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Reinventar o processo de trabalho lúdico na Educação Infantil, através das práticas pedagógicas na perspectiva da Arte (Pós-pandemia).

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Reinventar o processo de trabalho lúdico na Educação Infantil, através das práticas pedagógicas na perspectiva da Arte (Pós-pandemia).[footnoteRef:2] [2: Este trabalho refere-se ao conteúdo da disciplina Itinerários Culturais – PROFEDUC-2021–,ministrada pelo Prof. Dr. Marcos Antônio Bessa-Oliveira, como resultado das discussões, bibliografias e dos debates desta.] 
Cecilia Fátima Mello Fuchs[footnoteRef:3] [3: Especialista em Metodologias no Ensino de Linguagens, EDUCON. Email: mellofuchscecilia@gmail.com.] 
Resumo: A proposta deste paper é uma forma diferenciada de um trabalho pedagógico na Educação Infantil, tanto do aluno quanto do professor, explorando a Arte (falo da disciplina que contempla as quatro linguagens, visuais, música, teatro e dança) sem que seja taxado como bagunça. Proponho,também, novas formas de trabalhar os conteúdos da Infância, de uma maneira em que a criança tenha total autonomia e liberdade e que o retorno das aulas presenciais pós-pandemia seja trabalhado em um novo modelo de formato pedagógico. O referencial teórico utilizado foi Bessa-Oliveira (2018; 2021), Mignolo (2008), Mae (1991), entre outros. Acreditamos que o espaço escolar deve ser um lugar agradável para estar, o lúdico deve estar sempre presente, como novos caminhos trilhados pelo processo de descolonização: independência, libertação e autonomia. 
Palavras-chave: Arte, Educação Infantil, Práticas Pedagógicas.
Resumen: El propósito de este trabajo es una forma diferente de trabajo pedagógico en Educación Infantil, tanto para el alumno como para el docente, explorando el Arte (hablo de la disciplina que incluye los cuatro lenguajes, visual, música, teatro y danza). sin tener que pagar impuestos como un desastre. También propongo nuevas formas de trabajar los contenidos de Infancia, de manera que el niño tenga total autonomía y libertad y que se trabaje el regreso al aula tras la pandemia en un nuevo modelo de formato pedagógico. El marco teórico utilizado fue Bessa-Oliveira (2018; 2021), Mignolo (2008), MAE (1991), entre otros. Creemos que el espacio escolar debe ser un lugar agradable para estar, lo lúdico debe estar siempre presente, como nuevos caminos recorridos por el proceso de descolonización: independencia, liberación y autonomía.
Palabras clave: Arte, Educación Infantil, Prácticas Pedagógicas.
INTRODUÇÃO – Minhas indagações à respeito da Arte
 “Os professores de arte não têm tido a oportunidade de estudar as teorias da criatividade ou disciplinas similares nas universidades porque estas não são disciplinas determinadas pelo currículo mínimo.”. 
ANA MAE BARBOSA, 1991, p.02
A arte (representada através de várias formas), talvez seja a forma mais bela de expressar sentimentos e emoções. Porém se ela for mal “aplicada”, se torna algo monótono e sem vida. Digo isso, pois sou educadora há 15 anos, e o desejo em ser docente veio na minha infância. Fui criada na roça, aqui no Estado do Mato Grosso do Sul, no distrito de Itahum, onde iniciei meus estudos numa escola rural, onde havia apenas uma sala para todas as séries, onde uma carteira era para dois alunos e a situação era bem precária. Porém, era uma menina tímida, onde não fui incentivada e proporcionada à experiências que auxiliam a desenvolver capacidades cognitivas, como atenção, memória, raciocínio, entre outros, pelos meus professores. Não tive muita aceitação e desenvolvimento no ambiente escolar, desde o primeiro ano do ensino fundamental até o ensino médio, causando assim um descontentamento e um trauma escolar, por ter perdido de aprender mais e a desenvolver algumas habilidades descobertas somente agora com 51 anos. Partindo disso resolvi fazer a faculdade de Pedagogia, mudar o rumo dessa história, tornando-me a cada dia a professora que gostaria de ter tido e a que desejo para os meus netos.
