Buscar

Protocolo PSAL_Constipação

Prévia do material em texto

1 
 
 
COMO USAR ESTE PROTOCOLO 
Este protocolo tem a finalidade de ser utilizado como material didático de apoio, no desenvolvimento de conhecimentos e 
habilidades para o manejo de condições de saúde sensíveis ao cuidado farmacêutico. Este material não tem o objetivo 
de substituir fontes mais completas de consulta, como guias de prática ou diretrizes clínicas, que devem ser conhecidas 
pelos profissionais. 
Os autores deste documento empenharam seus melhores esforços para assegurar que as informações apresentadas 
estejam em acordo com os padrões aceitos à época da publicação, e todos os dados foram atualizados pelos autores até 
a data de sua entrega. Entretanto, recomendamos enfaticamente que os leitores consultem sempre outras fontes 
fidedignas, de modo a se certificar de que essas informações estejam corretas e atualizadas. Recomendamos que este 
protocolo não seja utilizado como única fonte de consulta. 
Os autores procuraram citar adequadamente e dar o devido crédito a todos os detentores de direitos autorais de 
qualquer conteúdo citado neste documento, dispondo-se a possíveis correções posteriores caso, inadvertida e 
involuntariamente, a identificação de algum deles tenha sido omitida. 
 
APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA 
A constipação é um sintoma gastrointestinal que acomete indivíduos de todas as idades, mas é especialmente comum 
nos idosos. Estima-se que 25 a 40% de todas as pessoas com mais de 65 anos tenham constipação, resultado de um 
estilo de vida sedentário, diminuição da ingestão de líquidos, má nutrição e doenças crônicas. As mulheres são duas a 
três vezes mais propensas a sofrer de constipação do que os homens e 40% das mulheres no final da gestação 
experimentam constipação. 
A constipação é definida como defecação insatisfatória caracterizada por fezes pouco frequentes (a cada 3–4 dias ou 
com menor frequência do que o habitual), dificuldade na passagem de fezes ou ambas em ausência de sintomas e sinais 
de alerta ou causas secundárias. Dividida em constipação primária (idiopática) com três subtipos: funcional, trânsito lento 
(ou trânsito tardio) e disfunção de saída (ou desordem defecatória) e constipação secundária devido à dieta, estilo de 
vida, gestação, idade avançada, medicamentos ou condições médicas subjacentes. 
 
ACOLHIMENTO DE DEMANDA 
No acolhimento o primeiro passo é escutar e compreender a demanda do paciente. Acolher bem inclui um local 
adequado que garanta privacidade e comodidade. Nesse momento é ideal que o farmacêutico apresente o propósito da 
consulta a fim de compartilhar com o paciente o que está planejado para acontecer durante o atendimento. Na 
abordagem ao paciente com constipação o farmacêutico deve sempre se mostrar acessível e solidário, com linguagem 
prática e de fácil compreensão, transmitindo ao paciente naturalidade e conforto quanto ao problema de saúde 
autolimitado. 
 
ANAMNESE FARMACÊUTICA E VERIFICAÇÃO DE PARÂMETROS 
 
No processo de anamnese, o farmacêutico deve coletar informações que auxiliem na identificação e diferenciação entre 
problemas de saúde autolimitados que são passíveis de manejo pelo farmacêutico e outras condições clínicas com maior 
gravidade, que necessitarão de encaminhamento a outro profissional ou serviço de saúde. 
Para a interpretação dos sintomas do paciente é importante caracterizar a sua queixa com relação ao tempo de início, 
frequência e duração, localização, característica, gravidade, ambiente, fatores que agravam ou que aliviam e sintomas 
associados e uso de medicamentos prévios. Além disso, nesse momento pode ser importante a avaliação física e a 
aferição de parâmetros objetivos, bioquímicos e/ou fisiológicos. 
 
Sinais e sintomas característicos de constipação: 
 
 
2 
 
 Movimentos intestinais infrequentes, fezes de tamanho insuficiente, sensação de plenitude ou dificuldade e dor 
na passagem das fezes; 
 Fezes duras, pequenas ou secas, plenitude gástrica, dor abdominal e desconforto, esforço ou gemido, sensação 
de bloqueio, fadiga, dor de cabeça, náuseas e vômitos; 
 Crianças podem apresentar irritabilidade e diminuição do apetite. 
 
