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PROVA DIREITO DAS COISAS

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PROVA PESQUISA – UNIDADE II
	Curso
	Direito Civil – Coisas
	Turma
	5DIRAN
	Aluno:
	
	Nota
	5,0 pontos
	Nota
	
ATENÇÃO: Antes de iniciar a prova, leia as instruções abaixo.
INSTRUÇÕES:
– A prova deverá ser postada no Moodle até às 23h55 min do dia 16/06/2021. 
- Os alunos que não têm acesso ao Moodle deverão encaminhar a prova para o Líder da turma, que se encarregará de anexá-la na plataforma.
- A interpretação da situação problema faz parte da avaliação.
– É vedada a comunicação, discussão ou plágio das questões entre os alunos. 
- Respostas plagiadas ou copiadas, do colega ou da internet, conferirão nota 0. 
- O aluno que cometer plágio NÃO TERÁ DIREITO À AVALIAÇÃO SUBSTITUTIVA, de acordo com a letra f, do inc. III, do art. 13 da Resolução CONSEPE 22/2019.
– A simples menção ou transcrição de artigo não confere a pontuação ao aluno.
– Utilize todos os conhecimentos obtidos relativamente ao Direito das Coisas e fundamente de forma coesa e consistente todas as questões.
- Respondam as questões com base apenas no Direito das Coisas. Não será cobrado ou exigido a fundamentação ou resolução das questões com base em outras matérias.
- Muito embora a prova seja subjetiva, a correção será objetiva, pautada em critérios qualitativos. Ao fundamentar, esgote toda a matéria de direito que pode ser arguida na resolução na questão, mas lembre-se, quantidade não é a mesma coisa que qualidade.
- De preferência, resolvam a prova no computador. 
QUESTÃO 01 – É possível recorrer à passagem foçada, prevista no artigo 1.285, caput, do Código Civil, em hipótese em que, embora não haja efetivo encravamento, o acesso existente ao imóvel mostre-se insuficiente? Fundamente e, sempre que possível, cite o artigo, súmula, etc., que sustenta o seu argumento (1,0 ponto).
RESPOSTA: Conforme o artigo 1.285 do CC, para se ter direito a passagem forçada, há necessidade de o encravamento do imóvel ser absoluto, no sentido de não possuir qualquer acesso à via pública, por mais penoso e oneroso que seja. De acordo com o § 1º desse artigo, o vizinho que sofrerá o constrangimento será aquele cujo imovel se prestar mais facilmente à passagem. Caso não haja consenso entre os vizinhos, a passagem forçada deverá ser fixada judicialmente, de modo que é o juiz quem estabelecerá a passagem, mesmo com a oposição do vizinho que vier a ser constrangido.
Contudo, ao analisar do caput do art. 1.285 do Código Civil é possível perceber que a taxatividade do exercício do direito a passagem forçada, não se limita àquele que não tem acesso à via pública, ou seja, ao imóvel absolutamente encravado, é o que vem demonstrar o Enunciado nº 88 do Conselho da Justiça Federal, segundo o mesmo, o direito de passagem forçada, previsto no art. 1.285 do CC, também é garantido nos casos em que o acesso à via pública for insuficiente ou inadequado, consideradas, inclusive, as necessidades de exploração econômica.
O Superior Tribunal de Justiça também entende que: CIVIL. DIREITOS DE VIZINHANÇA. PASSAGEM FORÇADA (CC, ART. 559). IMÓVEL ENCRAVADO. Numa era em que a técnica da engenharia dominou a natureza, a noção de imóvel encravado já não existe em termos absolutos e deve ser inspirada pela motivação do instituto da passagem forçada, que deita raízes na supremacia do interesse público; juridicamente, encravado é o imóvel cujo acesso por meios terrestres exige do respectivo proprietário despesas excessivas para que cumpra a função social sem inutilizar o terreno do vizinho, que em qualquer caso será indenizado pela só limitação do domínio. Recurso especial conhecido e provido em parte. (REsp 316.336/MS, Rel. Ministro ARI PARGENDLER, TERCEIRA TURMA, julgado em 18/08/2005, DJ 19/09/2005, p. 316).
Entende-se portanto, que há sim, a possibilidade de recorrer à passagem foçada, prevista no artigo 1.285, caput, do Código Civil, em hipótese em que, embora não haja efetivo encravamento, o acesso existente ao imóvel mostre-se insuficiente.
