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Componente Curricular: Caprinos e Ovinos Docente: Marconi Santana 2 Mensagem do professor-autor Professor: Astrogildo Peçanha Mensagem do professor-autor Olá, caro estudante! Sejam todos muito bem-vindos à disciplina de Caprinos e Ovinos. Eu sou o professor Marconi Bomfim de Santana e embarcaremos juntos nesta jornada em busca do conhecimento a cerca dessa atividade agropecuária tão importante para o desenvolvimento rural de Roraima e do Brasil. Nossa disciplina está dividida em 4 semanas, todas as informações quanto aos assuntos que abordaremos bem como as atividades a serem desenvolvidas estão no Plano de Ensino ao final da apostila. Leiam o material com cuidado, carinho, dedicação e atenção e, logo após, façam as atividades propostas. Nossa comunicação será por WhatsApp (95) 99115-2021 ou e-mail marconi.santana@ifrr.edu.br. Vamos aos estudos? 3 1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................4 1.1. ORIGEM DAS ESPÉCIES – CAPRINOS E OVINOS ........................................................................... 4 1.1.1. ORIGEM DA ESPÉCIE CAPRINA ............................................................................................. 4 1.1.2. ORIGEM DA ESPÉCIE OVINA ................................................................................................. 5 1.2. MERCADO NACIONAL DE CAPRINOS E OVINOS .......................................................................... 7 1.2.1. CADEIA PRODUTIVA DOS CAPRINOS E OVINOS NO BRASIL ............................................... 8 1.2.2. CRIAÇÃO DE OVINOS E CAPRINOS NO ESTADO DE RORAIMA .......................................... 11 1.2.3. GARGALOS E PERSPECTIVA DA CADEIA PRODUTIVA DE OVINOS E CAPRINOS ................ 13 1.3. MORFOLOGIA DE CAPRINOS E OVINOS – DIFERENÇAS ENTRE CAPRINOS E OVINOS .............. 14 1.3.3. RECONHEÇA AS CATEGORIAS DOS OVINOS E CAPRINOS ................................................. 19 1.3.4. APRENDA SOBRE OS CAPRINOS ......................................................................................... 21 2. REFERÊNCIAS ............................................................................................................................ 22 SUMÁRIO file:///G:/Meu%20Drive/IFRR_MEUS%20DOCUMENTOS/Caprinos%20e%20ovinos%20-%20AVA/APOSTILA%201º%20SEMANA_CAPRINOS%20E%20OVINOS_PROF.%20MARCONI.docx%23_Toc66555456 file:///G:/Meu%20Drive/IFRR_MEUS%20DOCUMENTOS/Caprinos%20e%20ovinos%20-%20AVA/APOSTILA%201º%20SEMANA_CAPRINOS%20E%20OVINOS_PROF.%20MARCONI.docx%23_Toc66555467 4 1.1. ORIGEM DAS ESPÉCIES – CAPRINOS E OVINOS 1.1.1. ORIGEM DA ESPÉCIE CAPRINA A origem dos caprinos domésticos, Capra hircus, é asiática. Foi um dos primeiros animais a ser domesticado pelo homem, assim como os ovinos e o cão, há cerca de 12 mil anos, além disso, foi também o primeiro a ser utilizado na produção leiteira. Sua domesticação iniciou-se no sudoeste asiático, provavelmente no Vale do Tigre e Eufrates, local de muitas espécies selvagens, sendo considerado seu ancestral a Capra hircus var. aegragus (Figura 1), conhecida como Bezoar. Desde então se pode acompanhar a presença dos caprinos como um dos animais mais apreciados e utilizados, aparecendo inclusive como uma importante divindade para os egípcios e outros povos do Oriente, além de servir como importante fonte de alimento e vestimenta. Figura 1: Capra hircus var. aegragus. Fonte: Artokoloro 2021 Classificação zoológica: Reino: Animal Classe: Mamíferos Subclasse: 1. INTRODUÇÃO 5 Enterídeos (mamíferos placentários) Ordem: Ungulados Subordem: Artiodáctilos (ou ungulados de dedos pares) Família: Bovidae Subfamília: Caprinae Gênero: Capra Espécie: Capra hircus 1.1.2. ORIGEM DA ESPÉCIE OVINA O tronco original dos ovinos domésticos deve