de potássio→ inibir a síntese intracelular de macromoléculas. -Sua eliminação ocorre principalmente por conversão metabólica e pela bile, e sua vida média é de alguns dias. Não é dialisável, apresenta concentração liquórica muito baixa após administração intravenosa e sua farmacocinética não se altera em pacientes anúricos ou nefrectomizados. -A AMB é o fármaco mais eficaz de que se dispõe para o tratamento da PCM, MAS, Devido à sua toxicidade, a AMB só deve ser indicada no tratamento de casos muito graves e naqueles em que CMX e derivados azólicos são contraindicados (p. ex., gestantes de termo), devendo ser utilizada com cautela, acompanhada de cuidadosa avaliação clínica e laboratorial. Os níveis séricos de sódio, potássio, creatinina e a DCE devem ser avaliados 1 vez/semana, enquanto hemograma e eletrocardiograma podem ser feitos a intervalos maiores. -Dose= iniciado com doses crescentes a partir de 5 mg, aumentando-se 10 mg a cada nova administração, até se chegar a 1 mg/kg de peso corporal, tomando-se o cuidado de não ultrapassar 50 mg para adultos e 25 mg para crianças, em cada administração. Laryssa Barros – P6 – Med – Tutoria -Deve ser administrado em dias alternados. -Os efeitos colaterais = febre, mal-estar generalizado, calafrios de grande intensidade e duração, taquicardia, taquipneia e hipertensão arterial, causados pela liberação da prostaglandina E2. flebite é bastante frequnte Nefrotoxicidade, hipopotassemia, alterações eletrocardiográficas, aumento da área cardíaca -pode ser administrado em grávidas. -A AMB não alcança níveis liquóricos adequados quando administrada por via intravenosa. DERIVADOS AZOOLICOS -apresentam atividade antifúgica de amplo espectro. -MECANISMO DE AÇÃO= inibem o citocromo P- 450, do qual depende a 14-α-demetilase, enzima fundamental na conversão do lanosterol a ergosterol→alteram a permeabilidade celular e ação de várias enzimas dependentes de CYP450 e a síntese de quitina torna-se incoordenada. -FC= bem absorvido pelo tubo digestório em pH ácido. Assim, antiácidos administrados VO, bloqueadores de receptores H2 (cimetidina e ranitidina) e a acloridria diminuem sua absorção e, consequentemente, seus níveis séricos. Após administração de 200 mg VO, os níveis séricos máximos são obtidos de 2 a 3 h depois e se encontram entre 2 e 4 μg/mℓ. O CTC se difunde muito pouco para o líquido cefalorraquidiano, é metabolizado pelo fígado e excretado pelas vias biliares, em forma inativa. A excreção urinária é mínima, de maneira que sua dose não precisa ser modificada na vigência de insuficiência renal. -Cetoconazol e itraconazol= A ação antiparacoccidióidica do ITC é 10 a 50 vezes maior que a do CTC. Apesar de melhor absorvido quando administrado VO após o desjejum, a formulação em cápsulas proporciona absorção irregular e biodisponibilidade variável. O ITC revela eficácia de 100% nos tratamentos inicial e complementar. Pode causar hepatotoxicidade. ESCOLHA DO FÁRMACO PARA O TTO INICIAL deve-se considerar a gravidade, a história de possível resistência a antifúngico previamente utilizado, a possibilidade de absorção pelo tubo digestório, a existência de condições associadas e a adesão do paciente ao esquema proposto: -Casos graves devem ser tratados com o fármaco mais eficaz, preferencialmente IV, pelo menos no início do tratamento, para se garantir a biodisponibilidade da medicação. Deve-se evitar administrar fármacos VO em pacientes que apresentem comprometimento linfático abdominal, mesmo que não se evidencie síndrome de má absorção. -Deve-se observar se há doenças associadas, a fim de se evitar o agravamento dos efeitos colaterais (AMB deve ser evitada em pacientes que tenham função renal comprometida e pacientes idosos com arteriopatia periférica). Derivados azólicos, em especial o CTC e o CMX, são fármacos hepatotóxicos e devem ser utilizados com cuidado em pacientes com hepatopatia. -AVALIAR A POSSIBILIDADE DE INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA - ITC deve ser o fármaco de escolha para o tratamento da grande maioria dos casos de PCM. No entanto, como no Brasil o ITC não é distribuído pelos serviços oficiais de saúde e seu custo ainda se encontra acima do poder aquisitivo da quase totalidade dos pacientes com PCM, essa indicação fica prejudicada→Assim, a distribuição gratuita do CMX e sua disponibilidade para uso oral e IV podem ser decisivas para a sua indicação no