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Apostila Mecanização Rural_

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GOVERNO DE GOIÁS
Secretaria de Desenvolvimento Econômico
Superintendência Executiva de Ciência e Tecnologia
Gabinete de Gestão de Capacitação e Formação Tecnológica
Mecanização Rural
2019
Mecanização Rural
ETAPA II
CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA
Janeiro de 2018
Expediente
Governador do Estado de Goiás
Ronaldo Ramos Caiado 
Secretário de Desenvolvimento 
Econômico, Científico e Tecnológico 
e de Agricultura, Pecuária e Irrigação
Adriano da Rocha Lima
Coordenadora Geral - Pronatec
Marcos Sussumo Andrade 
Coordenador Adjunto Pedagógico Pronatec
José Teodoro Coelho
Supervisão Pedagógica e EaD
Israel Serique dos Santos 
Maria Dorcila Alencastro Santana
Professor Conteudista
Sarah Cristine Martins Neri
Projeto Gráfico
Maykell Guimarães
Designer
Maykell Guimarães
Revisão Técnica
Thiago Lopes Rodrigues
Revisão da Língua Portuguesa 
Cícero Manzan Corsi
Banco de Imagens 
http://freepik.com
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Apresentação
Empreendedorismo, inovação, iniciativa, criatividade e habilidade para trabalhar em equipe são alguns dos requisitos imprescindíveis para o 
profissional que busca se sobressair no setor produtivo. Sendo assim, destaca-se o 
profissional que busca conhecimentos teóricos, desenvolve experiências práticas 
e assume comportamento ético para desempenhar bem suas funções. Nesse 
contexto, os Cursos Técnicos oferecidos pela Secretaria de Desenvolvimento de 
Goiás (SED), visam garantir o desenvolvimento dessas competências.
Com o propósito de suprir demandas do mercado de trabalho em qualificação 
profissional, os cursos ministrados pelos Institutos Tecnológicos do Estado de 
Goiás, que compõem a REDE ITEGO, abrangem os seguintes eixos tecnológicos, 
nas modalidades EaD e presencial: Saúde e Estética, Desenvolvimento Educacional 
e Social, Gestão e Negócios, Informação e Comunicação, Infraestrutura, Produção 
Alimentícia, Produção Artística e Cultural e Design, Produção Industrial, Recursos 
Naturais, Segurança, Turismo, Hospitalidade e Lazer, incluindo as ações de 
Desenvolvimento e Inovação Tecnológica (DIT), transferência de tecnologia e 
promoção do empreendedorismo.
Espera-se que este material cumpra o papel para o qual foi concebido: o de 
servir como instrumento facilitador do seu processo de aprendizagem, apoiando 
e estimulando o raciocínio e o interesse pela aquisição de conhecimentos, 
ferramentas essenciais para desenvolver sua capacidade de aprender a aprender.
Bom curso a todos!
SED – Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecno-
lógico e de Agricultura, Pecuária e Irrigação
ESTADO
DE GOIÁS
7
Conteúdo Interativo
Essa apostila foi cons-
truída com recursos 
que possibilitam a 
interatividade tais como 
hiperlinks e páginas com 
hipertexto. 
Pré-requisitos: 
Para acessar a 
interatividade 
utilize o Inter-
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e abra-o no 
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Sumário
INTRODUÇÃO
Breve histórico 9
UNIDADE I
Tratores e prevenção de acidentes 10
Motores e componentes 14
Painel de instrumentos e comandos. 19
Manutenção de tratores 20
TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO 22
Máquinas para tratamento fitossanitário 27
Máquinas e Implementos para preparo de solo 30
Tempo de execução das tarefas 33
Normas de segurança 35
Bibliografia básica 42
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Recursos Didáticos
FIQUE ATENTO 
A exclamação marca 
tudo aquilo a que você 
deve estar atento. São 
assuntos que causam 
dúvida, por isso exigem 
atenção redobrada.
PESQUISE 
Aqui você encontrará 
links e outras sugestões 
para que você possa 
conhecer mais sobre 
o que está sendo 
estudado. Aproveite!
CONTEÚDO 
INTERATIVO 
Este ícone indica 
funções interativas, como 
hiperlinks e páginas com 
hipertexto.
DICAS 
Este baú é a indicação de onde 
você pode encontrar informações 
importantes na construção e 
no aprofundamento do seu 
conhecimento. Aproveite, destaque, 
memorize e utilize essas dicas para 
facilitar os seus estudos e a sua vida.
VAMOS REFLETIR 
Este quebra-cabeças indica o 
momento em que você pode e 
deve exercitar todo seu potencial. 
Neste espaço, você encontrará 
reflexões e desafios que tornarão 
ainda mais estimulante o seu 
processo de aprendizagem.
VAMOS RELEMBRAR 
Esta folha do bloquinho 
autoadesivo marca aquilo 
que devemos lembrar 
e faz uma recapitulação 
dos assuntos mais 
importantes.
MÍDIAS INTEGRADAS 
Aqui você encontra dicas 
para enriquecer os seus 
conhecimentos na área, 
por meio de vídeos, 
filmes, podcasts e outras 
referências externas.
VOCABULÁRIO
O dicionário sempre nos ajuda a 
compreender melhor o significado 
das palavras, mas aqui resolvemos 
dar uma forcinha para você e 
trouxemos, para dentro da apostila, 
as definições mais importantes na 
construção do seu conhecimento.
ATIVIDADES DE 
APRENDIZAGEM
Este é o momento 
de praticar seus 
conhecimentos. 
Responda as 
atividades e finalize 
seus estudos.
SAIBA MAIS 
Aqui você encontrará 
informações 
interessantes 
e curiosidades. 
Conhecimento nunca é 
demais, não é mesmo?
HIPERLINKS
As palavras grifadas 
em amarelo levam 
você a referências 
externas, 
como forma de 
aprofundar um 
tópico. 
Hiperlinks de texto
9
INTRODUÇÃO
Breve histórico 
O uso da mecanização na agricultura foi necessário 
por causa das péssimas condições de trabalhar a terra 
para produção de alimentos que existiam. Há relatos 
na história de que o aparecimento da mecanização 
agrícola e do trator agrícola foi na Mesopotâmia, 
aproximadamente 8.000 a.C. Nessa época, tudo era 
feito manualmente, pois as ferramentas que possuíam 
eram muito primitivas, compostas de cilindros, rodas, alavancas, sendo que estes eram operados pelo homem 
ou animais no sistema de tração. Com o aumento substancial da população mundial, a necessidade de 
aumentar a produção de alimentos instigou a necessidade de melhorar os métodos de se trabalhar a terra. 
O impulso para modernização da mecanização foi a construção do motor de combustão interna, criado por 
Etiene Lenoir, em 1860, aproximadamente, seguido do motor de combustão interna à gasolina por Nikolaus 
August Otto, em 1876. Finalmente, a criação do motor à gasolina em 1892 por John Forlich, do motor a diesel 
por Rudolf Diesel, em 1893, valendo lembrar que alguns tratores agrícolas ainda operam com diesel nos 
tempos atuais. 
No Brasil, a Mecanização agrícola/rural, foi expressiva após a Segunda Grande Guerra, com aumento desde 
então. O início da fabricação de tratores no país, é de 1961, no período da Revolução Verde, para aumentar 
a produção no campo, com aproximadamente 60.000 máquinas produzidas. Quantidades essas que só tem 
aumentado, em vista da grande extensão agrícola que possuímos. Esses valores em algumas épocas tiveram 
decréscimo, em decorrência do pouco ou inexistência de investimentos, dados esses citados pela Associação 
Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores-ANFAVEA. 
A mecanização sofreu a transição do processo manual, para novos processos de manufatura, na Revolução 
Industrial. O destaque para essa evolução foi com as semeadoras que passaram a elevar a produtividade e as 
máquinas de descaroçamento de algodão, seguidas das ceifadoras e segadoras de fenos.
Neste contexto, é que a quantidade de informações disponibilizadas com o advento da tecnologia aliada 
à internet, tem ajudado na compreensão e entendimento de inúmeros fatos do cotidiano. Na tentativa 
de adquirir mais conhecimentos, há inúmeros documentários disponibilizados que podem ajudar na 
compreensão de vários fatores inerentes à revolução da mecanização rural.
Fazendeiro década de 1920 nos Estado Unidos 
shutterstock.com
Ilustração: início da mecanização rural
shutterstock.com
10
O trator agrícola é uma máquina autopropelida provida de meios que, confere apoio estável sobre uma su-
perfície horizontal e impenetrável, realizando atividades de tracionar, transportar e fornecer potência mecânica, 
para movimentar os órgãos ativos de máquinas e implementos agrícolas (MIALHE, 1996).
Os tratores são máquinas pesadas, com grande quantidade de peçase que requerem conhecimento para 
sua construção e manutenção. São extremamente úteis para o trabalho no campo, necessitam de manutenção 
e reparos como qualquer veículo.
No decorrer da história, ocorreram diversas modificações nas máquinas agrícolas, tratores: 
1858 – J. W. Fawkes puxou um arado de 8 discos utilizando um sistema com motor a vapor (41 toneladas);
1892 – Jonh Froelich montou o primeiro trator com motor de combustão interna;
1913 – Foi fundada a primeira indústria de tratores;
1920 – Início dos testes em tratores (Nebraska);
1924 – Introdução do trator triciclo no mercado;
1927 – Padronização da TDP;
1928 – Primeiro sistema de levante;
1932 – Primeiro trator com pneus;
1933 – Primeiro uso comercial de tratores com motores diesel;
1939 – Introdução de levante hidráulico de três pontos (Fergusson);
1952 – Introdução do sistema de direção hidráulica;
1958 – 1959 – No Brasil 50.000 tratores (143 marcas e modelos diferentes)
1959 – Plano nacional da indústria de tratores agrícolas;
1962 – Plano nacional da indústria de cultivadores;
1965 – Plano nacional da indústria de tratores de esteiras;
1970 – 1978 – Introdução de turbo-compressor e intercooler nos motores diesel;
1979 – 1985 – tratores equipados com sensores e sistema de controle automáticos.
