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TTééccnniiccaass ddee CCllaarreeaammeennttoo DDeennttaall :: CCllaarreeaammeennttoo CCaasseeiirroo SSuuppeerrvviissiioonnaaddoo Vantagens [ Técnica simples e fácil aplicação; [ Tempo de atendimento clínico reduzido comparado com o de consultório; [ Uso de agentes clareadores em baixas concentrações; [ Eficácia e segurança comprovadas por evidência científica; [ Baixa incidência de sensibilidade dentinária; [ Não é utilizada fonte de calor; [ Baixo custo; [ Fácil reaplicação nos casos de recidivas de cor. Limitações: Ò Necessidade de colaboração do paciente para realizar o tto; Ò Necessidade de utilização de moldeiras de acetato; Ò Maior tempo de tto (2-3 semanas); Ò Possível sensibilidade dentinária ou irritação gengival durante o tto; Ò Contraindicado para dentes que apresentam amplas restaurações, por terem pouca quantidade de estrutura dentária; Ò Pacientes grávidas ou lactantes preferencialmente não devem realizar o tto; Ò Pacientes alérgicos aos agentes clareadores também não devem submeter-se à técnica. Plano de Tratamento (tto) Paciente deve ser informado da necessidade de substituição de restaurações após o tratamento, além de receber todo o regime de tto de modo oral e escrito. O tipo de agente clareador e quantidade de bisnagas a serem utilizadas também devem ser definidos nessa etapa. Geralmente 2 bisnagas do agente clareador são suficientes para o clareamento das arcadas no período de 2 semanas. B Protocolo Clínico B [ Profilaxia: Realizar profilaxia com pasta de pedra-pomes e água + escova de Robson ou taça de borracha. Objetivo dessa etapa Remover biofilme e pigmentações superficiais que podem prejudicar difusão do agente clareador. [ Registro inicial da cor: É essencial para o paciente observar o resultado. [ Moldagem e confecção dos modelos: Moldes das arcadas são obtidos em alginato e vazados em gesso. - Devemos cuidar para que a margem dentogengival seja bem copiada pelo molde; - Os modelos de ambos os arcos devem ser recortados em formato de “U” ou ferradura; - Confecção de alívios na face V dos dentes dos modelos de gesso servem como reservatório nas moldeiras (porém é opcional, já que estudos mostraram que essa confecção não afeta a efetividade do tto clareador); - Principal objetivo da confecção desses alívios: auxiliar no assentamento das moldeiras e reduzir a pressão delas sobre os dentes; - Os alívios devem ser confeccionados na face V de segundo a segundo PM e de 1 a 2mm abaixo da margem cervical, afastados das papilas. [ Confecção de moldeiras: São obtidas com o auxílio de uma plastificadora a vácuo. - Os modelos devem ser centralizados sobre a bandeja perfurada da plastificadora e uma placa de acetato com cerca de 1mm de espessura deve ser colocada na parte superior do equipamento; - Ao ligar a plastificadora, a placa de acetato é aquecida, assim que é observado um abaulamento de 2 a 3 cm com aspecto de bolha, as alavancas do equipamento devem ser puxadas rapidamente para baixo, de modo que o vácuo possibilite melhor adaptação da placa sobre o modelo de gesso. - Os excessos da porção V das moldeiras devem ser recortados de modo que permaneça uma espessura de aproximadamente 1 mm acima da margem cervical. [ Prova da moldeira: Para verificar a adaptação e se há áreas de interferência oclusal, áreas desconfortáveis ou de pressão sobre o tecido gengival. [ Instruções ao paciente: Explicar o protocolo detalhado e de maneira oral e escrita. - Deixar evidente que, sempre que for usar as moldeiras carregadas de agente clareador, é necessário realizar um boa higienização oral; - No consultório: realizar uma demonstração da quantidade de gel a ser colocado na face vestibular da moldeira correspondente a cada dente a ser clareado; - A moldeira deve ser levada à boca e pressionada contra os dentes; - Excesso de gel clareador extravasado pode ser removido com o dedo ou uma gaze; - Pacientes fumantes: evitar o hábito no período anterior ao uso da moldeira, - Pacientes devem reduzir em 70% o consumo de alimentos com corantes durante o tratamento clareador; - Paciente deve ter a consciência de que se houver sensibilidade dentária exagerada ou irritação gengival o tratamento deverá ser interrompido e deverá ser procurado imediatamente o profissional; - Tempo de utilização da moldeira carregada com gel clareador depende da concentração usada e do