tratamento da PCM. Tratamento de manutenção pode ser feito com o CMX ou o ITC utilizado no tratamento inicial, ou utilizando o CMX, independentemente do tratamento inicial.A eficácia e a efetividade do tratamento complementar foram as mesmas em pacientes tratados com ITC, CMX ou ITC seguido de CMX. -DOSE= O CMX 480 ou 960 mg, administrados VO a cada 12 h, desde que se mantenham os níveis séricos de sulfametoxazol livre acima de 50 μg/mℓ. Quando não puder ser utilizado, deve-se indicar o CTC, em dose única diária de 200 mg, administrados VO, 2 h antes do desjejum. Duração do tto Laryssa Barros – P6 – Med – Tutoria independentemente do esquema terapêutico escolhido, o tratamento inicial deve ser mantido até que se obtenha cura clínica e normalização da VHS→será diferente de um paciente p outro. o tratamento de manutenção, que deverá ser mantido até 1 ano após se negativar a pesquisa de anticorpos séricos específicos, feita pela reação de IDD em gel de ágar. Controle do tto FASE INICIAL= Pacientes tratados com AMB ou com CMX IV devem permanecer hospitalizados até que se complete essa fase do tratamento. Os pacientes que recebem fármacos administrados VO devem permanecer internados apenas o tempo suficiente para a recuperação do estado nutricional e a avaliação da resposta inicial ao tratamento instituído. A seguir, são reavaliados no ambulatório a cada mês, até que se complete o tratamento de ataque. COMPLEMENTAR= os pacientes devem ser reavaliados a cada 3 meses. Além da observação clínica completa, devem ser realizadas a radiografia simples de tórax e a pesquisa de anticorpos séricos contra P. brasiliensis. -Na eventualidade de reativação da doença, com manifestações clínicas evidentes, identificação do fungo e elevação dos níveis séricos de anticorpos, deve-se realizar nova série de tratamento de ataque. -Nos casos em que se verificar apenas a elevação dos níveis séricos de anticorpos, sem manifestações clínicas, identificando-se P. brasiliensis ou lesões radiológicas de pulmão (sugestivas de atividade), deve-se aumentar a dose do fármaco de manutenção e reavaliar o paciente em 30 dias. Critérios de cura CURA CLÍNICA= quando desaparecem os sinais e sintomas da doença. Em geral, é observada em tempo relativamente curto, o que dá ao paciente a impressão de que já se encontra completamente curado. Assim, deve-se conscientizá-lo sobre o risco de recaída e, portanto, da necessidade de tratamento prolongado e reavaliações periódicas. CURA MICOLÓGICA= Pesquisa negativa do fungo em exame micológico, que se observa após tratamento eficaz. A cura micológica se refere ao desaparecimento de P. brasiliensis apenas das secreções onde foi anteriormente identificado. CURA RADIOLÓGICA= observa estabilização do padrão radiológico com o tratamento, que pode ser definida como a manutenção das mesmas lesões cicatriciais em 5 radiografias realizadas a cada 3 meses, ao longo de 1 ano. CURA APARENTE= pacientes que apresentam cura clínica, micológica, radiológica e imunológica durante 2 anos, sem receber tratamento de manutenção. HISTOPLASMOSE é uma doença endêmica ou oportunista, causada pelo fungo Histoplasma capsulatum. Que causa 3 enfermidades→ 2afetam humanos→ Histoplasmose clássica e a africana. É considerada uma zoonose pela OMS -A histoplasmose clássica, com maior prevalência, causa lesão pulmonar ou disseminada e tem como agente etiológico H. capsulatum variedade capsulatum. -A histoplasmose africana é causada por H. capsulatum variedade duboisii. Esta doença restringe-se às regiões tropicais da África subsaariana e à ilha de Madagascar, atingindo homens e macacos. As lesões envolvem principalmente a pele, subcutâneo, linfonodos e ossos. -A inalação de esporos pode ocorrer pela exposição a excretas de MORCEGOS e aves, presentes em solo contaminado de área externa, grutas ou cavernas. -Sua evolução clínica é influenciada pelo estado imunitário, nutricional, pela idade do paciente, e quantidade inalada de partículas infectantes. A depender do volume e da concentração desse inóculo, pode haver infecção assintomática ou quadro pulmonar agudo da doença, a qual constitui sua manifestação clínica mais frequente em indivíduos aparentemente hígidos. Apresenta duas formas: a pulmonar crônica e a disseminada, em pacientes com fatores predisponentes. A histoplasmose pulmonar aguda benigna é a forma mais prevalente nos casos de áreas não endêmicas; a disseminada