ser procurado no gênero Ovis e, dentro deste, nos grupos de ovinos selvagens representados pelo Argali (Ovis OVINOCULTURA CURSO DE ATUALIZAÇÃO ammon), Urial (Ovis vignet) e Mouflon (Ovis musimon). Desses grupos, o Mouflon ainda é encontrado em estado selvagem nas montanhas da Córsega e da Sardenha. O Urial (Figura 2), ainda existe no Irã, Afeganistão, partes da Índia e do Tibet. É conveniente reconhecer duas espécies de ovelhas selvagens: Ovis canadensis, a ovelha de corno grosso americana e Ovis ammon, a ovelha selvagem asiática e européia. A Ovis canadensis nunca foi domesticada e foi eliminada como antepassado das ovelhas domésticas por razões zoogeográficas. Só restou, como animal primitivo para a domesticação, a Ovis ammon com suas subespécies. Atualmente, existem no mundo mais de 800 raças de ovelhas domésticas. A grande variedade de fenótipos sugeriu investigações sobre quais seriam as subespécies selvagens da ovelha doméstica, sendo provável que algumas subespécies tenham mudado de lugar devido a alterações climáticas ao final da época glacial. Também podem ter desaparecido algumas subespécies anteriores que intervieram na domesticação. Durante as migrações dos povos e entre as tribos vizinhas, trocavam-se animais de cria. Alguns rebanhos de ovelhas domésticas chegaram a regiões nas quais viviam outras subespécies, e com elas podem ter se cruzado. Daí ser impossível definir, atualmente, a espécie de ovelha selvagem que deu origem às raças ovinas atuais. O menor tamanho dos animais é uma característica da domesticação, referente às ovelhas que, em algumas estações do ano, sofriam restrições alimentares, determinando perdas de peso e diminuição da produção de leite. No início, o homem domesticou as ovelhas por sua carne e depois demonstrou interesse pelo leite, ordenhando as ovelhas, constituindo uma nova orientação a cria. Entretanto, a mudança mais importante para o homem, quanto à domesticação, aconteceu quando o pêlo da ovelha selvagem foi 6 substituído por fibras de lã. Não se pode demonstrar se o aparecimento da ovelha de lã fina foi devido à mutação ou seleção, aproveitando-se crias obtidas através de cruzamentos consanguíneos. Figura 2: Urial macho. Fonte: dreamstime Classificação Zoológica Reino: Animal Sub-reino: Vertebrata Filo: Chordata Classe: Mammalia Ordem: Ungulata Sub-ordem: Artiodactyla Grupo: Ruminantia Família: Bovidae Sub-família: Ovinae Gênero: Ovis Espécie: Ovis aries (ovinos domésticos) 7 1.2. MERCADO NACIONAL DE CAPRINOS E OVINOS A ovelha chegou ao Brasil por três vias distintas, que se sucederam. No Nordeste, chegaram com os primeiros colonizadores portugueses, ainda no século XVI. No Rio Grande do Sul, entraram pela região das Missões, procedentes do Vice-Reinado do Peru, originados da Espanha, no século XVII. No Mato Grosso do Sul, a introdução ocorreu via rio Paraguai, em meados do século XVIII, vindos do Rio Grande do Sul e da Bolívia. No final do século XIX e início do século XX houve grande introdução de raças lanadas europeias, através de dezenas de importações de animais puros. Graças à produção de lã a ovinocultura alcançou grande importância econômica no Rio Grande do Sul. No Nordeste, a produção sempre se orientou para a subsistência, ocupando o semiárido, nunca alcançando a importância econômica obtida no Sul do país, porém tendo grande importância no abastecimento de proteína para as populações locais. Finalmente, no início do século XXI foram feitas importações de reprodutores sul-africanos com aptidão de produção de carne, da raça Dorper e White Dorper, e europeus com aptidão de produção leiteira, especialmente Lacaune e Frisona. Por seu turno, os caprinos chegaram ao Brasil com os primeiros portugueses e encontraram na região Nordeste um local ideal para sua criação, sempre ligada