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Inquéritos Nacionais de Antropometria e Consumo Alimentar PNAS

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Ma. Larissa Beatrice Granciero Barbosa 
 Os indicadores são medidas-síntese que contém informação relevante sobre 
determinados atributos e dimensões do estado de saúde, bem como do 
desempenho do sistema de saúde. 
 
 Vistos em conjunto, devem refletir a situação sanitária de uma população e servir 
para a vigilância das condições de saúde. 
 A construção de um indicador pode variar desde a simples contagem direta de 
casos de determinada doença, até o cálculo de proporções, razões, taxas ou 
índices mais sofisticados, como a esperança de vida ao nascer. 
 
 A Vigilância Alimentar e Nutricional no Brasil foi preconizada em 1968, durante a 
21ª Assembléia Mundial de Saúde, atendendo às propostas da OMS, Organização 
Pan-Americana da Saúde – OPAS e da Organização das Nações Unidas para a 
Agricultura e a Alimentação – FAO; 
 
 As ações da Vigilância Epidemiológica deveriam ser aplicáveis a outros problemas 
de saúde pública, incluindo aqueles relacionados à alimentação e à nutrição, não 
restritas somente às doenças transmissíveis. 
 
 Nos anos 80 e início dos 90, processos conjugaram-se no sentido de justificar a 
Vigilância Epidemiológica da desnutrição e da obesidade, bem como de algumas 
condições de risco, devido à criação do SUS e seus novos conceitos em saúde; 
 Baseado nos problemas nutricionais de maior magnitude para a 
saúde pública do Brasil na atualidade, sendo eles: 
A baixa prevalência de aleitamento materno exclusivo; 
Desnutrição (déficit estatural), sobrepeso/obesidade e as 
comorbidades associadas; 
A anemia ferropriva, a hipovitaminose A e outras carências 
nutricionais como a deficiência de Vitamina B1; 
A dieta alimentar inadequada, alto consumo de açúcares simples, 
gorduras saturadas e trans, baixo consumo de fibras. 
Diretamente relacionados ao perfil nutricional e alimentar da população brasileira 
descritos a seguir: 
• Avaliar o estado nutricional de diferentes grupos populacionais; 
• Avaliar as morbidades associadas aos principais desvios nutricionais; 
• Avaliar as carências nutricionais específicas de vitamina A, ferro, zinco e cálcio, entre 
outras; 
• Acompanhar a prevalência de aleitamento materno e a introdução de novos alimentos; 
• Acompanhar o consumo de macronutrientes e de energia, incluindo dados tanto de 
ingestão alimentar como de despesas familiares; 
• Acompanhar a qualidade da alimentação quanto ao consumo de frutas, verduras e 
legumes, gorduras (trans e saturadas), sódio e açúcares livres; 
• Acompanhar o consumo de micronutrientes, principalmente de vitamina A, ferro, zinco 
e cálcio. 
 São muito importantes pois permitem o acompanhamento de tendências de 
evolução dos principais problemas nutricionais: Baixo peso e/ou desnutrição 
energético-proteica e sobrepeso/obesidade, definindo urgências. 
 Principal grupo de estudo  Mulheres e crianças  vulnerabilidade 
nutricional 
 Principais índices: estatura para idade e IMC para idade 
 
Estudo Nacional de Despesa Familiar (ENDEF) 
 Primeiro e mais amplo; 
 Realizado pelo IBGE, em 1974/1975; 
 O objetivo foi avaliar o consumo alimentar, a estrutura de despesa familiar 
e o estado nutricional de uma amostra representativa de todos os Estados 
do Brasil; 
 As análises foram feitas com base o quadro de orçamento familiar; 
 Avaliação do consumo alimentar foi feita por pesagem direta dos 
alimentos por 7 dias 
 
Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição (PNSN) 
 Realizada pelo Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição, com 
colaboração do IBGE e IPEA em 1988/1989; 
 Devido ao alto custo, trabalho operacional e extensão do período da coleta, 
optou-se por não repetir a metodologia da ENDEF 
 Objetivo: descrever o estado nutricional da população brasileira, além de 
caracterizar as condições de saúde e estrutura socioeconômica nos 
domicílios. 
 
Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) 
 Investiga informações referentes ao domicílio, à família, aos moradores e a seus 
respectivos orçamentos; 
 Mensura as estruturas de consumo, de gastos e de rendimentos das famílias; 
 A primeira foi em 1986/1987, depois 1995/1996, 2002/2003, 2008/2009; 
 Possibilita a obtenção de informações sobre quantidade de alimentos e bebidas 
adquiridos com dispêndio para consumo domiciliar; 
 Disponibilidade alimentar  indiretamente  consumo alimentar. 
 Inserção da mulher no mercado de trabalho  refeições fora de casa  limitação 
 
Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) 
 A POF 2002/2003 incluiu aspectos nutricionais (hábito de consumo) e 
autopercepção das condições de vida; 
 POF 2008/2009  A mais completa!  Incluiu antropometria e estudo 
sobre consumo efetivo; 
 
 
Estrutura da POF a partir de 2008/2009: 
 
Completa: A cada cinco anos. 
Simplificada: Anualmente 
 
Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher 
 Ocorreram em 1996 e 2006 e fazem parte do programa internacional de 
Pesquisas de Demografia e Saúde (DHS); 
 Foram realizadas pela Sociedade Civil de Bem-estar Familiar do Brasil 
(BEMFAM) e pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP), 
respectivamente; 
 As pesquisas contaram com apoio técnico e financeiro de diversas 
instituições, nacionais e internacionais 
 
Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da 
Mulher 
 Objetivos 
 PNDS 1996: Obter informações atualizadas sobre os níveis 
de fecundidade, mortalidade infantil e materna, anticoncepção, 
saúde da mulher e da criança, conhecimento e atitudes 
relacionadas a doenças sexualmente transmissíveis, além de 
características socioeconômicas da população. 
 
Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher 
 Objetivos 
 PNDS 2006: Caracterizar a população feminina em idade fértil e as 
crianças abaixo de 5 anos de idade segundo fatores demográficos, 
socioeconômicos e culturais; Identificar padrões de conjugalidade, 
parentalidade e reprodutivos; perfis de morbidade e mortalidade na 
infância, de amamentação e cobertura vacinal; avaliar o estado 
nutricional, a prevalência de deficiência de vit. A e de anemia 
ferropriva nos dois grupos populacionais; avaliar a 
segurança/insegurança alimentar, o teor de iodo disponível em âmbito 
domiciliar e avaliar o acesso a serviços de saúde e medicamentos. 
 
 Comparações entre os estudos devem ser cautelosas, levando em conta as diferentes 
metodologias, equipamentos e referências antropométricas utilizadas na avaliação 
nutricional; 
 Redução da prevalência de desnutrição nas regiões do país; 
 Maior déficit de estatura na zona rural e na região Norte do país (estratos sociais mais 
desfavorecidos); 
 Isso acontece provavelmente porque a criança passou por um período de privação 
alimentar na infância, o que acaba atrapalhando seu crescimento e desenvolvimento 
a longo prazo; 
 Ou seja, o índice altura/idade expressa o crescimento linear da criança e sintetiza a 
sua história de seu estado nutricional pregresso, desde o nascimento até o momento 
atual; 
 
 Por isso, o índice peso/idade deve ser tratado com cautela, pois pode indicar 
distúrbios nutricionais e não a sua ausência nesses casos; 
 Fatores que contribuíram para o declínio da desnutrição nos diferentes períodos: 
 
1. De 1975 a 1989: progresso moderado da renda familiar e expansão da cobertura dos 
serviços públicos de educação, saneamento e saúde e a expansão para dimensões 
nacionais dos programas de alimentação e nutrição (programas de suplementação). 
Além disso, houve redução nos índices de fecundidade e natalidade, deslocamento da 
população para a área urbana e mudança na estrutura etária da população; 
2. De 1989 a 1996: Maior grau de escolaridade das mães, maior acesso aos 
cuidados básicos de saúde expansão da rede pública de abastecimento de água e 
aumento modesto da renda familiar; 
 
3. De 1996 a 2007: Combinação de fatores: Aumento do poder aquisitivo das 
famílias, crescimento econômico,diminuição do desemprego, reajustes do 
salário mínimo acima da inflação, aumento da cobertura dos programas 
governamentais de transferência de renda e ampla expansão do acesso aos 
serviços públicos essenciais, particularmente na área da saúde com a Estratégia 
Saúde da Família; 
 Aumento de peso e DCNT em todas as faixas etárias, gêneros e estratos 
sociais; 
Transição (?) Nutricional 
 Verificada desde o Estudo Nacional de Despesa Familiar (ENDEF), realizado na 
década de 70. 
 Redução importante da prevalência de desnutrição e aumento de obesidade em 
geral. 
 Relaciona-se intrinsecamente com as transições demográfica e epidemiológica. 
 Aumento das doenças crônicas não transmissíveis.

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