é observada em casos Laryssa Barros – P6 – Med – Tutoria com história de forte exposição a H. capsulatum ou, em imunodeprimidos. EPIDEMIO -HISTOPLASMOSE CLÁSSICA= distribuição mundial e endêmica nas Américas do norte e do sul→afeta 13 de 50 estados dos EUA. -África, a Austrália e partes da Ásia, em particular, China, Índia, Malásia e Tailândia. -Brasil= representa uma das micoses sistêmicas mais frequentes, se bem que subestimada, e um grande desafio para pacientes com aids , FOI DESCRITA EM TODAS AS REGIÕES+ relatos da doença em pacientes aparentemente imunocompetentes em áreas dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. -alto percentual de reatores à histoplasmina aplicada por via intradérmica→ muitos pacientes assintomáticos. -Nos últimos anos, nota-se aumento de número de casos, isolados ou agrupados, em áreas não endêmicas, como o continente europeu e o asiático→ devido a aumento de turismo, negócios, trabalhos colaborativos de cunho social e da imigração Contágio - aspiração de conídios de H. capsulatum, que tem vida saprofítica abaixo da superfície do solo. -CRESCIMENTO DO FUNGO= favorecido quando há umidade e alto conteúdo de nitrogênio proporcionado principalmente pela decomposição de dejetos de aves e de morcego. -ATIVIDADES DE RISCO= Revolver e escavar a terra principalmente se for realizada em grutas e cavernas; varredura e limpeza de galinheiros. Áreas arborizadas e habitadas por pássaros, construções abandonadas e a limpeza de sótãos e forros também trazem risco para a saúde. Agricultores que manipulam fertilizantes orgânicos, bombeiros, espeleólogos e arqueólogos são categorias profissionais mais expostas a H. capsulatum. Os microconídios do fungo são facilmente destacados do micélio e podem ser transportados a longas distâncias, infectando pessoas em áreas urbanas por ocasião de fortes ventos. -MICROEPIDEMIAS= originam-se de pessoas que participam de atividades de lazer e ecoturismo podem ser infectadas simultaneamente. NÃO HÁ TRANSMISSÃO INTERHUMANA. SEXO= H=M, mas a doença se desenvolve mais em homens. IMUNOCOMPROMETIDS= são mais propensos a adquirir a doença ETIOLOGIA -H.capsulatum→encontrado em animais, como morcegos, aves, roedores e marsupiais, de distintos países americanos. espécies de morcegos em sua totalidade são reservatórios e dispersores naturais de H. capsulatum, independente de seus hábitos alimentares e rotas migratórias. -fungo dimórfico, existindo em duas formas: miceliana (hifas e esporos assexuados, conídios) e leveduriforme (esporos assexuados gemulantes). PATOGENESE A forma miceliana saprofítica tem no solo seu reservatório natural e pode ser recuperada em meios de cultura sob incubação à temperatura entre 25 e 35ºC. O solo, enriquecido com substâncias presentes em excretas de morcegos e aves, compostos nitrogenados e fósforo e sob condições ideais de temperatura (18 a 28ºC), umidade (> 60%) e pouca luminosidade, constitui um micronicho de H. capsulatum; minas, poços, ocos de árvores, construções antigas, forros, porões, grutas e cavernas são locais propícios ao desenvolvimento e esporulação do agente→ alto risco de infecção. Quando há remoção do material contaminado, seja para limpeza, reforma ou construção, numerosos conídios são liberados no ar atmosférico e atuam como partículas infectantes→ são dispersos por quilômetros em correntes de ar atmosférico, causando infecção em indivíduos sem relatode exposição recente a fontes prováveis de H. capsulatum; Nos tecidos do hospedeiro, os conídios inalados são fagocitados, por células mononucleares e, em processo complexo, transformam-se em esporos leveduriformes com gemulação única, caracterizando a forma invasiva do fungo. Laryssa Barros – P6 – Med – Tutoria As leveduras são protegidas pela alfaglucana da parede, sobrevivem à fagocitose e multiplicam-se no interior das células fagocitárias. Por via linfática e hematogênica estas células transportam o fungo para os linfonodos mediastinais e para outras cadeias linfáticas e eventualmente para o baço, fígado e tecidos distantes. Ai a imunidade específica é ativada, desenvolvendo-se anticorpos anti-H. capsulatum e a resposta mediada por linfócitos T, a mais importante para conter o microrganismo e depende da liberação de citocinas (interleucinas 12 [IL-12]), fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) e interferona-gama (IFN-y?)