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BANCO DIREITO MATERIAL E PROCESSUAL 
Direito Civil – Aula 01 
Luciano Figueiredo 
1 
Poder Familiar 
 
1. Conceito. 
 
Poder familiar ou autoridade parental constitui o 
conjunto de deveres e direitos reconhecidos aos 
genitores em face de seus filhos menores de 18 
anos não emancipados, visando a administração 
patrimonial e existencial destes. 
 
Art. 1.630. Os filhos estão sujeitos ao poder familiar, 
enquanto menores. 
 
Art. 1.631. Durante o casamento e a união estável, 
compete o poder familiar aos pais; na falta ou im-
pedimento de um deles, o outro o exercerá com 
exclusividade. 
 
Parágrafo único. Divergindo os pais quanto ao exer-
cício do poder familiar, é assegurado a qualquer 
deles recorrer ao juiz para solução do desacordo. 
 
Poder familiar é sinônimo de Pátrio Poder? 
 
É possível a renúncia ao Poder Familiar? 
 
ECA, Art. 166. Se os pais forem falecidos, tiverem 
sido destituídos ou suspensos do poder familiar, ou 
houverem aderido expressamente ao pedido de 
colocação em família substituta, este poderá ser 
formulado diretamente em cartório, em petição assi-
nada pelos próprios requerentes, dispensada a as-
sistência de advogado. 
 
§ 1
o
 Na hipótese de concordância dos pais, esses 
serão ouvidos pela autoridade judiciária e pelo rep-
resentante do Ministério Público, tomando-se por 
termo as declarações. 
 
§ 2
o
 O consentimento dos titulares do poder familiar 
será precedido de orientações e esclarecimentos 
prestados pela equipe interprofissional da Justiça da 
Infância e da Juventude, em especial, no caso de 
adoção, sobre a irrevogabilidade da medida. 
 
§ 3
o
 O consentimento dos titulares do poder familiar 
será colhido pela autoridade judiciária competente 
em audiência, presente o Ministério Público, gar-
antida a livre manifestação de vontade e esgotados 
os esforços para manutenção da criança ou do ado-
lescente na família natural ou extensa. 
 
§ 4
o
 O consentimento prestado por escrito não terá 
validade se não for ratificado na audiência a que se 
refere o § 3
o
 deste artigo. 
 
§ 5
o
 O consentimento é retratável até a data da 
publicação da sentença constitutiva da adoção. 
§ 6
o
 O consentimento somente terá valor se for 
dado após o nascimento da criança. 
 
§ 7
o
 A família substituta receberá a devida orien-
tação por intermédio de equipe técnica interprofis-
sional a serviço do Poder Judiciário, preferencial-
mente com apoio dos técnicos responsáveis pela 
execução da política municipal de garantia do direito 
à convivência familiar. 
 
O que fazer na hipótese de divergência no exer-
cício do Poder Familiar? 
 
Art. 1.631. Durante o casamento e a união estável, 
compete o poder familiar aos pais; na falta ou im-
pedimento de um deles, o outro o exercerá com 
exclusividade. 
 
Parágrafo único. Divergindo os pais quanto ao exer-
cício do poder familiar, é assegurado a qualquer 
deles recorrer ao juiz para solução do desacordo. 
 
Extinção do matrimônio ou da união estável ex-
tingue o Poder Familiar? 
 
Art. 1.632. A separação judicial, o divórcio e a dis-
solução da união estável não alteram as relações 
entre pais e filhos senão quanto ao direito, que aos 
primeiros cabe, de terem em sua companhia os 
segundos. 
 
E novas núpcias? 
 
Art 1.636. O pai ou a mãe que contrai novas núp-
cias, ou estabelece união estável, não perde, quan-
to aos filhos do relacionamento anterior, os direitos 
ao poder familiar, exercendo-os sem qualquer inter-
ferência do novo cônjuge ou companheiro. 
 
Parágrafo único. Igual preceito ao estabelecido 
neste artigo aplica-se ao pai ou à mãe solteiros que 
casarem ou estabelecerem união estável. 
 