QUESTÃO 02 - Aplica-se o direito de preferência, previsto no artigo 504, parágrafo único, do Código Civil, na hipótese de venda de frações ideais de um coproprietário a outro? Fundamente e, sempre que possível, cite o artigo, súmula, etc., que sustenta o seu argumento (1,0 ponto).
RESPOSTA: O direito de preferência previsto no art. 504 do CC não se aplica na venda de fração de imóvel entre coproprietários, ou seja, quando não há o ingresso de terceiros numa propriedade em condomínio.
Esta foi a ecisão da 3° turma do Superior Tribunal de Justiça ao dar provimento ao recurso de um coproprietário para afirmar a legalidade da transação feita com outro condômino sem o oferecimento do direito de preferência ao detentor da fração maior do imóvel, conforme mostra o julgado: 
RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL. CONDOMÍNIO SOBRE IMÓVEL INDIVISÍVEL. DIREITO DE PREFERÊNCIA. INTERPRETAÇÃO DO ART. 504 DO CÓDIGO CIVIL. APLICAÇÃO APENAS À ALIENAÇÃO DA FRAÇÃO IDEAL A ESTRANHOS E NÃO A CONDÔMINOS. NORMA RESTRITIVA DE DIREITOS. INTERPRETAÇÃO TAMBÉM RESTRITIVA. EXEGESE LITERAL E TELEOLÓGICA DESTA E DE OUTRAS NORMAS DO SISTEMA A ESTABELECER SEMELHANTE DISPOSIÇÃO. 1. Controvérsia em torno do direito de preferência na venda de fração ideal de imóvel indivisível em condomínio a outros condôminos, em face do disposto no art. 504 do Código Civil. 2. A exegese do enunciado normativo do art. 504, “caput”, do CC, denota que o direito de preferência ali regulado contempla a hipótese fática em que um dos condôminos vende parte do bem condominiado a estranhos, omitindo-se de o oferecer aos demais cotitulares interessados. 3. Interpretação restritiva desse dispositivo legal por representar restrição ao direito de propriedade e à liberdade de contratar, notadamente, de dispor do bem objeto do domínio, alienando-o a quem o condômino bem entenda. 4. A concorrência estabelecida entre os condôminos, prevista no parágrafo único do art. 504 do CC, preferindo aquele que possua benfeitorias de maior valor ou, em segundo plano, aquele que detenha a maior fração condominiada, somente incidirá quando a premissa para o exercício do direito de preferência constante no caput desse dispositivo legal tenha sido verificada, ou seja, quando, alienada a fração ideal do imóvel a um estranho, não se tenha ofertado previamente aos demais condôminos tanto por tanto. 5. Não há direito potestativo de preferência na hipótese em que um dos condôminos aliena sua fração ideal para outro condômino, já que não se fez ingressar na compropriedade pessoa estranha ao grupo condominial, razão pela qual fora erigida a preempção ou preferência. 6. Exegese sistemático-teleológica das disposições do Código Civil à luz do princípio da autonomia privada. 7. Precedentes específicos da 3ª e 4ª Turmas do STJ. 8. RECURSO ESPECIAL PROVIDO.
(STJ – REsp: 1526125 SP 2015/0074967-9, Relator: Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, Data de Julgamento: 17/04/2018, T3 – TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 27/04/2018)
QUESTÃO 03 - No caso de o proprietário ter alienado o imóvel a terceiro sem notificar o superficiário para exercer o direito de preferência previsto no art. 1.373 do Código Civil, assiste ao superficiário o direito de adjudicar o imóvel para si mediante depósito do preço? Fundamente e, sempre que possível, cite o artigo, súmula, etc., que sustenta o seu argumento (1,0 ponto).
RESPOSTA: Sim, caso o proprietário aliene o imóvel a terceiro sem notificar o superficiário para exercer o direito de preferência previsto no art. 1.373 do Código Civil, o superficiário poderá adjudicar o imóvel para si mediante depósito do preço. 
Tal direito encontra amparo no referido artigo citado acima, onde menciona que aquele que foi preterido do direito de preferência, terá direito a reparação de perdas e danos, além do direito de depositar em juízo, o valor correspondente recebido do terceiro adquirente, buscando a nulidade do negócio. 
Ademais, conforme o enunciado 510 do Conselho de Justiça Federal: “Ao superficiário que não foi previamente notificado pelo proprietário para exercer o direito de preferência previstono art. 1.373 do Código Civil, é assegurado o direito de, no prazo de seis meses, contados do registro de alienação, adjudicar para si o bem mediante depósito do preço”. 