 
Quadro 1 Constipação primária de acordo com o subtipo e sintomas sugestivos. 
Tipo de constipação Sintomas sugestivos 
Funcional - evacuação difícil ou lenta 
- fezes duras 
- inchaço abdominal ou desconforto 
Trânsito lento (ou trânsito tardio) - tempo prolongado entre movimentos intestinais 
- falta de vontade de defecar 
- fezes duras 
- distensão abdominal, inchaço e desconforto 
Disfunção de saída (ou desordem defecatória) - sensação de defecação incompleta (sintoma 
característico) 
- esforço excessivo durante a evacuação 
- uso de métodos de desobstrução manual 
FONTE: Dynamed (2018). 
 
 
Quadro 2 Definição de constipação funcional de acordo com os Critérios de Roma IV. 
1- Deve incluir ≥ 2 das seguintes situações: 
Esforço durante mais de 25% das defecações Fezes fragmentadas ou fezes rígidas em mais de 
25% das defecações 
Sensação de evacuação incompleta em mais de 
25% das defecações 
Sensação de obstrução/bloqueio anorretal em 
mais de 25% das defecações 
Uso de manobra manual para facilitar em mais de 
25% das defecações (por exemplo, evacuação 
digital, suporte do assoalho pélvico) 
<3 movimentos intestinais sem assistência/ 
semana. 
2- As fezes soltas, raramente estão presentes sem o uso de laxantes 
3- Sintomas presentes nos últimos 3 meses com início dos sintomas ≥ 6 meses 
4- A dor abdominal e/ou inchaço podem estar presentes, mas não são predominantes (o 
paciente não atende aos critérios para Síndrome do intestino irritável). Isso apoia o conceito 
de que a constipação funcional e a síndrome do intestino irritável são distúrbios que existem 
em um crescimento contínuo. 
FONTE: Simren M, Palsson OS, Whitehead WE. (2017). 
 
A constipação funcional pode ter várias causas, desde alterações na dieta e ou estilo de vida até presença de condições 
clínicas e uso de medicamentos como descrito no quadro 3. 
 
Quadro 3 Possíveis causas e condições associadas à constipação. 
Condições orgânicas: Outras Causas: Uso de medicamentos: 
Gestação, hemorroidas, diabetes mellitus, 
neoplasia, síndrome do cólon irritável, 
esquizofrenia, doença de Parkinson, 
anorexia, esclerose múltipla, hérnia de 
disco, hipotireoidismo e insuficiência renal 
crônica; doença intestinal (ex. diverticulite) 
Fatores psicológicos, sedentarismo, 
insuficiente ingestão de fibras e água, 
negligência ao reflexo gastrocólico, dieta 
com excesso de carboidratos, 
envelhecimento, alterações fisiológicas; 
mudança repentina de hábitos (ex. 
Analgésicos opióides, anti-histamínicos, 
antiespasmódicos, antidepressivos, 
anticolinérgicos, antipsicóticos, 
anticonvulsivantes, anti-hipertensivos, 
antiácidos com alumínio, 
benzodiazepínicos, bloqueadores dos 
 
3 
 
e hipocalemia. viagens); transição alimentar (dieta líquida 
 sólida). 
canais de cálcio, diuréticos, suplementos 
de ferro e suplementos de cálcio. 
FONTE: o autor (2018) 
 
 
No atendimento da demanda, o farmacêutico deve estar atento para descartar problemas de saúde de maior gravidade e 
que necessitarão de encaminhamento. As características descritas no quadro abaixo devem ser avaliadas, uma vez que 
possuem associações com condições mais graves. 
 
Quadro 4 Características de anormalidade associadas a condições mais graves. 
CARACTERÍSTICAS ASSOCIAÇÃO POSSÍVEL 
Constipação alternada com diarreia Carcinoma de cólon ou doença diverticular 
Fezes claras e esfareladas Obstrução hepatobiliar 
Fezes finas Carcinoma de cólon 
Fezes que aumentam com alimentos ricos em 
fibras 
Constipação induzida por dieta 
Sangue Colite ulcerativa,carcinoma de cólon 
Muco Colite ulcerativa 
Perdade peso Carcinoma de cólon 
FONTE: o autor (2018) 
 
SITUAÇÕES DE ALERTA PARA O ENCAMINHAMENTO 
No Quadro 5, estão apresentadas situações que requerem encaminhamento a outro profissional ou serviço de saúde. 
 