O Enunciado 337 do CJF caminha neste sentido: “O 
fato de o pai ou a mãe constituírem nova união não 
repercute no direito de terem os filhos do leito ante-
rior em sua companhia, salvo quando houver com-
prometimento da sadia formação e do integral de-
senvolvimento da personalidade destes”. 
 
2. Exercício do Poder Familiar e o seu Conteúdo. 
 
Conteúdo taxativo ou exemplificativo? 
 
Art. 1.634. Compete a ambos os pais, qualquer que 
seja a sua situação conjugal, o pleno exercício do 
poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
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BANCO DIREITO MATERIAL E PROCESSUAL 
Direito Civil – Aula 01 
Luciano Figueiredo 
2 
I - dirigir-lhes a criação e a educação; 
II - exercer a guarda unilateral ou compartilhada nos 
termos do art. 1.584; 
III - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento 
para casarem; 
IV - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento 
para viajarem ao exterior; 
V - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para 
mudarem sua residência permanente para outro 
Município; 
VI - nomear-lhes tutor por testamento ou documento 
autêntico, se o outro dos pais não lhe sobreviver, ou 
o sobrevivo não puder exercer o poder familiar; 
VII - representá-los judicial e extrajudicialmente até 
os 16 (dezesseis) anos, nos atos da vida civil, e 
assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem 
partes, suprindo-lhes o consentimento; 
VIII - reclamá-los de quem ilegalmente os detenha; 
IX - exigir que lhes prestem obediência, respeito e 
os serviços próprios de sua idade e condição. 
 
Usufruto legal? 
 
Art. 1.689. O pai e a mãe, enquanto no exercício do 
poder familiar: 
 
I - são usufrutuários dos bens dos filhos; 
II - têm a administração dos bens dos filhos 
menores sob sua autoridade. 
 
Art. 1.690. Compete aos pais, e na falta de um deles 
ao outro, com exclusividade, representar os filhos 
menores de dezesseis anos, bem como assisti-los 
até completarem a maioridade ou serem emancipa-
dos. 
 
Parágrafo único. Os pais devem decidir em comum 
as questões relativas aos filhos e a seus bens; 
havendo divergência, poderá qualquer deles recor-
rer ao juiz para a solução necessária. 
 
Pode alienar ou gravar bens? 
 
Art. 1.691. Não podem os pais alienar, ou gravar de 
ônus real os imóveis dos filhos, nem contrair, em 
nome deles, obrigações que ultrapassem os limites 
da simples administração, salvo por necessidade ou 
evidente interesse da prole, mediante prévia au-
torização do juiz. 
 
Parágrafo único. Podem pleitear a declaração de 
nulidade dos atos previstos neste artigo: 
 
I - os filhos; 
II - os herdeiros; 
III - o representante legal. 
 
3. Suspensão e Extinção do Poder Familiar. 
 
Hipóteses de suspensão: 
 
Art. 1.637. Se o pai, ou a mãe, abusar de sua au-
toridade, faltando aos deveres a eles inerentes ou 
arruinando os bens dos filhos, cabe ao juiz, re-
querendo algum parente, ou o Ministério Público, 
adotar a medida que lhe pareça reclamada pela 
segurança do menor e seus haveres, até sus-
pendendo o poder familiar, quando convenha. 
 
Parágrafo único. Suspende-se igualmente o exer-
cício do poder familiar ao pai ou à mãe condenados 
por sentença irrecorrível, em virtude de crime cuja 
pena exceda a dois anos de prisão. 
 
Hipóteses de extinção: 
 
Art. 1.635. Extingue-se o poder familiar: 
 
I - pela morte dos pais ou do filho; 
II - pela emancipação, nos termos do art. 5
o
, pa-
rágrafo único; 
III - pela maioridade; 
IV - pela adoção; 
V - por decisão judicial, na forma do artigo 1.638. 
 
Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o 
pai ou a mãe que: 
 
I - castigar imoderadamente o filho; 
II - deixar o filho em abandono; 
III - praticar atos contrários à moral e aos bons cos-
tumes; 
IV - incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no 
artigo antecedente.

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