Então iniciei minha jornada como Pedagoga, e hoje leciono aulas na Educação Infantil. Mas uma coisa me incomoda. Por que as crianças na Educação Infantil (de zero à três anos e onze meses) estão engessadas? Por que a Arte não é explorada de forma livre na Educação Infantil? Por que o professor tem certo receio deministrar aulas que exigem que aluno faça barulho, ou ponha a “mão na massa” ou até mesmo uma bagunça saudável, por um medo do horário ou até mesmo da gestão achar que ele (digo aqui o professor) não tem autonomia (que é vista como silêncio e disciplina).Essas indagações carrego comigo há muito tempo, vejo que o professor precisa fazer um novo caminho para que esses modelos que são impostos, sobre o que vem a ser correto ou incorreto na sala de aula, sejam mudados. Como fazer a diferença se não temos total liberdade ou nos sentimos coagidos pela nossa equipe de trabalho ao por fazer algo diferenciado ou descontruído?
Diante das minhas indagações quero propor neste paper uma forma diferenciada de um trabalho pedagógico na Educação Infantil, sem esse engessamento, tanto do aluno quanto do professor. Proponho nesta escrita a exploração da Arte (falo da disciplina que contempla as quatro linguagens:visuais, música, teatro e dança) na Educação Infantil de forma livre, sem que seja taxadacomo bagunça. Proponho tambémnovas formas de trabalhar os conteúdos da Infância, de uma maneira em que a criança tenha total autonomia e liberdade e que o retorno das aulas presenciais pós-pandemia seja trabalhado em um novo modelo de formato pedagógico, focado em trabalhar a arte engessada, a fim de reconstruir as relações que pode ter deixado diversos impactos negativos, não apenas na aprendizagem, mas no desenvolvimento social e emocional causado pelo isolamento social e distanciamento escolar trazido pela pandemia. Acredito que escola deve ser divertida, um lugar agradável para estar, por mais responsabilidades que se tenha dentro dela, o lúdico deve estar sempre presente, os jogos, a música, as brincadeiras, o teatro, a dança e a Arte em um modelo novo seguindo como novos os caminhos trilhados pelo processo de descolonização: independência, libertação e autonomia. Ou seja, criança tem que ser feliz! Não há melhor forma de aprender.
A ARTE NA EDUCAÇÃO INFANTIL: não é bagunça, é aprendizagem
A Educação Infantil é a primeira etapa da Educação Básica, onde recebemos crianças de zero à seis anos, para compor o ambiente de aprendizagem escolar. Segundo a LDB (Lei de Diretrizes e Bases), em seu artigo 29, sobre a Educação Infantil, define-se:
Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. (LDB, 1996).
A creche ou Centro de Educação Integrado deixam de ter um cunho assistencial, e passam a ter um valor pedagógico, diante de seu funcionamento. Recebemos crianças de 04 meses à 05 anos. E infelizmente ainda somos taxados como meros cuidadores de crianças e não professores. O mesmo acontece quando nós Pedagogos, trabalhamos a disciplina de Artes, e somos vistos como pessoas bagunceiras, ou matadores de tempo, sendo que não é bem isso, que acontece, quando ministramos a disciplina para as crianças. Segundo Bessa-Oliveira, sobre o ensino de Artes, nos diz que:
[...]é pensar em diferentes perspectivas possíveis para as distantes Linguagens da Arte no Ensino Básico de Arte no Brasil. Especialmente a partir de abordagens de intelectuais e de documentos parecidos ao da BNCC do Brasil e em outros países, sobretudo a fim de lutarmos para o restabelecimento da Área de Arte ao seu lugar de direito: a formação do sujeito através de um saber sensível, estético, social, histórico e cultural, transversalmente tomando das práticas artístico-culturais nas diferentes linguagens, com profissionais competentes e com formação acadêmica e profissional nessas diferentes linguagens. (BESSA-OLIVEIRA, 2018, p. 05)
Esse saber sensível proposto pelo autor Marcos Antônio Bessa-Oliveira, nos faz refletir sobre educadores ou artistas que lutam e prezam pelo saber e o fazer docentena sala de aula, através de práticas que promovam, conhecimento, mas também gerem saberes que as vezes ficam desconsiderados. Um exemplo disso, na Educação Infantil, são as datas comemorativas. No currículo proposto na Educação Infantil, temos como obrigatoriedade, o trabalho com o Dia do Índio (19 de abril), a Cultura Afro-Brasileira (20 de novembro), Semana do Meio Ambiente (Mês de Setembro), entre tantas outras. Por muitos anos, e até nos dias de hoje, as datas comemorativas, parecem “descongelar” as culturas. Segundo Bessa-Oliveira (2018, p.07) “Na verdade, também a meu ver, parece que são práticas teóricas que, veridicamente, não resolvem nada na prática cotidiana que é tão problemática nas escolas e nas universidades”. Tenho uma leve impressão de que, o fazer docente do professor é muito limitado, diante dos conteúdos propostos no currículo.
Para que a Arte na Educação Infantil, deixe de ser vista como bagunça, ou como algo sem valor, trago aqui as reflexões de Walter Mignolo sobre a desobediência epistêmica (2018), construindo assim caminhos que nos levam a esse pensamento descolonial que vem a ser:
A opção descolonial é epistêmica, ou seja, ela se desvincula dos fundamentos genuínos dos conceitos ocidentais e da acumulação de conhecimento. Por desvinculamento epistêmico não quero dizer abandono ou ignorância do que já foi institucionalizado por todo o planeta (por exemplo, veja o que acontece agora nas universidades chinesas e na institucionalização do conhecimento. (MIGNOLO, 2008, p.290)
Ou seja, construir caminhos, práticas pedagógicas, ou até mesmo mudanças de vida, que retirem, essa colonização imposta pelo poder. Onde o dia do índio, não passe mais a ser somente uma data do ano, o mesmo aconteça com as outras culturas que são desconsideradas na sala de aula:
Na América do Sul, na América Central e no Caribe, o pensamento descolonial vive nas mentes e corpos de indígenas bem como nas de afro-descendentes. As memórias gravadas em seus corpos por gerações e a marginalização sócio-política a qual foram sujeitos por instituições imperiais diretas, bem como por instituições republicanas controladas pela população crioula dos descendentes europeus, alimentaram uma mudança na geo e na política de Estado de conhecimento. (MIGNOLO, 2008, p. 291).
O pensamento descolonial, desvinculando-se das formas corretas de produção de conhecimento. Quando eu cito as culturas, que sequer são desenvolvidas na sala de aula, seja no dia do índio, ou até mesmo na cultura afro-brasileira, não quero afirmar que elas são melhores ou piores, mas sim, necessárias para a produção de conhecimento na escola.
Nesse próximo subtítulo, farei uma exposição sobre um projeto de brinquedos desenvolvido no Centro Integrado de Educação Infantil, onde eu ministro aula na sala do nível I, onde utilizei materiais recicláveis e a desconstrução de músicas infantis.
MINHAS PRÁTICAS PEGAGÓGICAS: uma trajetória como educadora na Educação Infantil