QUADRO 5 - Situações que requerem encaminhamento a outro profissional de saúde ou serviço de saúde. 
SINAIS E SINTOMAS DE ALERTA 
Início agudo (especialmente em idosos) 
Febre, náusea e/ou vômitos 
Anemia
 
Perda de peso involuntária
 
Sangue nas fezes, ou fezes escuras, enegrecidas 
Alteração no calibre das fezes
 
História familiar de neoplasia de cólon ou síndrome de intestino irritável
 
Ausência de melhora ou piora da constipação com o tratamento 
FONTE: o autor (2018) 
 
 
PLANO DE CUIDADO 
A partir da análise das informações coletadas, o farmacêutico, excluindo os casos de encaminhamento identificados na 
anamnese farmacêutica, deve proceder à seleção de condutas e elaboração de seu plano de cuidado, de forma 
compartilhada com o paciente, a fim de atender as suas necessidades e problemas de saúde. 
O plano de cuidado do paciente envolve a seleção de condutas para promover o alívio dos sintomas de constipação, 
restabelecer o fluxo normal do intestino, estabelecer uma dieta adequada e hábitos de exercício que auxiliam na 
prevenção de recorrências, promover o uso seguro e efetivo de produtos específicos e evitar o abuso dos laxantes. O 
plano contém as ações pactuadas entre o paciente e o farmacêutico, embasadas nas melhores evidências disponíveis, e 
de forma coordenada com o restante da equipe de saúde envolvida no cuidado. 
O objetivo do tratamento é o alívio dos sintomas de constipação e restabelecer o fluxo normal do intestino, estabelecer 
uma dieta adequada e hábitos de exercício que auxiliem na prevenção de recorrências, promover o uso seguro e efetivo 
de produtos específicos e evitar o abuso dos laxantes. 
 
 
4 
 
A abordagem terapêutica inicial inclui a discussão de intervenções não farmacológicas como a educação do paciente, 
reforçando a necessidade de mudanças na dieta associadas ao tratamento farmacológico. O tratamento farmacológico 
inclui Laxantes, Catárticos. 
No caso de constipação secundária ou sinais e sintomas de alerta, os pacientes devem ser encaminhados a um serviço 
de saúde ou outros profissionais. 
 
TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO 
Medidas de tratamento não farmacológicas são de grande importância para o tratamento da constipação primária. De um 
modo geral, as medidas não farmacológicas podem ser adotadas associadas ao tratamento farmacológico, e, por vezes, 
também podem ser utilizadas como medidas de prevenção. 
 
 Aumentar o consumo de fibras solúveis e insolúveis (20 a 25 gramas / dia) – Quadro 6. 
 Aumentar a ingestão de líquidos (1,5 – 2 L/dia) 
 Adotar um hábito intestinal/rotina para defecar (a motilidade do cólon é maior pela manhã e após as refeições) 
 Realizar exercícios físicos, principalmente aeróbicos 
 Obedecer ao reflexo gastrocólico 
 Adequar a postura durante o ato de evacuar. 
 
 
Quadro 6. Quantidade de fibras em cada porção de alimentos. 
ALIMENTO PORÇÃO 
GRAMAS DE 
FIBRA 
Maça com casca 1maça média 4.4 
Banana 1 banana média 3.1 
Laranjas 1 laranja 3.1 
Ameixas 1 xicara 12.4 
Vagem 1 copo 4.0 
Cenoura ½ xicara de fatias 2.3 
Ervilhas 1 copo 8.8 
Batata (assada com casca) 1 batata média 3.8 
Pepino com casca 1 pepino 1.5 
Alface 1 xicara de pedaços 0.5 
Tomate 1 tomate médio 1.5 
Espinafre 1 copo 0,7 
Feijão cozido 1 copo 13.9 
Aveia cozida 1 copo 4.0 
Pão integral 1 fatia 1,9 
Amêndoas ½ xicara 8.7 
FONTE: Uptodate ( 2017) 
 
