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DIREITO CIVIL

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Direito Civil
Obra organizada pelo Instituto IOB – São Paulo: Editora IOB, 2014. ISBN 978-85-63625-59-5
Informamos que é de inteira responsabilidade do autor a emissão dos conceitos.
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a 
prévia autorização do Instituto IOB. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na 
Lei nº 9.610/1998 e punido pelo art. 184 do Código Penal.
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Sumário
Capítulo 1. Lei de Introdução às Normas do Direito 
Brasileiro (LINDB), 9
1. Vigência da Lei – Revogação da Lei, 9
2. Efeito Repristinatório – Obrigatoriedade das Leis – 
Integração das Leis, 10
Capítulo 2. Pessoa Natural, 12
1. Existência da Pessoa Natural, 12
2. Capacidade Civil Plena – Incapacidade, 13
3. Incapacidade – Emancipação, 14
4. Características dos Direitos da Personalidade, 15
5. Espécies de Direitos da Personalidade, 16
6. Fim da Pessoa Natural, 17
7. Morte Presumida – Herdeiros – Sucessão Definitiva – 
Representação – Exceções, 18
8. Morte Presumida – Herdeiros – Sucessão Definitiva – 
Representação – Exceções, 19
Capítulo 3. Pessoa Jurídica, 21
1. Pessoa Jurídica – Classificação – Associação – 
Fundação, 21
2. Desconsideração da Personalidade Jurídica, 22
Capítulo 4. Domicílio, 23
1. Espécies de Domicílio, 23
Capítulo 5. Bens, 25
1. Bens Considerados em Si Mesmos, 25
2. Bens Reciprocamente Considerados, 26
Capítulo 6. Negócio Jurídico, 28
1. Fato Jurídico – Ato Jurídico – Negócio Jurídico, 28
2. Elementos Essenciais e Acidentais do Negócio Jurídico 
– Interpretação do Negócio do Negócio Jurídico, 29
3. Negócio Jurídico – Condição – Termo – Encargo, 30
4. Requisitos de Validade do Negócio Jurídico, 31
5. Invalidação do Negócio Jurídico, 32
6. Vício de Consentimento – Erro e Dolo, 33
7. Vício de Consentimento – Coação, 34
8. Vício de Consentimento – Estado de Perigo e Lesão, 34
9. Fraude contra Credores, 35
10. Vício da Simulação – Absoluta – Relativa – Simulado – 
Dissimulado – Requisitos de Validade, 36
Capítulo 7. Atos Jurídicos, 38
1. Ato Ilícito – Culposo e Objetivo – Responsabilidade 
Civil – Excludente de Ilicitude, 38
Capítulo 8. Prescrição e Decadência, 39
1. Prescrição e Decadência, 39
2. Regras da Prescrição, 40
3. Causas Suspensivas, Impeditivas e Interruptivas da 
Prescrição, 41
4. Regras da Decadência, 42
Capítulo 9. Direito das Obrigações, 44
1. Obrigações de Dar Coisa Certa, 44
2. Obrigação de Fazer e Obrigação de Não Fazer, 45
3. Obrigações Alternativas, 46
4. Obrigações Divisíveis e Obrigações Indivisíveis, 47
5. Obrigações Solidárias, 48
6. Solidariedade Ativa, 49
7. Solidariedade Passiva, 50
8. Transmissão das Obrigações – Cessão de Crédito, 51
9. Transmissão das Obrigações – Assunção de Dívida, 52
10. Pagamento, 53
11. Inadimplemento das Obrigações – Mora, 55
12. Espécies de Mora – Purgação da Mora, 56
Capítulo 10. Contratos, 58
1. Formação dos Contratos – Circunstâncias – Proposta 
entre Presentes ou Ausentes – Lugar da Celebração, 58
2. Vício Redibitório e Evicção, 59
3. Contrato Aleatório – Contrato Preliminar – 
Adjudicação Compulsória, 60
4. Compra e Venda, 61
5. Doação, 62
6. Comodato e Mútuo, 63
7. Contrato de Depósito, 64
8. Seguro, 65
9. Fiança, 66
Capítulo 11. Responsabilidade Civil, 68
1. Espécies de Responsabilidade Civil: Responsabilidade 
Civil Extracontratual, Responsabilidade Objetiva e 
Responsabilidade Subjetiva, 68
2. Elementos ou Pressupostos da Responsabilidade Civil 
– Responsabilidade Objetiva Indireta – Pretensão de 
Regresso – Exceções – Responsabilidade do Incapaz 
Subsidiária e Mitigada, 69
3. Espécie de Danos: Dano Material, Dano Emergente e 
Lucro Cessante – Lesão aos Direitos da Personalidade, 
Dano Moral e Dano Estético, 70
4. Excludentes do Nexo de Causalidade – Causa ou 
Culpa Concorrente – Fato Exclusivo da Vítima – Fato 
Exclusivo de Terceiros – Caso Fortuito ou Força Maior, 71
5. Responsabilidade Objetiva Fundada no Risco – 
Atividade de Risco – Risco Interno e Risco Externo – 
Entendimento Jurisprudencial, 73
6. Responsabilidade Civil x Responsabilidade Criminal: 
Comunicabilidade das Instâncias, 74
Capítulo 12. Direito das Coisas, 75
1. Aquisição da Posse – Classificação da Posse, 75
2. Efeitos da Posse – Frutos – Indenização por 
Benfeitorias, 76
3. Propriedade, 77
4. Usucapião, 78
5. Aquisição pelo Registro do Título – Aquisição 
por Acessão – Ilhas – Aluvião – Avulsão – Álveo 
Abandonado, 79
6. Construções e Plantações, 80
7. Perda da Propriedade, 81
8. Direito Real de Superfície – Servidão, 82
9. Direito Real de Usufruto – Transmissão – Percepção 
dos Frutos – Simultâneo ou Conjuntivo – Extinção, 83
10. Direito Real de Uso – Habitação – Determinação Legal 
– Direito do Promitente Comprador, 84
Capítulo 13. Direitos Reais de Garantia, 86
1. Propriedade Fiduciária – Cláusula de Reversão – 
Negócio Jurídico, 86
2. Direitos Reais sobre a Propriedade Alheia – Penhor – 
Hipoteca – Anticrese, 87
Capítulo 14. Direito das Sucessões, 88
1. Espécies de Sucessão no Código Civil Brasileiro, 88
2. Sucessão Legítima, 88
3. Ordem de Vocação Hereditária, 90
4. Ordem de Vocação Hereditária – Sucessão entre 
Companheiros, 91
5. Ordem de Vocação Hereditária – Concorrência 
Sucessória entre Colaterais, 92
6. Sucessão Testamentária, 93
Capítulo 15. Direito de Família, 94
1. Relações de Parentesco, 94
2. Casamento, 95
3. Dissolubilidade do Casamento, 96
4. Regime de Bens, 97
5. Bem de Família, 98
6. Dissolução da Sociedade Conjugal, 99
7. Alimentos, 100
8. União Estável, 101
Gabarito, 105
Capítulo 1
Lei de Introdução às 
Normas do Direito 
Brasileiro (LINDB)
1. Vigência da Lei – Revogação da Lei
Para que uma norma jurídica adentre ao ordenamento jurídico, deve-se observar 
o denominado devido processo legislativo constitucional.
Neste sentido, versa o art. 1º da LINDB:
“Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país 
quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.”
Ainda, de acordo com o art. 2º da LINDB, não sendo destinada vigência tem-
porária a uma lei, esta terá vigor até que outra a modifique ou revogue.
Ainda, segundo o art. 3º da LINDB, ninguém poderá alegar que descumpriu a 
lei alegando que não a conhece.
Se a norma foi oficialmente publicada, mas ainda não entrou em vigor, es-
tando no período chamado vacatio legis, poderá sofrer modificações, correções, 
porém, não se fazendo por lei nova.
No entanto, a parte que foi alterada, deverá se submeter a uma nova publica-
ção, com um novo prazo de vacatio. Todavia, se a lei entrar em vigor, só poderá 
ser modificada por uma lei nova.
Sendo assim, observa-se que uma lei só poderá ser revogada por uma lei pos-
terior, ainda que esta lei não seja mais utilizada.
Existem duas formas de revogação no ordenamento jurídico: a expressa 
(quando nos últimos dispositivos da lei nova, vem previsto que revogará lei ante-
rior) e a tácita (quando a lei nova posterior regular inteiramente a matéria tratada 
na lei anterior ou, trouxer disposições que são incompatíveis com as traçadas na 
lei anterior).
Direito Civil10
Exercício 
1. (Cespe – TRT 21ª Região – Analista Judiciário – 2010) Com base na Lei de 
Introdução ao Código Civil, julgue o item que se segue:
 Quando determinada lei, antes mesmo de entrar em vigor, tem seu texto 
corrigido, pormeio de nova publicação oficial, considera-se que o prazo de 
vacatio legis começará a correr a partir da primeira publicação.
2. Efeito Repristinatório – Obrigatoriedade das 
Leis – Integração das Leis
Como regra, uma vez que a lei é revogada, não voltará a produzir seus efeitos no 
ordenamento jurídico pelo fato da lei revogadora ter perdido sua vigência.
Neste sentido, versa o § 3º do art. 2º da LINDB:
“Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei 
revogadora perdido a vigência.”
Por exemplo: Lei “B” revoga lei “A”. Depois, a lei “C” revoga a lei “B”, sem 
tratar do assunto, apenas revoga a lei “B”. Sendo assim, a Lei “A” não voltará a 
produzir seus efeitos.