Nas minhas práticas pedagógicas, faço a inclusão desde o planejamento e a sistematização da dinâmica dos processos de aprendizagem, até a caminhada no meio de processos que ocorrem para além da aprendizagem. Procuro estar buscando novos conhecimentos e maneiras de ensinar, para melhorar as práticas interdisciplinares para que a aprendizagem não seja prejudicada, pela falta de interesse dos estudantes e a acomodação como educadora. Segundo Villardi (1997, p.110), “A literatura é feita para encantar, é feita com prazer para proporcionar prazer, o que vem depois é conseqüência desse prazer. Ele nos mostra que o homem sensível e crítico pode ser mais feliz”.
Acredito que no brincar a criança aprende muito mais, e, além disso, o brincar aumenta a criatividade. Então percebo que as crianças já chegam às creches e escolas fazendo o uso de eletrônicos em excesso e mesmo não sendo exatamente o problema. Vejo a ausência na falta de brincadeiras no "mundo real", pois, as crianças não sabem brincar. Além disso, algumas delas desconhecem a atividade com a existência material, palpável; como por “a mão na massa“, atividade que demonstra algo real, positivo: benefícios concretos, ou seja, que ocorrem realmente, de verdade, pois assim, procuro nas minhas práticas pedagógicas atividades diferenciadas que estimulam o desenvolvimento das crianças.
Com isso, proporciono aos alunos, a concretização da aprendizagem em um ambiente motivador, acolhedor e que desperte a atenção e a curiosidade. “Brincar de massinha de modelar é gostoso, mas brincar com barro, e ainda mais”.
Nas minhas práticas pedagógicas trabalho muito com contação de história e a música, com grandes cenários, dramatização e teatro, pois acredito que a teatralidade e a caracterização são condições importantes e favorecem o momento da contação, procuro fazer a criança entrar na história ou na música para manter a magia, a criatividade, imaginação, conforme afirma Bettelheim: 
Para que a história realmente prenda a atenção da criança, deve entretê-la e despertar a sua curiosidade. Contudo, para enriquecer a sua vida, deve estimular-lhe a imaginação: ajudá-la a desenvolver seu intelecto e a tornar claras suas emoções; estar em harmonia com suas ansiedades e aspirações; reconhecer plenamente suas dificuldades e, ao mesmo tempo, sugerir soluções para os problemas que a perturbam. (BETTELHEIM, 2009, p.11)
Imagem 01- Professora de Saci- Fonte: Celular
Imagem 02- Professora de Bruxa- Fonte: Celular
Imagem 03- Trabalhando tempo- Fonte: Celular
Se a literatura é feita para encantar, como fazer em um mundo tão globalizado e informatizado, o espaço para os livros? Isso vai ficando escasso, se não conseguimos prender a atenção das crianças e nem desenvolver seu senso crítico e criativo, pois somente lendo um livro para ela de forma tradicional, acredito que outra forma seria de contar as histórias através, da teatralidade e a caracterização, pois são condições importantes e favorecem o momento da contação. Mesmo sendo algo trabalhoso e cansativo, penso eu, que o educador precisa se dedicar ao contar ou ler um texto, não somente didatizar as histórias sem a participação dos seus alunos. Sendo assim a preparação para a contação de histórias é muito importante, contar histórias deve ser uma arte, de envolver vários mecanismos para prender a atenção dos seus ouvintes. Mas não é somente isso, é preciso encantar. A partir, da história, posso criar novas propostas de atividades como desenho, teatro, músicas, consigo trabalhar todos os campos de experiência com atividades concretas. Um exemplo disso é ao trabalhar cultura sul-mato-grossense, posso não só falar da culinária, dos costumes 'importados' como a chipa e a sopa paraguaia, mas posso convidar as crianças para executar as receitas regionais ou a partir disso fazer uma releitura da chipa ou da sopa, desconstruída, como vemos na imagem abaixo:
Imagem 04- Fazendo chipa- Fonte: Celular
Outra forma de reinvenção é a partir da música. Com a música do seu lobato posso pôr as crianças para ser o seu Lobato, mas e se o seu Lobato fosse uma mulher? Então criei um cenário com os animais e os caracterizei, os mesmos tiveram que alimentar osanimais e até mesmo tirar o leite da vaca. 
