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doença renal crônica nefrologia

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1 Clínica de Pequenos Animais | VeteduKa| MEDICINA VETERINÁRIA UFPA 2019| Alícia de Souza Silva | @mdemedvetr 
Doença renal cronica 
O que é? 
Qualquer alteração estrutural ou funcional em um ou ambos os rins que persista por mais de três meses
CARACTERIZAÇÃO 
• Alterações estruturais: diagnóstico deve ser feito 
por diagnóstico por imagem ou laparotomia. 
o Rim único: só 50% da quantidade de néfrons 
o Policistos renais: doença renal policística etc. 
o Rins reduzidos: idade, doenças etc. 
• Alterações funcionais: 
o Metabólicas: 
▪ Filtração 
▪ Equilíbrio hídrico 
▪ Equilíbrio eletrolítico 
▪ Equilíbrio ácido-base 
▪ Pressão arterial 
o Endócrinas: 
▪ Pressão arterial 
▪ Eritopoeitina 
▪ 1-alfa-hidroxilase 
• Quadro irreversível! 
• É mais frequente em gatos que em cães → devido 
aos gatos terem a metade dos néfrons que os cães. 
• A progressão em gatos é mais lenta que em cães. 
 
CAUSAS 
• Condições que favorecem ou antecedem a DCR: 
o Idade → mais velho, menos néfrons 
funcionais. 
o Menor número de néfrons 
o Doenças genéticas 
• Doenças ou condições que vão lesionar: 
o Doenças imunomediadas 
o Infecções sistêmicas 
o Pielonefrite 
o Obstrução do trato urinário 
o Nefrolitíases 
o Nefrotoxinas 
o Hipertensão arterial sistêmica 
o Hipoperfusão crônico 
o Amiloidose 
• Causas prováveis: 
o Doença periodontal → mais predispostos a 
uma maior creatinina. 
o Vacinação em gatos 
o FIV 
o Neoplasias 
o Processos inflamatórios crônicos → mais 
comuns = dermatites e dermatoses 
 
 
 
 
 
ESTADIAMENTO 
O paciente com DCR tem uma evolução diferente 
dependendo do valor de creatinina apresentada, o 
seja, a doença passa por fases que dependem de uma 
terapêutica diferenciada. O estadiamento é 
importante para orientar o clínico para diagnosticar, 
monitorar e tratar de forma individualizada. 
É baseado na avaliação sérica de creatinina. É indicado 
que o paciente tenha duas mensurações diferentes e 
que o diagnostico seja mantido ao mínimo 3 meses. A 
creatinina vem do metabolismo muscular e pode sofrer 
alterações: 
• Exógenas: 
o Dietas hiperproteicas: se antes do exame o 
animal teve uma alimentação rico em 
proteínas, pode ser que a creatinina sofra 
modificações e esconda o valor real. 
o paciente com febre (catabolismo proteico), 
pode ter aumento de creatinina. 
o Paciente desidratado. 
• Endógenas: 
o Animais musculosos tem alto valor de 
creatinina → animais mais magros tem um 
valor menor. 
 
SUBESTADIAMENTO 
 Proteinúria 
• Excluir causas fisiológicas: é necessária uma boa 
anamnese para saber se não foi ingerida uma 
quantidade de proteína alta antes do exame, se foi 
feito exercício físico intenso ou se houve febre. 
• Excluir causas pré e pós renais: 
o Pré: se houve algum processo inflamatório 
(infeccioso ou não) que provoque produção 
de imunoglobulinas. 
o Pós: se houve processo inflamatório 
(infeccioso ou não) no trato urinário inferior. 
Realizado o diagnóstico da forma correta, deve-se fazer 
a avaliação seriada da proteinúria: 3 avaliações com 
intervalo de 15 dias. Ao avaliar, pensar de forma 
quantitativa, através da razão entre 
proteína/creatinina urinária. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quando há lesão glomerular, há desenvolvimento de processo inflamatório. Vai haver lesão da parede do capilar 
glomerular, mudar a permeabilidade do capilar e facilitar a passagem de moléculas de grande peso molecular através 
desse filtro, fazendo com que a proteína vá para urina. Mas, deve-se lembrar que se trata de uma doença renal crônica. 
Sempre que doenças inflamatórias se tornam crônicas, há consequências de depósito de substâncias que levam a 
fibrose/esclerose do glomérulo. 
 