à subsistência, fornecendo principalmenteleite, sendo a carne um subproduto. Mais recentemente foram feitas importações de raças com aptidão leiteira, especialmente da Europa, e da raça Boer, sul-africana, desenvolvida para a produção de carne. Rebanho – Tamanho e Distribuição Atualmente, o rebanho ovino brasileiro é de mais de 26 milhões de cabeças, com pequena tendência de alta nos anos recentes. Figura 3: Efetivo do rebanho nacional de caprinos e ovinos por região. Fonte: Embrapa 8 1.2.1. CADEIA PRODUTIVA DOS CAPRINOS E OVINOS NO BRASIL Novo Censo Agropecuário mostra crescimento de efetivo de caprinos e ovinos no Nordeste Região é a única do país onde rebanhos de caprinos e de ovinos apresentaram, simultaneamente, crescimento entre os anos de 2006 e 2017 O Nordeste brasileiro é a única região onde os rebanhos de caprinos e de ovinos cresceram ao mesmo tempo, entre os anos de 2006 e 2017. É o que revela o mais recente Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado em caráter preliminar no dia 27 de julho. Na região, o rebanho de caprinos teve aumento de 18,38%, passando de cerca de 6,4 milhões de cabeças para 7,6 milhões. No caso dos ovinos, o Nordeste foi, ainda, a única região do país a ter crescimento de rebanho entre um Censo e outro, passando de 7,7 milhões de animais em 2006 para cerca de 9 milhões em 2017, crescimento de 15,94%. Segundo o engenheiro agrônomo Cícero Lucena, analista da Área de Transferência de Tecnologia da Embrapa Caprinos e Ovinos, entre os fatores para este crescimento está o destaque da caprinocultura como atividade socioeconômica de grande importância para o Semiárido brasileiro, que concentra 90% do efetivo do rebanho nacional. Para o pesquisador, Espedito Cezário Martins, também identificar, a partir do levantamento do censo, que a ovinocultura de corte praticada na região Nordeste do Brasil, onde está concentrado cerca de 65% do rebanho ovino do país, contribui para um papel de destaque da atividade na pecuária nacional, mesmo com uma crise no mercado de lã ovina no Sul do país. “É inevitável fazermos um paralelo com a pecuária bovina. Esta última apresentou uma redução de 2,44% do rebanho nacional, sendo esta redução mais acentuada na região Nordeste, que registrou uma queda de 16,1%, quando comparado ao censo de 2006, uma redução de 4 milhões de cabeças de bovinos na pecuária nordestina. Possivelmente, estes números indicam efeitos negativos mais severos para os bovinos, provocados pelos longos períodos de secas ocorridos na região Nordeste nos últimos 5 anos”, explica Martins. O Censo mostrou que a caprinocultura brasileira alcançou 8,25 milhões de cabeças, um crescimento de 16% do efetivo do rebanho, quando comparado ao censo anterior, divulgado em 2006. O crescimento do rebanho foi acompanhado do aumento do número de estabelecimentos agropecuários, que apresentou taxa semelhante, passando de 286,6 mil para 333,9 mil propriedades com exploração de caprinos no país. Para Cícero Lucena, estes aumentos verificados no rebanho caprino e nos estabelecimentos se refletiram também no aumento do número de animais comercializados. “Este número praticamente dobrou, passando de 1,15 milhões para 1,90 milhões de cabeças, um crescimento de 65% no período entre 2006 e 2017”, destacou ele. Cicero ressalta também o crescimento em valor obtido com a venda de caprinos: a cifra de R$ 290 milhões em 2017 supera em cerca de 300% a verificada em 2006 (R$ 73 milhões). Já o preço médio de venda dos animais passou de R$ 63,64 para R$ 153,06, correspondendo a um aumento nominal de 14% ao ano. “Este aumento no número de animais comercializados reflete de certa forma um ganho na profissionalização da atividade: o produtor enxergar o rebanho como uma fonte de renda, e não apenas uma atividade de subsistência” analisa