Excepcionalmente, a repristinação será aceita no ordenamento jurídico quan-
do houver previsão expressa do legislador.
Como muitas vezes o ordenamento jurídico é lacunoso, para suprir essa lacu-
na, a LNDB trouxe mecanismos de preenchimento destas lacunas, como dispõem 
os arts. 4º e 5º da LNDB.
Exercício 
2. (FCC – TRF 2ª Região – Analista Judiciário – Execução de Mandados – 2012) 
Considere as seguintes assertivas a respeito da Lei de Introdução às normas 
do Direito brasileiro:
 I – As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.
 II – A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já 
existentes, revoga a lei anterior.
 III – A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para 
suceder.
 IV – Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao 
tempo em que se efetuou.
Direito Civil 11
 Está correto o que consta APENAS em:
a) I e III.
b) I, III e IV.
c) III e IV.
d) II e IV.
e) I, II e IV.
Capítulo 2
Pessoa Natural
1. Existência da Pessoa Natural
Pessoa natural é o ser humano dorado de direitos e deveres, e para receber o 
atributo de pessoa natural é necessário ter personalidade civil;
De acordo com o art. 2º do CC, a personalidade civil tem início com o nasci-
mento com vida.
Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas 
a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
O nascimento com vida independe do corto do cordão umbilical, pois o nasci-
mento com vida exige batimentos cardíacos próprios e sinais inequívocos de vida.
O nascimento com vida independe também de forma humana.
Se nascer sem vida, tem-se a figura do natimorto. O natimorto receberá um 
registro no RCPN. Se nascer vivo e morrer em seguida, terá o registro de nasci-
mento e o registro de óbito. O natimorto não adquire personalidade plena.
Nascituro é aquele que foi concebido mas ainda não nasceu cm vida.
Quanto aos direitos da personalidade, o nascituro conta com a proteção des-
ses direitos. O natimorto, por sua vez, conta com apenas alguns direitos da per-
sonalidade, tais como o direito ao nome, direito à imagem e direito à sepultura.
A personalidade plena é formada pela personalidade formal somada à perso-
nalidade material. 
A personalidade formal está atrelada aos direitos da personalidade, enquanto 
a personalidade material está atrelada a direitos patrimoniais. A personalidade 
formal é dada ao nascituro desde a concepção, por força da parte formal do 
citado art. 2º do CC. E, assim sendo, é a personalidade material que exige o nas-
cimento com vida.
Direito Civil 13
2. Capacidade Civil
A capacidade pode ser classificada em capacidade de direito e capacidade de 
fato.
Capacidade de direito é aquela que permite ser sujeito de relação jurídica. O 
art. 1º do CC determina que toda pessoa é capaz, o que significa que toda pessoa 
tem capacidade de direito.
A capacidade de fato é a que permite a prática de atos da vida civil, e tem 
início com a maioridade. 
A maioridade civil tem início aos 18 anos de idade, mas é possível antecipá-la. 
Isto ocorre por meio do instituto da emancipação. Mas observe que a pessoa 
emancipada é capaz, mas continua sendo menor, até completar 18 anos. É a 
figura do menor capaz.
São tipo de emancipação:
a) voluntária: ocorre por escritura pública. É ato dos pais (ambos), e exige-
se a idade mínima de 16 anos;
b) judicial: ocorre por sentença. Será emancipado por sentença o tutelado, 
e também é exigida a idade mínima de 16 anos.
c) legal: deriva da lei. São hipóteses o casamento, exercício de emprego 
público efetivo, colação de grau em curso de ensino superior, estabelecimento 
civil ou comercial, relação de emprego em que o menor com no mínimo 16 anos 
tenha economia própria., 
No que tange à incapacidade civil, importa consignar que o tema foi substan-
cialmente alterado pela Lei 13.146/2015 - Estatuto da Pessoa com Deficiência.
O primeiro caso de incapacidade civil que existe, atualmente, no sistema é a 
incapacidade absoluta, que está no art. 3º do CC e que traz apenas um único 
caso: o menor de 16 anos. Este, para praticar atos da vida civil, precisa de seu 
representante legal. Na falta do representante legal, o ato é nulo.
A incapacidade relativa está prevista no art. 4º do CC:
- maiores de 16 anos e menores de 18 anos;
- ébrios habituais e viciados em tóxicos;
- pródigos;
- aqueles que, por causa transitória ou permanente, não podem exprimir sua 
vontade.
Nos casos de incapacidade relativa, se faz necessária a assistência para a prá-
tica dos atos da vida civil.
Direito Civil14
3. Direitos da Personalidade - arts.12 e 14
O tema dos direitos da personalidade vem tratado nos arts. 11 e seguintes do CC.
São características dos direitos da personalidade a intransmissibilidade e a ir-
renunciabilidade (art. 11). Dessas características, decorrem outras: impenhorabi-
lidade, incomunicabilidade, inalienabilidade. Não podem, ainda, os direitos da 
personalidade sofrer limitação voluntária.
Excepcionam-se os casos previstos em lei.
O art. 12 trata das ações judiciais que podem ser propostas tendo por objeto 
os direitos da personalidade (ameaça e/ou lesão). Para ameaças, tem-se ação cau-
telar (para impedir a violação) e para as lesões tem-se a ação indenizatória, com 
prazo de 3 anos. Pode-se pleitear dano material, moral e/ou estético.
Tem legitimidade para propor essas ações o próprio ofendido. Em se tratando 
de pessoa morta, têm legitimidade o cônjuge ou companheiro e parentes em 
linha reta ou colateral até o quarto grau inclusive.
De acordo com o art. 14, é válida a disposição gratuita do próprio corpo com 
objetivo científico, ou altruístico, no todo ou em parte, para depois da morte.
O ato de disposição, denominado consenso afirmativo, pode ser revogado a 
qualquer tempo.
4. Direitos da Personalidade - arts. 13 e 15
No art. 13, temos o seguinte:
Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio 
corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contra-
riar os bons costumes.
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de trans-
plante, na forma estabelecida em lei especial.
Este dispositivo preocupa-se com o comércio ilegal de órgãos. Esta situação, 
por outro lado, autoriza a cirurgia de transgenitalização, mas esta cirurgia precisa, 
obrigatoriamente, de exigência médica. A pessoa será submetida avaliação por 
junta médica pelo período de 2 anos, e, só depois desse período, poderá, se for 
o caso, obter a autorização.
No art. 15, temos a regra de que ninguém pode ser constrangido a submeter-
se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica. O artigo 
trata da chamada “morte digna”: a pessoa tem o direito de escolher os tratamen-
Direito Civil 15
tos a que quer se submeter, e o faz pelo chamado Consentimento Informado, 
que é o documento em que o paciente afirma que foi informado dos riscos e 
benefícios, e, partir disso, fez uma opção.
A morte digna é a chamada ortotanásia, que significa morte correta, ou seja, 
a morte pelo seu processo natural. Neste caso o doente já está em processo na-
tural da morte e recebe uma contribuição do médico para que este estado siga 
seu curso natural.
O mesmoart. 15 permite, ainda, o chamado testamento vital ou biológico, 
que, em termos médicos, chama-se Diretiva Antecipada de Vontade (DAV), que 
é o documento que a pessoa firma para deixar clara a sua vontade em relação à 
alguns procedimentos médicos.
5. Direito ao Nome
O tema vem tratado nos arts.16 a 19 do CC:
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e 
o sobrenome.
O nome, protegido por este artigo, abrange o prenome (individualiza a pessoa 
na sociedade), o sobrenome (indica a origem da pessoa), a alcunha (apelido) e 
o agnome (partícula que individualiza pessoas que têm o mesmo prenome e o 
mesmo sobrenome). A Lei de Registros Públicos autoriza a inclusão de alcunha 
no nome.
É possível, tanto no casamento quanto na união estável, adotar o sobrenome 
do outro.
Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publica-
ções ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não 
haja intenção difamatória.
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda 
comercial.
Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que 
se dá ao nome.
A atividade deve ser lícita para que o pseudônimo conte com a mesma pro-
teção.
6. Requerimento Proibitivo
Direito Civil16
O tema do requerimento proibitivo vem disposto no art. 20 do CC:
Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça 
ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da 
palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa 
poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que 
couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se des-
tinarem a fins comerciais.
Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas 
para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes.
A pessoa pode proibir que seja divulgado um escrito, utilizada a sua imagem, 
etc., mediante simples requerimento. Mas existem casos polêmicos.
a) Biografia não autorizada do Roberto Carlos: 
Diante da publicação de uma biografia sem a sua autorização, Roberto Carlos 
entrou com ação cautelar (pedindo o recolhimento de todos os livros distribuídos) 
e indenizatória (cobrando dano material e moral). Neste caso, foi feito um acor-
do: a editora autorizou a incineração dos livros, e ele não cobrou nada.
Essa atitude gerou uma repercussão negativa, e gerou uma discussão sobre 
o art. 20 ter permitido ou não esta situação. Foi proposta, em razão disso, a ADI 
4815, julgada procedente em 10.06.2015 (relatora min. Carmen Lúcia), que de-
terminou que a norma infraconstitucional não pode gerar censura de natureza 
política, ideológica e artística. Entendeu-se, portanto, que não há mais necessida-
de de autorização para escrever biografias. 
7. Requerimento Proibitivo - Polêmicas
Outro caso bastante polêmico referente a este assunto é o caso Daniela Cicarelli.