Existem algumas classificações para os tratores conforme sua estrutura e composição:
A classificação dos tratores é feita conforme sua potência, em micros: menores que 30 cv de potência; leves: 
30 à 49 cv de potência; médios: 50 à 99 cv de potência e os pesados: com potência maior ou Igual a 100 cv.
Para Balastreire (2004), com o decorrer do tempo, houveram também alterações na classificação, para fins 
práticos, no sistema de direção e locomoção, transformando os tratores em tratores de Esteiras, tratores de 
Semiesteiras, tratores de Rodas (sendo esses de 2 ou 4 rodas), cultivadores, convencionais e classificados em 
tratores agrícolas, agrícolas, florestais, compactos, monoeixos ou microtratores.
Entretanto a classificação usualmente utilizada é a de especificação conforme cada ordem de atividade no 
campo, para tratores de preparo inicial do solo, esses utilizam lâminas cortadoras de árvores, lâminas fixas ou 
reguláveis, destocadores, corrente, rolo faca, ancinho enleirador.
Máquinas de preparo periódico do solo, que preparam a área para recebimento do plantio, dentro desses, 
existem os arados, grades, subsoladores, sulcadores, escarificadores, enxadas rotativas, tratores utilizados para 
semeadura, plantio e transplantio.
Após o preparo da área utilizam-se os tratores acoplados com equipamentos para fertilização, calcarear e 
distribuição de insumos. No desenvolvimento da cultura ainda há o uso de tratores cultivadores mecânicos, os 
de aplicação de defensivos e finalmente as máquinas de colheita.
Os tratores possuem extrema importância, como a substituição do uso animal nas atividades; maximização 
dos plantios, pois abrange maiores áreas, melhores em trabalhos estacionários, dentre outras. Possuem fun-
Tratores e prevenção de acidentes
UNIDADE I
11
ções, de tracioamento de máquinas e implementos de arrasto com a barra de tração; acionamento de veículos 
estacionários pela tomada de potência (TDP), tendo além desta, a movimentação simultânea pela barra de tra-
ção ou pelo engate de três pontos ou mesmo carregamento por levantamento hidráulico.
O aumento da produtividade no campo, minimização das condições árduas de trabalho, melhoramento das 
condições operacionais, de segurança para o trabalhador bem como maximizar as condições de plantio e propa-
gação, são os objetivos principais do uso dos tratores no trabalho em campo.
Para se trabalhar com tratores é necessária atenção redobrada, visto que se trata de uma máquina pesada, 
que opera em ambientes com alto risco de acidentes e em horários extensos. Para tanto é fundamental além da 
manutenção periódica dos tratores, operadores treinados, motivados e principalmente capacitados.
Os operadores de tratores precisam ter em mente que suas decisões podem culminar em sucesso ou fracas-
so no desempenho de suas tarefas, sendo essencial que cada operador possua conhecimento da máquina em 
que vai trabalhar. 
No intuito de satisfazer as condições básicas de desempenho de uma máquina, a racionalização da mecani-
zação agrícola precede alguns questionamentos de análise operacional (MIALHE, 1996).
MÍDIAS INTEGRADAS
https://documentariosvarios.com/2017/09/19/comida-s-a/ 
https://documentariosvarios.com/category/agricultura-2/ 
MENTE DO 
OPERADOR
PERCEPÇÃO
VISUAL
OPERADORES DE TRATORES
MÁQUINA
FONTE EXTERNA
DE ENERGIA
RESULTADO
OBTIDO
https://documentariosvarios.com/2017/09/19/comida-s-a/ 
https://documentariosvarios.com/category/agricultura-2/ 
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Para se realizar uma operação, de acordo com o autor acima, é necessário atentar para a necessidade de 
realização da operação, conforme o nascimento de uma máquina agrícola, que segue os seguintes parâmetros: 
condição inicial de cada máquina, seguido do levantamento das características físicas e mecânicas exigidas para 
operação com o estudo teórico da operação e sequência de eventos, estudo dos mecanismos existentes das 
respectivas associações, seleção dos sistemas atentado para viabilidade técnica e econômica e a concepção 
da máquina para que o projeto e a construção do protótipo experimental seja realizado conforme ensaios do 
protótipos e projetos dos modelos de linha de produção e assim os ensaios finais de modelos de linha, preparo 
da linha de produção e a definição dos custos das máquinas sejam definidos para que o modelo seja lançado, 
tendo como essa, a condição final.
O estudo das máquinas agrícolas é feito seguindo aspectos orgânicos ou descritivos, dinâmicos, agrícolas ou 
operacionais e o último, podendo ser o mais importante, o estudo econômico. Na execução das análises ope-
racionais agrícolas, é notório saber a divisão do trabalho em etapas, o estudo individual das etapas e o planeja-
mento das atividades envolvidas em cada etapa.
Dentro dos parâmetros fundamentais para se executar o plantio, o operador precisa seguir etapas e subeta-
pas, necessárias ao bom desempenho da operação agrícola (MIALHE, 1996).
1ª 
ETAPA
2ª 
ETAPA
3ª 
ETAPA
4ª 
ETAPA
5ª 
ETAPA
PREPARO
DA 
MÁQUINA
REGULAGEM
DA 
MÁQUINA
APLICAÇÃO DE 
DEFENSIVO 
NO CAMPO
LIMPEZA E
MANUTENÇÃO
DA MÁQUINA
CONTROLE 
OPERACIONAL
E CUSTOS
Para registrar um mapa de registro de operações realizadas em campo, o gráfico de Gantt realiza o controle 
cronológico das atividades, com o levantamento das operações e das datas em que deverão ser realizadas ou 
que foram realizadas, o levantamento dos aspectos quantitativos envolvidos nas operações e a elaboração do 
mapa cronológico com base nos passos anteriores.
SAIBA MAIS 
O Gráfico de Gantt é uma ferramenta de gerenciamento de projetos simples e 
poderosa, que pode ser usada para criar um cronograma ou rastrear o progresso, dos 
dados inseridos numa planilha. 
https://www.tudoexcel.com.br/planilhas/como-criar-um-grafico-de-gantt-no-excel-2247.html 
Ao se trabalhar com tratores além das questões operacionais de desempenho da máquina, se verifica as 
condições de saúde e segurança do colaborador. O que antigamente não era um preceito a segurança de quem 
ANÁLISE OPERACIONAL
O que fazer?
Como fazer?
Quando fazer?
Com que fazer?
https://www.tudoexcel.com.br/planilhas/como-criar-um-grafico-de-gantt-no-excel-2247.html 
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trabalhava, entretanto atualmente em todas atividades, o primordial é a preservação das melhores condições 
e da vida de quem trabalha. São diversos cuidados essenciais com a vestimenta e com o corpo, o cumprimento 
das normas de segurança especificadas para cada tipo de máquina a ser operada, uso de luzes e dispositivos de 
segurança no desempenho das tarefas, estar sempre preparado para emergências, realizar a manutenção perió-
dica das máquinas, guardar as máquinas desligadas após o trabalho em locais adequados e arejados. 
O operador não deve transportar nadanos bolsos, não se deve transportar pessoas no trator, se transportar 
usar carretas ou plataformas para transporte, sempre ficar atento ao tipo de atividade, ao se estacionar, retirar 
sempre a chave da ignição, travar, engatar e se possível calçar. Para sua segurança deve usar cinto de segurança, 
manter o local limpo e livre de graxas, óleos, água ou materiais que possam provocar quedas, desligar o motor 
nas manutenções, não remover a tampa do radiador, não fumar quando estiver abastecendo, ter cuidado com 
velocidades excessivas, não trocar marchas nas subidas e descidas, tomar cuidado com roupas largas, manter 
a tomada de potência desligada, respeitar os limites de trabalho, descansar ao máximo, não dirigir ao ingerir 
bebidas alcoolicas e principalmente não manusear máquinas e equipamentos sem conhecimento adequado.
São esses quesitos que preservam a saúde e segurança do trabalhador quando se trabalha com tratores.
A legislação brasileira estabelece normas no trabalho com trabalho agrícola, dentre elas a Norma Regula-
mentadora Número 31 - Segurança e saúde no trabalho na agricultura, pecuária silvicultura, exploração florestal 
e aquicultura.
Essa norma dentre outros aspectos determina aspectos sobre a ações de segurança e saúde, que buscam 
prevenir os acidentes e as doenças decorrentes do trabalho na unidade de produção rural e que podem atender 
a eliminação de riscos através da substituição ou adequação dos processos produtivos, máquinas e equipa-
mentos, a adoção de medidas de proteção coletiva para controle dos riscos na fonte e finalmente a adoção de 
medidas de proteção pessoal. 
As ações de segurança e saúde devem contemplar os seguintes aspectos: 
a) melhoria das condições e do meio ambiente de trabalho; 
b) promoção da saúde e da integridade física dos trabalhadores rurais; 
c) campanhas educativas de prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho. 
As ações de melhoria das condições e meio ambiente de trabalho devem abranger os aspectos 
relacionados a: 
a) riscos químicos, físicos, mecânicos e biológicos; 
b) investigação e análise dos acidentes e das situações de trabalho que os geraram; 
c) organização do trabalho (BRASIL, 2005).
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SAIBA MAIS Acidentes com tratores:
http://acidentestrator.wordpress.com 
Normas Regulamentadoras:
http://redsang.ial.sp.gov.br/site/docs_leis/st/st5.pdf 
https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=087104 
VOCABULÁRIO 
Para consultar os termos utilizados:
http://www.normaslegais.com.br/legislacao/AnexoI-portmte-2546-2011.pdf 
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
1 – Dentre o conceito de tratores, elabore uma síntese sobre o histórico do início de uso 
dos tratores.
2 – Descreva as subetapas das operações agrícolas.
3 – Nas Normas regulamentadoras, cite os principais pontos que se referem aos tratores 
agrícolas.
