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Capítulo 12 - Ativação da Célula B e Produção de Anticorpos . Ativação das células B: proliferação, expansão clonal, diferenciação e geração de plasmócitos secretores de anticorpos e células B de memória. . Proteínas: antígenos T-dependentes (processadas por células B específicas e apresentadas aos linfócitos T CD4+). . Antígenos multivalentes: antígenos T independentes (acoplamento ao receptor da célula B - BCR -). . Troca de isótopo e maturação de afinidade ocorrem em respostas tumorais T-dependentes. . Células B foliculares em órgãos linfoides periféricos: antígenos proteicos. . Células B da zona marginal do baço e células B-1 presentes em tecidos de mucosa e no peritônio: reações T independentes. CAPTURA E APRESENTAÇÃO DO ANTÍGENO . Células B foliculares: tecidos linfoides secundários (baço, linfonodos, tecidos linfoides da mucosa). . Movimento das células B para os folículos linfoides é guiado pela quimiocina CXCL13. . CXCL13 liga-se ao receptor de quimiocina CXCR5 nas células B imaturas recirculantes. . Antígenos vindos de locais de tecido vão por vasos linfáticos aferentes para o seio subcapsular do linfonodo, e por circuitos, vão ao folículo e interagem diretamente com as células B (moléculas com menos de 70kD). . Grandes antígenos e complexos antígeno-anticorpo são capturados por macrófagos no seio subcapsular. . Moléculas grandes não capturadas por macrófagos podem ser capturadas por células dendríticas residentes na região medular. . Antígenos de imunocomplexos ligados a receptores do complemento podem se ligar a células B da zona marginal. . Imunocomplexos também podem se ligar ao receptor do complemento CR2 nas células dendríticas foliculares. . Células dendríticas plasmocitoides podem capturar patógenos no sangue e levar para o baço. . Macrófagos da zona marginal dos folículos linfoides esplênicos podem capturar antígenos de polissacarídeos. . De forma geral, o antígeno é que é levado às células B está, em geral, em sua forma nativa e intacta. ATIVAÇÃO DA CÉLULA B POR ANTÍGENOS E OUTROS SINAIS . Sobrevivência de células B foliculares depende de sinais do BCR e da citocina BAFF. . BAFF e o ligante APRIL podem ativar os receptores TACI e BCMA, atuando na ativação e diferenciação de células B. . BAFF e APRIL são produzidas por células mieloides nos folículos linfoides e na medula óssea. . Linfócitos B ativados pela ligação do antígeno ao Ig da membrana. . Ig da membrana + proteínas associadas Igα e Igβ formam o complexo receptor de antígeno de células B maduras. . Ativação efetiva requer outros estímulos (proteínas do complemento, receptores de reconhecimento de padrões, células T auxiliares, entre outros). . Ativação facilitada pelo correceptor CR2/CD21. . Produtos microbianos se ligam a receptores tipo Toll e aumentam a ativação das células B. . Ativação de células dendríticas contribuem para ativação da célula T auxiliar. . Ativação das células mieloides pelo seu TLR gera liberação de BAFF e APRIL. RESPOSTAS FUNCIONAIS DAS CÉLULAS B A ANTÍGENOS . Antígenos multivalentes iniciam a proliferação e a diferenciação. . Antígenos proteicos preparam a célula B para interagir com as células T auxiliares. . Antígenos multivalentes - célula entra em G1. Sobrevivência aumenta pela produção de proteínas antiapoptóticas, principalmente a Bcl-2. . Ativação pelo antígeno: maior expressão de MHC e de coestimuladoras B7. . Antígenos proteicos: influenciam na sobrevivência, na expressão de receptores de quimiocina e promovem endocitose do antígeno. → produção por células mieloidepossibilitamativação e diferenciação na ausência da ajuda das células T CDA + . . Caso antígenos proteicos se apresentem em agregados (muitos epítopos), podem se comportar como multivalentes. . Células T CD4+ que reconhecem o antígeno no MHC das células B são potentes estimuladoras da proliferação e da diferenciação das células B. RESPOSTAS DE ANTICORPOS T-DEPENDENTES A ANTÍGENOS PROTEICOS . Células T CD4+ imaturas