Esta modelo foi flagrada no mar em Ibiza tendo relação sexual com o seu na-
morado. Foi feito um vídeo da cena e o vídeo vou replicado na internet. A modelo 
resolveu entrar com uma ação contra o Google.
A empresa se recusou a tomar providências, alegando ser um mero buscador 
e que a atriz deveria tomar providências diretamente contra os sites que estavam 
disponibilizando o vídeo.
Por conta da recusa, o Juiz condenou o Google a pagar uma grande indeni-
zação à modelo.
O tema acabou chegando à discussão da regulamentação da internet, que 
ocorreu com a Lei 12.965/2014 - Marco Civil da Internet.
O art. 19 desta lei dispõe sobre a garantia da liberdade de expressão e impe-
Direito Civil 17
dir a censura. Neste sentido, os provedores podem ser responsabilizados se não 
tomarem atitude após ordem judicial.
Houve uma mitigação do art. 20 do CC, portanto: o Código civil exigia mero 
requerimento; o Marco Civil exige ordem judicial.
A única situação que ficou para requerimento é a do art. 21 do Marco civil 
da Internet:
Art. 21. O provedor de aplicações de internet que disponibilize conteúdo 
gerado por terceiros será responsabilizado subsidiariamente pela violação da in-
timidade decorrente da divulgação, sem autorização de seus participantes, de 
imagens, de vídeos ou de outros materiais contendo cenas de nudez ou de atos 
sexuais de caráter privado quando, após o recebimento de notificação pelo par-
ticipante ou seu representante legal, deixar de promover, de forma diligente, no 
âmbito e nos limites técnicos do seu serviço, a indisponibilização desse conteúdo.
Parágrafo único. A notificação prevista no caput deverá conter, sob pena de 
nulidade, elementos que permitam a identificação específica do material apon-
tado como violador da intimidade do participante e a verificação da legitimidade 
para apresentação do pedido.
Por fim, o art. 21 do Código Civil coloca a vida privada como direito da per-
sonalidade, determinando a sua inviolabilidade, e, por conta disso, o juiz deve 
sempre tomar providências necessárias para impedir ato contrário a esta regra.
8. Extinção da Personalidade da Pessoa Natural
A extinção da personalidade da pessoa natural se dá com a mortem, que pode 
ser real ou presumida.
Na morte real, é possível ter a certeza do óbito.
Na morte presumida, por outro lado, paira dúvida sobre a questão do óbito.
O art. 6º do CC regulamenta a morte presumida:
Art. 6º A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, 
quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão 
definitiva.
A morte presumida está intimamente ligada ao instituto da ausência, e, sobre 
este tema, importante ressaltar o art. 7º:
Art. 7º Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encon-
Direito Civil18
trado até dois anos após o término da guerra.
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente 
poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a 
sentença fixar a data provável do falecimento. 
Nestas duas hipóteses, portanto, tem-se a morte presumida sem decretação 
de ausência. Do contrário, é necessário o procedimento de ausência, em que ter-
se,á, primeiramente, o sumiço (art. 22), com a arrecadação judicial dos bens do 
ausente, para que sejam entregues a um curador. É feito a requerimento de um 
interessado ou do MP.
O art. 25 traz o rol das pessoas que podem ser curadoras.
Vencida esta etapa, abre-se um prazo de 1 ou 3 anos, de acordo com o art. 
26:
Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele 
deixou representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os inte-
ressados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão.
Após, será declarada judicialmente a ausência (por sentença), que depende de 
requerimento das pessoas enumeradas no art. 27 e a sentença só produz efeito 
após 180 dias da publicação. Passado este prazo, é permitida a abertura da su-
cessão provisória por meio de um inventário.
De acordo com os arts. 37 e 38 do CC, tem-se prazo de 10 anos, após o qual 
converte-se a sucessão provisória em definitiva, e neste momento ocorre a morte 
presumida.
Se o ausente reaparecer no prazo de 10 anos após a sucessão definitiva, o 
art. 39 determina que ele terá direito aos bens no estado em que se encontram.
Por fim, importa conceituarmos a comoriência (art. 8º do CC). Trata-se da 
presunção de morte simultânea:
Art. 8º Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se po-
dendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão 
simultaneamente mortos.
1. Pessoa Jurídica – Classificação – Associação – 
Fundação
As pessoas jurídicas estão reguladas no art. 40 do Código Civil. 
Pessoa jurídica é um ente formado por uma coletividade de pessoas ou por 
uma reunião de bens dotadosde personalidade jurídica própria.
Nos termos do art. 45 do Código Civil, a pessoa jurídica adquire personalidade 
jurídica a partir do registro do seu ato constitutivo no órgão competente.
O estatuto social será registrado no Cartório de Registros das Pessoas Jurídi-
cas, já o contrato social será registrado na Junta Comercial.
São pessoas jurídicas de direito público interno a União, os Estados, Distrito 
Federal e os Territórios, os Municípios, as autarquias (inclusive as associações 
públicas).
Também são consideradas pessoas jurídicas de direito público as demais enti-
dades de caráter público criadas por lei.
Os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo Direito In-
ternacional Público são consideradas pessoas jurídicas de direito público externo.
O art. 44 elenca o rol das pessoas jurídicas de direito privado, as associações, 
as sociedades, as fundações, as organizações religiosas, os partidos políticos e as 
empresas individuais de responsabilidade limitada.
As associações são pessoas jurídicas de direito privado formadas por uma reu-
nião de pessoas, tendo uma finalidade não lucrativa, já as fundações representam 
pessoas jurídicas de direito privado formadas por uma reunião de bens, também 
dotadas de finalidade não lucrativa.
Sobre as associações, importa destacar que não haverá, entre os associados, 
direitos e obrigações recíprocos.
Capítulo 3
Pessoa Jurídica
Direito Civil20
A exclusão do associado só será admissível havendo justa causa; assim, re-
conhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos 
termos previstos no estatuto, nos termos do art. 57 do Código Civil.
Exercício 
1. (Cespe – 2010 – TRE – Analista Judiciário – BA) Acerca do Direito Civil, julgue 
os itens seguintes:
 A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios são pessoas jurídicas 
de Direito Público.
2. Desconsideração da Personalidade Jurídica
A desconsideração da personalidade jurídica ocorre diante de abuso. Caracteri-
zado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, 
a requerimento da parte ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no 
processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam 
estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.
A desconsideração da personalidade jurídica não implica em extinção da pes-
soa jurídica; recaindo apenas sobre a eficácia patrimonial, ocorrerá de forma es-
pecífica.
Apenas o interessado e o Ministério Público poderão requerer essa medida; o 
juiz não pode decretar de ofício.
Atualmente, a doutrina e a jurisprudência admitem a denominada desconsi-
deração inversa da personalidade jurídica, ou seja, o patrimônio da pessoa jurídi-
ca é atingido por dívidas contraídas pessoalmente pelo sócio.
Exercício 
12. (Cespe – 2009 – TRT 17ª Região – Técnico Judiciário – ES) As pessoas jurídi-
cas têm personalidade distinta da de seus membros. No entanto, em caso de 
abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou 
pela confusão patrimonial, pode o juiz extinguir a pessoa jurídica e atingir o 
patrimônio dos sócios.
Capítulo 4
Domicílio
1. Espécies de Domicílio
O domicílio possui previsão a partir do art. 70 do Código Civil e a fixação em um 
determinado local com ânimo de definitividade. 
Isso significa que domicílio não se confunde com residência. A residência é 
simplesmente a fixação em um determinado local.
Para que haja o domicílio, dois requisitos devem estar presentes, sendo con-
dição a existência da residência e a condição subjetiva é justamente o ânimo de 
definitividade.
O Código Civil estabelece várias espécies de domicílio. Via de regra, o domicí-
lio é voluntário, o que possibilita a fixação do indivíduo em local de livre escolha. 
Porém, o art. 76 cataloga as hipóteses em que o domicílio será, imprescindivel-
mente, necessário, ou seja, o legislador já elegeu de antemão o domicílio de 
algumas pessoas. 
Dessa forma, o incapaz tem seu domicílio no lugar do domicílio do seu repre-
sentante ou assistente. O marítimo tem como seu domicílio o local onde o navio 
estiver matriculado; não se confunde com atracado.
O servidor público também tem seu domicílio definido em lei. Nesse caso, será 
o local onde este servidor exerce permanentemente suas funções.
Para o militar, o domicílio será o lugar onde ele servir. Se for militar da Marinha 
ou da Aeronáutica, o domicílio será a sede do comando ao qual estiver subordi-
nado.
O domicílio necessário do preso é o local onde estiver cumprindo sua sentença 
penal condenatória.
O Código Civil admite a pluralidade de domicílio, isto é, o indivíduo pode fixar-
-se com ânimo de definitividade em mais de um local, sendo todos considerados.
Direito Civil22
O domicílio profissional também é admitido. Segundo o Código, se o indi-
víduo exercer uma atividade profissional em determinada localidade, este local 
será considerado como seu domicílio para as obrigações contraídas em razão do 
exercício da profissão.
Considera-se domicílio aparente, o local onde o indivíduo for encontrado, isso 
serve para o caso de não haver local em que resida com ânimo definitivo.
Exercício 
1. (FCC – 2008 – TRT 18ª Região – Analista Judiciário – GO) O domicílio do 
marítimo é onde:
a) Estabeleceu sua residência com ânimo definitivo. 
b) O navio estiver matriculado.
c) O navio estiver atracado.
d) For encontrado.
e) Residir sua família.