 Hipertensão 
• Múltiplas mensurações da PA: podendo ser 
acompanhado por métodos invasivos ou não 
invasivos. 
• Escolher um método: o melhor se adapte ao 
paciente, usando-o até o fim do tratamento. 
• Manejo do paciente: deve-se ter MUITO cuidado, 
para que não haja alteração por estresse no 
exame. 
o SÍNDROME DO JALECO BRANCO!! 
• Consequências; 
O rim tem a capacidade de regular a pressão 
intraglomerular, ou seja, a pressão sistêmica pode 
alterar, mas não vai mudar dentro do capilar. 
Entretanto, é limitada. Um rim saudável consegue 
manter a pressão intraglomerular com a taxa de 
filtração preservada quando a pressão sistêmica varia 
de 70 a 150 mmHg. Se o rim é doente, ele perde essa 
capacidade de auto regulação, ou seja, variações da PA 
vão influenciar na taxa de filtração glomerular e ter 
uma lesão renal adicional. 
 
 
É IDEAL QUE O EXAME SEJA COLETADO APÓS A 
HIDRATAÇÃO DO PACIENTE! 
 
3 Clínica de Pequenos Animais | VeteduKa| MEDICINA VETERINÁRIA UFPA 2019| Alícia de Souza Silva | @mdemedvetr 
EM CÃES 
 
• Valor menor que 1.4 de creatinina: função renal preservada, a não ser que haja marcadores de doença renal 
crônica → proteinúria, hipertensão e deformidade anatômica. Pacientes com um ou mais marcadores já são 
pacientes em estágio 1, visto que já tem comprometimento renal e a função de 100% é menor. 
• Valor de creatinina entre 1.4 e 2.0: paciente tem aproximadamente 33% de função renal remanescente. 
• Valor de creatinina entre 2.1 e 5.0: possui no máximo 25% de parênquima renal funcional. 
• Valor de creatinina acima de 5.0: chamado de estágio terminal. 
 
 
 
EM GATOS 
 
• Valor menor que 1.6 de creatinina: função renal preservada, a não ser que haja marcadores de doença renal 
crônica → proteinúria, hipertensão e deformidade anatômica. Pacientes com um ou mais marcadores já são 
pacientes em estágio 1, visto que já tem comprometimento renal e a função de 100% é menor. 
• Valor de creatinina entre 1.6 e 2.8: paciente tem aproximadamente 33% de função renal remanescente. 
• Valor de creatinina entre 2.9 e 5.0: possui no máximo 25% de parênquima renal funcional. 
• Valor de creatinina acima de 5.0: chamado de estágio terminal. 
 
 
 
5 Clínica de Pequenos Animais | VeteduKa| MEDICINA VETERINÁRIA UFPA 2019| Alícia de Souza Silva | @mdemedvetr 
Estágios Cães Gatos 
I 
• Creatinina < 1,4 mg/dL 
• Presença de algum marcador 
• Densidade urinária < de 1,025 
• Creatinina < 1,6 mg/dL 
• Presença de algum marcador 
• Densidade urinária preservada 
II 
• Cr 1,4 – 2,0 mg/dL 
• Alterações na filtração, equilíbrio hídrico, 
eletrolítico, ácido-base e endócrina. 
• Acidose metabólica 
• Hipocalemia 
• Hiperfosfatemia 
• Hiperparatireoidismo renal secundário 
• Cr 1,6 – 2,8 mg/dL 
• Alterações na filtração, equilíbrio hídrico, 
eletrolítico, ácido-base e endócrina. 
• Hipocalemia 
• Hipofosfatemia 
• Hiperparatireoidismo 
• Densidade urinária < 1,035 
III 
• Cr 2,1 – 5,0 mg/dL 
• Todas as complicações do estágio II 
• Diminuição da taxa de eliminação renal 
de fármacos 
• Anemia por deficiência de eritropoietina 
• Cr 2,9 – 5,0 mg/dL 
Todas as complicações do estágio II 
• Diminuição da taxa de eliminação renal 
de fármacos 
• Anemia por deficiência de eritropoietina 
IV 
• Cr acima de 5,0 mg/dL 
• Desnutrição 
• Desidratação 
• Todas as complicações do estágio 3 
• Cr acima de 5,0 mg/dL 
• Desnutrição 
• Desidratação 
• Todas as complicações do estágio 3 
 