tipo de manchamento presente; - No clareamento caseiro geralmente prolonga-se o tto por até 3 semanas e diminui o tempo de utilização da moldeira carregada com o gel claredor; - Nos casos de dentes manchados por tetraciclina o clareamento caseiro com moldeira pode ser realizado por até 6 meses. [ Consultas de retorno periódicas: Agendar consulta 7 dias após início do tratamento. Observamos: condições gengivais, coloração dentária obtida e hipótese de sensibilidade dentinária. CCllaarreeaammeennttoo eemm CCoonnssuullttóórriioo Vantagens [ Supervisão direta do profissional, independente da colaboração do paciente; [ Rapidez na visualização dos resultados; [ Controle dos locais de aplicação do gel, principalmente em pacientes que apresentam recessões gengivais. Limitações Ò Maior tempo de atendimento clínico; Ò Necessidade de mais de uma sessão clínica; Ò Necessidade do uso de barreira gengival ou isolamento absoluto; Ò Custo mais elevado; Ò Maior risco de sensibilidade dentinária. Essa técnica também é contraindicada em dentes que apresentam amplas restaurações (pouca quantidade de estrutura dentária). Alterações da superfície de esmalte têm sido relatadas após clareamento dentário e relacionadas com remoção de minerais da estrutura adamantina. Estudos demonstraram que foram alterações transitórias. Fontes de luz: Não há evidência científica suficiente para indicar esse uso para potencializar os efeitos dos agentes clareadores. B Protocolo Clínico B [ Profilaxia e registro inicial da cor [ Proteção dos tecidos moles: Potencial iritativo dos peróxidos – fazer proteção com materiais de biossegurança, tanto profissional (gorro, máscara, luva, jaleco) quanto do paciente (óculos, avental impermeável e lubrificante para os lábios). [ Isolamento do campo operatório: Proteção da gengiva e demais tecidos moles. Podemos usar isolamento absoluto ou optragate (junto de uma barreira gengival de resina fotopolimerável). Pode ser usado também afastador labial e usar sugador de saliva. - Para confecção da barreira resinosa, a superfície dentária V e gengiva marginal devem ser secas com jato de ar, depois aplicar a faixa de resina cobrindo cerca de 0,5mm da margem gengival e 0,1 a 0,2mm da cervical dos dentes; - Após aplicação da barreira, um espelho bucal deve ser utilizado para verificar se há espaços vazios entre gengiva marginal e superfície dentária, com a finalidade de evitar exposições de porções da margem gengival ao agente clareador. [ Manipulação do agente clareador: Os clareadores à base de peróxido de H de 30-38% estão disponíveis em 2 frascos. A diferença de cor entre os líquidos facilita a homogeneização da mistura, seguindo proporção peróxido/espessante recomendada pelo fabricante. Depois de manipulado o gel deve ser aplicado em espessura de 1mm sobre a face V, inclusive nas proximais, estendendo-se para a face I. OBS.: Esse procedimento objetiva diminuir a sensibilidade durante o tto e não prejudica a eficácia do clareamento. [ Tempo de aplicação e troca do agente clareador: No caso da marca comercial citada na última foto, o gel clareador deve permanecer em contato com as superfícies dos dentes por 15min desdeinício da aplicação, sendo opcional usar fonte de luz. - Durante esse período, o gel deve ser movimentado sobre os dentes de 3-4x com auxílio de microaplicadores, com o objetivo de liberar bolhas de oxigênio geradas e melhor do contato entre dente e gel clareador; - Ao final do período, o produto alterará a coloração e a remoção deve ser feita com auxílio de cânula aspiradora; - Devemos também usar gaze para passar uma única vez em único sentido, de cervical para oclusal; - Para finalizar remoção do gel clareador, é realizada a lavagem com spray de água/ar. - A aplicação do gel pode ser repetida por até 2x na mesma seção clínica e o paciente deve ser questionado sobre possível sensibilidade dentinária e/ou irritações nos tecidos moles, para que a correção da barreira possa ser efetuada imediatamente. [ Remoção da barreira gengival e aplicação do agente dessensilizante: Removemos a barreira com a sonda exploradora e em seguida é aplicado sobre os dentes clareados um flúor gel neutro ou agente dessensibilizante por 10min. - Esse procedimento tem a finalidade de promover remineralização da estrutura dentária, além de diminuir a sensibilidade dentinária após clareamento; - Indicação é de até 3 sessões clínicas