 
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO 
A decisão do emprego da farmacoterapia pelo farmacêutico deve estar apoiada na Resolução do CFF nº 585, de 29 de 
agosto de 2013 e nº 586, de agosto de 2013, nos limites da Lista de Medicamentos Isentos de Prescrição (LMIP) e nas 
apresentações disponíveis no mercado brasileiro, assim como as suas alterações. Os medicamentos isentos de 
prescrição para o tratamento de constipação são: Laxantes, Catárticos. 
Quadro 7 Informações sobre os medicamentos utilizados no tratamento da constipação. 
Fármaco Posologia Considerações 
 
5 
 
LAXANTES FORMADORES DE MASSA 
Psyllium (Konsyl; 
Metamucil; 
Perdiem) 
 
 
Até 1 colher de sopa (≅3,5 g de fibra) 1-
3x/dia; pode aumentar gradualmente até 3 
doses diárias. 
Tempo para início do efeito: 12 -72 horas 
 
Contraindicado: Crianças com idade < 6 anos. 
Doenças inflamatórias do sistema gastrointestinal, 
obstrução intestinal, impactação fecal, dor 
abdominal aguda, náuseas, vômitos ou outros 
sintomas de apendicite ou dor abdominal não 
diagnosticada. Pacientes com mobilidade 
comprometida. Mudança repentina nos hábitos 
intestinais que dura > 2 semanas. 
Situações especiais: Categoria B na gestação. 
Eventos adversos: inchaço abdominal ou 
flatulência; isso pode ser minimizado, começando 
com uma pequena quantidade e aumentando 
lentamente até as fezes se tornarem mais macias 
e mais frequentes. 
Instruir os pacientes sobre a ingesta adequada 
de líquidos (1,5 - 2L/dia). Cuidado especial com 
pacientes que apresentam alguma restrição para 
ingesta de grande quantidade de líquidos. 
Metilcelulose 
(Citrucel) 
 
Até 1 colher (≅2 g de fibra) ou 4 caps. (500 
mg de fibra cada) 3x/dia. 
Tempo para início do efeito: 12 -72 horas 
 
Polycarbonofil de 
cálcio (FiberCon; 
Fiber-Lax; 
Mitrolan) 
 
1 g /dia (500 mg de fibra por lâmina). Pode 
aumentar gradualmente conforme necessário 
até 4 vezes ao dia. 
Tempo para início do efeito: 24 -48 horas 
 
Dextrina de trigo 
(Benefiber) 
 
1 a 3 cáps. (1 g de fibra cada) ou 2 colheres 
de chá (1,5 g de fibra cada) até 3 x/dia. 
Tempo para início do efeito: 24 -48 horas 
 
LAXANTES EMOLIENTES 
Docusato de 
sódio 
 
100 mg 2 vezes por dia 
Tempo para início do efeito: 24 -72 horas 
 
 
Contraindicado: Crianças com idade < 2 anos. 
Uso concomitante de óleo mineral, obstrução 
intestinal e dor abdominal aguda, náuseas, 
vômitos. 
Situações especiais: Não recomendado o uso 
na gestação e lactação sem prescrição médica. 
Eventos adversos: Podem ocorrer dores 
ocasionais, suaves, transitórias como cólicas GI, 
diarreia ou erupções cutâneas. Irritação da 
garganta após administração oral de soluções de 
docusato de sódio. 
Embora esses agentes tenham poucos efeitos 
colaterais, eles são menos efetivos que outros 
laxantes. 
Docusato de 
cálcio 
 
240 mg 1 vez por dia 
Tempo para início do efeito: 24 -72 horas 
 
LAXANTES LUBRIFICANTES 
Óleo mineral 
 
Adultos: 5 a 45 mL administrados em dose 
única (mínimo de 15 mL) ou em doses 
divididas; 
 
Crianças de 6 a 11 anos de idade: 10-25 ml, 
administrado em dose única ou em doses 
divididas. 
Crianças ≥ 12 anos de idade: 15-45 mL 
administrado em dose única (mínimo de 15 
mL) ou em doses divididas. 
Contraindicado: insuficiência hepática, 
apendicite; criança com idade < 6 anos; 
desidratação; dor ou dificuldade para engolir; 
durante a gestação (uso repetido); idoso 
acamado; impactação fecal; obstrução intestinal; 
perfuração intestinal; sangramento retal não 
diagnosticado. 
Situações especiais: Categoria C na gestação. 
Hipoprotrombinemia e doença hemorrágica do 
recém-nascido relatada após administração oral 
 
