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1 COMO USAR ESTE PROTOCOLO Este protocolo tem a finalidade de ser utilizado como material didático de apoio, no desenvolvimento de conhecimentos e habilidades para o manejo de condições de saúde sensíveis ao cuidado farmacêutico. Este material não tem o objetivo de substituir fontes mais completas de consulta, como guias de prática ou diretrizes clínicas, que devem ser conhecidas pelos profissionais. Os autores deste documento empenharam seus melhores esforços para assegurar que as informações apresentadas estejam em acordo com os padrões aceitos à época da publicação, e todos os dados foram atualizados pelos autores até a data de sua entrega. Entretanto, recomendamos enfaticamente que os leitores consultem sempre outras fontes fidedignas, de modo a se certificar de que essas informações estejam corretas e atualizadas. Recomendamos que este protocolo não seja utilizado como única fonte de consulta. Os autores procuraram citar adequadamente e dar o devido crédito a todos os detentores de direitos autorais de qualquer conteúdo citado neste documento, dispondo-se a possíveis correções posteriores caso, inadvertida e involuntariamente, a identificação de algum deles tenha sido omitida. APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA A constipação é um sintoma gastrointestinal que acomete indivíduos de todas as idades, mas é especialmente comum nos idosos. Estima-se que 25 a 40% de todas as pessoas com mais de 65 anos tenham constipação, resultado de um estilo de vida sedentário, diminuição da ingestão de líquidos, má nutrição e doenças crônicas. As mulheres são duas a três vezes mais propensas a sofrer de constipação do que os homens e 40% das mulheres no final da gestação experimentam constipação. A constipação é definida como defecação insatisfatória caracterizada por fezes pouco frequentes (a cada 3–4 dias ou com menor frequência do que o habitual), dificuldade na passagem de fezes ou ambas em ausência de sintomas e sinais de alerta ou causas secundárias. Dividida em constipação primária (idiopática) com três subtipos: funcional, trânsito lento (ou trânsito tardio) e disfunção de saída (ou desordem defecatória) e constipação secundária devido à dieta, estilo de vida, gestação, idade avançada, medicamentos ou condições médicas subjacentes. ACOLHIMENTO DE DEMANDA No acolhimento o primeiro passo é escutar e compreender a demanda do paciente. Acolher bem inclui um local adequado que garanta privacidade e comodidade. Nesse momento é ideal que o farmacêutico apresente o propósito da consulta a fim de compartilhar com o paciente o que está planejado para acontecer durante o atendimento. Na abordagem ao paciente com constipação o farmacêutico deve sempre se mostrar acessível e solidário, com linguagem prática e de fácil compreensão, transmitindo ao paciente naturalidade e conforto quanto ao problema de saúde autolimitado. ANAMNESE FARMACÊUTICA E VERIFICAÇÃO DE PARÂMETROS No processo de anamnese, o farmacêutico deve coletar informações que auxiliem na identificação e diferenciação entre problemas de saúde autolimitados que são passíveis de manejo pelo farmacêutico e outras condições clínicas com maior gravidade, que necessitarão de encaminhamento a outro profissional ou serviço de saúde. Para a interpretação dos sintomas do paciente é importante caracterizar a sua queixa com relação ao tempo de início, frequência e duração, localização, característica, gravidade, ambiente, fatores que agravam ou que aliviam e sintomas associados e uso de medicamentos prévios. Além disso, nesse momento pode