→ ativam os macrófagos, que se tornam habilitados a matar as leveduras intracelulares. A inflamação deixa de ser inespecífica e formam-se granulomas, tendo no centro os macrófagos que contêm o microrganismo. Os focos inflamatórios no pulmão e nos linfonodos hilares constituem o complexo primário fúngico. Os granulomas podem apresentar necrose caseosa ou não, evoluindo para fibrose e calcificação. A hipersensibilidade retardada, que sinaliza o surgimento da resposta imune celular adequada, tipo Th1, é percebida depois de 3 a 6 semanas pela positividade do teste intradérmico com antígeno de H. capsulatum. A maioria das pessoas infectadas desenvolve uma resposta imunológica eficiente e não progride para a doença. Se a pessoa aspira grande quantidade de conideos→processo inflamatórios mais intenso→surge doença pulmonar ou disseminada. crianças e imunodeprimidos existe dificuldade em organizar uma resposta celular do tipo Th1→ tendência a uma progressão para doença disseminada. os granulomas são formados incompletamente + grande quantidade de macrófagos e de leveduras nas lesões teciduais. As células macrofágicas parasitadas acumulam- se em baço, fígado, linfonodos e medula óssea→visceromegalias e com prejuízo na formação de hemácias, leucócitos e plaquetas. tabagistas e pneumopatas crônicos expostos a H. capsulatum podem desenvolver doença pulmonar crônica progressiva, com destruição do parênquima, cavitação e fibrose→alteração prévia da estrutura do tecido pulmonar dificulta o controle da infecção local, persistindo as leveduras de H. capsulatum que estimulam a continuidade do processo inflamatório granulomatoso. A inflamação crônica nas suprarrenais também pode levar a destruição e fibrose da glândula, comprometendo a produção de hormônios. Em imunodeprimidos, a infecção primária assintomática pode ser reativada→histoplasmose focal ou disseminada Métodos de biologia molecular demonstram que o H. capsulatum apresenta cepas distintas em virtude do grande polimorfismo de DNA→explica as manifestações clínicas distintas. O quadro clínico tem influencia da resposta do hospedeiro e de cepas infectantes→cepas latino- americanas serem mais virulentas, em modelo murino, do que as norte-americanas QUADRO CLÍNICO HISTOPLASMOSE AFRICANA Doença de caráter crônico com lesões em tecido cutâneo, ossos, vísceras e mais raro linfonodos e mucosas. Laryssa Barros – P6 – Med – Tutoria Formas pulmonares, com infiltrado micronodular, formas hepáticas, esplênicas, digestivas e de sistema nervoso central são menos frequentes. As adenopatias podem ser múltiplas e extensas, fistulizando e evoluindo para quadro semelhante ao escrofuloderma tuberculoide. Em crianças as formas são mais graves. A associação de histoplasmose africana com aids é menos frequente do que a histoplasmose americana. A gravidade da doença depende da fase do diagnóstico e, em geral, tem evolução benigna com taxas de letalidade baixas. O tratamento é feito com anfotericina B, podendo, nos casos menos graves, ser substituída pelo itraconazol. HISTOPLASMOSE AMERICANA Menos de 1% das pessoas infectadas por H. capsulatum evoluem para doença sintomática. É classificada em: forma pulmonar (aguda ou crônica) e disseminada (aguda, subaguda ou crônica), além de algumas apresentações clínicas menos comuns Forma pulmonar assintomática Maioria das infecções, comum em áreas endêmicas. É constatada pela reação intradérmica positiva. 25% dos casos, formam-se anticorpos, que desaparecem após cura espontânea da infecção. São raros os achados radiológicos de pneumonite ou adenomegalias hilares; a minoria (< 30%) forma, após meses, ou anos, nódulos calcificados nos pulmões, nos linfonodos ou no baço. Forma pulmonar aguda Ocorre por inalação maciça de conídios de H. capsulatum e a gravidade da infecção pode depender do tempo de exposição. Fazer anamnese detalhada pra saber sobre fontes de exposição. As manifestações clínicas ocorrem em porcentagem mínima (< 10%) de indivíduos que se infectam com H. capsulatum. A maioria são crianças 1-3 semanas após infecção= sinais e sintomas inespecíficos como febre, calafrios, cefaleia, mialgia, perda de apetite, tosse não produtiva e dor subesternal + infiltrado micronodular e pneumonia uni ou bilateral no Rx de tórax + linfonodos hilar e mediastinal aumentados. A ausculta pulmonar pode detectar poucos estertores. Se o rx for realizado após a regressão do infiltrado pulmonar, a linfoadenopatia hilar é o achado primário. 