6 
 
 
Tempo para início do efeito: 6 - 8 horas (via 
oral) e 5 -15 min (via retal). 
Administrar longe das refeições; 2 horas 
antes de refeição. 
crônica durante a gravidez. 
Eventos adversos: Diarreia; náusea; vômito; 
irritação, desconforto e/ou coceira em torno do 
ânus; distensão abdominal;flatulência; cólica; 
inflamação no reto. 
Instruir os pacientes sobre permanecer de pé 
por 30 a 60 minutos após o uso oral devido ao 
risco de broncoaspiração do óleo. 
LAXANTES OSMÓTICOS 
Sulfato de 
magnésio 
 
1 a 2 colheres de chá dissolvidas em 240 mL 
de água 1x/ dia 
Contraindicado: Crianças com idade < 2 anos. 
Pacientes com insuficiência renal. Pacientes com 
insuficiência cardíaca. Pacientes diabéticos 
(açúcares). 
Situações especiais: Lactulose categoria B na 
gestação; Não existem evidências que a lactulose 
é distribuída no leite. Use com cautela em 
mulheres amamentando. 
Eventos adversos: Lactulose pode causar 
distensão, eructos, flatulência, desconforto 
abdominal, cólicas. Desidratação e hiponatremia 
em crianças. Sorbitol pode produzir flatulência e 
inchaço. 
Instruir o paciente sobre a possibilidade de 
administrar a lactulose com água, suco de fruta, 
leite ou adicionando aos alimentos (por exemplo, 
sobremesas), para diminuir o sabor. 
 
Ao administrar através de sonda, diluir bem para 
prevenir a indução de vômitos e possível 
pneumonia por broncoaspiração. 
Citrato de 
magnésio 
 
200 mL (11,6 gramas) 1 vez por dia 
Glicerina 
 
01 supositório por reto por 15 minutos 1 x/dia 
Lactulose 
 
10 a 20 g (15 a 30 mL) 1x ou 3x/dia 
Sorbitol 
 
30 g (120 ml de solução a 25%) 1 x/ dia 
Polietilenoglicol 
(PEG) 
 
8,5 a 34 g em líquidos de 240 mL. 
LAXANTES ESTIMULANTES / IRRITATIVOS 
Picossulfato de 
sódio 
 
Pérola gelatinosa 2,5 mg 
Adultos e crianças > 10 anos: 2 a 4 pérolas 
gelatinosas (5-10 mg) 
Crianças de 4 a 10 anos: 1 a 2 pérolas 
gelatinosas (2,5-5 mg) 
Crianças < 4 anos, a dose recomendada é 
0,25 mg/kg de peso corporal. 
 
Solução oral 7,5 mg/ml 
Adultos e crianças > 10 anos: 10 a 20 gotas 
(5-10mg) 
Crianças de 4 a 10 anos: 5-10 gotas (2,5-5 
mg) 
Crianças < 4 anos, a dose recomendada é 
0,25 mg/kg de peso corporal. 
Contraindicado: Bisacodil: Crianças com idade 
< 6 anos*. Dor abdominal aguda, náuseas, 
vômitos ou outros sintomas de apendicite ou dor 
abdominal não diagnosticada ou hemorragia retal. 
Obstrução intestinal. Gestação. Óleo de rícino: 
casos de obstrução intestinal crônica, Doença de 
Crohn, colite ulcerativa e qualquer outro episódio 
de inflamação no intestino. Picossulfato de 
sódio: íleo paralítico, obstrução intestinal, 
quadros abdominais agudos, como apendicite 
aguda, doenças inflamatórias agudas do intestino, 
dores abdominais graves associadas à náusea e 
vômitos. 
Situações especiais: Picossulfato de sódio: 
pode ser utilizado na lactação. Não é 
recomendado o uso durante a gestação. 
 