PLANO DE DIAGNÓSTICO 
 
Estágio I 
Avaliar se há marcadores → alterações anatômicas, proteinúria e hipertensão 
Cães 
• Ultrassom 
• Avaliação sanguínea de creatinina < 1.4 
• Urinálise pra avaliar se a densidade está baixa ou não 
• Reação proteína creatinina urinária. 
• Pressão arterial sistêmica 
Gatos 
• Ultrassom 
• Avaliação sanguínea de creatinina < 1.6 
• Reação proteína creatinina urinária. 
• Pressão arterial sistêmica 
 
 
Estágio II 
Acidose, hipocalemia, hiperfosfatemia e hiperparatireoidismo 
Cães 
• Avaliação sanguínea de creatinina 1.5-2.0 
• Hemogasometria → avaliar ácido-base 
• Eletrólitos → sódio, potássio, cloreto, magnésio. 
• Fósforo → aumento de fósforo 
• Hiperparatireoidismo renal secundário → diagnosticado pelo PTH sérico 
• Reação proteína creatininaurinária 
• Pressão arterial sistêmica 
Gatos 
• Avaliação sanguínea de creatinina 1.7-2.8 
• Hemogasometria → avaliar ácido-base 
• Urinálise pra avaliar se a densidade está baixa ou não 
• Eletrólitos → sódio, potássio, cloreto, magnésio. 
• Fósforo → aumento de fósforo 
• Hiperparatireoidismo renal secundário → diagnosticado pelo PTH sérico 
• Reação proteína creatinina urinária 
• Pressão arterial sistêmica 
 
 
Estágio III 
Acidose, hipocalemia, hiperfosfatemia, hiperparatireoidismo e anemia 
Cães 
• Avaliação sanguínea de creatinina 2.1- 4.9 
• Hemogasometria 
• Eletrólitos 
• Fósforo 
• PTH 
• Hemograma 
• Contagem de reticulócitos 
• Reação proteína creatinina urinária 
• Pressão arterial sistêmica 
Gatos 
• Avaliação sanguínea de creatinina 2.9 - 4.9 
• Hemogasometria 
• Eletrólitos 
• Fósforo 
• Hemograma 
• Contagem de reticulócitos 
• Reação proteína creatinina urinária 
• Pressão arterial sistêmica 
 
Estágio IV 
Acidose, hipocalemia, hiperfosfatemia, hiperparatireoidismo, anemia, desnutrição e desidratação 
Cães 
• Avaliação sanguínea de creatinina 2.1- 4.9 
• Hemogasometria 
• Eletrólitos 
• Fósforo 
• PTH 
• Hemograma 
• Contagem de reticulócitos 
• Albumina 
• Reação proteína creatinina urinária 
• Pressão arterial sistêmica 
Gatos 
• Avaliação sanguínea de creatinina 2.9 - 4.9 
• Hemogasometria 
• Eletrólitos 
• Fósforo 
• Hemograma 
• Contagem de reticulócitos 
• Albumina 
• Reação proteína creatinina urinária 
• Pressão arterial sistêmica 
 
 
7 Clínica de Pequenos Animais | VeteduKa| MEDICINA VETERINÁRIA UFPA 2019| Alícia de Souza Silva | @mdemedvetr 
TRATAMENTO 
• Paciente está azotêmico? Qual a origem da azotemia? 
o Pré-renal: hidratação! 
o Renal: diálise, cetoanálogos e dieta hipoproteica. 
o Pós-renal: exames de imagem podem diagnosticar se há uma obstrução. Se sim, desobstrução! 
o EVITAR A SUPERHIDRATAÇÃO → sobrecarga renal!! 
• Paciente está desidratado? Apresenta PU/PD? PD é compensatória? Há vômito ou diarreia? 
 