1. Bens Considerados em Si Mesmos
A principal diferença entre os bens considerados em si mesmos e os bens recipro-
camente considerados é que, no primeiro caso, não é necessária a comparação 
do bem com nenhum outro. Já, na segunda espécie de bem, é preciso a compa-
ração com outros bens para que se tenha sua classificação.
O art. 79 do Código Civil informa que são bens imóveis o solo e tudo quanto 
se lhe incorporar natural ou artificialmente. 
Um exemplo que pode ser destacado é a incorporação ao solo por uma ativi-
dade humana, ou seja, por acessão artificial.
O art. 80 da lei civil regula os bens imóveis por determinação legal, sendo 
os direitos reais sobre imóveis e ações que os asseguram e o direito à sucessão 
aberta.
O art. 81 do Código Civil merece atenção, pois institui alguns bens que teriam 
tudo para serem considerados bens móveis, mas não são, como as edificações 
que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para 
outro local; bem como os materiais provisoriamente separados de um prédio, 
para nele se reempregarem, como a janela ou a porta da casa retirados por mo-
tivo de reforma. 
O art. 82 do Código Civil define como bens móveis os suscetíveis de movi-
mento próprio, ou de remoção de força alheia, sem alteração da substância ou 
da destinação econômico-social. 
Assim, são considerados bens móveis as energias que tenham valor econômi-
co, os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes, os direitos 
pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.
São bens fungíveis os móveis que podem ser substituídos por outros da 
mesma espécie, qualidade e quantidade e consumíveis os bens móveis cujo uso 
Capítulo 5
Bens
Direito Civil24
importa destruição imediata da própria substância, sendo também considera-
dos tais os destinados à alienação.
Exercício 
1. (FCC – 2012 – TRT 11ª Região – Analista Judiciário – AM) Podem ser consi-
derados bens imóveis para os efeitos legais:
a) As cisternas e as energias que tenham valor econômico.
b) Os direitos pessoais de caráter patrimonial e as energias que tenham 
valor econômico.
c) O direito à sucessão aberta e os direitos pessoais de caráter patrimonial.
d) Os direitos reais sobre imóveis, as máquinas de uma indústria e o direito 
à sucessão aberta.
e) Os direitos personalidade e o carvão.
2. Bens Reciprocamente Considerados
Os bens reciprocamente considerados são aqueles que para serem classificados 
dependem da existência de outros bens.
Nesse campo, surge a importância em estabelecera diferença entre bem prin-
cipal e bem acessório. Bem principal é o que existe sobre si, abstrata ou concreta-
mente, já bem acessório pressupõe a existência do principal.
Configuram bens acessórios os frutos, os produtos, as benfeitorias e, por fim, 
as pertenças.
Aquele frondoso pé de laranjeira pode render frutos naturais, enquanto o 
aluguel ou os juros são exemplos de frutos civis.
O produto é oriundo da extração do bem principal com a alteração da sua 
substância. O produto não se renova, como o couro em relação ao jacaré. 
As benfeitorias são todas as obras que eu realizo num bem imóvel, pode ser 
útil, necessária ou voluptuária, a depender da obra.
São pertenças aqueles bens que, não constituindo partes integrantes, se des-
tinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.
A presunção de que o proprietário do bem principal sempre será também 
do bem acessório é relativa, pois a pertença representa um bem acessório que, 
excepcionalmente, não integra o bem principal.
A pertença poderá integrar o bem principal por manifestação de vontade das 
partes, quando a lei assim determinar ou pela circunstância do caso.
Direito Civil 25
Exercício 
2. (FCC – 2009 – TRT 3ª Região – Área Judiciária – MG) A respeito das diferen-
tes classes de bens, é correto afirmar que:
a) Os frutos e produtos só podem ser objeto de negócio jurídico após 
separados do bem principal.
b) Consideram-se imóveis para os para os efeitos legais os direitos pes-
soais de caráter patrimonial e as respectivas ações.
c) São fungíveis os móveis ou imóveis que podem substituir-se por outros 
da mesma espécie, qualidade e quantidade.
d) Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por vonta-
de das partes.
e) São públicos dominicais ou edifícios ou terrenos destinados a serviço ou 
estabelecimento da administração federal, estadual ou municipal.
1. Fato Jurídico – Ato Jurídico – Negócio Jurídico
Fato jurídico é todo acontecimento ou evento da natureza que provoca repercus-
são no mundo jurídico. O casamento, a primeira respiração, a morte são exem-
plos de fato jurídico.
Fato jurídico em sentido amplo se subdivide em: ato jurídico lato sensu, ato 
jurídico em sentido estrito, negócio jurídico, ato-fato jurídico e fato jurídico em 
sentido estrito.
Nesse sentido, ato jurídico em sentido amplo é o acontecimento ou evento 
proveniente de manifestação da vontade humana, produzindo efeitos lícitos.
Já o ato ilícito é uma manifestação de vontade que produz efeitos contrários 
ao ordenamento jurídico – arts. 186 e 187, do CC.
O ato jurídico em sentido estrito está regulado no art. 185 e se trata de ato 
oriundo da manifestação de vontade humana que não produz os efeitos deseja-
dos pelas partes, porque esses efeitos já estão impostos pelo legislador.
O ato de reconhecimento de paternidade surge como exemplo de ato jurídico 
em sentido estrito, sendo seus efeitos previamente determinados por lei, assim 
como a adoção.
O negócio jurídico é um ato de manifestação de vontade com efeitos dese-
jados pelas partes, nos termos do art. 104 e seguintes do Código Civil, como os 
contratos de doação, comodato, etc.
O ato fato jurídico é o comportamento humano em que a manifestação de 
vontade humana é totalmente irrelevante, já que as consequências jurídicas des-
se ato decorrem da lei, como o abandono da posse, a composição de uma obra 
artística, etc.
Fato jurídico em sentido estrito é um evento da natureza que produz efei-
tos jurídicos. Pode ser a chuva que danificou o carro estacionado, a morte 
Capítulo 6
Negócio Jurídico
Direito Civil 27
que desencadeia a sucessão patrimonial ou, ainda, o decurso do tempo que 
acarreta o cumprimento de obrigações.
Exercício 
1. (Cespe – 2009 – TRT 17ª Região – Analista Judiciário – ES) Todo ato jurídico 
se origina de uma emissão de vontade, mas nem toda declaração de vonta-
de constitui um negócio jurídico.
2. Elementos Essenciais e Acidentais do Negócio 
Jurídico – Interpretação do Negócio
Escada Ponteana ou planos do negócio jurídico referem-se a fases que o negócio 
jurídico deve percorrer, sendo o plano da existência, da validade e da eficácia.
O negócio jurídico pressupõe agente, objeto, forma e manifestação de 
vontade.
O plano da validade tem previsão expressa no Código Civil a partir do art. 
104 e estabelece que o negócio jurídico necessita ter agente capaz, objeto lícito, 
possível, determinado e determinável, forma prescrita e não defesa em lei e ma-
nifestação de vontade livre.
Quanto à eficácia, o negócio jurídico pode estar atrelado ao encargo, termo 
e condição.
Essas cláusulas são consideradas pela doutrina como elementos acidentais 
do negócio jurídico, porque elas podem surgir a depender da manifestação de 
vontade entre as partes.
De acordo com o art. 11 do Código Civil, o silêncio importa a anuência, quan-
do as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração 
de vontade expressa.
Conforme a regra de interpretação dos negócios jurídicos, nas declarações de 
vontade, se atenderá mais à intenção nela consubstanciada do que ao sentido 
literal da linguagem.
Exercício 
2. (FCC – 2013 – TRT 9ª Região – Analista Judiciário – PR) Em relação à inter-
pretação do negócio jurídico, é correto afirmar que:
Direito Civil28
a) Quaisquer negócios jurídicos onerosos interpretam-se estritamente.
b) Na vontade declarada atender-se-á mais à intenção das partes do que à 
literalidade da linguagem.
c) A renúncia interpreta-se ampliativamente.
d) O silêncio da parte importa sempre anuência ao que foi requerido pela 
outra parte.
3. Negócio Jurídico – Condição – Termo – 
Encargo
Há três cláusulas dentro do plano da eficácia do negócio jurídico, chamadas de 
elementos acidentais, a saber: condição, termo e encargo. 
A condição é uma cláusula que subordina os efeitos do negócio jurídico a um 
evento futuro e incerto. 
Tradicionalmente, há dois tipos de condição no Código Civil: a condição sus-
pensiva e a condição resolutiva. 
A condição suspensiva é uma cláusula que impede que o negócio jurídico 
produza todos os efeitos. Assim, enquanto o negócio jurídico estiver subordina-
do a uma condição suspensiva, não produzirá nenhum efeito jurídico, até que a 
condição seja implementada.
Já a condição resolutiva, uma vez implementada, fará com que o negócio 
jurídico se resolva.
O termo, por sua vez, é uma cláusula que subordina os efeitos do negócio 
jurídico a um evento futuro e certo.
É preciso observar que o termo inicial suspende o exercício, mas não a aqui-
sição do direito.
O encargo é uma cláusula posta por manifestação de vontade das partes, que 
impõe um ônus para a relação jurídica contratual. 
Exercício 
3. (FCC – 2010 – TRF 4ª Região – Analista Judiciário) Considere as seguintes 
assertivas a respeito da Condição, do Termo e do Encargo:
 I – Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da von-
tade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e 
certo.