Imagem 05- A menina do Sr. Lobato Fonte: Celular
Outra forma foi um trabalho sobre a Cultura Afro-Brasileira comemorada somente no dia 20 de novembro, mas trabalhei em datas diferentes, com o tema bullying e inclusão, pois a diferença e o respeito aos negros têm que ser trabalhado em qualquer, data, pois respeitar as diferenças faz parte do nosso dia a dia. E assim o faço! Pois acho desta forma as crianças aprendem muito mais e deforma prazerosa.
O ano de 2019 foi marcado pela pandemia causada pelo vírus da Covid-19. Houve fechamentos de comércios, isolamento social, bem como, o fechamento das escolas. As aulas passaram a ser realizadas pelo computador, tablet, celulares. A escola passou a ser “dentro de casa”. Infelizmente nem todos têm acessoà tecnologia. A educação, principalmente nesse tempo de pandemia, mostrou o quanto às pessoas,não têm os mesmos acessos ou os mesmos direitos.
Ressalto issoconsiderando quefaltam estruturas para acesso às tecnologias; aparelhos tecnológicos que podem ser acessados por estudantes e professores; faltam professores e estudantes que dominamos acessos às tecnologias quando as duas estruturas anteriores existem; e, no caso do Brasil, mormente, falta ainda a própria tecnologiano sentido restrito aos aparatos eletrônicos/midiáticos. É sabido que cerca de 70% de brasileiros e brasileiras, se não mais, sequer têmcontatocom o chamado meio real de acesso à Arte, a Cultura e a Educação por meio das tecnologias: imaginemos, pois, esses e essas terem acessos ao chamado ambiente virtual/midiático/tecnológico que demanda todas as estruturas aqui listadas antes e outras que me escapam agora para terem acesso à Educação? (BESSA-OLIVEIRA, 2021, p.1967)
Diante dessas afirmações, no nosso caso, de educador na Educação Infantil, muitas famílias também não têm acesso à celulares, deixando de realizar as atividades propostas. Pensando nessa perspectiva, desenvolvemos juntamente com a Coordenação do CIEI, um projeto de brinquedos recicláveis, onde os pais pudessem buscá-los na Unidade, para assim, a criança ter acesso a aprendizagem.
O projeto foi desenvolvido da seguinte forma:
Cada educador escolheu um brinquedo para a confecção. Eu fiz a escolha da Dona Aranha, para assim, realizar a confecção do brinquedo e a música. Só que, não apresentei a dona Aranha, de uma forma comum: Ela era da cor azul e houveram algumas mudanças na canção. A canção original é essa:
A dona aranha subiu pela parede
Veio a chuva forte e a derrubou
Já passou a chuva o sol já vai surgindo
E a dona aranha continua a subir
Ela é teimosa e desobediente
Sobe, sobe, sobe e nunca está contente. (CANTIGAS DE RODA)
Para a desconstrução da canção, fiz uma nova versão, para que as crianças pudessem ter esse novo contato:
 A Dona Aranha
Subiu pela parede
Criança inteligente
Não coloca a mão
Veio Papai forte 
E a derrubou
Já passou o medo é hora de brincar
Criança deve ser obediente
Pra ficar contente.
A canção original, propõe as vezes até de maneira inofensiva, uma aranha que não é perigosa, e isso precisa ser revisto. Propus a nova versão da canção para alertar, sobre o perigo do animal. Sobre a cor da Aranha, existe um tipo que se chama Tarantula Azul Colbato, mostrando para as crianças que não existe somente um tipo de Aranha, e apenas uma cor dela, existem várias outros, assim como existem várias culturas, vários saberes e novas formas de se trabalhar o processo pedagógico na escola. Saímos daquele modelo único, que muitas vezes opera no ensino.
Imagem 01- Dona Aranha Fonte: Celular Pessoal