Lucena. Já no caso do leite de cabra, um dos produtos mais importante da caprinocultura, embora os 9 números apontem um crescimento do efetivo do rebanho, observa-se uma retração de 30% no segmento da caprinocultura de leite. O número de estabelecimentos que declaram produzir leite de cabra reduziu de 18 mil para 15,7 mil propriedades, correspondendo a uma redução de 13% no período. Esta retração no número de estabelecimentos influenciou na redução do rebanho de cabras ordenhadas, na quantidade de leite produzido e no volume de leite comercializado. “Segundo as estatísticas do Censo Agropecuário, em 2006 o rebanho leiteiro representou cerca de 150 mil cabras ordenhadas, enquanto em 2017, este rebanho foi estimado em torno de 100 mil cabeças. A redução do rebanho leiteiro ocasionou diminuição de 10 milhões de litros de leite de cabra, que passou de 35 milhões para 25 milhões de litros no censo de 2017”, destaca Lucena. O volume de leite de cabra comercializado, mesmo com um pequeno aumento da proporção entre leite comercializado e leite produzido – que passou de 55% para 59% - reduziu cerca de 5 milhões de litros, caindo de 19,7 para 14,8 milhões de litros. De acordo com o analista, embora demonstre uma redução do volume de leite produzido, o Censo Agropecuário 2017 revela uma tendência de melhoria no nível tecnológico das propriedades produtoras de leite, que apresentou uma produtividade média de 237,9 litros de leite/cabra/ano, contra 231,2 litros/cabra/ano verificados em 2006: um ganho de produtividade de cerca de 6,7 litros/cabeças/ano. Já o valor médio do litro de leite alcançou um aumento nominal de 76% no período, passando de R$ 1,22 para R$ 2,15/litro, representando uma taxa de crescimento de 6,94% ao ano. Cícero frisa que, ao observar a realidade de polos produtivos, há aspectos importantes na região Sudeste, segunda maior bacia leiteira de caprinos, destacada pelo crescimento de 35% em de Minas Gerais, terceiro maior produtor de leite de cabra do país, que se manteve estável apesar de reduções nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Na região Nordeste, a queda na produção de leite foi de 34%, sendo a maior registrada na Bahia (-60%), segunda maior bacia leiteira do país. 10 A redução na região foi atenuada pelos crescimentos de 26% no Estado da Paraíba e de 16% em Pernambuco, respectivamente, primeiro e quarto maior produtor de leite de cabra do país. Juntos, estes dois estados nordestinos, representados principalmente pelas microrregiões dos Cariris Paraibanos (Ocidental e Meridional) e as microrregiões de Sertão do Moxotó, Vale do Pajeú, Vale do Ipanema e Vale do Ipojuca, em Pernambuco, se destacam como a maior bacia de leite de cabra do país, produzindo cerca de 9 milhões de litros por ano. “Grande parte desta produção está organizada em arranjos produtivos locais organizados em cooperativas e associações que atuam no beneficiamento da produção e na articulação da comercialização em programas governamentais como por exemplo o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA)”, detalha ele. Se houve crescimento no rebanho de caprinos, o efetivo de rebanho ovino nacional, de acordo com o Censo, apresentou uma redução de 2,8% quando comparado ao censo agropecuário divulgado em 2006, permanecendo estacionado em torno de 13,7 milhões de cabeças. A região Nordeste foi a grande responsável pela estabilidade do tamanho do rebanho ovino nacional, apresentando um crescimento de 16%, contrabalanceando as reduções observadas nas demais regiões do país. Embora o rebanho permaneça estável, o número de estabelecimentos agropecuários no país com exploração de ovinos cresceu cerca de 20%, alcançando 526 mil propriedades, sendo este crescimento verificados nas regiões Nordeste (28,4%) e Sul (12,5%) do