com 3 aplicações do agente em cada sessão. [ Recomendações finais ao paciente: Paciente deve ser orientado a evitar ingestão de alimentos ácidos e;ou que contenham corantes por pelo menos 24h após o clareamento. CCllaarreeaammeennttoo ddee DDeenntteess DDeessvviittaalliizzaaddooss Pré-requisitos Necrose pulpar mesmo após o tratamento endodôntico tende a causar descolorações dentárias que podem acentuar com o tempo decorrido após o tratamento. Devemos observar a qualidade da obturação endodôntica e condição dos tecidos periapicais. Avaliação da qualidade não deve haver espaços vazios se houver: obturação insatisfatória. Limitações Descolorações graves em dentes com tratamento endodôntico realizado há muitos anos (base: 5 anos ou mais) pouca previsibilidade ao tto; Quantidade de remanescente dentário, desconsiderando as restaurações presentes. Diagnóstico Realizar tomada radiográfica periapical dos elementos a serem clareados para verificar qualidade da obturação endodôntica. A técnica mais indicada é a do clareamento interno mediato para dentes tratados endodonticamente ou descoloridos após traumatismos dentários. Nessa técnica usamos o perborato de sódio em pó, manipulado em água destilada. É o agente para clareamento interno mais seguro porque apresenta menor risco de reabsorções internas. B Protocolo Clínico B [ Profilaxia e registro inicial da cor [ Registro da altura da coroa clínica: Utilizar uma sonda periodontal para desobturar posteriormente toda porção da câmara pulpar e canal referentes à coroa dentária, para possibilitar ação do agente clareador por toda essa porção. [ Proteção dos tecidos moles e isolamento absoluto [ Acesso à câmara pulpar: Usamos instrumentos rotatórios em alta rotação e irrigação constante. Devemos remover áreas retentivas, restos de tecidos cariados e material obturador definitivo ou provisório. [ Confecção do selamento biomecânico: Inicialmente feita com cimento de hidróxido de cálcio e depois com CIV (cimento de ionômero de vidro). Essa barreira mecânica tem por objetivo evitar o extravasamento de material clareador para o canal radicular (o que poderia causar episódios de reabsorção radicular externa). [ Condicionamento ácido: Pode ser realizado CA no interior do canal radicular e da câmara pulpar, com o objetivo de remoção da smear layer e expor os túbulos dentinários. [ Aplicação do agente clareador: O perborato de sódio é aplicado no interior do canal radicular e da câmara pulpar com auxílio de um porta-amálgama, toda a câmara pulpar deve ser preenchida com agente clareador, deixando apenas 2mm para confecção da restauração provisória com CIV ou resina composta. [ Consulta de retorno: Devemos avaliar o grau de clareamento obtido. - Sessão deve ser realizada de 4-7 dias após a primeira sessão; - Se for alcançado um grau de clareamento satisfatório devemos confeccionar um curativo de hidróxido de cálcio e indicar confecção da restauração definitiva após no mínimo 7 dias; - Se nessa segunda consulta não foi alcançado o clareamento desejado, pode ser feita a troca do agente clareador por até 3x. Em casos de descolorações intensas, nas sessões de trocas do material clareador interno, pode ser feito o clareamento imediato interno e externo com peróxido de hidrogênio a 35% (power bleaching) que pode ser utilizada por 3 a 4 sessões. MMiiccrrooaabbrraassããoo ddoo EEssmmaallttee É usada uma pasta composta por um ácido (ácido clorídrico a 6% ou ácido fosfórico a 37%) associado a um abrasivo (pedra- pomes ou carbeto de silício). [ Método seguro; [ Facilmente executado; [ Efetivo; [ Não causa desconforto ao paciente; [ Promove melhorias na aparência dentária pela remoção de uma camada superficial de esmalte. Inicialmente Croll e Cananaugh usavam uma mistura de ác. Clorídrico a 18% com pedra-pomes com a aplicação feita por uma espátula de madeira, mas pelo ác. Clorídrico ser um agente extremamente agressivo e volátil, por isso a aplicação exige precauções para evitar riscos ao paciente ao cirurgião-dentista. Modelli propôs a substituição do ác. Clorídrico por ácido fosfórico nas técnicas de microabrasão. Apresenta a vantagem de ter menores riscos para estrutura dentária em relação ao ác. Clorídrico. Outras técnicas microabrasivas: [ 10% de ácido clorídrico associado a um pó de baixa granulação, composto por sílica em uma pasta hidrossolúvel PREMA, Premier Dental, EUA [ Opalustre, Ultradent