ser importante a avaliação física e a aferição de parâmetros objetivos, bioquímicos e/ou fisiológicos. Sinais e sintomas característicos de constipação: 2 Movimentos intestinais infrequentes, fezes de tamanho insuficiente, sensação de plenitude ou dificuldade e dor na passagem das fezes; Fezes duras, pequenas ou secas, plenitude gástrica, dor abdominal e desconforto, esforço ou gemido, sensação de bloqueio, fadiga, dor de cabeça, náuseas e vômitos; Crianças podem apresentar irritabilidade e diminuição do apetite. Quadro 1 Constipação primária de acordo com o subtipo e sintomas sugestivos. Tipo de constipação Sintomas sugestivos Funcional - evacuação difícil ou lenta - fezes duras - inchaço abdominal ou desconforto Trânsito lento (ou trânsito tardio) - tempo prolongado entre movimentos intestinais - falta de vontade de defecar - fezes duras - distensão abdominal, inchaço e desconforto Disfunção de saída (ou desordem defecatória) - sensação de defecação incompleta (sintoma característico) - esforço excessivo durante a evacuação - uso de métodos de desobstrução manual FONTE: Dynamed (2018). Quadro 2 Definição de constipação funcional de acordo com os Critérios de Roma IV. 1- Deve incluir ≥ 2 das seguintes situações: Esforço durante mais de 25% das defecações Fezes fragmentadas ou fezes rígidas em mais de 25% das defecações Sensação de evacuação incompleta em mais de 25% das defecações Sensação de obstrução/bloqueio anorretal em mais de 25% das defecações Uso de manobra manual para facilitar em mais de 25% das defecações (por exemplo, evacuação digital, suporte do assoalho pélvico) <3 movimentos intestinais sem assistência/ semana. 2- As fezes soltas, raramente estão presentes sem o uso de laxantes 3- Sintomas presentes nos últimos 3 meses com início dos sintomas ≥ 6 meses 4- A dor abdominal e/ou inchaço podem estar presentes, mas não são predominantes (o paciente não atende aos critérios para Síndrome do intestino irritável). Isso apoia o conceito de que a constipação funcional e a síndrome do intestino irritável são distúrbios que existem em um crescimento contínuo. FONTE: Simren M, Palsson OS, Whitehead WE. (2017). A constipação funcional pode ter várias causas, desde alterações na dieta e ou estilo de vida até presença de condições clínicas e uso de medicamentos como descrito no quadro 3. Quadro 3 Possíveis causas e condições associadas à constipação. Condições orgânicas: Outras Causas: Uso de medicamentos: Gestação, hemorroidas, diabetes mellitus, neoplasia, síndrome do cólon irritável, esquizofrenia, doença de Parkinson, anorexia, esclerose múltipla, hérnia de disco, hipotireoidismo e insuficiência renal crônica; doença intestinal (ex. diverticulite) Fatores psicológicos, sedentarismo, insuficiente ingestão de fibras e água, negligência ao reflexo gastrocólico, dieta com excesso de carboidratos, envelhecimento, alterações fisiológicas; mudança repentina de hábitos (ex. Analgésicos opióides, anti-histamínicos, antiespasmódicos, antidepressivos, anticolinérgicos, antipsicóticos, anticonvulsivantes, anti-hipertensivos, antiácidos com alumínio, benzodiazepínicos, bloqueadores dos 3 e hipocalemia. viagens); transição alimentar (dieta líquida sólida). canais de cálcio, diuréticos, suplementos de ferro e suplementos de cálcio. FONTE: o autor (2018) No atendimento da demanda, o farmacêutico deve estar atento para descartar problemas de saúde de maior gravidade e que necessitarão de encaminhamento. As características descritas no quadro abaixo devem ser avaliadas, uma vez que possuem associações com condições mais graves. Quadro 4 Características de