país. “Os estabelecimentos da região Sudeste reduziram em 33%, devido principalmente a redução do número de propriedades com ovinos nos Estados de Minas Gerais e de São Paulo”, explica Lucena. Porém, assim como no rebanho 11 caprino, o número de rebanhos ovinos comercializados apresentou uma taxa de crescimento de aproximadamente50%, quando comparado ao censo de 2006, passando de 2,28 para 3,37 milhões de cabeças de animais vendidos, gerando uma movimentação de R$ 641 milhões. Estes aumentos no número de animais comercializados foram verificados principalmente nas regiões Nordeste (81,4%) e Norte (29,7%). Já a produção de lã ovina, assim como na produção de leite caprino, apresentou uma redução de aproximadamente 30%, passando de 10 para 7 milhões de toneladas, refletindo em uma movimentação de R$ 63,3 milhões. “A retração da produção de lã se dá principalmente devido a redução do número de animais tosquiados (-27,8%), do que o número de estabelecimentos que produziram lã (- 5,64%). Isso evidencia um novo momento na ovinocultura da região Sul do país, principalmente do Rio Grande do Sul, que tem nos últimos anos direcionado a aptidão dos seus rebanhos para a produção de carne”, analisa Cícero. A proporção entre o volume de lã comercializada e o volume de lã produzida reduziu de 95% para 92%, bem como a quantidade média de lã produzida por animal, que passou de 3,3 kg/ano para 3,2 kg/ano. Segundo Cícero, isso evidencia que o nível tecnológico da produção de lã ovina permanece estagnado, com pouco investimento no aporte tecnológico. Entretanto, apesar da crise, o valor médio da comercialização da lã apresentou um ganho nominal de 191% no período, equivalente a uma taxa de crescimento de 17,4% ao ano, passando de R$ 3,31 para R$ 9,65/kg de lã. Uma novidade no Censo Agropecuário de 2017 é o levantamento das estatísticas da ovinocultura leiteira. De acordo com o levantamento realizado, cerca de 750 estabelecimentos agropecuários declararam produzir leite de ovelhas, representando um rebanho de 5,7 mil ovelhas ordenhadas, produzindo 1,72 milhões de litros de leite de ovelha. A produtividade média obtida é 300 litros/cabeça/ano. O volume de leite comercializado alcança 1 milhão de litros, movimentando cerca de R$ 2,75 milhões. “O preço médio de venda do litro de leite de ovelha foi de R$ 2,74, equivalente a uma agregação de valor superior a 27%, quando comparado ao leite de cabra, refletindo o potencial de mercado que este produto vem demonstrando no nosso país”, frisa Lucena. 1.2.2. CRIAÇÃO DE OVINOS E CAPRINOS NO ESTADO DE RORAIMA Os ovinos e caprinos representam importante alternativa de proteína animal, não somente aos criadores e moradores do Estado de Roraima, como também ao mercado emergente das grandes cidades, em que se destaca Manaus. Essa metrópole vem 12 consumindo de forma crescente carnes destas 12 espécies e logisticamente é a metrópole brasileira com maior facilidade para escoamento da produção roraimense. A ovinocaprinocultura roraimense passa por momento importante e decisivo a seu desenvolvimento, onde é indispensável a participação e o comprometimento de todos os atores envolvidos no processo (governos federal, estadual e municipal, técnicos, produtores, associações, indústrias processadoras, prestadores de serviço, comerciantes, instituições financeiras e instituições de ensino e pesquisa), para o estabelecimento de estratégias e metas articuladas entre todos os elos da cadeia produtiva (BENDAHAN, 2008). Segundo Faria et al., (2006) para as cadeia agroalimentares, conhecer as prioridades e necessidades do consumidor por meio da pesquisa de mercado é uma maneira de reduzir os riscos de investimento, diminuindo falhas nos planejamentos de marketing e definindo táticas de gestão. Mas é necessário realizar a análise das