Estágios 
Estágio I Estágio II Estágio III Estágio IV 
Correção de hidratação 
deve ser pontual 
Correção de hidratação 
deve ser pontual 
Aqui o paciente pode ter 
poliúria exacerbada e a 
polidipsia não compensar 
as perdas. Logo, deve-se 
fazer um protocolo de 
fluidoterapia subcutânea. 
Mesmo raciocínio sobre a 
fluidoterapia subcutânea. 
Além disso, deve ser feito 
o manejo de água por 
sonda gástrica ou 
esofágica 
 
Se, após isso, o animal ainda se manter desidratado, deve se avaliar se o paciente não apresenta uma pielonefrite! 
Assim, é necessário associar a terapia de pielonefrite com a fluidoterapia. 
• Está em acidose metabólica? O bicarbonato está abaixo de 18,0 mEq/L? 
Indica-se a suplementação medicamentosa. Quando a acidose metabólica e o bicarbonato se encontram entre 18 e 
21, a correção dietética já é o suficiente. O citrato de potássio em 45-75 mg/Kg BID junto com o alimento para evitar 
efeitos na mucosa gástrica é recomendada quando se quer suplementar potássio e bicarbonato, sendo super potente 
visto que 1 molécula de citrato se transforma em 6 moléculas de bicarbonato. É necessário monitorar o paciente para 
evitar a hipercalemia. 
Se o paciente ficar hipercalêmico, deve-se usar o bicarbonato de sódio. Sendo o cálculo: 
 
Deve-se continuar monitorando o paciente durante 15 dias. 
• Paciente está anêmico? 
o Certificar que o paciente não tem causa de inflamação crônica. 
o Não tem? Fazer a suplementação vitamínica, especialmente as do complexo B, as quais são responsáveis pela 
formação da hemoglobina, são hidrossolúveis e podem ser perdidas em pacientes poliúricos. 
o Suplementação: vitaminas do complexo B, ácido fólico e ferro. 
o Se não houver resposta, suplementação de eritropoetina associada às vitaminas! 
• Meu paciente está com hiperfosfatemia? 
o Monitorar em 4-6 semanas e pode mudar conforme o estágio de DCR, e quanto maior o estágio, os limites 
de fósforo são maiores. 
▪ Fósforo deve estar entre 4,5-5,5. 
o Pode ser tratada de duas formas: dietética e medicamentosa, sendo que uma não exclui a outra. 
o No início da DRC, a restrição de fósforo dietética já é suficiente pra correção da hiperfosfatemia. 
o Não houve efeito, o que fazer? → parte para a forma medicamentosa de tratamento com quelante de fósforo, 
ou seja, vai impedir a absorção intestinal de fósforo. 
▪ Hidróxido de alumínio (dose máxima) 30 mg/kg/dia entre 2-3 refeições → precisa ser junto com o 
alimento para evitar a absorção intestinal de fósforo. 
✓ CONTRAINDICAÇÃO: por tempo prolongado, pois o acúmulo pode provocar toxicidade e o 
diagnóstico por intoxicação de alumínio em animais é difícil, pois os sinais são 
inespecíficos/semelhantes aos de azotemia. 
 Teve intoxicação? Carbonato de cálcio 90-150 mg/kg junto com alimento, dividido em 2-3 
refeições. 
Bicarbonato p/ repor = 0,5 x peso x déficit de bicarbonato 
ou 
Bicarbonato p/ repor = 0,3 x peso x BE 
 