7 
 
 
 
Bisacodil: Pode ser distribuído no leite materno, 
mas geralmente em quantidades insuficientes 
para produzir um efeito laxante, entretanto, não é 
recomendado durante a lactação. Não é 
recomendado o uso durante a gestação. Sene: 
Categoria C na gestação; Pode ser distribuído no 
leite. Não é provável que apareça em 
quantidades suficientes para afetar lactentes. A 
Academia Americana de Pediatria (AAP) 
considera Sene compatível com a amamentação. 
Eventos adversos: Irritação gástrica; irritação 
retal, náusea, diarreia, inchaço, distensão 
abdominal. 
A ingestão diária contínua desses agentes pode 
estar associada à hipocalemia, enteropatia com 
perda proteica e sobrecarga de sal. Assim, esses 
medicamentos devem ser usados com cautela, se 
utilizadas cronicamente. Óleo de rícino: Em 
grandes doses pode causar náuseas, vômitos, 
cólicas e severo efeito purgativo. 
 
Bisacodil 
 
Comprimido e drágea de 5 mg. 
 
Adultos 5 a 15 mg administrados em dose 
única; a maioria dos pacientes pode exigir 
doses diárias únicas até 30 mg. 
 
Crianças* 3-11 anos de idade: Uma dose 
única de 5 a 10 mg (geralmente 5 mg) ou 0,3 
mg / kg diariamente. 
Crianças ≥12 anos de idade: Uma dose 
única de 5- a 15 mg (geralmente 10 mg) 
diariamente. 
 
Tempo para início do efeito: 15 a 60 min 
 
Supositório de 10 mg por reto 1x/dia 
Tempo para início do efeito:6 a 10 h 
Sene (Cassia 
angustifolia) 
2 a 4 abas (8,6 mg sennosides por aba) ou 1 
a 2 abas (15 mg sennosides por aba) como 
uma única dose diária ou divididas duas 
vezes por dia. 
Tempo para início do efeito: 6 a 12h 
 
Ácido ricinoleico 
(Óleo de rícino) 
Doses de 15 ml (1 colher de sopa) promove 
a evacuação aquosa entre 1 a 3 horas, ação 
rápida. 
FONTE: Truven Health Analitycs (2018); Micromedex (2018); UpToDate (2018); Bulas oficiais dos medicamentos. 
 
 
AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS 
Para avaliação dos resultados, o farmacêutico deve considerar os seguintes aspectos: 
 A avaliação dos resultados pode constatar quatro diferentes resultados: melhora parcial, piora, ausência de 
melhora e resolução; 
 A meta terapêutica a ser alcançada é alívio dos sintomas de constipação e restabelecer o fluxo normal do 
intestino, estabelecer uma dieta adequada e hábitos de exercício que auxiliem na prevenção de recorrências, 
promover o uso seguro e efetivo de produtos específicos e evitar o abuso dos laxantes. 
 Reavaliação dos sinais/sintomas do paciente, sendo importante a investigação daqueles considerados de alerta 
para encaminhamento; 
 Antes de considerar falha no tratamento, avaliar a adesão ao tratamento proposto e condições do paciente em 
seguir o plano; 
 Identificação precoce de problemas relacionados à segurança. Pacientes que apresentam eventos adversos 
devem ser encaminhadas a outro profissional de saúde para uma possível suspensão do medicamento. 
 
 
 