5 a 10% dos pacientes apresentam lesões e alterações extrapulmonares, quer pela disseminação de H. capsulatum, quer pela reação imunológica a seus antígenos. Podem ser encontrados linfadenomegalia cervical ou generalizada, discreta hepatoesplenomegalia, artrite e artralgia, eritema nodoso e eritema multiforme. -As formas dermatológicas são mais frequentes em mulheres jovens, fato atribuído à maior hipersensibilidade a antígenos de H. capsulatum, sendo que o eritema nodoso é, notadamente, mais comum em casos da América do Sul. -A grande maioria dos casos recupera-se da doença, sem tratamento específico, com desaparecimento dos sintomas em1 a3 semanas; alguns casos, porém, relatam fadiga e astenia que persiste por muitos meses. -DD= sarcoidose (linfadenopatia hilar, artralgia e eritema nodoso) + paracoccidioidomicose e pneumonias comunitárias atípicas, causadas por Mycoplasma, Legionella e Chlamydia. FORMA GRAVE PULMONAR AGUDA períodos longos de exposição, ou exposição maciça, a conídios, e é verificada em pacientes com deficiencia do sistema imune celular. -a infecção pulmonar progride com febre moderada, tosse , dispneia marcante, broncoespasmos frequentes e dor torácica. As imagens radiológicas mostram infiltrados bilaterais difusos + colaescencia de nódulos. Pode ocorrer SRAG. -Quando da resolução da pneumonia, os nódulos remanescentes, calcificam. Muitos pacientes se recuperam sem tratamento específico, mas os quadros graves sempre devem ser medicados Laryssa Barros – P6 – Med – Tutoria para evitar complicações e abreviar o tempo de cura. Forma pulmonar crônica pessoas com enfisema prévio, tipicamente homens tabagistas com idade superior a 50 anos -QC= tosse produtiva, no entanto há outros sintomas, como febre, dor torácica, perda de peso, anorexia, astenia, suores noturnos e dor pleural. Hemoptise é verificada em cerca de 30% dos casos. Se a doença não for tratada, o óbito pode decorrer da insuficiência pulmonar progressiva (SRAG) RX= lesão intersticial densa localizada no terço superior de um dos pulmões, associada com lesões menos pronunciadas em outras regiões pulmonares. Traves fibrosas e cavitação no lobo superior são observadas na maioria dos pacientes A lesão pulmonar aumenta com o tempo,pode se tornar bilateral e o paciente evoluir para óbito por insuficiência respiratória e complicações tais como pneumotórax e infecções bacterianas. Principal DD= tuberculose pulmonar, micobacterioses e infecções fúngicas (paracoco, esporotricose) -Complicações clínicas= Nódulos calcificados podem ser encontrados no mediastino, mas é raro em casos com linfadenopatia hilar e mediastinal. Na maioria dos casos de linfadenite mediastinal, a infecção evolui para a cura espontânea, mas a mediastinite granulomatosa, ou granuloma mediastinal, é a complicação vista quando múltiplos nódulos coalescem e desenvolvem necrose caseosa. As massas de nódulos, contendo material necrótico ou liquefeito, muitas vezes, contendo células leveduriformes de H. capsulatum perduram por meses ou anos→ pode pressionar e obstruir a traqueia, os brônquios e o esôfago, com sintoma relacionado à estrutura envolvida. Os nódulos podem, ainda, drenar espontaneamente nos tecidos moles adjacentes do pescoço, originando fístulas, ou mesmo no pericárdio. A doença atinge, ao longo dos anos, a veia cava superior, as artérias, as veias pulmonares e os brônquios. A broncolitíase pode seguir à obstrução bronquial, causada por nódulos calcificados peribronquiais. Pericardite. AS FORMAS DISSEMINADAS= são definidos quando há isolamento ou demonstração, histológica ou citológica, de H. capsulatum em sítio extrapulmonar, acompanhada de evidências clínicas, radiológicas e/ou post-mortem de envolvimento sistêmico. Forma disseminada aguda forma mais grave da doença, que ocorre mais em crianças pequenas e em imunossuprimidos, evoluindo para óbito do paciente não tratado em poucas semanas ou meses. -QC= febre elevada, adinamia, perda de peso, linfadenomegalia generalizada, hepatoesplenomegalia, anemia, leucopenia e plaquetopenia. Lesões na mucosa oral, tubo digestivo e em outros órgãos são relativamente comuns Adultos imunossuprimidos= as lesões cutâneas são comuns e múltiplas, iniciando como pápulas→ nódulos com umbilicação central e para úlceras -RX= pulmões apresentam infiltrado difuso, micronodular ou reticulonodular. -Complicações= vasculite, CIVD, disfunção hepática