Buscar

Abordagem familiar - MEDICINA / UFCSPA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

ENTREVISTA COM A FAMÍLIA – MFC MEDICINA UFCSPA 
Na primeira visita com a família, é necessário, de forma respeitosa e inteligente, estabelecer conexão com 
cada um dos membros, se mostrando empático e apoiador. Dessa forma se conseguirá conquistar a 
confiança, e isso é fundamental para que os interesses de ambos possam ter sucesso. Quando a família é 
muito diferente do médico (ex.: família japonesa) é essencial que o médico faça esforços para apreender 
pontos de identificação entre os dois elos. A comunicação não verbal pode ser de extrema importância aqui. 
 
 
 
 
 
 
Há três habilidades especiais, descritas abaixo, que consideramos que aumentam o potencial para se 
estabelecer parceria firme entre profissional e paciente. 
1) Rapport: diz respeito à construção da harmonia. Despertar sentimentos de aceitação e confiança. 
Assim que o rapport foi estabelecido, é necessário ouvir a pessoa, todas suas crenças pessoais e 
explicações sobre a doença que tem. 
2) Organizar a entrevista: estruturar a entrevista de modo a articular a fala dos familiares, para que 
reconheçam a competência do profissional. É fundamental coordenar os discursos, instigando apenas 
uma pessoa a falar por vez – ressaltando o poder de liderança do médico e garantindo que todos 
possam ter voz. Encorajar que ninguém fale por outra pessoa, que cada um fale por si. Ainda, é 
essencial servir de modelo através do próprio comportamento, falando respeitosamente e 
demonstrando confiança na capacidade de cada um dos familiares. 
3) Troca de comportamentos de risco por comportamentos saudáveis: identificar o comportamento de 
risco e validar a autonomia e responsabilidade de quem o comete “sua decisão é continuar 
fumando?”. Indagar com o paciente se este decidiu parar de fumar recentemente. Oferecer, ainda, 
apoio profissional e organizar um acompanhamento regular. 
Os estágios de motivação para mudança, segundo Prochaska, são: 1) pré-contemplação → nenhum plano de 
mudança; 2) contemplação → planejar mudar no futuro (6 meses); 3) preparação → planejar mudar em 
futuro próximo (1 mês); 4) ação → recente mudança positiva; 5) manutenção. 
É essencial, dessa forma, apoiar o paciente aconselhando-o, esteja ele em qualquer estágio da mudança. 
 
•Princípios gerais para atender famílias 
Cumprimenta-se apertando a mão de cada membro da família. Posiciona-se a família, assim, ao lado do 
paciente. Sempre cuidar para afirmar a contribuição de cada membro, assim como agradecer as emoções 
expressadas. Esclarecer os pensamentos de todos. Não ser tão crítico, e enfatizar os pontos positivos 
individuais. Além disso, é importante bloquear interrupções inoportunas. Caso haja desacordo, notifica-lo e 
considerar terapia familiar. Ademais, é importante não deixar uma pessoa monopolizar a conversa, 
interrompê-la, se necessário, e pedir a outra pessoa sua opinião. Nunca oferecer conselhos prematuramente e 
evitar tomar partido. 
•Cinco fases da entrevista 
1) Cumprimentos: em torno de 5 minutos. Dar as mãos e orientar a família na sala. Falar com cada 
membro buscando a aproximação – possível identificação com algum subgrupo. Pode se propor aqui 
a elaboração do genograma. 
-Com uma pessoa deprimida, fala-se com voz baixa e calma! 
-Com pessoa que teve algum trauma recentemente e está ansiosa, falar de forma forte, confortante e 
convincente. 
-Com uma pessoa de difícil comunicação, é interessante buscar pontos de identificação. Jeito de falar, de 
sentar, de se comportar. Tudo que possa aproximar o contato. 
2) Entendendo a situação: ouvir os objetivos da sessão. Observar, após, os conflitos entre os objetivos 
mencionados. Analisar os motivos de interesse para intervenção de doenças. 
3) Discussão: Solicitar o ponto de vista de todos, e questionar como que eles passaram por outras 
situações parecidas desta. 
4) Diagnóstico situacional: identificar os pontos fortes da família, os recursos médicos e os recursos 
comunitários. Mostrar sua visão perante tudo que lhe foi passado. Como o médico está, de fato, 
entendendo o problema. 
5) Estabelecer planos: contribuir com informações médicas ou conselhos, e solicitar um plano da 
família. Firmar combinações, lembrando os objetivos. Perguntar se há dúvidas. Agradecer a 
participação e marcar um novo encontro. 
 