Motores e componentes
Para o trabalho com tratores, o operador deve ter o conhecimento das partes constituintes básicas. Consti-
tuição básica de um trator (FILHO, 2001).
http://acidentestrator.wordpress.com 
http://redsang.ial.sp.gov.br/site/docs_leis/st/st5.pdf 
https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=087104 
http://www.normaslegais.com.br/legislacao/AnexoI-portmte-2546-2011.pdf 
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As ações de segurança e saúde devem contemplar os seguintes aspectos: 
l O motor é o responsável por transformar a energia potencial em energia mecânica, disponível no 
eixo das manivelas. 
l A embreagem recebe a potência de todo motor e transmite para caixa de marchas, através do pedal 
de embregem. 
l A caixa de mudança de marchas transforma o movimento para o sistema de rodados do trator. É 
quem transforma o torque em velocidade angular do motor, comandado pela alavanca de mudança de 
marchas.
l Coroa, pinhão e diferencial são os órgãos transformadores e transmissores dos movimentos da caixa 
de mudança de marchas a cada roda motriz.
l A redução final é um órgão que transmite os movimentos do diferencial às rodas motrizes com 
redução angular e aumento do torque.
l Os rodados sustentam e direcionam o trator, além da propulsão gerada pela transformação da 
potência do motor em potência na barra de tração. 
l A tomada de potência transforma o movimento do motor para uma árvore de engrenagens.
l O Sistema hidráulico é composto de órgãos receptores, transformadores e transmissores da potência 
do motor através de um fluido sob pressão aos órgãos operadores, como cilindros hidráulicos. 
l Os reguladores possuem função de regular a velocidade angular do motor em função das variações 
das cargas que o trator é submetido.
l Um sistema de engate de três pontos responde pela tração e suspensão das máquinas e 
implementos acoplados para o trabalho agrícola. 
l A barra de tração (BT) responde pela tração de máquinas e implementos.
Em um trator além dos componentes acima descritos, existem peças fundamentais para o funcionamento, como 
o motor, que possue três constituintes principais, o cabeçote, o bloco e o cárter.
Cárter do motor
O cárter envolve a parte inferior 
do motor alojando o virabrequim 
e protegendo as partes móveis de 
objetos estranhos. Tem funções 
diferentes consoante o tipo de 
motor em que esteja aplicado.
https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A1rter
Bloco do motor
O bloco do motor ou bloco de 
cilindros é uma peça fundida em 
ferro ou alumínio que aloja os cilin-
dros de um motor de combustão 
interna bem como os suportes de 
apoio da cambota (virabrequim).
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bloco_do_motor
Cabeça do motor ou cabeçote 
Cabeça do motor é a parte superior 
da câmara de combustão e onde se 
localizam as velas e as válvulas de 
admissão e escape. Entre cabeçote 
e bloco está a junta de cabeçote.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cabe%C3%A7a_do_motor
https://oschicos.wordpress.com/2010/09/29/gifs-de-engenhocas/
Ilustrações em Gif de funcionamento de mecanismos diversos. Vale a pena 
conferir.
MÍDIAS INTEGRADAS
16
Cada constituinte do motor serve para o perfeito desempenho quando a má-
quina está ligada. O cabeçote é um componente de ferro fundido e alumínio, que 
varia o tipo de composição conforme o peso e o resfriamento, ele proporciona 
a combustão do motor. No centro fica o bloco do motor que é de ferro fundido 
ou de ligas de metais leves e proporciona a circulação do óleo lubrificante nos 
componentes móveis internos do motor, câmaras internas para circulação da 
água de refrigeração. O cárter é o local de armazenamento do óleo lubrificante 
que funciona como uma ante câmara de admissão. No motor ainda existem os 
cilindros que são furos com aberturas nas extremidades, constituídos de aço ou 
aço fundido, possui abertura na parte inferior e fechamento na parte superior, 
para realizar as funções adequadamente. E a camâra de combustão localizada 
entre o cabeçote e a cabeça do pistão na parte superior, é o local onde ocorre a 
mistura do ar com o combustível, realizando a partida (MIALHE, 1996).
Os motores são classificados conforme a realização do seu ciclo, os motores 
de quatro tempos são assim chamados por realizarem em quatro cursos todo 
desempenho do pistão. A primeira fase ocorre na admissão, depois compressão, 
expansão e por fim a descarga, gerando a propulsão do motor. 
Para a ignição correta do motor, é preciso que ocorre, o deslocamento do 
PMS para o PMI, com admissão de ar interior do cilindro. Nesta fase, a válvula 
de admissão está aberta e a válvula de descarga está fechada. Essa válvula de 
admissão é também chamada de cilindro parcial do motor e recebe esse nome 
por conter o volume de ar admitido. Ocorre que o volume admitido é sempre o 
mesmo, o que difere é a variação da potência obtida quando muda a posição do 
acelerador por causa da variação do volume combustível injetado. Em sua segunda etapa, a compressão, que 
é o deslocamento do PMI para o PMS, faz com que as válvulas de admissão e descarga e a compressão do ar 
na câmara de combustão produzir elevação da temperatura e pressão. Na conclusão da compressão,ocorre a 
dosagem do combustível que é injetado na câmara de combustão, realizado pelo bico injetor, logo após o com-
bustível se inflama em decorrência do contato com o ar quente, ocorrendo a combustão. 
Ainda nas etapas de acionamento do motor, o deslocamento do pistão do PMS para o PMI, expandem-se, 
misturando ar-combustível, com as válvulas de admissão e descarga fechadas, o combustível injetado, inflama-
-se e aumenta a temperatura dos gases, fazendo com que se dilatem mais. Nesse processo o pistão é acionado 
pela força dos gases, realizando a transformação da energia térmica em mecânica. Parte da energia transforma-
da é armazenada na árvore e no volante do motor, sendo consumida durante os outros três cursos.
Na finalização do acionamento, ocorre o inverso do deslocamento, do PMI para o PMS com a descarga dos 
resíduos da combustão. A válvula de admissão se encontra fechada e a de descarga aberta. O movimento do 
pistão faz com que os resíduos da combustão sejam expulsos pela válvula de descarga.
SAIBA MAIS 
COMBUSTÍVEIS PARA MOTOR DIESEL
Os combustíveis utilizados em motor diesel são o óleo diesel, biodiesel e álcool.
Contudo o óleo diesel é ainda o combustível mais utilizado em motores diesel. O óleo diesel é um deri-
vado da destilação do petróleo bruto constituído basicamente por hidrocarbonetos. O óleo diesel é um 
composto formado principalmente por átomos de carbono, hidrogênio e em baixas concentrações por 
enxofre, nitrogênio e oxigênio. É um produto pouco inflamável, medianamente tóxico, pouco volátil, lím-
pido, isento de material em suspensão e com odor forte e característico. Recebeu este nome em home-
nagem ao engenheiro alemão Rudolf Diesel.
VOCABULÁRIO
Mancais 
são elementos de 
máquinas que sevem 
para apoio fixo para 
eixos. Geralmente são 
compostos de uma 
estrutura de ferro 
fundido e bipartida 
(base tampa), que 
encerra o casquilho, 
no qual gira o eixo. 
Existem alguns tipos 
de mancais, tais como 
os de escorregamento, 
deslizamento ou 
bucha; rolamento; 
hidrodinâmicos; 
hidrostáticos e 
aerostáticos. 
17
Em suas pesquisas desde 1994, a Petrobrás produz dois tipos de óleo diesel rodoviário: metropolitano e in-
terior. O metropolitano, com menor teor de enxofre, é consumido em regiões que necessitam de um óleo com 
menor emissão de material particulado e que produza ganho ambiental. O diesel interior é consumido nas de-
mais regiões do País. Dentro desses dois tipos existem ainda os seguintes subtipos: óleo diesel aditivado e óleo 
diesel Inverno. O Diesel rodoviário metropolitano comercializado atualmente possui, desde maio de 2006, um 
teor de enxofre de no máximo 0,05% (500 ppm), visando reduzir ainda mais as emissões de material particulado. 
No primeiro semestre de 2005 a Petrobras passou a fornecer o Óleo Diesel D 500 nas regiões metropolitanas dos 
estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais (PETROBRAS, 2010). 
A resolução a Agência Nacional de Petróleo (ANP) número 42, classificou o óleo diesel rodoviário conforme o 
teor de enxofre em três classes em óleo diesel A S50 e B S50 sendo combustíveis com teor de enxofre, máximo, 
de 50 mg/kg; óleo diesel A S500 e B S500 com teor de enxofre, máximo, de 50 mg/kg e óleo diesel A S1800 e B 
S1800: combustíveis com teor de enxofre, máximo, de 1800 mg/kg. As características desejadas para o padrão 
de qualidade do óleo diesel, são a pureza, densidade, viscosidade, número de cetano e ponto de fulgor.
Reservatório de óleo: é o próprio cárter do motor. 
Bomba de óleo: normalmente está localizada no reservatório de óleo lubrificante, 
pode ser acionada pelo movimento do eixo de manivelas ou pelo eixo pelo eixo de 
comando de válvulas. Sua função é suprir óleo lubrificante sob determinada pressão 
as diversas partes do motor. As bombas de óleo na sua maioria são do tipo de engrenagens. Estas são 
constituídas por um par de engrenagens encerradas em uma caixa fechada. O óleo entra por um a das 
extremidades da caixa e é forçado a passar entre as engrenagens. A medida que as engrenagens giram é 
obtido o aumento de pressão.
Galerias: são passagens localizadas no interior do bloco do motor por onde o óleo é bombeado até as 
partes a serem lubrificadas.
 Filtro de óleo: localizado na parte externa do bloco do motor. Tem como função reter partículas inde-
sejáveis visando promover a limpeza do óleo lubrificante. As impurezas reduzem significativamente a 
vida dos motores, desta forma os filtros devem sempre ser trocados de acordo com a recomendação do 
fabricante do trator.
Válvula de alívio: localizada na linha de alta pressão do sistema. Tem como objetivo evitar que a pressão 
atinja valores acima do recomendado.