anormalidade associadas a condições mais graves. CARACTERÍSTICAS ASSOCIAÇÃO POSSÍVEL Constipação alternada com diarreia Carcinoma de cólon ou doença diverticular Fezes claras e esfareladas Obstrução hepatobiliar Fezes finas Carcinoma de cólon Fezes que aumentam com alimentos ricos em fibras Constipação induzida por dieta Sangue Colite ulcerativa,carcinoma de cólon Muco Colite ulcerativa Perdade peso Carcinoma de cólon FONTE: o autor (2018) SITUAÇÕES DE ALERTA PARA O ENCAMINHAMENTO No Quadro 5, estão apresentadas situações que requerem encaminhamento a outro profissional ou serviço de saúde. QUADRO 5 - Situações que requerem encaminhamento a outro profissional de saúde ou serviço de saúde. SINAIS E SINTOMAS DE ALERTA Início agudo (especialmente em idosos) Febre, náusea e/ou vômitos Anemia Perda de peso involuntária Sangue nas fezes, ou fezes escuras, enegrecidas Alteração no calibre das fezes História familiar de neoplasia de cólon ou síndrome de intestino irritável Ausência de melhora ou piora da constipação com o tratamento FONTE: o autor (2018) PLANO DE CUIDADO A partir da análise das informações coletadas, o farmacêutico, excluindo os casos de encaminhamento identificados na anamnese farmacêutica, deve proceder à seleção de condutas e elaboração de seu plano de cuidado, de forma compartilhada com o paciente, a fim de atender as suas necessidades e problemas de saúde. O plano de cuidado do paciente envolve a seleção de condutas para promover o alívio dos sintomas de constipação, restabelecer o fluxo normal do intestino, estabelecer uma dieta adequada e hábitos de exercício que auxiliam na prevenção de recorrências, promover o uso seguro e efetivo de produtos específicos e evitar o abuso dos laxantes. O plano contém as ações pactuadas entre o paciente e o farmacêutico, embasadas nas melhores evidências disponíveis, e de forma coordenada com o restante da equipe de saúde envolvida no cuidado. O objetivo do tratamento é o alívio dos sintomas de constipação e restabelecer o fluxo normal do intestino, estabelecer uma dieta adequada e hábitos de exercício que auxiliem na prevenção de recorrências, promover o uso seguro e efetivo de produtos específicos e evitar o abuso dos laxantes. 4 A abordagem terapêutica inicial inclui a discussão de intervenções não farmacológicas como a educação do paciente, reforçando a necessidade de mudanças na dieta associadas ao tratamento farmacológico. O tratamento farmacológico inclui Laxantes, Catárticos. No caso de constipação secundária ou sinais e sintomas de alerta, os pacientes devem ser encaminhados a um serviço de saúde ou outros profissionais. TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO Medidas de tratamento não farmacológicas são de grande importância para o tratamento da constipação primária. De um modo geral, as medidas não farmacológicas podem ser adotadas associadas ao tratamento farmacológico, e, por vezes, também podem ser utilizadas como medidas de prevenção. Aumentar o consumo de fibras solúveis e insolúveis (20 a 25 gramas / dia) – Quadro 6. Aumentar a ingestão de líquidos (1,5 – 2 L/dia) Adotar um hábito intestinal/rotina para defecar (a motilidade do cólon é maior pela manhã e após as refeições) Realizar exercícios físicos, principalmente aeróbicos Obedecer ao reflexo gastrocólico Adequar a postura durante o ato de evacuar. Quadro 6. Quantidade de fibras em cada porção de alimentos. ALIMENTO PORÇÃO GRAMAS DE FIBRA Maça com casca 1maça média 4.4 Banana 1 banana média 3.1 Laranjas 1 laranja 3.1 Ameixas 1 xicara 12.4 Vagem 1 copo 4.0 Cenoura ½ xicara de fatias 2.3 Ervilhas 1 copo 8.8 