▪ Carbonato de cálcio também pode ser usado se necessitar corrigir cálcio concomitante à 
hiperfosfatemia. 
▪ Sevelamer 30-135 mg/kg dividido em 2-3 refeições. É superior ao Hidróxido de alumínio e carbonato de 
cálcio, mas NÃO TEM NO BRASIL, MENINAS!! 
o Dieta hipofosfórica! 
• Cada alteração deve ser corrigida de acordo com a necessidade: 
Alteração Recomendação 
Hipocalemia 
Suplementação de potássio por: 
• Gluconato de potássio 
• Cloreto de potássio 
Caso o paciente tiver hipocalemia + acidose metabólica: 
• Citrato de potássio 
Hipercalemia 
Pacientes hipercalemicos + acidose metabólica: 
• Trata com bicarbonato 
• Solução glicosada hipertônica 
o Cada molécula de glicose que entra, leva 2 de potássio. 
o + glicemia → liberação de insulina. 
o Se a forma endógena não rolar, pode usar insulina exógena. 
Pacientes com obstrução do fluxo urinário: 
• - Urina, + potássio! 
Hipercalcemia 
Pode ser secundária à acidose metabólica: 
• Se o pH sanguíneo está baixo, o cálcio sobe na corrente sanguínea → correção da 
acidose metabólica. 
• Se o cálcio está alto em pH sanguíneo normal, pode ter um hiperparatireoidismo 
renal secundário 
Hipocalcemia 
Deficiência de cálcio pode ser reposta com: 
• Carbonato de cálcio 
• Gluconato de cálcio 
o Geralmente por VO e se o paciente tiver HPTRS, ele não tem vitamina D 
ativa para absorver o cálcio intestinal e suplementação não adianta se for 
VO. 
Hipernatremia 
Tem excesso de sódio na fluidoterapia? 
• Reavaliar a fluidoterapia! 
Hipercloremia Excesso de cloro é corrigida com a correção da acidose metabólica. 
 
• Meu paciente tem hiperparatireoidismo? 
o Foi diagnosticado no estágio II de DCR? O controle dietético com dieta hipofosfórica é suficiente. 
o Foi diagnosticado no estágio III de DCR? Deve se suplementar a vitamina D ativa, o calcitriol, de forma que 
seja monitorado. 
• Meu paciente tem proteinúria? Medicações vasodilatadoras e hipotensoras, sendo elas: 
o Inibidores iEca: 
▪ Benazepril: 0,25-0,5 mg/kg SID ou BD 
▪ Enalapril: 0,5-2,0 mg/kg BID 
o Bloqueadores de canal de cálcio: 
▪ Bensilato de amlodipina 
✓ Cães: 0,1-0,6 mg/kg 
✓ Gatos: 0,625 mg/dia < 5kg ou 1,25mg/dia > 5kg 
o Ômega 3 
o Dieta hipoproteica 
• Meu paciente tem hipertensão? Utilização de medicações VASODILATADORAS, não diuréticas. O objetivo é deixar 
a pressão sistólica entre 120 e 150 mmHg 
o Gatos: Besilato de amlodipina (dose acima) 
o Cães: inibidores iEca → geralmente é necessário associar com um bloqueador de canal de cálcio. 
 
 
 
 
9 Clínica de Pequenos Animais | VeteduKa| MEDICINA VETERINÁRIA UFPA 2019| Alícia de Souza Silva | @mdemedvetr 
Complicantes 
ITU Anorexia Gastrite 
• ATB baseado em antibiograma! 
o Selecionar um antibiótico 
que faça alta concentração 
urinária e plasmática. 
▪ Quinolonas 
▪ Amoxicilinas em altas 
doses. 
Terapia medicamentosa de suporte 
• Gastroprotetores 
o Bloqueadores de bomba de 
próton → “prazóis” 
o Inibidores de receptores 
H2 → “dinas” 
▪ Simetidina é 
nefrotóxica!! 
Se os gastroprotetoresnão forem 
efetivos: 
• Antieméticos: mais potentes!! 
Se a terapia medicamentosa de 
suporte não for efetiva. 
• Suporte nutricional enteral 
o Nasogástrica 
o Esofágica ou 
o Gástrica 
Se nada funcionar: 
• Estimulante de apetite 
O PACIENTE PRECISA COMER 
• Gastroprotetores → citados ao 
lado 
 
Nada funcionou? 
Parar e reavaliar, pois posso ter perdido algum detalhe! O paciente pode estar com outra doença não diagnosticada! 
Se mesmo assim, não estiver fazendo efeito... 
 