e renal e septicemia bacteriana podem levar o paciente a óbito -DD= Outras infecções fúngicas, micobacterioses, citomegalovirose e doenças linfoproliferativas. Forma disseminada subaguda - lesões e o processo inflamatório são menos exuberantes e a evolução mais lenta do que na Laryssa Barros – P6 – Med – Tutoria fase aguda, porém, febre e hepatoesplenomegalia estão presentes em parte dos pacientes. - concomitância de lesões focais em outros órgãos é característica desta forma de doença: lesões intestinais→ úlceras na região ileocecal, causando dor abdominal e diarreia e complicações como perfuração ou suboclusão intestinal e sangramento digestivo. Comprometimento das suprarrenais →doença de Addison é uma sequela funcional em parte dos pacientes. SNC→ é pouco comum e manifesta-se como meningite linfocitária crônica, mielite ou como lesão expansiva cerebral. Endocardite→nos pacientes com lesão valvular prévia, e infecção do endotélio de vasos, associada com aneurisma e prótese vascular, também são lesões observadas. Úlceras na mucosa orofaringiana. Disseminada crônica lesões geralmente restritas a mucosa da boca, lábios e laringe. Ocasionalmente lesões viscerais compõem o quadro clínico ou manifestam-se isoladamente, como por exemplo meningite, lesões de suprarrenais, osso, articulações, fígado e endocárdio. Os pacientes são adultos não imunossuprimidos, não há comprometimento do estado geral e o curso da doença pode se estender por vários meses a anos. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL INESPECÍFICO= anemia, leucopenia e/ou plaquetopenia. São frequentes as elevações discretas de enzimas hepatocitárias e canaliculares e da desidrogenase láctica. EXAME DIRETO DA AMOSTRA Amostras= secreção pulmonar, pus e crosta de lesão cutânea, aspirado de medula óssea ou ganglionar, sangue e outros líquidos e tecidos. - emprega-se coloração panótica, desde que o agente localiza-se, em regra, de forma intracelular. Corantes de Leishman, May- Grunwald-Giemsa ou Wright tingem e realçam as células do agente em geral, dentro de fagócitos. Em casos de infecção grave, organismos extracelulares podem, ocasionalmente, ser observados. - grande afinidade do agente com sistema reticuloendotelial do hospedeiro torna imperativo o exame microscópico de sangue e medula óssea→ forma disseminada pode da falso positivo. -Resultado += presença de pequenas (2 a 5 μm em diâmetro) células leveduriformes, redondas ou ovais, de cor arroxeada, em gemulação, circundadas por fino halo incolor correspondente à parede celular fúngica. A parede celular que não é tingida pelos corantes sugere, de modo incorreto, a presença de cápsula e justifica o nome da espécie do agente etiológico. EXAME CITOLÓGICO= pouco sensível e um resultado negativo não deve descartar a hipótese de histoplasmose; *** o exame micológico deve sempre ser complementado com análise histopatológica e cultura da amostra biológica para isolamento do agente→ melhore a acurácia do diagnóstico laboratorial. O exame confirmatório é o isolamento do agente etiológico em cultura. Exame histopatológico usa-se a coloração de hematoxilina-eosina, que permite a observação de células leveduriformes em brotamento único, coradas em cor roxa- azulada e circundadas por halo incolor, localizadas em regra, dentro das células do hospedeiro. -+= células leveduriformes intracelulares, com gemulação única e sem formação de hifas, sugere a presença de H.capsulatum. - permite a observação do agente etiológico, mas também a reação tecidual e, por isso, é uma das melhores ferramentas para diagnóstico rápido e presuntivo de Histoplasmose cultura - cultura micológica da expectoração e de amostras biológicas em geral é feita em ágar- sabouraud, contendo ou não cloranfenicol e cicloheximida para inibir o crescimento de outros microrganismos. H. capsulatum leva 2 a 6 semanas em temperatura ambiente para crescer como micélio. Laryssa Barros – P6 – Med – Tutoria -Hemoculturas são realizadas em pacientes com histoplasmose disseminada aguda e subaguda, particularmente em imunossuprimidos. -Medula óssea aspirada também pode ser cultivada nos frascos de hemocultura. O cultivo de amostras biológicas, de qualquer espécie, para isolamento e caracterização do agente etiológico, demanda longo período de tempo (2 a 4 semanas) e, por isso, apesar de ser considerado o “teste-ouro” não oferece diagnóstico rápido da doença; além