Foi possível observar grande, curiosidade por parte das crianças que receberam essa nova versão da Aranha. Eles estavam acostumados, com outro tipo de animal, que na canção se mostra doce e inofensivo, mas que na vida real é muito perigoso. Porém essa nova aranha traz ao aluno, uma nova forma de ver a Arte, colorindo-a de novas cores. E qual o problema se a Aranha fosse azul ou rosa? Mignolo (2018, p. 290-291) nos fala que “Pensamento descolonial significa também o fazer descolonial, já que a distinção moderna entre teoria e prática não se aplica quando você entra no campo do pensamento da fronteira e nos projetos descoloniais”.
Trazer para a sala de aula, uma nova aranha, ou um novo tipo de pensamento, não é algo errado e sim, inovador. Mas que muitas vezes, o próprio professor, não se sente preparado, para pôr em prática.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Desaprender para aprender a reaprender também que nos levama perceber formas outras de produção de arte, de culturas e conhecimentos, em contextos escolares, por exemplo, por meio de corpos e almas outros que continuam sendo vilipendiadosnas escolas e universidades pelos projetos de homogeneização/higienização/globalização/universalização dos mundos diferentes no Ocidente.
Bessa- Oliveira. Arte, Cultura, Educação, COVID-19 & o Pensamento Descolonial Crítico Biogeográfico Fronteiriço. 2021
Eu me tornei professora, para mudar a vida das crianças. Sim nós temos essa responsabilidade nas mãos. Talvez essa desconstrução proposta, é enxergar que todos nós produzimos algum tipo de conhecimento. A Arte na educação Infantil é ministrada por um Pedagogo, e não por uma pessoa que é formada na área. É um desafio gigantesco, pois em nossa grade Curricular do Curso de Pedagogia, temos apenas uma disciplina sobre o Ensino de Artes na Escola. É necessário que o professor, tenha novas práticas de ensino, tirando essa visão de que o ensino de Artes na escola, não passa de um descanso de disciplinas, ou de uma bagunça desorganizada. É preciso fazer com que a infância de nossos alunos seja vista!! Sejam prazerosas e para isso, propus um novo caminho com práticas descoloniais na escola.
Infelizmente a escola é baseada pelo eurocentrismo. O calendárioescolar é fundamentado em seus 200 dias letivos, em princípios cristãos eeuropeus, silenciando as culturas como uma forma de “agrado”faz-se lembrar dessas mesmas culturas em um único dia do ano. Nós educadores, devemos romper com isso, fazendo com que as culturas sejam trabalhadas em mais dias, como uma forma de produzir conhecimento, principalmente na Educação Infantil.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARBOSA, Ana Mae. Arte-Educação no Brasil. São Paulo: Perspectiva, 1999. (Estudos; 139 dirigida por J. Guinsburg).
BESSA-OLIVEIRA, Marcos Antônio. A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR: ENSINO DE ARTE NAS ESCOLAS, AINDA É UMA COISA POSSÍVEL? Anais eletrônicos da III Jornada Brasileira de Educação e Linguagem/ III Encontro dos Programas de Mestrado Profissionais em Educação e Letras e XII Jornada de Educação de Mato Grosso do Sul/2018.
BESSA-OLIVEIRA, Marcos Antônio.Arte, Cultura, Educação, COVID-19 & o Pensamento Descolonial Crítico Biogeográfico Fronteiriço: por uma Pedagogia/Filosofia da Libertaçãode corpos, almas e fazeres culturais. 2021.
BETTELHEIM, Bruno. A psicanálise dos contos de fadas. São Paulo: Paz e Terra S/A,
2009.
LDB – Leis de Diretrizes e Bases. Lei nº 9.394. 1996. Disponível em: Acesso em 15 de maio de 2021.
MIGNOLO, Walter. Desobediência Epistêmica: a Opção Descolonial e osignificado de Identidade Em Política. Cadernos de Letras da UFF – Dossiê:Literatura, língua e identidade, Rio de Janeiro, nº 34, 2008, p. 287-324.
VILLARDI, Raquel. Ensinando a gostar de ler: formando leitores para a vida inteira. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1997.
 