Manômetro: indica a faixa de pressão de funcionamento do sistema de lubrificação.
Radiador de óleo: alguns sistemas possuem o radiador de óleo que tem como função resfriar do óleo 
lubrificante do motor
SAIBA MAIS 
Funcionamento de um motor a diesel:
MÍDIAS INTEGRADAS
https://www.youtube.com/watch?v=JQP4N9OpQ-w 
https://www.portalsaofrancisco.com.br/mecanica/motor-a-diesel 
18
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
1 – Existem diferenças entre motores a diesel e a gasolina? Explique.
2 – Sobre a Petrobrás: Fale sobre sua trajetória e também sua importância para o país.
3 – Descreva sobre a constituição básica do petróleo? E o pré sal, o que é, qual sua 
importância para o país?
4 – Por qual motivo, há tanto aumento de preço nos combustíveis no Brasil, sendo um 
dos maiores exploradores do mundo? Qual o maior explorador de petróleo do mundo e a 
região onde há maior concentração.
5 – Pesquise sobre como é o processo de fabricação do óleo diesel e da gasolina?
6 – Sobre as qualidades específicas de um óleo diesel, fale um pouco mais a respeito.
7 – Há diferença entre motores de 4 tempos e os outros? Quais?
8 – O sistema de arrefecimento tem qual finalidade? Como funciona?
19
 
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
1 – Entre os componentes do painel de instrumentos e comandos, destaque maiores 
funcionalidades de cada.
2 – Em máquinas com diferentes trações, há diferença entre os instrumentos e comandos? 
Quais seriam?
3 – Quais fatores influenciam nos comandos do trator?
Painel de instrumentos e comandos.
A eficiência com que o sistema homem–máquina executa suas funções depende de diversos fatores, estudo 
sobre composição dos tratores, seus instrumentos e comandos que, variam conforme a ilustração, fabricante, 
marca. A importância de tal fato se dá na distinção e interpretação de cada um dos instrumentos (MONTEIRO, 
2009). 
O desempenho das tarefas com as máquinas agrícolas, inclui, a marcação 
de horas trabalhadas, com o horímetro.
Diversos autores citam outro componente de observação, como a tem-
peratura do sistema de arrefecimento, no termômetro, e faixas variando de 
motor frio, a temperatura normal de trabalho a motor superaquecido. 
Estudos de Monteiro (2009), especificam ainda o tacômetro ou conta giro 
para marcação das rotações por minuto (RPM), o indicador de combustíveis, 
a pressão do óleo do motor, a luz de alerta da carga de bateria, o indicador 
de restrição para ser realizada a limpeza do filtro de ar do motor, essa deve 
ser do tipo mecânica e elétrica, além da observação da pressão do óleo de 
transmissão, antes do acionamento da chave de partida.
O mesmo autor dita ainda a importância dos comandos do trator na di-
reção do volante da direção que pode ser inclinada até 15 graus, o pedal de 
embreagem para desligar a transmissão de potência do motor para a trans-
missão e permitir as trocas de marcha, saída e parada do trator, os pedais de 
freios e as alavancas de câmbio para selecionar e escalonar as marchas.
https://www.youtube.com/watch?v=JvZ45ygD0wc 
Simbologia de painel de máquinas e equipamentos 
SLC JOHN DEERE S.A. Manual de operação, 2008 
VALMET DO BRASIL S.A. Manual do operador. Mogi das Cruzes, 1989
MÍDIAS INTEGRADAS
https://www.youtube.com/watch?v=JvZ45ygD0wc 
20
Manutenção de tratores
No desempenho e preservação das máquinas no trabalho com tratores,as manutenções são realizadas para 
alcançar o máximo rendimento. Dentre as maneiras de cuidar de um trator, existem cuidados preventivos, que 
são os cuidados periódicos, realizada para evitar problemas pela falta de óleos, graxas, lubrificantes, ajustes e 
troca de pequenos componentes, os tratos corretivos, servindo para o reparo de defeitos e a manutenção predi-
tiva, realizada quando se tem o conhecimento do desempenho da máquina, assim que a mesma apresenta um 
princípio de defeito.
De posse de uma série histórica de dados e aparelhos específicos, pode-se predizer o momento da troca de 
algum componente, ou algum outro tipo de procedimento a ser executado, evitando assim a quebra do com-
ponente e danos maiores. Alguns autores e manuais recomendam determinadas regras para manutenção dos 
tratores: 
Cuidados diários 8 – 10 horas de trabalho
Cuidados semanais 50 – 60 horas de trabalho
Cuidados mensais 200 – 250 horas de trabalho.
Cuidados semestrais 500 horas de trabalho
Cuidados anuais 1.000 horas de trabalho
Dentro dos cuidados diários, nas 10 primeiras horas, a manutenção e lubrificação dos motores, manutenção 
e lubrificação. Uma fase de verificação e correção do óleo, justificada pelo desgaste do motor e superaqueci-
mento dos componentes em sua falta, o excesso de óleo prejudica o funcionamento do motor podendo danifi-
car o sistema de vedação do motor (retentores); uma outra análise a ser feita é do sistema de purificação de ar, 
para limpeza dos componentes. A limpeza dos filtros utiliza ar comprimido e verifica furos nos filtros, logo após 
5 limpezas substituir o elemento filtrante, verificar a quantidade de sujidades no depósito de óleo, para que as 
partículas de poeira ou outros abrasivos existentes em suspensão no ar sejam separadas do ar que será admitido 
pelo motor para evitar o desgaste dos componentes do motor. Analisar a lubrificação dos pinos de lubrificação 
para reduzir o atrito entre as partes móveis e prolongar a vida útil dos componentes; nos filtros de combustível 
e/ou copo de sedimentação, faz-se a drenagem da água e das impurezas sedimentadas para que funcione em 
perfeitas condições; no radiador o nível da água deve ser realizado e completado para evitar superaquecimento 
do motor; e o abastecimento do tanque de combustível após jornada de trabalho, evitando o abastecimento 
quando em funcionamento ou aquecido.
Ainda conforme manual de Monteiro (2009), para cada componente, em consonância ao tempo e a hora 
necessária as manutenções de 50 horas objetivam verificar a tensão na correia do ventilador, correias folgadas 
podem danificar mancais, prejudicar a transmissão de potência e provocar acidentes; verificar o pedal do freio 
e da embreagem contra possíveis folgas; a bateria e o nível de solução eletrolítica necessária para limpeza dos 
terminais; sistema de transmissão para nível do óleo, diferencial e redução final, evitando níveis baixos que pro-
vocam superaquecimento e desgaste; o nível do óleo do sistema de levante hidráulico, para evitar vazamentos; 
e com notoriedade a pressão e calibração dos pneus.
Nas verificações de 200 horas, o óleo do motor deve ser substituído e o nível do óleo da bomba injetora, para 
redução de desgastes.
Seguindo orientações para as 400 ou 500 horas, as rodas dianteiras devem ser desmontadas limpas e lubri-
ficadas; a água do radiador trocada e complementada com agente anti ferruginoso; remover também a carcaça 
do respiro do motor e limpeza; substituir o elemento filtrante do filtro de combustível; limpar a tela filtrante da 
bomba alimentadora, para evitar entupimentos; na direção hidrostática substituir o fluido e filtro do reservató-
rio; e reajustar as válvulas e os bicos injetores do motor.
Em se tratando de máquinas agrícolas, por seu valor oneroso e longos períodos de utilização, a manutenção 
21
a cada 750 ou 1000 horas trabalhadas encerram os tipos de atividades destinadas exclusivamente as máquinas 
agrícolas, com a substituição do óleo no sistema de transmissão, no levante hidráulico e na caixa de direção 
mecânica.
Preconiza que anteceda qualquer operação com máquinas e implementos, o primeiro procedimento a ser 
adotado é desligar o motor e em hipótese alguma (somente se for alguma operação que necessite, o que é raro), 
realizar procedimentos se o motor estiver funcionando. 
Existem alguns procedimentos que devem ser seguidos no trabalho embaixo da máqui-
na não usar equipamentos hidráulicos e usar calços bem reforçados para que suporte 
o peso da máquina; Jamais realizar reparos nas mangueiras ou conexões do sistema hi-
dráulico quando estiver sob pressão ou com o motor me funcionamento; não remover 
tampa antes do motor esfriar; não fumar enquanto estiver trabalhando; não provocar 
chamas ou faíscas; evitar contato com roupas e pele no manuseio com bateriais; ligar 
o motor somente quando estiver acomodado no assento; desligar o motor, frear antes 
de descer do trator; não ligar o motor em locais fechados; andar em velocidades baixas; 
não transportar pessoas no trator; não trocar marchas em subidas ou descidas; não 
usar roupas largas ao manusear a TDP; desligar a TDP quando não estiver utilizando a 
mesma; não improvisar cardans; proteger a TDP; dentre outros (MONTEIRO, 2009, p. 
12-32).
SAIBA MAIS 
Preocupada em garantir o pleno uso dos equipamentos que produz, a John Deere 
disponibiliza para seus clientes manuais de operação e também folheteria completa 
de suas linhas. As informações apresentadas permitem o melhor conhecimento e uso 
das máquinas, por parte de seus operadores e proprietários.
 https://www.deere.com.br/pt/pe%C3%A7as-e-servi%C3%A7os/manuais-e-treinamento/manuais/ 
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
1 – Em manutenções de tratores, descreva como realizar manutenção em implementos 
agrícolas em geral?
2 – Elabore um roteiro sobre os tipos de manutenções para tratores existentes.
3 – A importância de se realizar manutenções se deve a quais fatores?
4 – Encontre uma figura/desenho de um trator e especifique cada ponto e o tempo ne-
cessário para cada manutenção.
https://www.deere.com.br/pt/pe%C3%A7as-e-servi%C3%A7os/manuais-e-treinamento/manuais/ 
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TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO
 A tecnologia de aplicação reúne técnicas de conhecimentos científicos para diferentes processos produtivos. 