Existe um limite para filtração glomerular. Se o rim está no limite, ele não vai mais ser capaz de manter a filtração que 
mantenha a vida. 
Exercícios 
1. (Adaptado de AUTO-TESTE NEFROLOGIA, Pfizer 
1996) Cães e gatos com doença renal crônica podem 
apresentar fraturas do maxilar e da mandíbula, perda 
dentária ou desmineralização dos ossos planos do 
esqueleto, evidenciada por meio do exame 
radiográfico, o que caracteriza clinicamente a 
existência do distúrbio mineral da doença renal 
crônica, com aumento do nível sérico de paratormônio. 
Assinale a alternativa CORRETA: 
 
a) A produção e liberação do paratormônio é 
resultante da hipocalcemia, hiperfosfatemia e baixo 
nível circulante de vitamina D ativada 
b) A confirmação laboratorial do distúrbio mineral da 
doença renal crônica é obtida através do exame de 
urina e da dosagem de cálcio e fósforo sanguíneos 
c) O uso de quelantes de fósforo é a terapia de eleição 
para minimizar-se a descalcificação óssea 
d) A suplementação de cálcio é a terapia a ser 
preconizada para tratamento da desmineralização 
óssea. 
 
2. (Adaptado de AUTO-TESTE NEFROLOGIA, Pfizer 
1996) A anemia observada nos cães e gatos que 
apresentam doença renal crônica caracteriza-se por 
ser arregenerativa (sem a presença de policromasia, 
eritroblastos, e baixa contagem de reticulócitos) e sem 
alterações nos índices hematimétricos (normocítica e 
normocrômica). Qual fator está envolvido no 
desenvolvimento da anemia da DRC? 
 
a) deficiência na ingestão de ferro, pois o animal 
apresenta anorexia, bem como perda de sangue pelo 
trato gastrintestinal; 
b) deficiência na síntese de eritropoetina pelo 
parênquima renal; 
c) ação das toxinas urêmicas nas hemácias, reduzindo 
o tempo de vida das hemácias; 
d) a perda urinária de vitaminas do complexo B pela 
poliúria da DRC; 
e) todas as alternativas estão corretas. 
 
3. (Adaptado de AUTO-TESTE NEFROLOGIA, Pfizer 
1996) Qual fator está envolvido na perda progressiva 
da função renal, durante a evolução da doença renal 
crônica? 
 
a) a nefrocalcinose; 
b) a hipertensão/hiperfiltração presente nos néfrons 
remanescentes 
c) a acidose metabólica grave com distúrbios 
eletrolíticos 
d) a proteinúria/lesão glomerular e tubular por 
consequência 
e) todas as alternativas estão corretas. 
4. (Adaptado de AUTO-TESTE NEFROLOGIA, Pfizer 
1996) Animais com doença renal crônica podem 
apresentar frequentes infecção do trato urinário, que 
pode ser justificada por: 
 
a) comprometimento do sistema imunitário dos 
animais, relacionado à má nutrição, às toxinas 
urêmicas e às alterações dos níveis de paratormônio e 
vitamina D 
b) diminuição das defesas naturais do trato urinário, 
como baixa densidade urinária, permitindo a 
colonização do trato urinário 
c) existência de infecções concomitantes, como 
piodermite e doença periodontal, que são fontes de 
infecção bacteriana 
d) todas as alternativas estão corretas. 
 
5. Em relação à DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC), 
assinale a alternativa CORRETA: 
 
a) A pressão arterial sistêmica deve ser avaliada 
somente nos pacientes azotêmicos. 
b) No estágio II da DRC o paciente precisa receber 
atenção especial à hidratação, pois esta é frequente 
nesta fase. 
c) A hipertensão arterial e a proteinúria são 
importantes fatores de progressão da DRC, por isso são 
considerados sub-estágios de doença. 
d) O hiperparatireoidismo renal secundário deve ser 
tratado de forma igual independente do estágio da 
DRC. 
e) O paciente doente renal crônico deve receber dieta 
terapêutica específica exclusivamente, independente 
do seu apetite. 
 