Batata (assada com casca) 1 batata média 3.8 Pepino com casca 1 pepino 1.5 Alface 1 xicara de pedaços 0.5 Tomate 1 tomate médio 1.5 Espinafre 1 copo 0,7 Feijão cozido 1 copo 13.9 Aveia cozida 1 copo 4.0 Pão integral 1 fatia 1,9 Amêndoas ½ xicara 8.7 FONTE: Uptodate ( 2017) TRATAMENTO FARMACOLÓGICO A decisão do emprego da farmacoterapia pelo farmacêutico deve estar apoiada na Resolução do CFF nº 585, de 29 de agosto de 2013 e nº 586, de agosto de 2013, nos limites da Lista de Medicamentos Isentos de Prescrição (LMIP) e nas apresentações disponíveis no mercado brasileiro, assim como as suas alterações. Os medicamentos isentos de prescrição para o tratamento de constipação são: Laxantes, Catárticos. Quadro 7 Informações sobre os medicamentos utilizados no tratamento da constipação. Fármaco Posologia Considerações 5 LAXANTES FORMADORES DE MASSA Psyllium (Konsyl; Metamucil; Perdiem) Até 1 colher de sopa (≅3,5 g de fibra) 1- 3x/dia; pode aumentar gradualmente até 3 doses diárias. Tempo para início do efeito: 12 -72 horas Contraindicado: Crianças com idade < 6 anos. Doenças inflamatórias do sistema gastrointestinal, obstrução intestinal, impactação fecal, dor abdominal aguda, náuseas, vômitos ou outros sintomas de apendicite ou dor abdominal não diagnosticada. Pacientes com mobilidade comprometida. Mudança repentina nos hábitos intestinais que dura > 2 semanas. Situações especiais: Categoria B na gestação. Eventos adversos: inchaço abdominal ou flatulência; isso pode ser minimizado, começando com uma pequena quantidade e aumentando lentamente até as fezes se tornarem mais macias e mais frequentes. Instruir os pacientes sobre a ingesta adequada de líquidos (1,5 - 2L/dia). Cuidado especial com pacientes que apresentam alguma restrição para ingesta de grande quantidade de líquidos. Metilcelulose (Citrucel) Até 1 colher (≅2 g de fibra) ou 4 caps. (500 mg de fibra cada) 3x/dia. Tempo para início do efeito: 12 -72 horas Polycarbonofil de cálcio (FiberCon; Fiber-Lax; Mitrolan) 1 g /dia (500 mg de fibra por lâmina). Pode aumentar gradualmente conforme necessário até 4 vezes ao dia. Tempo para início do efeito: 24 -48 horas Dextrina de trigo (Benefiber) 1 a 3 cáps. (1 g de fibra cada) ou 2 colheres de chá (1,5 g de fibra cada) até 3 x/dia. Tempo para início do efeito: 24 -48 horas LAXANTES EMOLIENTES Docusato de sódio 100 mg 2 vezes por dia Tempo para início do efeito: 24 -72 horas Contraindicado: Crianças com idade < 2 anos. Uso concomitante de óleo mineral, obstrução intestinal e dor abdominal aguda, náuseas, vômitos. Situações especiais: Não recomendado o uso na gestação e lactação sem prescrição médica. Eventos adversos: Podem ocorrer dores ocasionais, suaves, transitórias como cólicas GI, diarreia ou erupções cutâneas. Irritação da garganta após administração oral de soluções de docusato de sódio. Embora esses agentes tenham poucos efeitos colaterais, eles são menos efetivos que outros laxantes. Docusato de cálcio 240 mg 1 vez por dia Tempo para início do efeito: 24 -72 horas LAXANTES LUBRIFICANTES Óleo mineral Adultos: 5 a 45 mL administrados em dose única (mínimo de 15 mL) ou em doses divididas; Crianças de 6 a 11 anos de idade: 10-25 ml, administrado em dose única ou em doses divididas. Crianças ≥ 12 anos de idade: 15-45 mL administrado em dose única (mínimo de 15 mL) ou em doses divididas. Contraindicado: insuficiência hepática, apendicite; criança com idade < 6 anos; desidratação; dor ou dificuldade para engolir; durante a gestação (uso repetido); idoso acamado; impactação fecal; obstrução intestinal; perfuração intestinal; sangramento retal não