De acordo com Matuo (2002), o conceito de Tecnologia de Aplicação de Defensivos Fitossanitários, é o em-
prego de todos os conhecimentos científicos que proporcionem a correta colocação do produto biologicamente 
ativo no alvo, em quantidade necessária, de forma econômica, com o mínimo de contaminação de outras áreas.
Entretanto antes de iniciarmos mais esse tópico de extrema importância para a Mecanização Rural a compre-
ensão de alguns conceitos, como por exemplo, a diferença entre pulverização e aplicação. A pulverização é um 
processo físico mecânico que transforma uma substância em estado líquido em partículas ou gotas. Mudança 
necessária para aplicação dos produtos fitossanitários pelas máquinas e equipamentos agrícolas. A aplicação é 
a deposição em determinado local ou alvo, sob a forma de gotas e de tamanho e densidades voltadas para o 
objetivo proposto.
Na aplicação de produtos fitossanitários, um dos procedimentos do operador é regular e calibrar os equi-
pamentos. A regulagem é o ajuste dos componentes da máquina conforme características da cultura e dos 
produtos a serem utilizados. Na realidade podem ser ajustados praticamente tudo, velocidade, tipos de pontas, 
espaçamento entre bicos, altura da barra, expansão da barra, fechamento dos bicos. A calibração consiste na 
verificação da vazão das pontas, precisão do volume de aplicação, volume necessário para cada tanque. Uma 
observação necessária a ser feita: o operador deve sempre verificar a calibração e em hipótese alguma dispensar 
a regulagem.
A pulverização é uma atividade que não é realizada isoladamente, ela depende do alvo, das características 
do produto, da máquina e equipamento, do momento da aplicação, enão menos importante das condições 
ambientais do dia, todos esses quesitos precisam atuar em conjunto para uma perfeita aplicação e mitigação de 
perdas, tendo em vista os preços onerosos de cada produto fitossanitário e o sucesso da operação.
Em uso de produtos fitossanitários e a aplicação nas culturas, para mitigar problemas advindos da interação 
o produto e o pulverizador, é necessário adotar dois procedimentos, conforme alguns manuais de tecnologia de 
aplicação de produtos fitossanitários, como o da Andef (2004):
Conforme instrução do autor acima citado, a agitação da calda é o primeiro passo na re-
gulagem de qualquer pulverizador é saber se o sistema de agitadores funciona adequa-
damente. No caso dos pulverizadores tratorizados, a tomada de potência (TDP) aciona 
a bomba e o sistema de agitação mecânico. Deve-se trabalhar com uma rotação de 540 
rpm na tomada de potência (TDP), por ser esta a rotação para o qual o sistema normal-
mente é dimensionado. Caso seja selecionada uma rotação do motor inferior à especi-
ficada para proporcionar 540 rpm na TDP, interferências negativas sobre o sistema de 
agitação poderão ser observadas, em função da redução no número de revoluções da 
hélice (agitador mecânico) ou da quantidade de calda devolvida ao tanque pelo retorno 
(agitação hidráulica). Ambas as reduções podem interferir diretamente na eficácia dos 
produtos fitossanitários utilizados, principalmente em função da sua formulação. For-
mulações pó-molhável (PM) ou suspensão concentrada (SC), por possuírem partículas 
sólidas em suspensão, tendem a se depositar no fundo do pulverizador em condições 
de agitação ineficiente. Formulações concentrado emulsionável (C E), cujo princípio ati-
vo é um líquido não solúvel em água (óleo por exemplo), tendem a migrar para a super-
fície nestas mesmas condições. Isso faz com que, no início da aplicação, a concentração 
de produtos seja superior (PM ou SC) ou inferior (CE) à do final, ocasionando uma má 
distribuição mesmo quando a dose por área está adequada. (ANDEF, 2004, p. 7).
Uso de filtros corretosAgitação da Calda
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O manual mencionado, ainda descreve o uso de filtros corretos como segundo passo na interação entre o 
produto e o operador que proporcionam melhores resultados na aplicação de produtos fitossanitários e tam-
bém minimizam possíveis danos do agente etiológico que causa prejuízos nas plantações.
Formulações pó-molhável (PM) ou suspensão concentrada (SC), por possuírem partícu-
las sólidas em suspensão na calda, podem apresentar problemas quando o pulveriza-
dor for equipado com filtros malha 80 (80 aberturas em 1 polegada linear) ou superior, 
uma vez que o diâmetro das partículas de pó poderá ser superior ao da abertura de 
peneiras muito finas. Isso faz com que uma grande quantidade de produto seja retida 
pelo filtro, formando uma pasta que o bloqueia com frequência, obrigando o operador 
a realizar limpezas constantes; reduzindo o período útil de trabalho e elevando o risco 
de contaminação do aplicador. Dessa forma, na aplicação de suspensões, filtros de ma-
lha fina, bem como pontas de pulverização que exijam a utilização de tais malhas, não 
devem ser empregados, devendo-se optar por malhas 50, ou mesmo menores, quando 
possível. Deve-se destacar que as formulações vêm se desenvolvendo muito, o que 
tem permitido que alguns pós permaneçam em suspensão por até 24 horas. Tais pós 
podem não apresentar problemas com malha 80, entretanto, ainda são exceção. Na 
mistura de tanque de suspensões (PM ou SC) com adjuvantes oleosos, este problema 
pode ser potencializado pela coalizão de duas ou mais partículas de pó em uma de óleo 
(ANDEF, 2004, p. 8).
Para aplicação de produtos fitossanitários, não existem valores preestabelecidos de volume de calda para 
aplicação, porém considera o alvo, mínimo desperdício e menor contaminação ambiental, o recomendado é se 
trabalhar com a máxima capacidade operacional dos implementos tendo sempre o menor consumo líquido por 
hectare e consequentemente menor custo.
O tamanho das gotas também influencia na aplicação, fina gota, média e grossa, esse diâmetro da gota que 
divide o volume pulverizado em duas partes iguais, o chamado de Diâmetro Mediano Volumétrico (DMV). 
SAIBA MAIS 
Sobre o tamanho das gotas do produto a serem aplicadas:
 a) Gotas grandes (> 400 µm): são menos arrastadas pela deriva e apresentam me-
nores problemas com a evaporação no trajeto da ponta ao alvo. Por outro lado, pro-
porcionam menor cobertura da superfície a ser tratada e concentração de gotas por cm2, possuem baixa 
capacidade de penetração na cultura e elevam a possibilidade de escorrimento do produto nas folhas. 
b) Gotas médias (200-400 µm): possuem características intermediárias entre as grandes e as peque-
nas. Se não houver qualquer indicação na bula do produto fitossanitário, deve-se utilizar gotas de tama-
nho médio, com o objetivo de reduzir a probabilidade de erros na aplicação. 
c) Gotas pequenas (< que 200 µm): são mais arrastadas pela deriva e apresentam grandes problemas 
com evaporação durante a aplicação. Porém, proporcionam cobertura do alvo e quantidade de gotas por 
cm2 normalmente altas (sob condições climáticas adequadas), possuem também alta capacidade de pe-
netração na cultura e reduzem a possibilidade de escorrimento do produto nas folhas.
FIQUE ATENTO
Importante: Em toda pulverização, seja ela classificada como fina, média ou 
grossa, existirão gotas pequenas, médias e grandes, variando-se apenas a proporção 
entre elas. E consulte sempre o manual de aplicação de cada produto.
24
Ainda conforme Andef (2004), as pontas de pulverização, conhecidas como bico de pulverização, possuem 
estruturas diferentes. Possui um conjunto com estruturas de fixação na barra conhecidas como corpo, peneira, 
ponta e capa. Sendo a ponta correspondente ao bico responsável pela formação das gotas. As pontas possuem 
funções importantes, como determinar a vazão dos líquidos, fazer a distribuição conforme o tamanho das gotas. 
http://www.lpv.esalq.usp.br/sites/default/files/Leitura%20-%20Manual%20Tecnologia%20de%20Aplicacao.pdf
De acordo com o Manual de Tecnologia de Aplicação de Agrotóxicos da Embrapa (2009), os bicos podem ser 
classificados conforme a fonte de energia para produção de gotas, eles podem ser classificados como: 
l Bicos de energia centrífuga ou bicos centrífugos.
l Bicos de energia gasosa ou bicos pneumáticos.
l Bicos de energia elétrica ou bicos eletro-hidrodinâmicos.
l Bicos de energia hidráulica ou bicos hidráulicos.
Existem alguns cálculos fornecidos para aplicação e maior sucesso na prevenção com a dos produtos 
fitossanitários como:
l Área de superfície de uma esfera:
S = 4.π.r2
Onde:
S = área da superfície da esfera e
r = raio da esfera.
l Volume de uma esfera:
V = 4 π.r3
 3
Onde: 
V = volume e
r = raio.
l Relação superfície/volume é calculada: 
S = 4.π.r2 = 3
V = 4 π.r3 r
 3
Para aplicação de produtos fitossanitários as condições climáticas precisam ser levadas em consideração, 
para contribuir ou mesmo interromper a pulverização, como corrente de vento, temperatura, umidade relativa 
do ar, todo contribuindo para a evaporação rápida das gotas. De acordo com alguns autores, os valores neces-
25
sários de umidade relativa do ar devem ser no mínimo de 55%, a velocidade do vento de 3 a 10 km/h e a tem-
peratura abaixo de 30º C.
Também é necessário escolher bem o equipamento que deve possuir qualidade e adequado as condições da 
cultura como, tamanho da área, espaçamento de plantio, topografia, distância do ponto de reabastecimento, 
com a finalidade de menor custo e máximo rendimento. Alguns dos equipamentos necessários são: Pulverizador 
costal manual, Pulverizador costal motorizado, Pulverizador tratorizado com mangueira e pistola de pulveriza-
ção, Pulverizador tratorizado de barras, Turbo pulverizador, Pulverização com aeronave.