11 Clínica de Pequenos Animais | VeteduKa| MEDICINA VETERINÁRIA UFPA 2019| Alícia de Souza Silva | @mdemedvetr 
6. Leia atentamente o caso clínico: 
 
• felino, SRD 
• macho castrado 
• 5 anos 
Foi levado ao veterinário devido à intensa halitose e 
perda de peso progressiva. Foi verificado presença de 
importante doença periodontal e por este motivo foi 
indicado tratamento periodontal. Em exames pré-
anestésicos foi verificado: 
 
Exames Resultados Valor de 
referência 
Creatinina 2,4 mg/dL 0,5-1,5 mg/dL 
Uréia 87 mg/dL 10-40 mg/dL 
ALT 37 mg/dL 20-80 mg/dL 
FA 88 60-110 
Urinálise • Densidade: 1,012 
• pH: 6,0 
• Proteína traços 
• Hemoglobina 
negativo 
• Bilirribunas 
negativo 
• Glicose negativo 
• Ausência de 
leucócitos e 
microorganismos 
• Cilindros negativo 
 
 
O que não deve fazer parte da sua conduta? 
 
a) Solicitar ultrassonografia de abdome total para 
verificar a anatomia de trato urinário, e se 
eventualmente existe sinal componente pós-renal para 
a azotemia. 
b) Realizar avaliação da pressão arterial, para verificar 
se há hipotensão, que justificaria componente pré 
renal da azotemia, ou hipertensão, que poderia 
justificar lesão renal. 
c) Solicitar nova avaliação de creatinina, com paciente 
sabidamente hidratado para verificar se não havia 
componente pré renal no exame anterior. 
d) Pode-se concluir que se trata de DRC pois o paciente 
estava assintomático quando realizou o exame. 
e) Solicitar hemogasometria, eletrólitos, fósforo e 
cálcio total, para avaliar todas as demais funções 
renais. 
 
7. Relacionado ao caso anterior, leia as alternativas 
sobre conduta terapêutica e assinale a correta: 
 
 
a) Iniciar imediatamente a dieta renal. 
b) Mantê-lo em fluidoterapia IV por dois dias para 
repetir a creatinina. 
c) Iniciar inibidor da ECA, pois há proteinúria neste 
exame. 
d) Contra indicar o tratamento periodontal para este 
paciente para sempre. 
e) Qualquer terapia somente deverá ser instituída após 
a confirmação da DRC, com exames adicionais. 
 
8. Como instituir a fluidoterapia em um paciente renal? 
Assinale a opção inadequada: 
 
a) O volume deverá ser baseado no percentual de 
desidratação. 
b) A quantidade de manutenção deve considerar as 
perdas e a PU/PD. 
c) Devo usar 3xs a manutenção para baixar creatinina. 
d) Utilizarei a fluidoterapia subcutânea de manutenção 
somente mediante desidratação recorrente ou 
persistente. 
 
GABARITO 
1. 
a) CORRETA! 
b) incorreto, pois a confirmação é dada pela avaliação 
sérica da concentração de paratormônio. A suspeita 
pode vir através da avaliação de cálcio sérico total e 
fósforo. 
c) incorreto, pois o quelante de fósforo é usado para 
diminuir a hipofosfatemia, diminuindo a absorção de 
fósforo no intestino, devido que os rins não estão 
eliminando de forma correta na urina. Então, devido ao 
PTH ser responsável pela eliminação urinária de 
fósforo, se o corpo entender que há elevação de 
fósforo, ele vai liberar mais PTH. 
d) incorreto, pois não adianta suplementar cálcio se 
não tiver vitamina D ativada. A forma de bloquear a 
desmineralização óssea é suplementando vitamina D. 
 