cadeias de produção, pois elas estão ligadas a organização do sistema produtivo e às articulações de compra e venda entre os elementos que a compõe (VIANA; FERRAS, 2007). Existe um aumento significativo em relação à criação de ovinos, porém é praticamente nula pesquisas referentes ao perfil dos consumidores e produtores já estabelecida no município de Boa Vista. Portanto torna-se necessário a descrição dos elementos que compõem a cadeia produtiva da ovinocaprinocultura na capital do estado e regiões adjacentes como forma de identificar gargalos que interferem no seu desempenho. Figura 3: Evolução Anual do Efetivo de Rebanho Ovino (Cabeças). Fonte: Embrapa 13 Figura 4: Evolução Anual do Efetivo de Rebanho Ovino (Cabeças). Fonte: Embrapa 1.2.3. GARGALOS E PERSPECTIVA DA CADEIA PRODUTIVA DE OVINOS E CAPRINOS 1.2.3.1. Os grandes gargalos observados na ovino-caprinocultura são: 1. Tamanho limitado da propriedade. 2. Baixa eficiência tecnológica e econômica dos sistemas de exploração. 3. Acesso limitado à assistência técnica qualificada e ao crédito apropriado. 4. Baixo nível de capacitação técnica e gerencial do ovino-caprinocultor. 5. Baixo nível de organização dos produtores e desarticulação entre os segmentos da cadeia produtiva. O mercado e a comercialização dos produtos ovinos e caprinos Manejo Básico de Ovinos e Caprinos 13 1.2.3.2. Entre os principais fatores favoráveis ao fortalecimento da ovino-caprinocultura destacam-se: 1. Vocação natural e histórica das principais regiões produtoras para a atividade. 2. Rebanhos quantitativamente expressivos. 3. Disponibilidade de tecnologias para elevação significativa da eficiência dos sistemas produtivos e da qualidade dos produtos. 14 4. Condições de crédito em constante processo de adequação. 5. Mercados crescentes e insatisfeitos para os produtos ovinos e caprinos. 6. Programas públicos e privados de apoio à atividade em expansão, destacando-se, entre outros, o Projeto Aprisco, do Sebrae. 1.2.3.3. Como linhas de ação mais específicas para apoiar a ovino-caprinocultura, deverão ser priorizadas: 1. Ações para o fortalecimento da organização social e profissional do produtor. 2. Ações para o incremento nos níveis de eficiência dos sistemas produtivos, incluindo a estruturação de uma rede de assistência técnica realmente qualificada e a capacitação tecnológica do produtor. 3. Ações visando o incremento na qualidade e no valor agregado dos produtos e a melhoria nos processos de comercialização, incluindo a capacitação gerencial do produtor, a promoção e a certificação dos produtos e o combate ao abate informal. Em resumo, a ovino-caprinocultura brasileira tem ainda um longo período a percorrer para conquistar seu próprio mercado nas diversas regiões onde é praticada e se credenciar a uma maior participação no mercado nacional e, até mesmo, no internacional. Nesse caminho, terá que satisfazer os pré-requisitos de aumento de produtividade e da melhoria da qualidade de seus produtos. São objetivos difíceis, mas perfeitamente possíveis de atingir, desde que trabalhados simultaneamente com a melhoria nos padrões de gerenciamento de suas unidades produtivas e com uma maior articulação entre os diversos componentes da cadeia produtiva. 1.3. MORFOLOGIA DE CAPRINOS E OVINOS – DIFERENÇAS ENTRE CAPRINOS E OVINOS 1.3.1. CARACTERÍSTICAS DOS OVINOS 1.3.1.1. Glândula interdigital Função: A glândula interdigital produz um líquido untuoso e escuro, de odor característico, que tinge as pedras por onde o animal passa e denuncia sua presença a outras espécies. 15 1.3.1.2. Divertículo infraorbital Função: Melhora pontos de visão e aguça o olfato funções moduladora de temperatura 1.3.1.3. Glândula Inguinal Função: Feromônio e lubrificam a lã (pele). 