 
Reinventar o processo de trabalho lúdico na Educação Infantil, através das práticas 
pedagógicas na perspectiva da Arte (Pós
-
pandemia).
1
 
 
Cecilia
 
Fátima
 
Mello Fuchs
2
 
 
Resumo
: A proposta deste 
paper
 
é uma forma diferenciada de um trabalho pedagógico na Educação 
Infantil, tanto do aluno quanto do professor, explorando a Arte (falo da disciplina que contempla as 
quatro linguagens, visuais, música, teatro e dança) sem que seja taxado como bagunça. 
Propo
nho
,
também, novas
 
formas de trabalhar os conteúdos da Infância, de uma maneira em que a criança 
tenha total autonomia e liberdade e que o retorno das aulas presenciais 
pós
-
pandemia seja trabalhado em 
um novo modelo de formato pedagógico. O referencial teór
ico utilizado foi Bessa
-
Oliveira
 
(2018; 2021)
, 
Mignolo
 
(2008)
, 
Mae 
(1991)
, entre outros. Acreditamos que o espaço escolar deve ser um 
lugar agradável
 
para estar, o lúdico deve estar sempre presente, como novos caminhos trilhados pelo processo de 
descoloniz
ação: independência, libertação e autonomia. 
 
 
 
Palavras
-
chave
: Arte, Educação Infantil, Práticas Pedagógicas.
 
 
Resumen: El propósito de este trabajo es una forma diferente de trabajo pedagógico en Educación 
Infantil, tanto para el alumno como para el docente, explorando el Arte (hablo de la disciplina que incluye 
los cuatro lenguajes, visual, música, teatro y danza
). sin tener que pagar impuestos como un desastre. 
También propongo nuevas formas de trabajar los contenidosde Infancia, de manera que el niño tenga 
total autonomía y libertad y que se trabaje el regreso al aula tras la pandemia en un nuevo modelo de 
form
ato pedagógico. El marco teórico utilizado fue Bessa
-
Oliveira (2018; 2021), Mignolo (2008), MAE 
(1991), entre otros. Creemos que el espacio escolar debe ser un lugar agradable para estar, lo lúdico debe 
estar siempre presente, como nuevos caminos recorrido
s por el proceso de descolonización: 
independencia, liberación y autonomía.
 
 
 
Palabras clave: Arte, Educación Infantil, Prácticas Pedagógicas.
 
 
 
 
INTRODUÇĂO 
–
 
Minhas indagaçőes ŕ respeito da Arte
 
 
 
“Os professores de arte năo tęm tido a oportunidade de est
udar 
as teorias da criatividade ou disciplinas similares nas 
universidades porque estas năo săo disciplinas determinadas 
pelo currículo mínimo.”. 
 
ANA MAE BARBOSA, 1991, p.02
 
 
A arte (representada através de várias formas), talvez seja a forma mais bela de 
expressar sentimentos e emoçőes. Porém se ela for mal 
“
aplicada
”, 
se torna algo 
monótono e sem vida. Digo isso, pois sou educadora há 15 anos, e o desejo em ser 
docente veio n
a minha infância. Fui criada na roça, aqui no Estado do Mato Grosso do 
 
 
 
1
 
Este 
trabalho refere
-
se ao conteúdo da disciplina Itinerários Culturais 
–
 
PROFEDUC
-
2021
–
,ministrada 
pelo Prof. Dr. Marcos Antônio Bessa
-
Oliveira, 
como resultado das discussões, bibliografias e dos 
debates
 
desta
.
 
2
Especialista em Metodologias no Ensino de Linguagens
,
 
EDUCON
.
 
Email: 
mellofuchscecilia@gmail.com
.

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