QUESTÃO 04 - Por que a celebração de um contrato de direito real de superfície pode ser mais vantajosa par a alguém que pretende plantar uma lavoura em um imóvel de terceiro do que a celebração de um contrato de arrendamento? Fundamente e, sempre que possível, cite o artigo, súmula, etc., que sustenta o seu argumento (1,0 pts).
RESPOSTA: Conforme a Lei 4.504/1964 e o Dec. 59.566/1966 que regulamenta e definem o instituto do arrendamento rural de acordo com o "Art. 3.º. Arrendamento rural é o contrato agrário pelo qual uma pessoa se obriga a ceder a outra, por tempo determinado ou não, o uso e gozo de imóvel rural, parte ou partes do mesmo, incluindo, ou não, outros bens, benfeitorias e/ou facilidades, com o objetivo de nele ser exercida atividade de exploração agrícola, pecuária, agroindustrial ou mista, mediante certa retribuição ou aluguel, observados os limites percentuais da Lei". 
Por outro lado, o Direito de Superfície é um direito real, listado no art. 1.225, II, do CC brasileiro, e sua outorga é regulada, especificamente, nos arts. 1.369 a 1.377 do mesmo CC. O art. 1.225 do CC enumera de maneira taxativa os direitos reais admitidos pelo ordenamento jurídico brasileiro, dentre eles o direito de superfície. Mais adiante, no art. 1.369, do mesmo CC, define o conceito do referido instituto, da seguinte forma: "Art. 1.369. O proprietário pode conceder a outrem o direito de construir ou de plantar em seu terreno, por tempo determinado, mediante escritura pública devidamente registrada no Cartório de Registro de Imóveis".
Os dois institutos envolvem a entrega de um imóvel a terceiro, para que este possa explorá-lo, toda via, não poderão ser confundidos, pois o direito de superfície, é um direito indiscutivelmente real dotado de oponibilidade erga omnes, além disso, poderá também ser gratuito, e traduz uma relação direta do sujeito com a coisa, já o arrendamento tem caráter estritamente obrigacional. Diante do exposto, se verifica as vantagens do direito de superfície para alguém que pretende plantar uma lavoura. 
QUESTÃO 05 - De acordo com os conhecimentos obtidos em sala de aula, relativamente à disciplina Direito das Coisas, leia o caso abaixo e responda à questão.
Diante da crise que se abateu sobre seus negócios, Eriberto contrai empréstimo junto ao seu amigo Jorge, no valor de R$ 200.000,00, constituindo, como garantia, hipoteca do seu sítio, com vencimento em 20 anos. Esgotado o prazo estipulado e diante do não pagamento da dívida, Jorge decide executar a hipoteca, mas vem a saber que o imóvel foi judicialmente declarado usucapido por Jonathan, que o ocupava de forma mansa e pacífica para sua moradia durante o tempo necessário para ser reconhecido como o novo proprietário do bem.
O imóvel continua gravado com a hipoteca mesmo após ter sido usucapido? Fundamente e, sempre que possível, cite o artigo, súmula, etc., que sustenta o seu argumento. Ao fundamentar, esgote toda a matéria de direito que pode ser arguida na resolução na questão. (1,0 pts)
RESPOSTA: A aquisição da posse é modo de aquisição originário da propriedade, pelo que todas as situações jurídicas anteriores se apagam como se pode retirar do art. 1.241 do CC/2002. Irrelevante quando a hipoteca foi instituída, se antes ou depois de iniciada a posse, não havendo qualquer direito do credor hipotecário contra o novo proprietário, que usucapiu o bem.
Sendo assim, o caso em tela nos mostra que Jorge emprestou determinada quantia a Eriberto (mútuo), e este em contrapartida, ofereceu um imóvel em hipoteca para garantia da dívida. Ocorre que Johnathan (estranho aos contratantes) passou a possuir o imóvel e preencheu os requisitos para aquisição da propriedade pela usucapião, que, segundo a doutrina, é uma forma originária de aquisição da propriedade e de outros direitos reais. 
Desta feita, todos os ônus eventualmente existentes sobre a coisa, como por exemplo a hipoteca apresentada, desaparecem face à usucapião. Portanto, Johnathan pode adquirir a propriedade do bem, independentemente da hipoteca que Eriberto constituiu em favor de Jorge.
A SIMPLES MENÇÃO OU TRANSCRIÇÃO DE ARTIGO NÃO CONFERE A PONTUAÇÃO AO ALUNO

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