ativadas pelo antígeno na zona de células T, e células B foliculares ativadas nos folículos. . Esses 2 grupos se encontram nas bordas foliculares, onde a resposta inicial de anticorpo se desenvolve. . Células T CD4+ reduzem a expressão de receptores CCR7 e aumentam a de CXCR5, indo para a região folicular. . Células B reduzem a expressão de receptores CXCR5 e aumentam a de CCR7, saindo da região folicular. . Essas alterações nas expressões resultam na atração mútua desses dois grupos de linfócitos. . Células B podem apresentar diversos fragmentos distintos de uma proteína em seu MHC para diversos linfócitos T CD4+, mas os anticorpos produzidos serão específicos para a proteína nativa (epítopo reconhecido pelo Ig de membrana inicialmente). . Efeito hapteno-carreador: . Haptenos são substâncias se ligam a anticorpos, mas não são imunogênicos. . Acoplados a proteínas carreadora, os haptenos podem induzir respostas de anticorpos contra haptenos. . Essa resposta requer células B específicas para o hapteno e células T CD4+ específicas para a proteína carreadora. . Para gerar estímulo, as porções do hapteno e do carreador precisam estar fisicamente ligadas. . Interação restrita ao MHC de classe II. . O hapteno possibilita que a célula B internalize a proteína carreadora. . O efeito explica a resposta a peptídeos com o determinante nativo (B) e o determinante linear (T CD4+). . O efeito é a base para vacinas conjugadas, com epítopos de carboidratos (B) ligados a proteínas (T CD4+). . Células T CD4+ expressam o ligante de CD40, que liga ao CD40 das células B e induz a proliferação e a diferenciação. . Esses dois processos ocorrem, inicialmente, em focos extrafoliculares, e, posteriormente, nos centros germinativos. . Ligação ao CD40L recruta TRAFs, que levam à ativação e à translocação nuclear de fatores de transcrição (NF-kB e AP-1). . Mutações no gene do CD40L levam à síndrome da hiper-IgM ligada ao X, que causa defeitos na produção de anticorpos, na troca de isótopo, na maturação da afinidade e na geração de células de memória contra antígenos proteicos, além de uma imunidade mediada por células deficientes. . Após a interação entre os linfócitos na borda da zona folicular, a ativação subsequente das células B pelas células T auxiliares pode ocorrerem dois lugares: no foco extrafolicular e nos centros germinativos dos folículos. . ATIVAÇÃO DE CÉLULAS B EXTRAFOLICULARES: . Resposta precoce de anticorpos a antígenos proteicos. . Forma anticorpos de baixa afinidade. . Ajuda a formar o centro germinativo (células T auxiliares foliculares e células B extrafoliculares ativadas). . No baço, células extrafoliculares são chamadas de focos de PALS. . Células B com capacidade limitada de troca de isotipo. . REAÇÃO DO CENTRO GERMINATIVO: . Maturação de afinidade, troca de isotipo e geração de plasmócitos e células B de memória de vida longa. . Células B expressam um repressor transcricional conhecido como Bcl-6. . Células dendríticas foliculares (FDCs) apresentam antígenos para a seleção das células B. . A seleção ocorre no contato entre células B que não estão em divisão e FDCs e células T foliculares na zona clara do centro. . A formação do centro germinativo é dependente do CD40L nas células T auxiliares foliculares, que interagem com o CD40 nas células B. → provando a importância da ligação Cdiol : cdio . . INDUÇÃO DE CÉLULAS T AUXILIARES FOLICULARES (LTFH): . LTFH: lymphocyte T follicular helper . Expressam altamente receptores CXCR5, indo para os folículos atraídos pela quimiocina CXCL13. . Possuem ICOS (coestimulador indutível), PD-1 (morte programada-1), IL-21 e fator de transcrição Bcl-6. . Células T CD4+ imaturas se diferenciam em foliculares quando há forte ligação entre seu TCR e o complexo peptídeo-MHC de classe II das células dendríticas, no início da infecção, apresentando níveis moderados de Bcl-6 e fraca sinalização de IL-2R. . A diferenciação se completa na ativação das células T auxiliares foliculares por células B ativadas. . A