Buscar

Imunidade contra bactérias intracelulares

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora 
CES/JF 
Lucas Gabriel Neto 
 
 
 
 
 
 
Imunidade contra bactérias intracelulares 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado à professora 
Danielle Aragão como requisito 
parcial para conclusão da disciplina 
de Imunologia, do curso de Ciências 
Biológicas do Centro de Ensino 
Superior de Juiz de Fora 
 
 
Juiz de Fora, 27 de junho de 2016. 
 
 
 
 
 
 
1- Introdução 
O sistema imunológico é composto por órgãos, células e moléculas 
responsáveis pela imunidade e tem por finalidade manter a homeostase do 
organismo (MESQUITA JUNIOR et al. 2010). Para tanto, é necessário proteger o 
organismo contra microrganismos infecciosos e macromoléculas não infecciosas que 
podem desencadear respostas imunológicas (ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2007). 
A imunidade inata é a primeira linha de defesa do organismo e conta com as 
barreiras epiteliais, que revestem as superfícies internas e externas do corpo, os 
fagócitos, capazes de englobar e digerir microrganismos invasores, além das células 
NK, que contribuem para defender o organismo contra vírus e patógenos 
intracelulares. Se porventura, o microrganismo conseguir dominar e transpor essa 
primeira linha de defesa, o organismo necessitará da imunidade adaptativa 
(MURPHY, 2010). Muitas das vezes, os sistemas imunes inato e adaptativo 
trabalham simultaneamente para eliminação do invasor. (COELHO-CASTELO et al. 
2009) 
Vírus, fungos, protozoários e bactérias são organismos capazes de penetrar e 
infectar as células do hospedeiro. As bactérias intracelulares são chamadas de 
micobactérias e tem como mecanismo de escape a capacidade de infectar e 
sobreviver dentro dos macrófagos, que são células fagocíticas. (MACHADO et al. 
2004). 
Essa infecção pode ser controlada pelas células T da imunidade celular que 
reconhece os antígenos bacterianos apresentados na superfície dos macrófagos 
ativados (MURPHY; TRAVERS; WALPORT, 2010). 
No presente trabalho será abordado as células, moléculas e os mecanismos 
que as imunidades inata e adaptativa empregam para eliminarem as bactérias 
intracelulares. 
 
 
 
 
2- Revisão 
2.1- Imunidade inata 
A imunidade inata constitui uma resposta rápida e padronizada a um número 
grande, mas limitado, de estímulos (CRUVINEL et al. 2010). O reconhecimento de 
patógenos pelos macrófagos, neutrófilos e células dendríticas ocorre através de 
reconhecimento de moléculas simples e padrões regulares de estruturas celulares 
conhecidas como padrões moleculares associados aos patógenos (PAMPs), que 
estão presentes em muitos microrganismos, mas não nas próprias células. Assim, o 
sistema imune inato está apto a distinguir o próprio (corpo) do não-próprio 
(patógeno) (MURPHY; TRAVERS; WALPORT, 2010). Essa imunidade é 
representada por barreiras físicas, químicas e biológicas, células especializadas e 
moléculas solúveis presentes em todos os indivíduos, independentemente de 
contato prévio com imunógenos ou agentes agressores. (CRUVINEL et al. 2010). 
 
2.2 Imunidade adaptativa 
 
A resposta imune adaptativa ou adquirida é acionada quando a resposta 
imune inata fornece sinais que induzem, juntamente com o antígeno, a diferenciação 
e proliferação dos linfócitos B e T antígeno-específicos. Integram a imunidade 
adaptativa as imunoglobulinas, o complexo de histocompatibilidade maior (MHC), 
linfócitos CD4+ e CD8+ e moléculas como as interleucinas e interferons (ABBAS; 
LICHTMAN; PILLAI, 2007). 
 