Após realizar a aplicação, o operador deve realizar a avaliação da aplicação.Existem estudos com diferentes 
técnicas para se realizar essa avaliação de cobertura, como o uso de corantes, papel hidrossensível, traçadores 
fluorescentes.
PRODUTO COBERTURA
(gotas/cm2)
PULVERIZAÇÃO
Herbicida 20 - 30 Média - Grossa
Inceticida 50 - 70 Média - Fina
Fungicida 70 - 100 Fina
Parâmetros de densidade de gotas aconselháveis para agrotóxicos não sistêmicos ou de baixa translocação.
Fonte: Andef, 2004.
Como em todo procedimento com produtos químicos, alguns cuidados são fundamentais antes da aplicação 
com o pulverizador, com o trabalhador e também com o ambiente onde irá ser aplicado, atenção deve ser dada 
a verificação do tanque e a limpeza dos filtros, com a tampa corretamente vedada, as pontas usadas são adequa-
das para o volume e o tipo de aplicação que se deseja, verificação do funcionamento da bomba, do regulador 
de pressão e do manômetro, correção de vazamentos de mangueiras, válvulas, bicos e filtros e ajustes da vazão 
(ANDEF, 2004).
FIQUE ATENTO
Definição correta do termo Cobertura em fitossanidade:
A cobertura nada mais é do que o número de gotas por unidade de área (ou a por-
centagem de área coberta), obtida na pulverização e representa, na realidade, o objeti-
vo final da pulverização.
Para se trabalhar com pulverizador, há algumas orientações a serem seguidas: o pul-
verizador costal deverá ser colocado sobre um suporte (ex: tambor) para facilitar sua 
colocação e ajustá-lo corretamente às costas do operador; abastecer o pulverizador 
com cuidado, sem derramamento ou perda da calda de pulverização; nos pulverizado-
res costais manuais, acionar a bomba até o endurecimento da alavanca; sincronizar o 
bombeamento com o caminhamento do operador, para manter uma maior regularida-
de da vazão do produto; recomendável a utilização de válvulas reguladoras de vazão, 
retirando do aplicador a função de manter a uniformidade da distribuição; nos costais 
motorizados, acelerar o motor à rotação máxima; pulverizadores tratorizados, acelerar 
o motor até a rotação estabelecida pelo fabricante do trator para se obter 540 rpm na 
tomada de potência; abrir as válvulas de saída do produto; manter a altura da barra ou 
bicos recomendados em relação ao topo das plantas ou do alvo de deposição; nunca 
pulverizar contra o vento; utilizar os equipamentos de proteção individual recomenda-
dos e adequados ao tipo de pulverização utilizada; se as roupas se tornarem altamente 
contaminadas, por exemplo, por um pulverizador com vazamento, o operador deve pa-
26
rar de pulverizar, trocar a sua roupa e lavar-se. O VAZAMENTO DEVERÁ SER REPARADO 
ANTES DE CONTINUAR A PULVERIZAÇÃO; Interromper a pulverização sempre que as 
condições climáticas se tornarem desfavoráveis (ANDEF, 2004, p. 17 – 34).
Além da obrigatoriedade do seguimento dos protocolos de aplicação de produtos fitossanitários, no encerra-
mento das atividades existem também procedimentos a serem adotados após usar o pulverizador, realiza o en-
xague do equipamento e seus componentes por fora e por dentro com bastante água limpa; lubrificar com óleo 
fino e limpo para engraxe da bomba; desmonte dos bicos de pulverização, secagem, limpeza dos componentes, 
armazenamento em local seguro e limpo.
Na aplicação de produtos fitossanitários, os cuidados com o ambiente em destaque para o controle da deriva, 
que basicamente é o controle das perdas pela falta de alcance do alvo desejado. Pode se dar pela ação do vento, 
escorrimentos ou mesmo volatilização do diluente e do produto. Ela é uma das principais causas da contamina-
ção do aplicador, do ambiente e de insucessos nas aplicações. 
A deriva ocorre por causa do tamanho das gotas, das condições climáticas, evaporação e correntes de ar. O 
controle é realizado para minimizar prejuízos, contaminação do trabalhador e do ambiente.
As atividades de aplicação de fitossanitários encerram-se com a lavagem das embalagens utilizadas que po-
dem ser com a Tríplice Lavagem e também a lavagem sob pressão.
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
1 – Em sua opinião, o que é Tecnologia de Aplicação?
2 – Fale mais sobre os dois passos da aplicação de produtos fitossanitários.
3 – Descreva maiores características das pontas de jato plano e cônico.
4 – Cada pulverizador possui características próprias, escolha no mínimo quatro e elenque todas elas.
5 – Como se realizada a Calibração do pulverizador costal (manual)? Detalhe as etapas.
6 – Faça da mesma forma para o Calibração do pulverizador tratorizado com mangueiras.
7 – Pesquise dentre as formas de aplicação e calibração do pulverizador tratorizado de barras, turbo 
pulverizador e com aeronave, qual tipo de cultura mais adequada para cada um e também as vantagens 
e desvantagens de cada um destes.
8 – Conceitue Deriva e descreve os tipos existentes de deriva, causas e controle da deriva.
9 – Crie o roteiro da Tríplice Lavagem e da Lavagem sob pressão.
27
Para o desenvolvimento das culturas em geral, a aplicação de produtos fi-
tossanitários requerem diversas máquinas e fatores como o clima, considera-se 
também a pluviosidade, a temperatura, vento, o tipo do solo, o hospedeiro. No 
uso das máquinas para tratamento fitossanitário, o operador precisa analisar 
parâmetros relativos ao tamanho das gotas, o espectro das gotas, a faixa de de-
posição das gotas, a pressão hidráulica, tensão superficial, viscosidade, coesão. 
Entretanto o principal fator a ser considerado é o operador, pois ele quem atua 
no preparo dos defensivos/produtos fitossanitários, aplica e também avalia a efi-
cácia do produto.
A máquina também é de extrema importância na aplicação dos produtos fi-
tossanitários e são classificadas conforme sua fonte de 
potência para acionamento e transporte (BALASTREI-
RE, 2004).
Conforme autor citado acima, elas podem ser ma-
nuais, com tração animal, motorizadas, tratorizadas, 
autopropelidas, aéreas. Há maior descrição de cada 
uma destas máquinas no módulo de Máquinas e Im-
plementos agrícolas. 
Os veículos para aplicação de fitossanitários, são 
classificados conforme a composição do produto, 
como líquido em aplicadores de formicidas, aplicado-
res de fumigantes, pulverizadores; atomizadores; ne-
bulizadores e também na forma sólida, com as polvi-
lhadoras e de microgrânulos.
Na aplicação de produtos fitossanitários, o opera-
dor necessariamente não precisa saber toda compo-
sição do mesmo, entretanto o princípio ativo tem de 
ser de ciência de todos que estão envolvidos nas ati-
vidades do campo. O princípio ativo é o produto que 
efetivamente irá controlar o patógeno. Esse pode ser 
aplicado na forma pura, ou mesmo a ultrabaixo volu-
me em dosagens baixas (0,4l/ha). E o veículo que a for-
ma como serão aplicados: líquido como água, óleos, 
sólidos como talco, gesso, argilas, pós e grânulos.
As máquinas manuais são costais, de peito e padio-
la. As de tração animal são utilizadas como elemen-
to de transporte e fixação do depósito de líquido ou 
como fonte de tração para uma carreta. As tratorizadas 
usam o trator como elemento de potência. As auto-
propelidas possuem um motor e transmissão próprios 
acoplados em um chassi com vão livre. As máquinas 
aéreas são os aviões, helicópteros.
Máquinas para tratamento 
fitossanitário
VOCABULÁRIO
Hospedeiro: É o 
elemento que será 
atacado pela doença 
ou praga. Podendo 
ser um vegetal ou 
animal.
Os aplicadores 
de formicidas 
possuem a seguinte 
composição básica: 
1 – Depósito; 
2 – Registro; 
3 – Adaptador; 
4 – Vasador;
5 – Anel de 
vedação; 
6 – Lata de 
defensivo; 
7 – Tubo de saída.
Livro Balastreire, 2004.
https://www.passeidireto.com/
arquivo/44499194/livro-maquinas-
agricolas-luiz-antonio-balastreire
Nos pulverizadores, o que 
determina a aplicação 
dessas máquinas, é a 
pressão hidráulica para 
subdividir o líquido em 
gotas. Possui: 
1 – Depósito; 
2 – Bomba de pistão; 3 – 
Tubo de saída; 
4 – Mangueira; 
5 – Haste de pulverização; 
6 – Bico. Existindo diversos 
modelos disponibilizados no 
mercado para utilização.
Livro Balastreire, 2004. 
https://www.passeidireto.com/arquivo/44499194/livro-maquinas-agricolas-luiz-antonio-balastreirehttps://www.passeidireto.com/arquivo/44499194/livro-maquinas-agricolas-luiz-antonio-balastreire
https://www.passeidireto.com/arquivo/44499194/livro-maquinas-agricolas-luiz-antonio-balastreire
28
A aplicação de defensivos na forma líquida possui aplicadores específicos (BALASTREIRE, 2004).
Os aplicadores de fumigantes são os defensivos aplicados que formam um gás que irá controlar os patóge-
nos. Esses aplicadores podem ser manuais, de tração animal e tratorizados. 
As bombas são elementos fundamentais na composição dessas máquinas. Elas podem ser de diferentes 
tipos: pistão, roletes, engrenagens, diafragmas. Podem possuir um ou mais pistões e dependendo dos seus 
componentes, a sua manutenção pode se classificar de barata a bastante onerosa. Possuem baixa e alta pressão 
e cada tipo é específico para cada material utilizado.
A ponta possui diversos tamanhos e formato em leque ou cone, possuem diversas séries que indicam o tama-
nho dos orifícios, possuem designação na ponta composta por dois números, o primeiro referente ao disco e o 
segundo ao anel de turbilhonamento. Os anéis possuem números para caracterização. O filtro É confeccionado 
para evitar entupimentos. A capa fixa a ponta e o filtro ao corpo (BALASTREIRE, 2004).