disso, resultado negativo de cultura não exclui a possibilidade de infecção. Sorologias são de grande valia na triagem de casos com impressão clínica de histoplasmose. -Locais que podem ser realizados em amostras de soro, sangue, líquido pleural, lavado broncoalveolar, líquido cefalorraquidiano e urina. -É mais empregada a imunodifusão dupla em gel, na qual podem ser detectadas as bandas de precipitinas M, que sinaliza infecção passada ou doença, e H, que indica doença ativa pelo fungo. -sugestivos de histoplasmose-doença= títulos iguais ou superiores a 1:32 na reação de fixação de complemento, 1:8 na contraimunoeletroforese e títulos elevados de anticorpos IgG e eventual presença de IgM anti-H. capsulatum nos testes ELISA e Western blot. -Limitações= só se torna aparente depois de 4 ou 6 semanas da exposição ao fungo; anticorpos anti-H. capsulatum não são detectados em cerca de 40% dos pacientes coinfectados com HIV e AIDS -são positivos em 2/3 dos casos de Histoplasmose. -podem ser empregados para casos disseminados e crônicos, sendo menos sensíveis para diagnóstico das formas pulmonar localizada eagudas, apresentando resultados satisfatórios em torno de 90% dos casos na forma disseminada e 75% na forma pulmonar da doença. -Brasil= precisa ser importado os agentes necessários aos testes, uma vez que não existe fabricação industrial. Intradermorreação A histoplasmina é uma composição de antígenos do fungo usada para diagnóstico presuntivo da histoplasmose. -a reatividade intradérmica pode persistir positiva após a remissão da manifestação da doença, tornando confusa a interpretação de tal teste, pois um resultado positivo não distingue a doença ativa de infecção pregressa. DEFINIÇÃO DE CASO CONFIRMADO= hospedeiro apresenta a doença, de acordo com um dos seguintes critérios: a) isolamento em cultura de H. capsulatum a partir de líquidos biológicos ou tecidos; b) demonstração histológica, ou sob exame direto da amostra biológica, de formas compatíveis com H. capsulatum, quais sejam: células leveduriformes pequenas e em gemulação única, situadas em fagócitos sanguíneos ou em macrófagos teciduais. PROVÁVEL= presença de, no mínimo, um fator relacionado ao hospedeiro, incluindo: doença imunodepressora, tratamento com quimioterápicos, corticosteroides e outros imunossupressores de células T, além de clínica compatível e demonstração indireta do agente etiológico, como resultado de antígeno positivo para H.capsulatum em urina, sangue ou líquido cefalorraquidiano. TRATAMENTO anfotericina B e substâncias azólicas Laryssa Barros – P6 – Med – Tutoria -desoxicolato da anfotericina B é 0,7 a 1 mg/kg de peso/dia. -lipossomal é de 3 a 5 mg/kg de peso/dia→ MENOS EFEITOS ADVERSOS, é mais eficaz na forma disseminada aguda, é mais cara. -Itraconazol= medicamento de escolha dentre os triazólicos, usado em adultos na dose de 600 mg/dia nos três primeiros dias, seguida de 200 a 400 mg/dia ao longo do tratamento (usar doses de 400 a 600 mg/dia durante tempo mais longo em imunossuprimidos), sempre ingerido logo após as refeições. -Fluconazol= opção secundária, sendo útil por sua formulação para uso intravenoso e pela atuação no sistema nervoso central. -Corticosteroides= quando o processo inflamatório for prejudicial ao paciente Forma pulmonar aguda sintomas regridem espontaneamente, sem necessidade de antifúngicos. Pacientes com febre além de 4 semanas e quadro respiratório mais intenso devem receber itraconazol por via oral durante 6 a 12 semanas. -iniciar AMB e corticoterapia em casos graves que progridem para insuficiência respiratória. Forma pulmonar crônica itraconazol durante 1 a 2 anos. A anfotericina B é reservada para pacientes que requerem hospitalização e para casos que não melhoram com o triazólico. Forma disseminada terapia de indução com anfotericina B durante 2 a 6 semanas, após as quais a manutenção é feita com itraconazol (ou fluconazol) por 1 a 2 anos. Coinfecção com HIV Pacientes com AIDS devem continuar com profilaxia secundária enquanto a contagem de linfócitos CD4 estiver abaixo de 150/μℓ, o que pode ser feito com os mesmos triazólicos – 100 a 200 mg/dia –, ou com sulfametoxazol-trimetoprima, 800/160 mg, de 12 a 12 h. Disseminada subaguda e crônica itraconazol, desde poucos meses para a lesão isolada em mucosa oral e vias respiratórias altas até 12 ou mais meses para lesões viscerais. Meningite inicialmente com anfotericina B