2.3 Bactérias Intracelulares 
A característica principal desse grupo de bactérias é a capacidade de sobreviver 
dentro dos macrófagos, tendo como exemplos o M. tuberculosis, o M. leprae e a L. 
monocitogenesis. A penetração no macrófago constitui também um mecanismo de 
escape do parasita e, embora paradoxal, é também útil para o hospedeiro, desde 
que a ausência de penetração celular da bactéria poderia induzir uma forte resposta 
inflamatória e um excessivo dano para o hospedeiro. (MACHADO et. Al 2004) 
As bactérias intracelulares se multiplicam através da interação célula-célula, seja por 
transmissão direta de uma célula para outra ou pela liberação de fluido extracelular e 
reinfecção de células distantes. (CARVALHO; NUDELMAN; CARNEIRO-SAMPAIO, 
1998) 
A maioria dos microrganismos é detectada e destruída em algumas horas por 
mecanismos do sistema imune não-específico e que não requer um período longo 
de indução: são chamados de mecanismos da imunidade inata. No caso de o 
microrganismo burlar esta primeira linha de defesa, ocorrerá a resposta imune 
adaptativa com geração de células efetoras antígeno-específicas, que atingirão o 
alvo, especificamente, e produzirão células de memória que atuarão na prevenção 
do hospedeiro a infecções subsequentes pelo mesmo agente. (CARVALHO; 
NUDELMAN; CARNEIRO-SAMPAIO, 1998) 
 
 
2.4 Resposta Imune a Bactérias Intracelulares 
A eliminação do patógeno que consegui ultrapassar as barreiras físicas do 
organismo se dá inicialmente através do sistema imune inato, através de células 
fagocitárias, células NK (natural killer), produção de citocinas e quimiocinas. Desta 
forma, após a invasão do patógeno, células fagocitárias, principalmente neutrófilos e 
macrófagos, são recrutados para o sítio de replicação bacteriana por meio de 
quimiocinas e citocinas pró-inflamatória. Na tentativa de eliminar as bactérias 
intracelulares, macrófagos e neutrófilos ativados produzem uma variedade de 
mediadores bioquímicos que atuam diretamente contra as bactérias, dentre eles, 
peróxido de hidrogênio (HO2), ânion superóxido (O2-) e o óxido nítrico (NO) são os 
mais eficazes. (CARVALHO; NUDELMAN; CARNEIRO-SAMPAIO,1998) 
Outro componente importante no combate desses patógenos são as células NK,6, 7 
as quais são ativadas diretamente por bactérias ou, indiretamente, em resposta a 
citocina proveniente de macrófagos ativados. A ativação das células NK resulta na 
produção de citocina envolvida na ativação de macrófagos, promovendo, assim, a 
morte das bactérias capturadas. Além disso, a estimulação dos macrófagos irá 
contribuir com a atividade antibacteriana dessas células. As células NK também 
podem levar a lise bacteriana pelo mecanismo da citotoxicidade celular dependente 
de anticorpos. Adicionalmente, as células dendríticas também contribuem na 
imunidade contra patógeno devido à produção de citocinas inflamatórias, 
principalmente IL-12. (COELHO-CASTELO et al. 2009. ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 
2007). 
 Uma vez que somente a resposta imune inata não promova a eliminação de 
bactérias patogênicas, haverá necessidade da participação da resposta imune 
adaptativa. Nesta etapa destacam-se os mecanismos efetores que envolvem 
linfócitos TCD4. A contribuição das células CD4 consiste principalmente na ativação 
de macrófagos por meio da ação de citocinas. Esta ativação resultará na produção 
de peróxido de hidrogênio, ânion superóxido, óxido nítrico e enzimas lisossomais 
que podem destruir o patógeno. (COELHO-CASTELO et al. 2009. ABBAS; 
LICHTMAN; PILLAI, 2007). 
As células TCD8 citotóxicas têm papel fundamental na eliminação das bactérias 
intracelulares através da lise das células infectadas. Isto pode ocorrer uma vez que 
os antígenos bacterianos, como por exemplo, da Listeria monocytogeneses, podem 
escapar das vesículas celulares, penetrando no citosol sendo apresentadas vias 
MHC de classe I para as células T citotóxicas. (COELHO-CASTELO et al. 2009) 
 