Dentre todas formas de aplicação de produtos fitossanitários, a que tem alcançado maior aplicabilidade e 
eficácia na aplicação é a pulverização aérea, porém ainda é a mais onerosa de todas. Existindo diversas aero-
naves destinadas ao uso e que podem comportam tanques que variam até 680 litros aproximadamente, onde 
os bicos estão acoplados na barra de pulverização sob as asas. Na pulverização com aeronaves outro fator a ser 
considerado é a densidade de cada produto, que deve ser de 20 gotas por cm2 para pré emergência até 40 gotas 
para pós emergência.
Os pulverizadores de padiola foram desenvolvidos para 
facilitar o transporte dos operadores e movimentar 
apenas a pistola e a mangueira pelos operadores. 
Possui 
1 – Padiola; 
2 – Motor; 
3 – Bomba; 
4 – Câmara de ar; 
5 – Mangueira de saída.
Nos pulverizadores com motores, o líquido é fornecido 
por um motor de combustão interna até o motor. Tem 
como componentes: 
1 – Depósito; 
2 – Bomba; 
3 – Câmara de ar; 
4 – Motor; 
5 – Mangueira.
Entretanto os bicos utilizados nos pulverizadores motorizados 
possuem diferentes designações conforme a composição. 
A - Jato Cônico: 
1 – Capa; 
2 – Disco; 
3 – Anel de turbilhonamento; 
4 – Filtro; 
5 – Corpo.
B – Jato em leque: 
1 – Capa; 
2 – Ponta; 
3 – Filtro; 
4 – Corpo.
Livro Balastreire, 2004. 
Livro Balastreire, 2004. 
Livro Balastreire, 2004. 
29
Ainda dentro do respectivo tópico é fundamental que o aluno sempre busque novas pesquisas, pois o mer-
cado continuamente lança em todos os níveis diversos modelos com funcionalidades melhores e com maiores 
especificidades. Cabendo a cada um que for adquirir o respectivo produto, combinar o uso com a sua aplica-
bilidade e respectivamente a máquinas cada vez mais eficientes e práticas. O operador deve definir o tipo de 
produto e também a finalidade conforme cada caso, porém a ressalva se refere ao poder aquisitivo de cada um 
e também sua funcionalidade e o tipo de patógeno a ser tratado.
https://www.passeidireto.com/arquivo/44499194/livro-maquinas-agricolas-luiz-antonio-balastreire
https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/33903524/embrapa-lanca-duas-novas-tecnologias-para-a-
-melhoria-da-aplicacao-de-produtos-de-controle-fitossanitario-nas-culturas 
https://edcentaurus.com.br/agranja/edicao/786/materia/6073
http://www.abimaq.org.br/site.aspx/Imprensa-Clipping-Tendencias-detalhe?DetalheClipping=2107
MÍDIAS INTEGRADAS
1 – O que pode-se falar sobre os parâmetros relativos ao tamanho das gotas, o espectro 
das gotas e a faixa de deposição das gotas.
2 – Fale mais sobre cada um tipo de máquina para aplicação de produtos fitossanitários: 
composição, uso, manutenção, principal cultura que se pode usar.
3 – Descreva com detalhes a composição das diferentes bombas existentes.
4 – Conforme exposto, a composição dos tipos de bicos existentes possui anéis, compri-
mentos, detalhe sobre todos esses aspectos.
5 – Quais especificações de um sistema hidráulico de um pulverizador do tipo avião?
6 – Qual composição dos bicos de pulverização aérea?
7 – Pesquise elabore um roteiro das novidades nas máquinas lançadas ultimamente no 
mercado de aplicação de fitossanitários.
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
30
Saad (1977), cita, o preparo do solo para o plantio requer máquinas e implementos específicos e deve-se 
levar em consideração a vegetação, o tipo de solo a ser trabalhado, a topografia da região, a especificação do 
trabalho, as condições edafoclimáticas.
Conforme alguns autores, as máquinas para preparo do solo se resume em tratores acoplados a diferentes 
equipamentos, como sulcadores, arados, subsoladores, grades, discos, lâminas, correntões, roldanas, topado-
res, todos utilizados para o preparo inicial do solo.
Dentro do aspecto referido, existem as máquinas do tipo semeadoras e adubadoras. Os tipos de preparo do 
solo, são definidos em primário e secundário conforme as operações e os implementos utilizados para o plantio. 
Exemplos: 
l Semeadora - adubadora: São máquinas que dosam e colocam sementes e adubos no solo. 
l Plantadora - adubadora: São máquinas que dosam e colocam no solo partes vegetativas no solo das cultu-
ras a serem implantadas, como tubérculos (batatas), colmos (cana-de-açúcar) e bulbos (alho). 
l Transplantadora - adubadora: São máquinas que dosam e colocam no solo plântulas ou mudas, como 
arroz, alface, eucalipto.
As operações primárias visam o preparo físico e 
químico do solo para posterior recebimento das se-
mentes ou plântulas. São atividades que requerem o 
uso de arado aiveca ou arado de discos, escarificador 
ou grades pesadas. Importante lembrar que essas ati-
vidades são feitas para plantio convencional e não no 
plantio direto.
Um dos equipamentos fundamentais utilizados 
nessa etapa, o arado de aivecas foi utilizado desde a antiguidade por povos, e ainda hoje sem muitas modifica-
ções em seu formato. São classificados conforme a forma de acionamento em Tração animal e Tração mecânica; 
a forma de acoplamento à fonte de potência em De arrasto, Montado e Semi – montado; a movimentação do 
órgão ativo em Fixo e Reversível e quanto ao número de ativos em Monocorpo e Corpos múltiplos.
Outro equipamento é o arado de discos trata-se de outro equipamento utilizado para o preparo do solo no 
plantio de diversas culturas. Surgiu para substituir o arado de aivecas e sua origem teve como ponto de partida 
a grade de discos. Este tipo de arado é uma das máquinas mais estudadas e aperfeiçoadas pelos engenheiros, 
técnicos e fabricantes de maquinaria agrícola.
Os discos que compõem o arado podem ser: a) Discos lisos Sua constituição básica é 
de aço 1045. Não possui dentes, o que define a sua penetração ao solo é a curvatu-
ra, espaçamento e número de discos, peso, velocidade de trabalho e inclinação tanto 
vertical como horizontal. Suas bordas são temperadas e revenidas e possuem furos 
na região central para alívio de tensões. b) Discos recortados Sua constituição básica 
também é de aço 1045. O recorte é feito para melhorar a capacidade de corte; possui 
ângulo de afiamento na parte externa e interna. Quando comparados com os discos 
lisos, apresentam a vantagem de melhor performance (maior penetração no solo) e a 
desvantagem de maior probabilidade de quebras. Ambos são conformados a quente 
(FILHO, 2001, p. 51-55).
Máquinas e Implementos para 
preparo de solo
Arado de aiveca utilizado atualmente.
http://wwwp.feb.unesp.br/abilio/maqagri.pdf
31
As grades completam o serviço executado pelos arados e podem substituí-los em algu-
mas situações. Complementam o preparo do solo desagregando os torrões, nivelam a 
superfície do solo, diminuem vazios e destroem os sistemas de vasos capilares, fazendo 
com o solo não perca a evaporação das águas nas camadas maisprofundas. São de três 
tipos:a) Simples ação Sua característica básica é a inversão do solo com uma passada. 
Estes sistemas são empregados somente no controle de plantas daninhas (capina su-
perficial). b) Dupla ação São sistemas providos de discos, os quais permitem a mobiliza-
ção do solo, ou seja, o solo é removido e depois sofre uma desestruturação. Utilização 
marcante em operações de nivelamento superficial do solo após a mobilização pela 
aiveca ou arado de discos. c) Tandem ou off-set
São aquelas utilizadas para mobilização profunda do solo em substituição aos arados 
de discos ou aivecas. Também conhecido como grade aradora (FILHO, 2001, p. 56-64).
O acoplamento dos implementos ocorre na forma 
de arrasto, utilizam a barra de tração (BT) para movi-
mentação e ação dos órgãos ativos; montados, aque-
les acoplados nos 3 pontos do trator, ou seja, no 3º 
ponto superior e nos dois pontos inferiores; semimon-
tados São aqueles que utilizam a barra de tração para 
movimentação dos órgãos ativos e seu transporte é 
realizado pelos 3 pontos do trator.
Os modelos de grades variam conforme a profun-
didade do plantio da cultura.
O trabalho no campo requer o uso de subsoladores 
para quebra das camadas compactadas ou adensadas 
do solo. Os subsoladores possuem órgãos ativos, has-
tes, que quebram a camada compactada. Sua junção 
ocorre por três pontos do trator ou da barra de tração.
No preparo secundário do solo compreende as 
operações realizadas para uniformizar a superfície do 
terreno, como o destorroamento. Nessa etapa são 
usadas as grades de disco e rolos niveladores.
Para análise da eficiência no preparo do solo, é ne-
cessário realizar alguns cálculos: 
l Cálculo da patinagem para eficiência no preparo do solo: 
% patinagem = (nº de voltas carregado - n de voltas descarregado)
 nº de voltas carregado
l Cálculo para: Pressão exercida na superfície do solo
A = 0,77 ∙ b ∙ Lc 
Lc = √ D ∙ z + δ − z + δ 2 + √D ∙ δ − δ 2
Onde:
A = Área de contato, m² 
Arado de Discos
http://wwwp.feb.unesp.br/abilio/maqagri.pdf
Arado de Discos
http://wwwp.feb.unesp.br/abilio/maqagri.pdf
32
b = largura do pneu, m 
Lc = comprimento da área de contato, m 
D = diâmetro do pneu, m 
Z = recalque no solo, m 
δ = deformação do pneu, m
l Pressão exercida no solo
Pressão = Carga
 Área
l Eficiência Tratória % = Potência na Barra de tração
 Potência do eixo
1 – No contexto de máquinas para preparo do solo, cite pelo menos três máquinas que 
podem ser utilizadas e quais equipamentos podem ser necessários para a atividade.