2. *todas as alternativas estão corretas* (letra e) 
 
3. *todas as alternativas estão corretas* (letra e) 
 
4. *todas as alternativas estão corretas* (letra d) 
 
5. 
a) incorreto, pois a PA deve ser avaliada em todos os 
pacientes em suspeita de DCR. Pacientes em estágio I 
não apresentam azotemia, mas tem marcadores de 
presença de lesão renal. Eles precisam ser classificados 
se proteinúricos e hipertensos, pois são fatores 
importantes de progressão de DCR. 
b) incorreto, pois apenas no estágio IV os pacientes se 
apresentam desidratados. No estágio II não é 
frequente e deve ter hidratação apenas para controle, 
pois a super-hidratação causa sobrecarga de trabalho 
renal de excreção de líquidos e eletrólitos. 
c) CORRETO! A hipertensão leva à lesão mecânica, 
alteração da perfusãorenal, aumentando a velocidade 
de progressão da doença. Já a proteinúria, leva à 
reação inflamatória tubular, evoluindo para uma 
doença e tendo morte acelerada. 
d) incorreto, pois o hiperparatireoidismo renal 
secundário é tratado de forma dietética nos estágios I 
e II e de forma medicamentosa a partir do estágio III. 
e) incorreto, pois o paciente renal crônico tem 
benefícios com a dieta, desde que aceite. Se ele não 
quiser comer, deve-se procurar a causa, corrigir, 
reestabelecer o apetite para gradualmente tentar 
iniciar a dieta renal. O paciente renal não pode ficar 
sem comer, pois pode se imunossuprimir, ter infecções 
oportunistas, sobrecarregar rim e entrar em síndrome 
urêmica. 
 
6. o que não deve fazer parte da conduta? 
a) deve! Principalmente se for em felinos, pois há maior 
incidência de nefrólitos e imigração de nefrólitos ao 
longo dos ureteres. 
b) deve! A avaliação deve ser instituída em todos os 
pacientes com suspeita de DCR. 
c) deve! 
d) NÃO DEVE, pois o paciente não estava assintomático 
e sim oligosintomático. A halitose pode ser devido à 
azotemia e perda de peso à DCR, sendo sinais 
desvalorizados na anamnese. 
e) deve! 
• Avaliação de eletrólitos → função de equilíbrio 
eletrolítico 
• Hemogasometria → função renal de equilíbrio 
ácido-base 
• Avaliação de fósforo e cálcio → equilíbrio mineral, 
envolvimento do paratormônio e ativação da 
vitamina D ativa no rim. 
 
7. 
a) incorreto, pois a dieta renal é indicada para 
pacientes com distúrbios persistentes. Paciente com 
dieta renal em momento inadequado, inapetente e 
com disorexia, vai rejeitar a dieta. 
b) incorreto, pois não deve ser feito uma super-
hidratação no paciente pois o rim vai trabalhar em 
excesso. 
c) incorreto! 
• 1º passo: investigar a proteinúria. 
Traços de proteína não é uma quantidade suspeita de 
lesão renal verdadeira. Para diagnosticar proteinúria 
renal, é necessário avaliar se há componente pré e pós 
renal. Em casos de doença periodontal, sabemos que 
há um componente pré-renal. 
• 2º passo: verificar a persistência ao tempo e a 
magnitude. 
d) incorreto, pois a DPD é o fator de progressão de DR 
mais comum que existe. Pacientes azotêmicos em 
exames pré-oporatórios, deve ser avaliado pra ver se a 
azotemia é renal ou não. 
e) CORRETA! 
 
8. qual é a inadequada? 
a) adequado, pois deve-se evitar a super-hidratação, 
pois pode provocar lesão renal adicional. 
b) adequado! 
c) inadequado! Excesso de fluido provoca sobrecarga 
de função renal e baixar creatinina é se enganar 
hemodiluindo o paciente. A creatinina NÃO É um 
inimigo, é um marcador da taxa de filtração glomerular. 
d) adequado, pois a fluido deve somente corrigir a 
desidratação para evitar que o paciente se mantenha 
desidratado e hipoporfundido.

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