As bactérias intracelulares dispõem de mecanismos de escape contra a resposta 
imune sendo os macrófagos os alvos preferenciais. Macrófagos que falham na 
eliminação das bactérias intracelulares podem levar ao estabelecimento de uma 
infecção crônica, que resultará na formação de uma estrutura característica 
conhecida como granuloma, o qual tem como finalidade conter o agente infeccioso, 
evitando assim a sua disseminação. O granuloma é uma estrutura complexa, 
composta por macrófagos infectadosna área central, circundados por linfócitos 
TCD4 e TCD8 ativados, e frequentemente está associado com fibrose tecidual. 
(COELHO-CASTELO et al. 2009) 
 
 
 
 
 
 
 
3 - Considerações Finais 
Nosso organismo, assim como todos os demais seres vivos, está constantemente 
exposto a diversos fatores e outros organismos potencialmente patogênicos, e não 
somente estes, outras substancias e partículas as quais entramos em contato 
poderiam interferir de forma catastrófica na dinâmica sistemática do nosso 
organismo. 
Mesmo expostos a esses organismos, aqui chamados antígenos, nem sempre o 
nosso corpo chega a desenvolver um estado de doença, isso ocorre graças ao 
complexo sistema de imunidade que possuímos que foi evoluindo ao passar dos 
anos e se tornando cada vez mais eficiente, e não somente isso, a sua forma de 
atuação integrada entre a imunidade inata e a adaptativa garante uma efetividade 
cada vez maior. 
Podemos falar dessa integralização da imunidade nata e inata no caso de patógenos 
intracelulares, mais especificamente bactérias, onde em um primeiro momento de 
infecção por tais organismo, temos uma ação inespecífica do sistema imune, que 
contra esses microrganismos de forma inespecífica através de células fagocitárias, 
células Natural Killer, e sistemas de complemento. Caso não seja suficiente, a 
imunidade adaptava da continuidade ao processo, onde através de linfócitos, 
principalmente TCD4 e TCD8 promovem a morte da bactéria e se necessário a 
morte da célula infectada a fim de preservar a integridade e a homeostasia do 
organismo. 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. Referências 
ABBAS, Abul K.; LICHTMAN, Andrew HH; PILLAI, Shiv. Imunologia celular e 
molecular. 7. ed. Elsevier Brasil, 2007. 
 
CARVALHO, Beatriz Tavares Costa; NUDELMAN, Víctor; CARNEIRO-SAMPAIO, 
Magda Maria Sales. Mecanismos de defesa contra infecções. Jornal de Pediatria, 
v. 74, n. 1, p. 3-11, 1998. 
 
COELHO-CASTELO, Arlete AM et al. Resposta imune a doenças 
infecciosas. Medicina (Ribeirao Preto. Online), v. 42, n. 2, p. 127-142, 2009. 
 
CRUVINEL, Wilson de Melo et al. Sistema imunitário: Parte I. Fundamentos da 
imunidade inata com ênfase nos mecanismos moleculares e celulares da resposta 
inflamatória. Revista Brasileira de Reumatologia, v. 50, n.4, p.434-461,2010. 
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext& pid=S0482- 
50042010000400008&lang=pt >. Acesso em: 23 jun.2016. 
 
MACHADO, Paulo RL et al. Mecanismos de resposta imune às infecções. Anais 
brasileiros de dermatologia, v. 79, n. 6, p. 647-662, 2004. Disponível em: 
< http://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/208/209 >.Acesso em: 22 jun. 2016. 
 
MESQUITA JUNIOR, Danilo et al. Sistema imunitário - parte II: fundamentos da 
resposta imunológica mediada por linfócitos T e B. Revista Brasileira de 
Reumatologia, v.50, n.5, p.552-580, 2010. Disponível 
em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0482-500420100005 
00008&lang=pt>. Acesso em: 23 jun.2016. 
 
MURPHY, K.; TRAVERS, P.; WALPORT, M. Imunobiologia de Janeway. Porto 
Alegre: ArtMed, 7ª edição. 2010.

Outros materiais