Direito Civil 29
 II – Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o 
negócio jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão deste o direito por 
ele estabelecido.
 III – O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito.
 IV – Em regra, o encargo suspende a aquisição e o exercício do direito.
 De acordo com o Código Civil, está correto o que consta APENAS em:
a) II e III.
b) II e IV.
c) I e III.
d) I, II e III.
e) II, III e IV.
4. Requisitos de Validade do Negócio Jurídico
Primeiramente, quando o Código Civil determina que o agente seja capaz, exige 
a capacidade de exercício, aquela aptidão que o indivíduo tem para exercer, pes-
soalmente, seus direitos patrimoniais. 
Para tanto, observa-se que há dois requisitos, já que o indivíduo deve ter 
maioridade (atingida aos 18 anos) e sanidade.
Quando o absolutamente incapaz celebra um negócio jurídico sem a presença 
de seu representante, este negócio jurídico é nulo.Se o relativamente incapaz 
celebra um negócio jurídico sem a presença de seu assistente, este negócio é 
anulável.
A exceção vem prevista no art. 180 do Código Civil, que traz uma situação em 
que o negócio jurídico será válido e produzirá seus efeitos.
Outro requisito de validade do negócio jurídico traz que o objeto deve ser 
lícito, possível, determinado ou determinável. 
A forma, por sua vez, é o meio pelo qual a vontade é manifestada, e as partes 
têm liberdade para a escolha desta, salvo quando o legislador expressamente a 
exigir de forma específica, como é o caso da escritura pública, por exemplo.
Exercício 
4. (FCC – 2013 – TRT 1ª Região (RJ) – Analista Judiciário) No que concerne à 
nulidade e anulabilidade dos atos jurídicos, é correto afirmar:
a) O ato anulável pode ser ratificado pelas partes, salvo direito de terceiro, 
mas a ratificação não retroage à data da celebração do ato.
Direito Civil30
b) A parte poderá reclamar o que, por uma obrigação anulada, pagou 
a um incapaz, mesmo se não provar que reverteu em proveito dele a 
importância paga. 
c) A invalidade parcial de um negócio jurídico sempre prejudicará a parte 
válida. 
d) A invalidade dos atos por incapacidade relativa do agente ou por vício 
resultante de erro, dolo, coação, simulação ou fraude, não tem efeito 
antes de julgada por sentença, e poderá ser pronunciada de ofício pelo 
juiz. 
e) A invalidade da obrigação principal implica o das obrigações acessórias, 
mas a destas não induz a da obrigação principal.
5. Invalidação do Negócio Jurídico
Há dois tipos de invalidade no Código Civil, já que o negócio jurídico pode ser 
válido por ser nulo, ou pode ser inválido por ser anulável.
O art. 166 do Código Civil traz causas gerais de nulidade, ou seja, situações 
em que o negócio jurídico será nulo.
Já o art. 171 do Código Civil traz causas gerais de anulabilidade, ou seja, um 
rol de situações em que os negócios jurídicos são anuláveis. O inciso II do referido 
artigo traz o vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou 
fraude contra credores. Salienta-se que simulação não vem neste rol, pois gera a 
nulidade do negócio jurídico.
Observa-se que a nulidade pode ser arguida pelo interessado, pelo Ministério 
Público ou pelo juiz, de ofício. Já a anulabilidade somente pode ser arguida pelo 
interessado.
Ainda, atos e negócios jurídicos nulos não estão sujeitos à ratificação. Por 
outro lado, os negócios jurídicos anuláveis admitem ratificação.
Exercício 
5. (FCC – 2007 – TJPE – Analista Judiciário) O negócio jurídico NÃO é nulo 
quando:
a) For preterida alguma solenidade que a lei considera essencial para sua 
validade.
b) For indeterminável o seu objeto.
Direito Civil 31
c) Celebrado por pródigos.
d) O motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito.
e) Não revestir da forma prescrita em lei.
6. Vício de Consentimento – Erro e Dolo
São vícios do negócio jurídico: o erro, o dolo, a coação, o estado de perigo, a 
lesão, a fraude contra credores e a simulação. À exceção da simulação, estes 
vícios acarretam na anulação do negócio jurídico em um prazo decadencial de 
quatro anos, contados da realização do negócio jurídico ou, no caso da coação, 
contados da cessação da coação.
O erro está regulado a partir do art. 138 do Código Civil, sendo a falsa per-
cepção da realidade.
Cumpre observar que não é qualquer erro que anula o negócio jurídico, mas 
sim o erro substancial, aquele que recai sobre o elemento principal. Assim, deve 
ser observado o art. 139 do Código Civil, que traz as hipóteses de erro substancial. 
Os arts. 142, 143 e 144 do Código Civil trazem hipóteses de erro acidental, 
que não anulam o negócio jurídico.
O dolo, por sua vez, é o induzimento ao erro. Este induzimento pode vir do 
outro contratante ou de um terceiro.
Assim como ocorre no erro, não é qualquer dolo que anula o negócio jurídico, 
mas sim o dolo substancial. No entanto, ressalta-se que o dolo acidental, em que 
pese não anular o negócio jurídico, mas gera perdas e danos.
Exercício 
6. (FCC – 2010 – TRF 4ª Região – Analista Judiciário) O dolo do representante 
legal de uma das partes
a) Não obriga o representado a responder civilmente por qualquer quantia 
em dinheiro nem determina qualquer obrigação legal.
b) Obriga o representado a responder civilmente até a importância do pro-
veito que teve, bem como a responder até o limite de vinte vezes o valor 
do negócio jurídico por perdas e danos.
c) Obriga o representado a responder civilmente até a importância do 
proveito que teve, bem como responderá solidariamente com ele por 
perdas e danos.
Direito Civil32
d) Só obriga o representado a responder civilmente até a importância do 
proveito que teve.
e) Obriga o representado a responder civilmente até a importância do pro-
veito que teve, bem como responderá subsidiariamente ao representan-
te legal por perdas e danos.
7. Vício de Consentimento – Coação
A coação ocorre quando o indivíduo celebra o negócio jurídico sob ameaça, pres-
são psicológica de dano iminente, a sua pessoa, a seu patrimônio ou a membros 
da sua família.
A coação prevista no art. 151 do Código Civil é a ameaça, a coação moral, 
pois a coação física não gera anulação do negócio jurídico, mas, sim, traz um 
negócio jurídico inexistente.
Insta salientar que não caracteriza a coação a ameaça decorrente do exercício 
normal de um direito, bem como um mero temor reverencial.
Exercício 
7. (Cespe – 2008 – TCU – Analista de Controle Externo) Julgue o seguinte item:
 Ameaçada de morte por um primo, homem de notória violência, Abgail 
assinou contrato de compra e venda, transferindo-lhe a propriedade de uma 
fazenda de cacau na Bahia. Transcorridos seis anos, sem que cessasse a coa-
ção, esse primo faleceu, e ela decidiu imediatamente constituir advogado 
para buscar a anulação judicial do negócio. Nessa situação, caso logre êxito 
em provar a coação sofrida, é possível que Abgail obtenha decisão favorável 
ao seu pleito, pois o prazo decadencial de quatro anos para requerer a anu-
lação é contado da data em que cessou a coação e não da data da realização 
do negócio.
8. Vício de Consentimento – Estado de Perigo e 
Lesão
O estado de perigo encontra-se regulado a partir do art. 156 do Código Civil. 
Para que seja caracterizado o estado de perigo, devem estar presentes três 
requisitos. 
Direito Civil 33
Nos termos do art. 156, configura-se o estado de perigo quando alguém, 
premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano 
conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa.
A lesão, por sua vez, vem prevista no art. 157 do Código Civil. Ocorre quando 
uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga à presta-
ção manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
O que gera a anulação deste negócio jurídico é o fato de a prestação ser ex-
cessivamente onerosa.
Exercício 
8. (FGV – 2008 – Senado Federal – Advogado) Solange de Paula move ação 
anulatória em face do Hospital das Clínicas. Ocorre que, necessitando inter-
nar seu marido, não encontrou vaga no SUS, logrando êxito em conseguir a 
internação em hospital da rede privada, não integrante da rede SUS. O hos-
pital exigiu o depósito de R$ 3,5 mil para a internação e mais R$ 360,00 para 
exames. Entregues os cheques, após o atendimento, Carmem ingressou em 
juízo para anular o negócio jurídico. Assinale o melhor fundamento para sua 
pretensão.
a) Onerosidade excessiva.
b) Lesão.
c) Estado de perigo.
d) Enriquecimento sem causa.
e) Venire contra factum proprium.
9. Fraude contra Credores
A fraude contra credores vem regulada a partir do art. 158 do Código Civil.
Sempre que o devedor promover atos de disposição de seu patrimônio, que 
gerem esvaziamento ou redução deste patrimônio, a ponto de impedir que os 
créditos de seus credores sejam satisfeitos, poderá estar caracterizada a fraude 
contra credores.
Para que fique caracterizadaa fraude contra credores, é preciso que este-
jam presentes dois requisitos: consilium fraudis (conluio fraudulento) e o eventus 
damni (prejuízo ao credor).
Ressalta-se que, se o devedor promover ato de disposição, de alienação de seu 
patrimônio para manter seu estabelecimento empresarial, ou para sua própria sub-
sistência ou para subsistência de sua família, não ficará caracterizada sua má-fé.