desoxicolato até completar cerca de 35 mg/kg de peso ou com anfotericina B lipossomal, 5 mg/kg de peso/dia, até chegar ao total de 150 a 200 mg/kg de peso. A manutenção é feita com fluconazol, 400 a 600 mg/dia durante período superior a 1 ano. SUSPENSÃO DO TTO deve ser precedida da reavaliação do caso para constatar a cura. O paciente não deve ter mais lesões ativas, os testes sorológicos são negativos ou mostram títulos residuais de anticorpo anti-H. capsulatum e, quando aplicáveis, os exames de imagem revelam apenas lesões cicatriciais. CRIPTOCOCOSE É uma micose profunda, cosmopolita, com comportamento oportunista, causada por fungos pertencentes ao gênero Cryptococcus. É também conhecida como torulose, doença de Busse-Buschke e blastomicose europeia. Com a epidemia da (aids), a partir dos anos 1980, houve aumento significante na prevalência dessa micose, considerada emergente. Ela é Laryssa Barros – P6 – Med – Tutoria responsável por infecção sistêmica em pacientes que apresentam imunodepressão. ETIOLOGIA -Gênero: cryptococcus, 34 espécies, 2 importantes na patologia humana→ neoformans e gattii. A espécie neoformans é a mais comum, inclusive no Brasil, e também a associada à doença em imunossuprimidos, sendo a predominante nos casos de aids. A espécie gattii é limitada às regiões tropical e subtropical. Ocorre na Austrália, Canadá, Sudeste da Ásia, África Central, Sul da Califórnia e Brasil→ doença em imunocompetentes. -classe Blastomycetes, família Cryptococcaceae. -Fase sexuada= a reprodução ocorre após a conjugação de duas cepas compatíveis, o que possibilita a grande diversidade genética→forma pseudomicélio (hifas longas com septos) que dá origem a basídios (estruturas não septadas) e a basidiósporos, cuja germinação origina as células leveduriformes. -A fase assexuada se da na forma leveduriforme, por meio de brotamento único ou duplo; é a encontrada na doença humana ou animal, e se apresenta como estruturas esféricas ou globosas, com 3 a 8 μm de diâmetro, geralmente com cápsula espessa de mucopolissacarídico→relacionada com a capacidade invasiva e patogênica do fungo. -Cultivo= meios como ágar-Sabouraud ou ágar- extrato de malte, são adequados para o cultivo do criptococo, que cresce a 37°C, formando colônias de tonalidade creme, brilhantes, viscosas e úmidas. Identificação do fungo= utiliza-se a capacidade de assimilar carboidratos, positiva para inositol, nitrato de potássio, sacarose, maltose e dulcitol, e negativa para lactose. -O Cryptococcus neoformans é dividido em duas espécies e cinco sorotipos utilizando-se teste de aglutinação e imunofluorescência, características em meios de cultura, e pelo sequenciamento dos nucleotídeos dos genes do RNA ribossomal. As espécies são denominadas neoformans, sorotipos A, D e AD e gattii sorotipos B e C. EPIDEMIO -homens, adultos entre 30-60anos, rara na pediatria. -encontrado no mundo todo, em diversos tipos de solos e em tecidos, secreções e excreções dos animais, e do próprio homem; -Pombos= Os excretos dessas aves são um meio de cultura fértil para o crescimento do fungo (bases nitrogenadas), sendo que as fezes velhas contêm maior concentração do fungo do que as eliminadas recentemente. MAS o pombo raramente se infecta, provavelmente por ser a sua temperatura corpórea elevada (42°C), podendo inibir o crescimento do fungo. -Não há contágio inter-humano e a doença vem aumentando em frequência→aumento do número de casos de indivíduos imunossuprimidos. -IMUNOSSUPRIMIDOS= comprometimento da imunidade celular→podendo acometer os pacientes com linfomas, leucemias crônicas, diabetes, lúpus eritematoso sistêmico, sarcoidose, uso de altas doses de corticosteroides, de anticorpos monoclonais, transplantes de órgãos e na aids. Aids= é a 3ª ou 4ª infecção oportunista, em frequência e causa importante de morte. no mundo a associação HIV e criptococose acometa um milhão de pacientes, anualmente. A mortalidade desses pacientes no primeiro mês de tratamento é de 20%, e sem tratamento de 100%. Há informações de que 6 a 10% dos pacientes com aids desenvolvem neurocriptococose, e em 40% desses, a doença é a primeira manifestação definidora da aids. No Brasil, 6% dos pacientes com aids, no momento do diagnóstico dessa doença, tinham criptococose. Após a introdução da (TARV), nos pacientes com aids, a incidência dessa micose diminuiu nos países
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