diagnosticado. Situações especiais: Categoria C na gestação. Hipoprotrombinemia e doença hemorrágica do recém-nascido relatada após administração oral 6 Tempo para início do efeito: 6 - 8 horas (via oral) e 5 -15 min (via retal). Administrar longe das refeições; 2 horas antes de refeição. crônica durante a gravidez. Eventos adversos: Diarreia; náusea; vômito; irritação, desconforto e/ou coceira em torno do ânus; distensão abdominal;flatulência; cólica; inflamação no reto. Instruir os pacientes sobre permanecer de pé por 30 a 60 minutos após o uso oral devido ao risco de broncoaspiração do óleo. LAXANTES OSMÓTICOS Sulfato de magnésio 1 a 2 colheres de chá dissolvidas em 240 mL de água 1x/ dia Contraindicado: Crianças com idade < 2 anos. Pacientes com insuficiência renal. Pacientes com insuficiência cardíaca. Pacientes diabéticos (açúcares). Situações especiais: Lactulose categoria B na gestação; Não existem evidências que a lactulose é distribuída no leite. Use com cautela em mulheres amamentando. Eventos adversos: Lactulose pode causar distensão, eructos, flatulência, desconforto abdominal, cólicas. Desidratação e hiponatremia em crianças. Sorbitol pode produzir flatulência e inchaço. Instruir o paciente sobre a possibilidade de administrar a lactulose com água, suco de fruta, leite ou adicionando aos alimentos (por exemplo, sobremesas), para diminuir o sabor. Ao administrar através de sonda, diluir bem para prevenir a indução de vômitos e possível pneumonia por broncoaspiração. Citrato de magnésio 200 mL (11,6 gramas) 1 vez por dia Glicerina 01 supositório por reto por 15 minutos 1 x/dia Lactulose 10 a 20 g (15 a 30 mL) 1x ou 3x/dia Sorbitol 30 g (120 ml de solução a 25%) 1 x/ dia Polietilenoglicol (PEG) 8,5 a 34 g em líquidos de 240 mL. LAXANTES ESTIMULANTES / IRRITATIVOS Picossulfato de sódio Pérola gelatinosa 2,5 mg Adultos e crianças > 10 anos: 2 a 4 pérolas gelatinosas (5-10 mg) Crianças de 4 a 10 anos: 1 a 2 pérolas gelatinosas (2,5-5 mg) Crianças < 4 anos, a dose recomendada é 0,25 mg/kg de peso corporal. Solução oral 7,5 mg/ml Adultos e crianças > 10 anos: 10 a 20 gotas (5-10mg) Crianças de 4 a 10 anos: 5-10 gotas (2,5-5 mg) Crianças < 4 anos, a dose recomendada é 0,25 mg/kg de peso corporal. Contraindicado: Bisacodil: Crianças com idade < 6 anos*. Dor abdominal aguda, náuseas, vômitos ou outros sintomas de apendicite ou dor abdominal não diagnosticada ou hemorragia retal. Obstrução intestinal. Gestação. Óleo de rícino: casos de obstrução intestinal crônica, Doença de Crohn, colite ulcerativa e qualquer outro episódio de inflamação no intestino. Picossulfato de sódio: íleo paralítico, obstrução intestinal, quadros abdominais agudos, como apendicite aguda, doenças inflamatórias agudas do intestino, dores abdominais graves associadas à náusea e vômitos. Situações especiais: Picossulfato de sódio: pode ser utilizado na lactação. Não é recomendado o uso durante a gestação. 7 Bisacodil: Pode ser distribuído no leite materno, mas geralmente em quantidades insuficientes para produzir um efeito laxante, entretanto, não é recomendado durante a lactação. Não é recomendado o uso durante a gestação. Sene: Categoria C na gestação; Pode ser distribuído no leite. Não é provável que apareça em quantidades suficientes para afetar lactentes. A Academia Americana de Pediatria (AAP) considera Sene compatível com a amamentação. Eventos adversos: Irritação gástrica; irritação retal, náusea, diarreia, inchaço, distensão abdominal. A ingestão diária contínua desses agentes pode estar associada à hipocalemia, enteropatia com perda proteica e sobrecarga de