ácido clorídrico a 6,6% e carbeto de silício [ WhitenessRM, FGM ácido clorídrico a 6% e carbeto de silício. B Protocolo Clínico B [ Profilaxia e registro inicial do caso [ Proteção dos tecidos moles: Podemos usar vaselida sólida ou Oral Seal (ultradent). Proteção de eventual extravasamento durante aplicação do agente microabrasivo, que apresenta ação cáustica. Por esse motivo também o paciente necessita utilizar óculos de proteção. [ Isolamento absoluto: Deve ser feito com dique de borracha nos dentes a serem tratados. [ Manipulação do agente abrasivo: - Quando usado ác. Fosfórico a 37% ou ác. Clorídrico a 18% associado à pedra-pomes devem ser manipulados na proporção 1:1; - Usar os dosadores do CIV para proporcionamento; - Produtos pré-fabricados e prontos para uso que contêm ác. Clorídrico com concentração em torno de 6% não precisam de manipulação. [ Aplicação do agente microabrasivo: A pasta microabrasiva deve ser aplicada mecanicamente com taça de borracha e contra-ângulo, com redução da velocidade para 10:1 por 10 segundos na superfície do esmalte manchado. - Uma alternativa é usar espátula de madeira para fazer fricção do abrasivo sobre superfície dentária; - Após cada aplicação, o excesso da pasta deve ser removido com o auxílio de uma gaze e jatos de água por 20 segundos; - As aplicações devem ser realizadas até a remoção da mancha ou até 12 repetições por no máximo 2 sessões clínicas. [ Polimento da superfície dentária e aplicação tópica de fluoretos: No final de cada sessão clínica, a superfície abrasonada deve ser polida com discos de feltro e pastas de polimento. Em seguida é feita a lavagem e secagem dos dentes tratados e ATF (aplicação tópica de fluoretos – fluoreto de sódio neutro em gel por 1 minuto). [ Remoção do dique de borracha [ Orientação do paciente e retorno após 1 semana: Orientar para que siga uma dieta restritiva de substâncias corantes na primeira semana após o tto.Retorno deve ser 1 semana após o início do tto com o objetivo de evitar a influência da desidratação no resultado final. EEffeeiittooss AAddvveerrssooss Mais comuns: [ Irritação gengival; [ Sensibilidade dentinária. A irritação gengival está associada à utilização de moldeiras desadaptadas (agente clareador extravasa e permanece em contato com tecidos gengivais). No clareamento em consultório (por ter alta concentração do gel clareador) pode haver queimaduras na gengiva ou nos lábios se houver contato do produto com mucosa ou pele desprotegida. Respeitar a proteção dos tecidos moles com barreira gengival, afastadores para lábios e língua. A sensibilidade dentinária é mais frequente no clareamento em consultório. Estudos demonstram que é transitória e cessa de 1-5 dias após conclusão do tto. Agentes clareadores usados no clareamento dental seguro têm se mostrado seguros e toleráveis e os efeitos adversos são menos frequente. Em casos de sensibilidade dentinária pode ser feita a redução da quantidade de gel na moldeira ou reduzir o tempo do tto, ou até mesmo interromper por alguns dias. Estudos mostraram que a quantidade de penetração de peróxido de hidrogênio dentro da câmara pulpar de dentes restaurados foi maior que em dentes hígidos, sendo influenciada pelo tipo de material restaurador. Durante o tratamento clareador é mais esperado que se tenha maior sensibilidade em dentes vitais restaurados do que em dentes hígidos. Reabsorção radicular interna associados a alguns fatores, como: selamento cervical inexistente, uso da técnica termocatalítica (uso de espátula rubra para acelerar reação do agente clareador na técnica imediata). É recomendado que sempre seja usado selamento cervical biomecânico e que esse seja confeccionado 7 dias antes da primeira sessão clínica de clareamento para haver presa completa do material. CCoonnssiiddeerraaççõõeess ffiinnaaiiss [ Tratamentos clareadores são alternativas viáveis para descolorações dentárias de várias etiologias. [ Há evidências científicas suficientes para relatar o sucesso das técnicas em consultório e caseira; [ Efeitos adversos podem ser minimizados ou evitados com aplicações corretas das técnicas; [ Agentes clareadores de autocuidado têm pouco ou nenhum efeito clareador; [ A microabrasão dentária tem se mostrado uma técnica segura, conservadora, rápida e eficiente para o tto das descolorações localizadas do esmalte.
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