 
Referências: 
1. Fernandes, C L C; Curra, L CD. Instrumentos de abordagem familiar . Programa de Atualização de 
Medicina de Família e Comunidade (PROMEF). Porto Alegre: Artmed. 2006. Cap 1 
 2. McDaniel, S H; Campbell, T L; Hepworth, J; Lorenz, A. Family-Oriented Primary Care. Second Edition. 
New York: Springer. 20 
FERRAMENTAS DE ABORDAGEM FAMILIAR – GENOMAPA E ECOGRAMA – MEDICINA 
UFCSPA 
Na prática do médico da família e comunidade (MFC), há ferramentas que facilitam as abordagens com as 
famílias. O sucesso do médico ao abordar e “conquistar” uma família contribuirá para prevenção, 
investigação e tratamento dos casos. Há evidências de que a família influencia no que tange à conservação 
da saúde, desenvolvimentos de doenças e recuperação. Assim, se houver possibilidade de modificar a 
interação familiar a favor do desenvolvimento à saúde, o médico, nutrido de boas ferramentas, deve fazê-lo. 
De que forma a família tem participação no curso de doenças? A reação da família é importante para a 
evolução do quadro; o envolvimento familiar multiplica os recursos; informações colhidas de vários 
familiares enriquece o caso e favorece o diagnóstico; e a intervenção se torna mais efetiva se há 
envolvimento familiar. 
•Ciclo de vida: são as etapas pelas quais as famílias passam, cada qual com seus desafios. O entendimento 
desse ciclo brinda o profissional com ferramentas para intervir e resolver os entraves. Essas etapas podem ou 
não ser atravessadas por crises. A classificação, exposta abaixo, é a de McGoldrick, 1995. 
 
 
 
 
Em famílias socialmente vulneráveis, podem ocorrer fenômenos que encurtam as fases do ciclo de vida: 
gravidez precoce, início do trabalho também precoce, aglomeração de gerações dentro da mesma casa. 
•Caso clínico: 
Filha de 24 anos que resolve morar sozinha. Apresenta 4 episódios de dor de garganta em 6 meses, após ter 
saído de casa. Ainda tem dependência da mãe, que a ajuda nas tarefas e relata ao médico que a filha adoece 
porque saiu de casa. Como proceder? 
Primeiramente, tratar a queixa principal. Em um segundo momento, é importante discutir com a família 
questões de individualização, responsabilidades e autonomia. Cabe ao MFC encorajar esse desprendimento 
funcional da jovem, e fornecer amparo para as pessoas das quais a jovem está se desvencilhando. Como todo 
caso tem em si uma complexidade, há algumas ferramentas que o MFC pode utilizar para auxílio: 
•Genograma 
É um diagrama que coloca em pormenores o histórico familiar, a estrutura e papéis dos membros da família. 
Possibilita de forma visual toda a dinâmica que envolve determinada família. Eventos importantes como 
separação, nascimento e morte deve constar no diagrama. Para desenhar esse mapa, é necessário entrevista 
clínica contínua para a coleta e atualização das informações. Há a necessidade de alguma intimidade entre 
profissional e família. As doenças acometidas também devem ser contempladas, além dos conflitos 
acontecidos e a natureza da relação entre os membros. As vantagens de se usar essa ferramenta é a visão de 
contexto que ela traz, atravessando gerações e todas interações entre elas. Auxilia, ainda, a identificar 
aspectos comuns e problemas que acontecem de forma padronizada. Além disso, através do mapeamento do 
papel de cada um dentro de família, permite melhorar as relações e prevenir isolamentos. A imagem abaixo 
ilustra alguns símbolos do genograma. 
 
 
O genograma deve contemplar nomes, idades, estado marital, casamento prévio, filhos, doenças, eventos 
traumáticos, ocupações, emoções de proximidade, distância ou conflito. Ademais, colocar sempre três 
geraçõesda família a partir do informante. 
•Ecomapa 
É uma representação gráfica que liga as pessoas de uma família às estruturas sociais nas quais ela está 
imersa. Conecta, dessa forma, o núcleo familiar à comunidade e o meio no qual habita. Devem ser 
contemplados no ecomapa creche, escola, UBS, igreja, associação de moradores, relações significativas 
(amigos, vizinhos), trabalho e lazer. Um exemplo de ecomapa pode ser visualizado abaixo.

Continue navegando