sal. Assim, esses medicamentos devem ser usados com cautela, se utilizadas cronicamente. Óleo de rícino: Em grandes doses pode causar náuseas, vômitos, cólicas e severo efeito purgativo. Bisacodil Comprimido e drágea de 5 mg. Adultos 5 a 15 mg administrados em dose única; a maioria dos pacientes pode exigir doses diárias únicas até 30 mg. Crianças* 3-11 anos de idade: Uma dose única de 5 a 10 mg (geralmente 5 mg) ou 0,3 mg / kg diariamente. Crianças ≥12 anos de idade: Uma dose única de 5- a 15 mg (geralmente 10 mg) diariamente. Tempo para início do efeito: 15 a 60 min Supositório de 10 mg por reto 1x/dia Tempo para início do efeito:6 a 10 h Sene (Cassia angustifolia) 2 a 4 abas (8,6 mg sennosides por aba) ou 1 a 2 abas (15 mg sennosides por aba) como uma única dose diária ou divididas duas vezes por dia. Tempo para início do efeito: 6 a 12h Ácido ricinoleico (Óleo de rícino) Doses de 15 ml (1 colher de sopa) promove a evacuação aquosa entre 1 a 3 horas, ação rápida. FONTE: Truven Health Analitycs (2018); Micromedex (2018); UpToDate (2018); Bulas oficiais dos medicamentos. AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS Para avaliação dos resultados, o farmacêutico deve considerar os seguintes aspectos: A avaliação dos resultados pode constatar quatro diferentes resultados: melhora parcial, piora, ausência de melhora e resolução; A meta terapêutica a ser alcançada é alívio dos sintomas de constipação e restabelecer o fluxo normal do intestino, estabelecer uma dieta adequada e hábitos de exercício que auxiliem na prevenção de recorrências, promover o uso seguro e efetivo de produtos específicos e evitar o abuso dos laxantes. Reavaliação dos sinais/sintomas do paciente, sendo importante a investigação daqueles considerados de alerta para encaminhamento; Antes de considerar falha no tratamento, avaliar a adesão ao tratamento proposto e condições do paciente em seguir o plano; Identificação precoce de problemas relacionados à segurança. Pacientes que apresentam eventos adversos devem ser encaminhadas a outro profissional de saúde para uma possível suspensão do medicamento. 8 DECISÃO TERAPÊUTICA 9 REFERÊNCIAS AGA. American Gastroenterological Association Medical Position Statement on Constipation. Gastroenterology, 144:211–217, 2013. AMERICAN PHARMACISTS ASSOCIATION. OTC Advisor Self-Care for Gastrointestinal Disorders. Monograph 2. APhA, 2010. BHARUCHA AE, DORN SD, LEMBO A, PRESSMAN A. American Gastroenterological Association Medical Position Statement on Constipation. Gastroenterology v. 144, 2013. BLENKINSOPP, A.; PAXTON, P. Symptons in the pharmacy. 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Guia de Dispensação de Produtos Terapêuticos que não Exigem Prescrição. 2ª ed: Artmed; 2007 FOXX-ORENSTEIN AE, MCNALLY MA, ODUNSI ST. Update on constipation: one treatment does not fit all. Cleve Clin J Med. 2008 Nov;75(11):813-24 FORD AC, MOAYYEDI P, LACY BE, et al; Task Force on the Management of Functional Bowel Disorders. American College of Gastroenterology monograph on the management of irritable bowel syndrome and chronic idiopathic constipation. Am J Gastroenterol. 2014 Aug;109 Suppl 1:S2-26 PDF [s.l: s.n.]. DR.MURTADHA AL-SHAREIFI E-LIBRARY. Handbook of Nonprescription Drugs. 16th Ed. 2009. KENNEDY, E.; CLYDE, J. Respondingto Minor Ailments. [s.l.] NHS Education for Scotland, 2008. NATHAN, A. FastTrack - Managing Symptoms in the Pharmacy. Pharmaceutical Press, 2008. NICE. Constipation in children and young people: diagnosis and management, 2010. PAQUETTE IM, VARMA M, TERNENT C et.al. 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