 
8 
 
DECISÃO TERAPÊUTICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
AGA. American Gastroenterological Association Medical Position Statement on Constipation. Gastroenterology, 
144:211–217, 2013. 
AMERICAN PHARMACISTS ASSOCIATION. OTC Advisor Self-Care for Gastrointestinal Disorders. Monograph 2. 
APhA, 2010. 
BHARUCHA AE, DORN SD, LEMBO A, PRESSMAN A. American Gastroenterological Association Medical Position 
Statement on Constipation. Gastroenterology v. 144, 2013. 
BLENKINSOPP, A.; PAXTON, P. Symptons in the pharmacy. A Guide to the management of common illness. 2ª ed: 
Blackwell Science, 1995. 
BOVE A, BELLINI M, BATTAGLIA E, ET AL. Consensus statement AIGO/SICCR diagnosis and treatment of chronic 
constipation and obstructed defecation (part II: treatment). World J Gastroenterol. 2012 Sep 28;18(36):4994-5013 
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 585 de 29 de agosto de 2013. Regulamenta as atribuições clínicas 
do farmacêutico e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 25 set. 2013f. Seção 
1, p.186-188. 
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Serviços farmacêuticos diretamente destinados ao paciente, à família e à 
comunidade: contextualização e arcabouço conceitual. Brasília: Conselho Federal de Farmácia, 2016. 
ENCABO, B.; FERNÁNDEZ, J.; GAMINDE,et.al. Estreñimiento. Protocolos de atención farmacêutica. Farmacia 
Profesional, v. 18, n. 4, 2004. 
FINKEL, R.; PRAY, S. Guia de Dispensação de Produtos Terapêuticos que não Exigem Prescrição. 2ª ed: Artmed; 2007 
FOXX-ORENSTEIN AE, MCNALLY MA, ODUNSI ST. Update on constipation: one treatment does not fit all. Cleve Clin J 
Med. 2008 Nov;75(11):813-24 
FORD AC, MOAYYEDI P, LACY BE, et al; Task Force on the Management of Functional Bowel Disorders. American 
College of Gastroenterology monograph on the management of irritable bowel syndrome and chronic idiopathic 
constipation. Am J Gastroenterol. 2014 Aug;109 Suppl 1:S2-26 PDF [s.l: s.n.]. 
DR.MURTADHA AL-SHAREIFI E-LIBRARY. Handbook of Nonprescription Drugs. 16th Ed. 2009. 
KENNEDY, E.; CLYDE, J. Respondingto Minor Ailments. [s.l.] NHS Education for Scotland, 2008. 
NATHAN, A. FastTrack - Managing Symptoms in the Pharmacy. Pharmaceutical Press, 2008. 
NICE. Constipation in children and young people: diagnosis and management, 2010. 
PAQUETTE IM, VARMA M, TERNENT C et.al. The American Society of Colon and Rectal Surgeons' Clinical Practice 
Guideline for the Evaluation and Management of Constipation. Dis Colon Rectum. 2016 Jun;59(6):479-92 
PARE P, BRIDGES R, CHAMPION MC, et al. Recommendations on chronic constipation (including constipation 
associated with irritable bowel syndrome) treatment. Can J Gastroenterol. 2007 Apr;21 Suppl B:3B-22B full-text 
SIMREN M, PALSSON OS, WHITEHEAD WE et.al. Update on Rome IV Criteria for Colorectal Disorders: Implications for 
Clinical Practice. Current Gastroenterology Reports 19.4 (2017): 15. PMC. Web. 11 Mar. 2018. 
SINGH G, LINGALA V, WANG H, et al. Use of health care resources and cost of care for adults with constipation. Clin 
Gastroenterol Hepatol 2007;5(9):1053–8. 
SATISH SC RAO. Constipation in the older adult. UpToDate. Disponível em: 
http://www.uptodate.com/contents/constipation-in-the-older-
adult?source=search_result&search=constipation&selectedTitle=3~150. 
MANU R SOOD. Prevention and treatment of acute constipation in infants and children. UpToDate. Disponível em: 
http://www.uptodate.com/contents/prevention-and-treatment-of-acute-constipation-in-infants-and-
children?source=search_result&search=constipation&selectedTitle=2~150 
WORLD GASTROENTEROLOGY ORGANIZATION GLOBAL GUIDELINES. Constipation: a global perspective. 2010. 
 
 
10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Realização: 
 
Organização 
Grupo de Trabalho sobre Saúde Pública 
Coordenação Geral 
Valmir de Santi 
Concepção Pedagógica 
Cassyano Januário Correr 
Thais Teles de Souza 
Walleri Christini Torelli Reis 
Coordenação Pedagógica 
Walleri Christini Torelli Reis 
Autores 
Alcindo de Souza Reis Junior 
Aline de Fátima Bonetti 
Bruna Aline de Queirós Bagatim 
Cínthia Caldas Rios Soares 
Fernanda Coelho Vilela 
Fernando Henrique Oliveira de Almeida 
Inajara Rotta 
Livia Amaral Alonso Lopes 
Natália Fracaro Lombardi 
Valmir de Santi 
Wallace Entringer Bottacin 
Walleri Christini Torelli Reis 
Revisão 
Cassyano Januário Correr 
Wellington Barros da Silva

Continue navegando