Direito Civil34
A ação por meio da qual é arguida a fraude contra credores é a ação pauliana 
ou ação revocatória.
Os legitimados para propositura da referida ação estão previstos no art. 158 
do Código Civil.
Exercício 
9. (FCC – 2011 – TRT 23ª Região (MT) – Analista Judiciário) Apesar de ser notó-
ria a sua insolvência, Paulo vendeu um terreno a Pedro por valor inferior ao 
preço de mercado. Nesse caso:
a) Se Pedro ainda não tiver pago o preço, para conservar o bem, poderá 
depositar em juízo o valor que pagou pelo terreno, com a citação de 
todos os interessados.
b) O negócio será nulo de pleno direito, independentemente do paga-
mento do preço pelo comprador.
c) O negócio será nulo de pleno direito, se o pagamento do preço pelo 
comprador ainda não tiver sido feito.
d) Se Pedro ainda não tiver pago o preço, para conservar o bem, poderá 
depositar em juízo o valor real do terreno, com a citação de todos os 
interessados.
e) A transação não será anulável, respondendo Paulo pelas perdas e danos 
causadas aos credores.
10. Vício da Simulação – Absoluta – Relativa 
– Simulado – Dissimulado – Requisitos de 
Validade
O vício da simulação é o único vício do negócio jurídico que acarreta na nulidade 
deste.
Trata-se do negócio jurídico praticado com o intuito de ludibriar, de aparentar 
realidade. Assim, é conferida uma aparente legalidade àquele negócio jurídico.
Tradicionalmente, há dois tipos de simulação consagrados pela doutrina, a 
simulação absoluta e a simulação relativa.
Na simulação absoluta, nenhum negócio jurídico chega a ser efetivamente ce-
lebrado, havendo apenas uma aparência de celebração do negócio. Já, na simu-
Direito Civil 35
lação relativa, o negócio jurídico chega a ser celebrado, porém, existe a simulação 
de outro negócio jurídico (negócio jurídico dissimulado, aquele que é ocultado).
O art. 167 do Código Civil dispõe que é nulo o negócio jurídico simulado, mas 
subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma. 
Exercício 
10. (FCC – 2013 – TRT – 1ª Região (RJ) – Analista Judiciário) Considere as seguin-
tes assertivas sobre a Nulidade e Anulabilidade dos atos jurídicos: 
 I – Se o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro, subsistirá este 
quando o fim a que visavam as partes permitir supor que o teriam querido, 
se houvessem previsto a nulidade. 
 II – Tratando-se de negócio anulável é escusada a confirmação expressa, 
quando o negócio já foi cumprido em parte pelo devedor, ciente do vício que 
o inquinava. 
 III – É de cinco anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do 
negócio jurídico, contado no caso de erro, dolo, fraude contra credores, 
estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico.
 Está correto o que se afirma em: 
a) I, apenas.
b) I, II e III.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I e III, apenas.
1. Ato Ilícito – Culposo e Objetivo – 
Responsabilidade Civil – Excludente de 
Ilicitude
O ato ilícito está regulado no Código Civil a partir do art. 186. Trata-se da conduta 
humana contrária à norma jurídica. 
Observa-se que norma jurídica para o direito privado pode defluir da lei ou de 
manifestação de vontade das partes.
Se de um ato ilícito sobrevier um dano, surgirá a responsabilidade civil (o dever 
de reparar o dano causado).
O Código Civil regula duas espécies de atos ilícitos: o ato ilícito culposo e o ato 
ilícito objetivo. O ato ilícito culposo é aquele que, para que seja caracterizado, é 
preciso que a conduta humana que contraria a norma jurídica seja culposa. Já o 
ato ilícito objetivo é aquele em que o indivíduo, ao exercer seu direito, excede os 
limites impostos pelo ordenamento jurídico.
Ressalta-se que o Código Civil prevê excludentes de ilicitude, aquelas condutas 
lícitas por expressa determinação do legislador, conforme disposto no art. 188.
Exercício 
1. (Cespe – 2008 – MC – Técnico de Nível Superior) Suponha que, em circuns-
tância de perigo iminente, Pedro destruiu coisa alheia. Sabe-se que as cir-
cunstâncias tornaram absolutamente necessária a destruição da coisa, e que 
Pedro não excedeu os limites do indispensável para a remoção do perigo. A 
partir dessa situação, julgue o item a seguir:
 Se o dono da coisa, na situação acima, não for culpado do perigo, assistir-
-lhe-á direito à indenização pelo prejuízo que sofreu.
Capítulo 7
Atos Jurídicos
1. Prescrição e Decadência
Para que ocorram a prescrição e a decadência, é necessário o preenchimento 
de dois requisitos: o decurso do tempo e a inércia do titular no exercício de um 
direito.
Neste sentido, dispõem os arts. 189, 192 e 205 do Código Civil.
“Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extin-
gue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206.”
“Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das 
partes.”
“Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado 
prazo menor.”
O art. 206 do CC traz os prazos de prescrição e os casos que prescrevem 
respectivamente.
Os prazos prescricionais são entre um ano a cinco anos, como prevê o art. 
206, § 5º, I, do Código Civil: 
“Art. 206. Prescreve: 
(...)
§ 5º Em cinco anos:
I – a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento 
público ou particular;” (...)
Ou, ainda, pode-se citar o disposto no art. 206, § 1º, I, do Código Civil:
“Art. 206. Prescreve:
(...)
Capítulo 8
Prescrição e Decadência
Direito Civil38
§ 1º Em um ano: 
I – a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a con-
sumo no próprio estabelecimento, para o pagamento da hospedagem ou dos 
alimentos;” (...)
Ainda, 
“Art. 206. Prescreve: 
(...)
§ 2º Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a partir da 
data em que se vencerem.”
Exercício 
1. (Cespe – MPE/PI – Analista Ministerial – 2012) No que concerne a prescrição 
e decadência, julgue o item subsecutivo:
 “Violado o direito, nasce para o seu titular a pretensão, que se extingue com 
a prescrição, nos prazos determinados pela parte especial do Código Civil.”
2. Regras da Prescrição
A prescrição admite renúncia, de acordo com o art. 191, que determina: 
“A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita, 
sem prejuízo de terceiro, depois que a prescrição se consumar; tácita é a renúncia 
quando se presume de fatos do interessado, incompatíveis com a prescrição.”
Assim, nota-se que para que a renúncia ocorra, é necessário o preenchimento 
de dois requisitos: a prescrição deve estar consumada e o ato de renúncia não 
poderá prejudicar terceiro.
Em relação ao ato da renúncia da prescrição não poder prejudicar terceiro, 
significa que, por exemplo, o devedor quando paga uma dívida cuja pretensão 
já está prescrita, terá uma queda em seu patrimônio, que poderá vir a prejudicar 
terceiros, ou seja, vir a prejudicar outros credores deste devedor, cuja pretensão 
não está prescrita.
A prescrição é uma matéria de ordem privada, tanto que admite a renúncia 
nos termos do art. 193, podendo ser arguida a qualquer momento e em qualquer 
grau de jurisdição.
É importante destacar que, além da prescrição poder ser arguida pela parte 
que se aproveita dela, também poderá ser alegada de ofício pelo juiz.
Ainda, é importante destacar o que dispõe o art. 196 do CC: 
“A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu 
sucessor.”
Direito Civil 39
Exercício 
2. (Cespe – TJES – Analista Judiciário – 2011) Em conformidade com o que 
dispõe o Código Civil brasileiro a respeito dedomicílio, fato e atos jurídicos, 
julgue o item que se segue:
 O sucessor do de cujus disporá apenas do prazo faltante para propor ação 
quando esse prazo já se tiver iniciado com o autor da herança.
3. Causas Suspensivas, Impeditivas e 
Interruptivas da Prescrição
As causas suspensivas e impeditivas dos prazos de natureza prescricionais são as 
mesmas.
Todas estão previstas nos arts. 197 a 199 do Código Civil, ao passo que as 
causas interruptivas do prazo prescricional estão dispostas apenas no art. 202 do 
Código Civil.
Senão vejamos:
“Art. 197. Não corre a prescrição:
I – entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;
II – entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;
III – entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a 
tutela ou curatela.
Art. 198. Também não corre a prescrição:
I – contra os incapazes de que trata o art. 3º;
II – contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou 
dos Municípios;
III – contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de 
guerra.
Art. 199. Não corre igualmente a prescrição:
I – pendendo condição suspensiva;
II – não estando vencido o prazo;
III – pendendo ação de evicção.”
“Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, 
dar-se-á:
I – por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o 
interessado a promover no prazo e na forma da lei processual;
Direito Civil40
II – por protesto, nas condições do inciso antecedente;
III – por protesto cambial;
IV – pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em con-
curso de credores;
V – por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
VI – por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reco-
nhecimento do direito pelo devedor.
Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato 
que a interrompeu, ou do último ato do processo para a interromper.”
Exercício 
3. (Consulplan – TSE – Analista Judiciário – 2012) A respeito da prescrição, 
analise. 
 I – Não corre a prescrição entre os cônjuges, na constância da sociedade 
conjugal. 
 II – Não corre a prescrição pendendo condição resolutiva. 
 III – Não corre a prescrição não estando vencido o prazo. 
 IV – Não corre a prescrição em favor dos incapazes. 
 Está correto somente o que se afirma em:
a) II, III.
b) I.
c) III, IV.
d) I, III.