interação entre o ligante de ICOS nacélula B e ICOS na célula T promove a diferenciação em LTFH. . Ligação entre proteínas SLAM e moléculas sinalizadoras SAP regulam a expressão de fatores transcricionais. . O fenótipo das células T auxiliares foliculares se dá pela expressão mútua de CXCR5, Bcl-6, CD40L, PD-1 e ICOS. Esses marcadores não são específicos dos LTFHs, mas seu fenótipo é definido pela coexpressão deles. Ainda, esse grupo celular não se cora e não produz citocinas típicas das células Th-1, Th-2 ou Th-17, mas produzem IL-4 e IL-21. . A citocina que define essa diferenciação é a IL-21, essencial na formação do centro germinativo. . A IL-21 secretada pelos LTFH: - desenvolvimento do centro germinativo; - contribui para a geração de plasmócitos no centro; - estimula os eventos de seleção de células B; - estimula os eventos de diferenciação de células B ativadas em plasmobastos. . LTFHs secretam outras citocinas: INF-γ ou IL-4 e baixas concentrações de IL-17. Essas citocinas participam da troca de isotipo. . Células TFh exercem diversos papéis importantes na ativação e na diferenciação de células B no centro germinativo, as quais dependem de vários sinais, como ICOSL, CD40L e IL-21. .TROCA DE ISOTIPO DA CADEIA PESADA: . Ocorre com mias frequência nos centros terminativos, sob influência das células TFh. . Troca de isotipo promove plasticidade na resposta, adaptando os anticorpos às situações que os requerem. . Regulada por citocinas produzidas pelos linfócitos T auxiliares ativados pelos antígenos: - INF-γ induz troca para Ig-G; - IL-4 induz troca para Ig-E. . Células B podem mudar os isotipos de acordo com seu local anatômico e as citocinas localmente produzidas: - em tecidos mucosos, células B mudam seu isotipo para IgA (fator transformante de crescimento-β). - citocinas TNF, BAFF e APRIL também estimulam a mudança para Ig-A. Produzidas por células mieloides, elas podem auxiliar na mudança para Ig-A na ausência da ajuda de células T. . Sinais do CD40 induzem a enzima deaminase induzida por ativação (AID), crucial para a troca e para a maturação. . O mecanismo molecular é chamado recombinação de troca. . MATURACÃO DE AFINIDADE: . Afinidade aumenta à medida que a resposta humoral progride. . Mutação somática dos genes Ig + sobrevivência seletiva das células B com maior afinidade. . Ligação CD40:CD40L necessária para a maturação, sendo um processo ocorrido apenas em respostas T-dependentes. . Genes V de Ig de células B na zona escura do centro germinativo sofrem mutações em níveis elevados, sendo cerca de mil vezes mais alta do que a taxa espontânea de outros genes, fazendo com que se chame, também, de hipermutação somática. . Os clones acumulam mutações a cada divisão, aprimorando sua afinidade. . Importante ação da enzima AID na desaminação de pontos importantes do DNA para a mutação. TGF -B . Algumas mutações podem diminuir ou levar à perda da capacidade de ligação ao antígeno. Por isso, o passo seguinte e crucial na maturação de afinidade é a seleção de células B de alta afinidade mais úteis. . As células B podem reconhecer o antígeno livre ou em células dendríticas foliculares e serem selecionadas. . Caso não tenham afinidade forte ao antígeno, sofrem apoptose. . Mecanismos de sobrevivência das células B selecionadas: - ligação ao antígeno estimula produção de proteínas antiapoptóticas, como Bcl-2; - células B de alta afinidade têm preferência na endocitose e apresentação do antígeno, assim como na ligação às células Tfh. Essas células T podem sinalizar através do CD40L para promover a sobrevivência da célula B. - células B que reconhecem o antígeno ativam inibidores endógenos de Fas (sinal apoptótico), evitando a morte. . A medida que a resposta imune ocorre e o antígeno é combatido, sobram poucas quantidades para ser reconhecido. Por isso a necessidade de uma afinidade cada vez maior. . Células selecionadas se diferenciam em células B de memória ou em precursores de plasmócitos. . DIFERENCIAÇÃO EM PLASMÓCITOS SECRETORES: . Gerados por meio de sinais do BCR, CD40, TLRs e outros receptores, incluindo receptores de citocinas. . Plasmócitos de vida curta gerados nas respostas T-independentes e no início das T-dependentes. . Plasmócitos de vida longa gerados nos centros germinativos, apenas nas respostas T-dependentes. Os sinais do BCR e a IL-21 cooperam na geração de plasmoblastos e de plasmócitos. . Plasmoblastos entram na circulação e vão para a medula óssea, onde serão plasmócitos de vida longa. . Anticorpos secretados na medula óssea podem ser respostas imediatas a novas infecções pelo mesmo antígeno. . Diferenciação em plasmócitos gera mudanças: - alterações nos componentes do retículo endoplasmático e da via secretora; - aumento da produção de imunoglobulina; - alteração nas cadeias de Ig, diminuindo a forma ligada à membrana e aumentando a forma secretada. .GERAÇÃO DE CÉLULAS B DE MEMÓRIA: . Geradas principalmente em centros germinativos. . Sobrevivem por longos períodos sem a necessidade de contínua estimulação antigênica. . Altos níveis da proteína antiapoptótica Bcl-2. . Permanecem no órgão linfoide ou recirculam entre sangue e órgãos linfoides. . REGULADORES TRANSCRICIONAIS NO DESTINO DA CÉLULA B ATIVADA: . Bcl-6 mantém as reações do centro germinativo, fazem as células B entrarem em fase de ciclo celular rápido e reprime p53, que medeia a parada do ciclo celular. . Bcl-6 reprime o Blimp-1, repressor transcricional necessário na diferenciação em plasmócitos, evitando as células em divisão maciça no centro germinativo se diferenciem. . Blimp-1 e IRF4 levam à diferenciação em plasmócitos. . Fatores de transcrição que leva à formação de células de memória ainda não foram identificados. - pode haver influência dos níveis reduzidos de IRF4, que não são suficientes para gerarem plasmócitos, possibilitando a diferenciacão em células B de memória. .RESPOSTAS DE ANTICORPOS A ANTÍGENOS T-INDEPENDENTES . Anticorpos de baixa afinidade. . Principalmente IgM, com troca de isotipo limitada a alguns subtipos de IgG e IgA. . Não há maturação de afinidade. . Resposta secundária (células B de memória) é observada apenas com alguns antígenos. . SUBPOPULAÇÕES DE CÉLULAS B ENVOLVIDAS: . Células B da zona marginal respondem a polissacarídeos e formam plasmócitos de vida curta, secretores, principalmente, de IgM. . Células B-1 também respondem a antígenos T-independentes, principalmente no peritônio e em mucosas. . Essas respostas são iniciadas no baço, na medula óssea, na cavidade peritoneal e nas mucosas. . MECANISMOS DE RESPOSTA: . A maior parte dos antígenos T-independentes são multivalentes, induzindo ligação cruzada máxima do complexo BCR. . Os antígenos podem ativar o complemento, aumentando a ativação das células pelo receptor CR2 reconhecendo C3d. . Algumas proteínas de membrana em alta densidade podem ser multivalentes e atuar como antígenos T-independentes. . PROTEÇÃO POR ANTICORPOS T-INDEPENDENTES: . São importantes na defesa contra polissacarídeos da parede bacteriana, que não são combatidos por outras respostas imunes. . Existem também anticorpos naturais, gerados sem a infecção efetiva do patógeno, geralmente a partir de bactérias presentes no TGI. . Algumas vacinas de polissacarídeos podem induzir uma imunidade protetora de duração bastante longa. Também pode ocorrer respostas secundárias rápidas e em grande escala, típico de memória (mas sem maturação de afinidade e com quase nenhuma troca de isotipo). .RETROALIMENTAÇÃO DE ANTICORPOS . Controle das respostas imunes humorais. . Anticorpos secretados impedem que novas células B continuem sendo ativadas. - formação de complexos antígeno-anticorpo e receptores Fcγ inibitórios em células B específicas ao antígeno. . Retroalimentação de anticorpo: regulação negativa da produção de anticorpos pelos próprios anticorpos IgG secretados. . Complexos antígeno-anticorpo se ligam a receptores II Fcγ, liberando sinais que finalizam a resposta de células B a antígenos.
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