16 1.3.1.4. Direcionamento da cauda Comprida e caída (3 a 32 vértebras) 1.3.1.5. Formato dos chifres Chifres - Seção transversal e triangular espiralados 17 1.3.1.6. Perfil nasal Formato convexo 1.3.2. CARACTERÍSTICAS DOS CAPRINOS 1.3.2.1. Presença de barba Característica específica de caprinos 18 1.3.2.2. Odor Hircino Característica proveniente da Glândula de Schietzel (Glândula dos cornos). Promove o cheiro característicoda espécie, funções reprodutivas. 1.3.2.3. Formato da cauda Cauda curta voltada para cima (12 a 16 vértebras). Disciplina: Caprinos e Ovinos -- Professor: Marconi Santana -- Contato: (95) 99115-2021 (WhatsApp) 1.3.2.4. Formato do chifre Chifres - Ovalados e achatados de cima para baixo e voltados para trás 1.3.2.5. Perfil nasal Planos e curtos 1.3.3. RECONHEÇA AS CATEGORIAS DOS OVINOS E CAPRINOS Ovinos são ruminantes, mamíferos herbívoros. São animais de fácil adaptação a variados sistemas de produção. Podem ser classificados de acordo com a idade, como carneiro, ovelha, borrego(a) e cordeiro(a). 1.3.3.1. Reconheça um carneiro Macho adulto; Inteiro; Apresenta dentição definitiva completa (8 dentes definitivos, ocorre a troca dos dente conforme ficam mais velhos); e Carcaça com baixo valor comercial, coloração escura e gosto mais forte Disciplina: Caprinos e Ovinos -- Professor: Marconi Santana -- Contato: (95) 99115-2021 (WhatsApp) 1.3.3.2. Reconheça uma ovelha Fêmea adulta; Apresenta dentição definitiva; e Carcaça com peso mínimo de 16 kg. 1.3.3.3. Reconheça um borrego ou borrega Filhotes de 7 a 15 meses; Apresenta todos os dentes de leite até a presença de dentição definitiva; e Carcaça com peso mínimo de 15 kg. 1.3.3.4. Reconheça um cordeiro ou cordeira Filhotes até 7 meses de idade; Apresenta todos os dentes de leite; e Carcaça com peso mínimo de 6 kg. Disciplina: Caprinos e Ovinos -- Professor: Marconi Santana -- Contato: (95) 99115-2021 (WhatsApp) 1.3.4. APRENDA SOBRE OS CAPRINOS Caprinos são ruminantes, mamíferos herbívoros. São animais de fácil adaptação a variados sistemas de produção. Podem ser classificados de acordo com a idade, como bode, cabra, bodete, marrã e cabrito (a). 1.3.4.1. Reconheça um bode Macho adulto Inteiro; Apresenta dentição definitiva completa (8 dentes definitivos e troca dos dentes conforme ficam mais velhos); e Carcaça com baixo valor comercial, coloração escura e gosto mais forte. 1.3.4.2. Reconheça uma cabra Fêmea adulta; Apresenta dentição definitiva; e Carcaça com peso mínimo de 16 kg. 1.3.4.3. Reconheça um bodete ou cabrito jovem Macho imaturo; Idade de 6 até 15 meses; Apresenta todos os dentes de leite até a presença de dentição definitiva; e Carcaça com peso mínimo de 15 kg. Disciplina: Caprinos e Ovinos -- Professor: Marconi Santana -- Contato: (95) 99115-2021 (WhatsApp) 1.3.4.4. Reconheça uma marrã ou cabrita jovem Fêmea imatura; Idade de 6 até 15 meses; Apresenta todos os dentes de leite até a presença de dentição definitiva; e Carcaça com peso mínimo de 15 kg 1.3.4.5. Reconheça um cabrito ou cabrita Filhotes de 0 a 6 meses; Apresenta todos os dentes de leite; e Carcaça com peso mínimo de 6 kg. Disciplina: Caprinos e Ovinos -- Professor: Marconi Santana -- Contato: (95) 99115-2021 (WhatsApp) NUNES, M.S.; GEDANKEN, V. Caprinocultura: criação e manejo de caprinos de corte. 2020, SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL – SENAR NUNES, M.S.; GEDANKEN, V. Ovinocultura: criação e manejo de ovinos de corte. 2020, SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL – SENAR EMBRAPA. Novo Censo Agropecuário mostra crescimento de efetivo de caprinos e ovinos no Nordeste. Disponível em: https://www.embrapa.br/cim-inteligencia-e-mercado-de-caprinos-e- ovinos/busca-de-noticias?p_p_id=buscanoticia_WAR_pcebusca6_1portlet&p_p_lif… 1. Acesso em 01/03/2021. 2. REFERÊNCIAS
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