4. Regras da Decadência
A decadência atinge os direitos potestativos do sujeito, ou seja, atinge o poder 
que a lei ou o contrato deferem ao indivíduo, para que ele possa interferir de 
modo unilateral na esfera jurídica alheia, criando, extinguindo ou modificando 
relações jurídicas.
Neste sentindo, versam os arts. 207, 208 e 209 do Código Civil:
“Art. 207. Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadência as 
normas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição.
Art. 208. Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 198, inciso I.
Art. 209. É nula a renúncia à decadência fixada em lei.”
Direito Civil 41
É importante destacar que existem dois tipos de decadência: a legal (o direito 
potestativo decorreu da lei) e a convencional (o direito potestativo decorreu do 
contrato).
Assim, deve-se atentar ao disposto nos arts. 210 e 211 do Código Civil:
“Art. 210. Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, quando estabele-
cida por lei.
Art. 211. Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode 
alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação.”
Exercício 
4. (Cespe– STM – Analista Judiciário – Execução de Mandados – 2011) Com base 
na Lei nº 10.406/2002, que dispõe sobre o Novo Código Civil, julgue o item 
a seguir: 
 “Em caráter excepcional, mediante provimento judicial fundamentado, pode 
o juiz interromper prazo decadencial já iniciado, devendo constar da decisão o 
dia em que o prazo deve voltar a correr.”
1. Obrigações de Dar Coisa Certa
As obrigações passam a estar reguladas dentro do Código Civil a partir do 
art. 233.
São três as grandes modalidades das obrigações: obrigação de dar (art. 233 
e seguintes), obrigação de fazer (art. 247 e seguintes) e obrigação de não fazer 
(art. 250 e seguintes).
Todos os contratos são espécies de negócios jurídicos, que possuem um obje-
to e este objeto tem que ser lícito, possível, determinado ou determinável; assim, 
todo objeto de um contrato é uma modalidade de obrigação.
A obrigação de dar, regulada nos arts. 233 a 236 do Código Civil, é a obriga-
ção de dar que gera transferência de propriedade.
“Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora 
não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do 
caso.
Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do 
devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a 
obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, respon-
derá este pelo equivalente e mais perdas e danos.
Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o cre-
dor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que 
perdeu.
Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou 
aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em 
outro caso, indenização das perdas e danos.”
Capítulo 9
Direito das Obrigações
Direito Civil 43
Exercício 
1. (FCC – TRE/RN – Analista Judiciário – 2011) Nas obrigações de dar coisa:
a) Incerta, nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a es-
colha pertence ao credor, se o contrário não resultar do título da obri-
gação.
b) Incerta, antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou dete-
rioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito.
c) Certa, até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhora-
mentos e acrescidos, pelos quais não poderá exigir aumento no preço.
d) Certa, os acessórios dela não mencionados não estão abrangidos pela 
obrigação, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias 
do caso.
e) Certa, deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, o credor de-
verá aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu, não po-
dendo resolver a obrigação.
2. Obrigação de Fazer e Obrigação de Não Fazer
As obrigações de fazer estão reguladas nos arts. 247 a 249 do Código Civil, ao 
passo que as obrigações de não fazer estão reguladas nos arts. 250 e 251 do 
mesmo diploma legal.
A obrigação de fazer envolve a realização de uma determinada atividade ou 
a prestação de um serviço.
Existem as espécies de obrigações de fazer infungíveis, ou seja, só podem ser 
executadas pelo devedor e fungíveis, ou seja, podem ser executadas tanto pelo 
devedor como por um terceiro, sendo assim admite substituição.
Neste sentido, versam os arts. 247, 248 e 249 do Código Civil:
“Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que 
recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exequível.
Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, 
resolver-se-á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos.
Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor man-
dá-lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo 
da indenização cabível.
Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de 
autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.”
Direito Civil44
Já a obrigação de não fazer está presente quando o devedor se compromete 
a não realizar determinada atividade ou ato. Se o devedor fizer o que não deveria 
ter feito, estará inadimplente.
Exercício 
2. (FCC – TRF 5ª Região – Analista Judiciário – Execução de Mandados) Maria 
do Carmo comprou um vestido de noiva que pertenceu a Elizabeth Taylor 
de Leiloarte S/A. para o seu casamento que se realizaria dia 20/10/2011,dia 
agendado também para a entrega do vestido. Em 10/10/2011 houve uma 
forte tempestade na cidade e um raio incendiou o ateliê de costura onde 
o vestido de Maria do Carmo estava guardado. Nesse mesmo dia, vários 
incêndios ocorreram na cidade, também causados por raios. Neste caso, a 
obrigação é de:
a) Dar coisa certa e se perdeu com culpa do devedor que deverá devolver 
as importâncias recebidas. 
b) Fazer e se perdeu com culpa do devedor que deverá indenizar Maria do 
Carmo por perdas e danos. 
c) Dar coisa certa e se perdeu sem culpa do devedor, resolvendo-se. 
d) Dar coisa certa e se perdeu quando o devedor já estava em mora.
e) Fazer e pode ser executada por terceiro à custa do devedor que agiu 
com culpa.
3. Obrigações Alternativas
Nas obrigações alternativas, há uma pluralidade de objetos, mas uma pluralidade 
de objetos marcados pela conjunção “ou”.
Como regra, em toda relação jurídica obrigacional, há um credor, um devedor 
e um objeto. Já, nas obrigações alternativas, há uma pluralidade de objetos, fa-
zendo com que o credor satisfaça a obrigação com um objeto ou outro.
Neste sentido, prevê o art. 252 do CC:
“Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não 
se estipulou.”
Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e 
parte em outra.
Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção po-
derá ser exercida em cada período.
Direito Civil 45
Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não 
competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que 
por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar.
Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível 
por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o 
valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as presta-
ções se tornarem inexequíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das 
duas, além da indenização por perdas e danos.
Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extin-
guir-se-á a obrigação.
Exercício 
3. (FCC – TRT 15ª Região – Analista Judiciário – Adaptada – 2009) Nas obrigações:
a) Alternativas, a escolha cabe ao credor, se outra coisa não se estipulou.
b) Solidárias, não importa em renúncia da solidariedade a propositura da 
ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores.
c) Indivisíveis, se um dos credores remitir a dívida, a obrigação ficará extin-
ta para com os outros.
d) De dar coisa certa, deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, 
deverá o credor resolver a obrigação e exigir do devedor o valor que 
perdeu em decorrência da deteriorização.
e) De não fazer, praticado pelo devedor o ato a cuja abstenção se obriga-
ra, extingue-se a obrigação pela perda do objeto, não tendo o credor 
direito a indenização.
4. Obrigações Divisíveis e Obrigações 
Indivisíveis
As obrigações divisíveis e indivisíveis estão reguladas a partir do art. 257 e 
seguintes.
Quando se tem um credor, um devedor e um objeto, pouco importa se esse 
objeto é divisível ou indivisível, porque o devedor terá que entregar aquele objeto 
ao seu credor na totalidade do que foi pactuado.
Já, se estiver diante de uma pluralidade de credores ou de devedores e o 
objeto for divisível, a prestação se fracionará em quantos credores e quantos 
devedores eventualmente existirem.
Direito Civil46
Se houver uma pluralidade de credores, e o objeto for divisível, cada credor só 
poderá exigir do devedor a sua quota parte.
Já, se houver uma pluralidade de devedores, e o objeto for divisível, cada de-
vedor será obrigado perante o credor a sua quota-parte.
Se houverem, por exemplo, três credores de um objeto indivisível, e um de-
vedor apenas, qualquer credor poderá exigir do devedor a entrega da totalidade 
do bem.
Assim, o devedor se desobrigará da obrigação entregando o bem a todos os 
credores conjuntamente. Porém, pode o devedor entregar a totalidade do bem 
a um dos credores, devendo se resguardar, exigindo deste credor a denominado 
caução de ratificação.
Em uma relação onde houver pluralidade de devedores, um único credor e 
um objeto indivisível, poderá o credor exigir de qualquer um dos devedores a 
totalidade da dívida. Sendo assim, posterior ao cumprimento da obrigação, o de-
vedor que a satisfizer poderá exigir dos outros devedores a quota-parte de cada, 
havendo assim uma substituição de credor.
Exercício 
4. (FCC – TRT 22ª Região – Analista Judiciário – 2010) Uma obrigação indivisível 
resolveu-se em perdas e danos por culpa de um dos três devedores. Nesse caso:
a) O devedor culpado responderá pelas perdas e danos e os outros ficarão 
exonerados da obrigação.
b) Todos os devedores responderão pelas perdas e danos em sua tota-
lidade em razão da indivisibilidade, com direito de regresso contra o 
culpado. 
c) Todos os devedores responderão pelas perdas e danos de forma propor-
cional à sua parte na obrigação. 
d) A obrigação será considerada extinta e todos os devedores ficarão exo-
nerados. 
e) Todos os devedores responderão pelas perdas e danos em sua tota-
lidade em razão da indivisibilidade, sem direito de regresso contra o 
culpado.
5. Obrigações Solidárias
As obrigações solidárias estão dispostas a partir do art. 264 do Código Civil e 
seguintes.
Direito Civil 47
Se houver uma pluralidade de credores (solidariedade ativa), cada credor po-
derá exigir de seu devedor a totalidade da dívida.
Se houver uma pluralidade de devedores, cada um dos devedores se respon-
sabilizará perante um único credor em relação à totalidade da dívida.
Assim, versam os arts. 264, 265 e 266 do Código Civil.
“Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de 
um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida 
toda.
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das 
partes.
Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-cre-
dores ou co-devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, 
para o outro.”
O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos 
outros pela parte que lhes caiba.
O devedor que satisfizer a dívida por inteiro terá direito de exigir de cada um 
dos codevedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, 
se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os codevedores. 
Exercício 
5. (Cespe – AL/ES – Procurador – 2011) Segundo a regulamentação legal do 
Código Civil, se dois indivíduos são, juntos, devedores de R$ 80.000,00 
a terceiro, isso implica que cada um dos dois primeiros é devedor de R$ 
40.000,00 ao terceiro. Essa espécie de obrigação é denominada obrigação:
a) Divisível.
b) Solidária.
c) Principal.
d) Condicional.
e) Alternativa.
6. Solidariedade Ativa
A solidariedade ativa tem previsão legal nos arts. 267 e seguintes do Código Civil.
Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimen-
to da prestação por inteiro.
Direito Civil48
Enquanto alguns dos credores solidários não cobrarem o devedor em comum, 
qualquer um deles poderá ser pago pelo devedor.
É importante destacar que feito o pagamento a um dos credores solidários, 
haverá extinção da dívida até o momento do que foi pago.
Ainda, se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um dos 
herdeiros só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder a 
sua parte na herança, salvo se a obrigação for indivisível.
O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos 
outros pela parte que lhes caiba.
Outro ponto importante a ser destacado é que a um dos credores solidários 
não pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros, ou seja, o 
credor poderá opor ao devedor solidário todas as exceções de natureza comum, 
mas as exceções de natureza pessoal só podem ser opostas em facedo credor 
solidário a que ela se refere.
Vale salientar que o julgamento contrário a um dos credores solidários não 
atinge os demais, porém, o julgamento que for favorável a um dos credores soli-
dários será aplicado a todos, salvo se o julgamento fundir-se em exceção pessoal 
ao credor que o obteve.
Exercício 
6. (Cetro – TJRJ – Titular de Serviços de Notas e de Registros – 2012) Nas obri-
gações solidárias ativas, é incorreto afirmar que: 
a) Cada um dos credores solidários tem o direito a exigir do devedor o 
cumprimento da prestação por inteiro.
b) Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor 
comum, a qualquer daqueles poderá pagar.
c) O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o 
montante do que foi pago.
d) O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento não res-
ponderá aos outros pela parte que lhes caiba.
e) A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções 
pessoais oponíveis aos outros.
7. Solidariedade Passiva
O art. 275 do Código Civil aduz que o credor tem direito a exigir o recebimento 
de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, da dívida contraída em 
Direito Civil 49
comum. Se houver o pagamento parcial, todos os demais devedores continuarão 
obrigados solidariamente pelo resto.
Diante da pluralidade de devedores, o credor poderá cobrar a dívida em sua 
totalidade, escolhendo dentre qualquer um dos devedores.
O devedor solidário que for demandado no total da dívida não poderá sa-
tisfazer apenas o crédito em relação a sua parte, visto que a prerrogativa da 
solidariedade é a possibilidade da escolha feita pelo credor do devedor que será 
demandado.
Na remissão da dívida, o credor não continua como credor do todo, pois a 
dívida tem seu valor reduzido diante do perdão.
Dessa forma, a dívida em relação ao devedor remanescente ainda subsistirá, 
razão pela qual o credor poderá demandá-lo em regime de solidariedade.
Com a renúncia em favor de um ou mais devedores, a solidariedade subsistirá 
perante aos demais devedores. Nos termos do art. 282 do Código Civil, o credor 
só poderá cobrar do beneficiado a sua quota-parte referente à dívida.
Diante do perecimento do objeto da relação jurídica obrigacional por culpa de 
um dos devedores solidários, o credor poderá demandar qualquer um dos deve-
dores solidários pelo valor do objeto que se perdeu.
Caberá ao credor cobrar perdas e danos apenas do devedor solidário que deu 
causa ao perecimento do bem, de acordo com o art. 279 do Código Civil.
Exercício 
7. (Cespe – 2008 – STF – Analista Judiciário) Acerca do direito das obrigações, 
julgue o seguinte item:
 Havendo pluralidade de devedores solidariamente responsáveis pelo paga-
mento da dívida, o credor pode exigir de qualquer um dos codevedores o 
cumprimento integral da obrigação, mas, ao optar por cobrar a integrali-
dade da dívida, extingue-se a solidariedade, perdendo o credor o direito de 
exigi-las dos demais devedores.
8. Transmissão das Obrigações – Cessão de 
Crédito
Entende-se por transmissão das obrigações a forma de alteração do sujeito ativo 
ou passivo da relação jurídica obrigacional sem gerar a extinção da obrigação.
Direito Civil50
A primeira forma de transmissão das obrigações ocorre com a cessão de crédi-
to, por sua vez, regulada no art. 286 do Código Civil, permitindo ao credor ceder 
o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a própria 
convenção com o devedor.
A cessão de crédito é um negócio jurídico pelo qual o credor figura como 
sujeito ativo da relação jurídica obrigacional, é substituído por um terceiro. 
O credor originário ao se retirar da relação jurídica obrigacional é denominado 
cedente, o terceiro que assumirá a posição de credor recebe o nome de cessio-
nário.
Importa destacar que essa substituição ocorre independentemente de anuên-
cia por parte do devedor (cedido).
Como regra, a lei autoriza a cessão de qualquer tipo de crédito, salvo em ca-
sos como o previsto no art. 1.707 do Código Civil, sendo inadmitida a cessão de 
crédito decorrente de prestações alimentícias.
Embora não seja necessária, na cessão de crédito, a anuência do devedor em 
relação à substituição do polo ativo da relação obrigacional, a notificação é re-
quisito essencial, pois o cedido precisa ser cientificado para realizar o pagamento 
de forma correta.
Conforme lição do art. 290 do Código Civil, se o cedido, após a notificação da 
cessão de crédito, realizar o pagamento ao credor originário e não ao cessionário, 
poderá ser compelido a pagar novamente, partindo da premissa de que quem 
paga mal poderá pagar duas vezes.
Exercício 
8. (Espe – 2008 – STF – Analista Judiciário) Acerca do direito das obrigações, 
julgue o item subsequente:
 Em regra, na cessão de crédito, ocorre a substituição subjetiva no polo ativo 
ou no polo passivo da obrigação, com a conservação do vínculo obrigacio-
nal com todos os seus acessórios, a qual opera efeitos legais, com expressa 
anuência do devedor originário.
9. Transmissão das Obrigações – Assunção de 
Dívida
A segunda forma de transmissão das obrigações é a assunção de dívida, prevista 
no art. 299 do Código Civil. 
Direito Civil 51
Na assunção da dívida, altera-se o sujeito passivo da relação jurídica obrigacio-
nal sem gerar a sua extinção, como no contrato de financiamento de veículo em 
face do inadimplemento da parte.
A assunção é um negócio jurídico firmado entre o devedor primitivo e o cha-
mado assuntor (novo devedor).
Nesse tipo de negócio, a participação do credor deverá ocorrer de forma ex-
pressa, de acordo com a art. 299 do Código Civil.
Quando o assunto versar sobre o consentimento do credor, o seu silêncio im-
portará em recusa, se este nada fizer após prazo fixado para se manifestar.
Excepcionalmente, o silêncio do credor importará em anuência tácita, no caso 
previsto no art. 303 do Código Civil, quando o crédito estiver garantido pelo 
direito real da hipoteca.
O direito real da hipoteca se reveste pelo atributo da sequela, ou seja, o seu 
titular perseguirá o bem aonde quer que ele se encontre.
A assunção de dívida, diante do consentimento do credor, tem natureza libe-
ratória; sendo assim, o devedor primitivo é exonerado da relação obrigacional.
Conforme disposição do art. 182 do Código Civil, se o negócio jurídico for in-
validado por algum vício de consentimento, como a coação, as partes originárias 
se restituem ao seu status quo ante.
Exercício 
9. (Fepese – 2012 – Fatma – Advogado Funcional) Em atenção à transmissão 
das obrigações, assinale a alternativa correta, de acordo com o Código Civil:
a) A eficácia da cessão de crédito, em relação ao devedor, independe da 
notificação deste.
b) A assunção da dívida independe do consentimento do credor.
c) Salvo estipulação em contrário, na cessão de crédito o cedente respon-
de pela solvência do devedor.
d) Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito abrangem-se 
todos os seus acessórios.
e) É eficaz em relação a terceiros a transmissão de crédito realizada através 
de documento particular simples, sem a qualificação das partes.
10. Pagamento
Em regra, o pagamento deve ser efetuado pelo devedor. Mas poderá ser realiza-
do por terceiro, que tenha ou não interesse jurídico. Efetuando o pagamento, o 
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interessado juridicamente se sub-roga na posição de credor. O pagamento feito 
por terceiro que não tem interesse jurídico pode ocorrer em nome próprio (terá 
direito de restituição do valor pago) ou em nome do devedor (tem-se doação).
Em regra, quem recebe é o credor. O pagamento feito àquele que não é cre-
dor ou representante não extingue a obrigação, salvo quando aquele que não era 
credor aparentar o ser ou quando feito àquele que não representava o credor, 
mas, posteriormente, o credor ratifica a representação.
O lugar do pagamento será, em regra, o domicílio do devedor. Podem as par-
tes, contudo, compactuar local diverso. Se as partes efetuarem mais

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