2 – Calcule a eficiência tratória de um modelo de trator 4 x4.
3 – Quais outros implementos podem ser usados no preparo do solo, sem ser os citados 
na apostila.
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
33
De acordo com Balastreire (2004), as tarefas em campo são padronizadas e para se ter ciência da eficiência 
em cada atividade e seu tempo de execução de tarefas, alguns conceitos precisam ser entendidos:
l Tempo de Campo: é o tempo utilizado no campo pela máquina, do início até o término;
l Tempo teórico por unidade de área: Tempo requerido trabalhando na capacidade de campo teórica;
l Tempo operacional efetivo: Tempo real de trabalho de cada máquina, o qual foi projetada para respectivo 
serviço, é maior que o tempo teórico de campo, se a largura total útil da máquina não for utilizada;
l Tempo total de campo: é a soma do tempo operacional efetivo com os tempos perdidos.
l Tempos perdidos: podem ser divididos com relação a proporção da área trabalhada e também relaciona-
dos a confiabilidade das máquinas.
l Capacidade Operacional: é a quantidade de produção que um conjunto mecanizado (trator e implemento) 
é capaz de realizar por unidade de tempo.
A capacidade de campo efetiva (Cce), obtida por meio de determinações com a máquina em operação, con-
siderando o tempo de produção.
 Cce = área = ha
 Tempo h
A capacidade de campo teórica (Cct), é a razão de desempenho obtida, se a máquina trabalhar 100% do 
tempo a velocidade nominal, utilizando 100% de sua largura nominal.
Cct = V x L
 10
Onde:
V = velocidade, km/h;
L = largura de trabalho, m
E a eficiência de campo (f), que é a razão entre a capacidade de campo efetiva e a teórica.
f = Cce  Cce = f x Cct  Cce = f x V x L
 Cct 10
Em mecanização rural, conceitos de velocidade do trabalho, é a razão média de deslocamento de uma má-
quina no campo, durante um período ininterrupto de atividade funcional; fator de carga, razão entre a potência 
utilizada na execução de uma operação no campo e a potência líquida disponível no motor; estudo de tempo 
e movimentos, que é a determinação dos tempos necessários para executar os movimentos necessários para 
executar determinada operação, precisam ser de conhecimento para aplicabilidade e melhores resultados.
Outro quesito a ser entendido é a distinção entre largura de trabalho efetiva de largura de trabalho teórica, a 
primeira é a distância que a máquina opera e a segunda é a medida da parte operacional da máquina. 
No desempenho das atividades, o operador pode exercer em série, implementando duas ou mais máquinas 
operando suas funções simultaneamente ou de maneira individual, uma ou mais máquinas similares trabalhan-
do como uma unidade. No entanto o delinear de um trabalho, requer um organograma específico (MIALHE, 
1996).
Tempo de execução das tarefas
34
Caracterização 
das operações
Eleição de métodos 
e máquinas
Análise 
operacional
Planejamento
Mecanização 
racional
CONTROLE
DESEMPENHO
OPERACIONAL
O desempenho operacional representa um complexo conjunto de informações que definem em termos qua-
li-quantitativos, os atributos da maquinaria agrícola quando executam operações sob determinadas condições 
de trabalho. O tempo de execução das tarefas dependerá da capacidade operacional de cada máquina em con-
junto com os implementos.
Para cada máquina construída existe a capacidade máxima de operacionalização, que atuam em conjunto 
com o operador, as condições necessárias, o tempo e também os implementos, tem-se os valores mínimos e 
máximos necessários para cada atividade. 
SAIBA MAIS 
Manual de mecanização agrícola – Luiz Geraldo Mialhe.
1 – Com base no estudo do capítulo, calcule as capacidades efetivas e operacionais para 
uma semeadora-adubadora.
2 – Calcule a eficiência de campo de uma colhedora de cana de açúcar.
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
35
No Brasil, a Lei no 5.889 de 08 de junho de 1973, que regula o trabalho rural, traz em seu artigo 13o que, nos 
locais de trabalho rural, deverão ser observadas as normas de segurança e higiene, estabelecidas em Portarias 
do Ministério do Trabalho e Previdência Social (BRASIL, 1988). 
As normas de segurança relacionada diretamente ao trabalho agrícola, dentre outras, são a Norma Regula-
mentadora (NR) nº 17 – Ergonomia: visa a estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de 
trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, 
segurança e desempenho eficiente; a NR 6 – que considera Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo dis-
positivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de 
ameaçar a segurança e a saúde no trabalho e a NR 31 - Segurança e saúde no trabalho na agricultura, pecuária 
silvicultura, exploração florestal e aquicultura: estabelece os preceitos a serem observados na organização e 
no ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento e o desenvolvimento das atividades da 
agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura com a segurança e saúde e meio ambiente 
do trabalho.
Essas normas regem os principais problemas que os operadores de máquinas e implementos agrícolas estão 
expostos. Um aspecto importantedesse tópico se insere no contexto de que os acidentes de trabalho no âm-
bito rural/florestal ainda são pouco difundidos. A pouca quantidade de dados obtidos se deve pela maioria das 
lesões, cortes, lacerações serem tratadas sem o deslocamento a entidades hospitalares, como ocorre em casos 
de mortes, que não se podem omitir. Outro fator relevante é a informalidade da maioria desses trabalhadores. 
Estima-se que os dados da Previdência Social referentes a acidentes no meio rural não correspondem a totali-
dade ocorrida.
A Andef (2004), o uso de equipamentos de proteção individual (EPI) é obrigatório, porém, não são todos os 
empregadores e empregados que fazem o uso correto ou mesmo não utilizam. O fornecimento não garante o 
uso, podendo comprometer ainda mais a saúde e segurança do trabalhador. O EPI é testado e aprovado por 
órgão responsável do Ministério do Trabalho e possui certificado de aprovação para comercialização. A indústria 
de produtos fitossanitários incentiva seus canais de distribuição a comercializarem EPI de qualidade e a custos 
compatíveis.
Como mencionado no início desta apostila, existem diversas normas a serem seguidas para que as operações 
agrícolas sejam realizadas com alto rendimento e máxima eficiência e eficácia, no entanto em segurança no 
trabalho não se pode ignorar nenhum fator que pode resultar em lesão ou morte. 
Alguns manuais contemplam algumas instruções básicas, porém de extrema importância:
1 – Leia o manual de instruções;
2 – Caso perceba algum sinal estranho, ruídos, fumaças ou vibração incomum, desligue o equipamento. Exa-
mine o painel para ver se ele está informando o motivo do problema;
3 – Adquirir peças originais pode parecer mais caro, em um primeiro momento, a relação custo-benefício é 
maior e compensatória;
4 – O mesmo princípio das peças também se aplica aos profissionais mecânicos. Fique atento para a utiliza-
ção de ferramentas adequadas para a manutenção e siga as instruções de instalação do fabricante;
5 – Se for levar para uma autorizada, prefira as especificadas pelo fabricante, principalmente se o equipa-
mento ainda estiver na garantia. Se não houver possibilidade, ou o valor do reparo compensar escolha uma 
oficina de sua inteira confiança;
6 – Se seu equipamento estiver parado, cuide para que fique limpa. Evite a umidade;
7 – Sempre que lavar o equipamento, espere que ele seque completamente antes de guardar. Tratores e má-
quinas pesadas devem ser lavados apenas desligadas e com o motor frio, para evitar choques de temperatura. 
Normas de segurança
36
Pulverizar a máquina com óleos também não é boa ideia. Isso pode ressecar as mangueiras e os pneus, além de 
facilitar a impregnação de poeira;
8 – A lubrificação dos rolamentos deve ser constante, mas feita de forma correta. Deve-se usar graxa e óleos 
de qualidade. Isso evitará que a peça se danifique por ressecamento. Não guarde os rolamentos em locais muito 
úmidos. Se a umidade do ambiente for superior a 60%, ela poderá prejudicar as peças do equipamento.
9 – Utilize um sistema de rastreamento que permita acompanhar o desempenho dos tratores e implemen-
tos. Saber as rotas que elas fazem na fazenda e a velocidade que elas estão trabalhando ajuda a se antecipar aos 
problemas, reduzindo os impactos negativos na operação, caso ocorra alguma falha mecânica.
Para Zócchio (2002), existem dois grandes grupos de causas de acidentes de trabalho: atitudes inseguras e 
condições inseguras. O primeiro grupo relaciona-se diretamente as falhas humanas, enquanto o segundo englo-
ba as limitações inerentes a máquina.
Segundo a Organização Internacional do Trabalho - OIT, o setor rural é uma das ativida-
des de maior índice de acidentes no mundo, ao lado da construção civil e mineração. 
Os acidentes fatais giram em torno de 170 mil trabalhadores por ano na agroindús-
tria mundial. Desde 1921, a OIT adota diversas convenções referentes a aspectos das 
atividades agrícolas, inclusive a segurança e saúde no desenvolvimento do trabalho 
(GALVÃO, 2011).
As normas de segurança se referem tanto ao indivíduo quanto a coletividade, com o uso de equipamento de 
proteção individual e coletiva do tipo: máscaras, óculos, protetores auriculares, macacões, perneiras, bonés com 
ou sem viseiras, botas, uso de equipamentos adequados para cada atividade, uso de sinalizações, iluminação 
adequada, edificações para desempenho de atividades de manutenção das máquinas, ferramentas corretas, 
respeito aos limites de velocidade.
SAIBA MAIS 
DECRETO Nº 73.626, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1974
DOU de 12/02/1974
Aprova Regulamento da Lei número 5.889, de 8 de junho de 1973. 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso da atribuição que lhe confere o artigo 81, item III, da Constitui-
ção, e tendo em vista a Lei nº 5.889, de 8 de junho de 1973, 
DECRETA: 
Art 1º É aprovado o anexo Regulamento, assinado pelo Ministro do Trabalho e Previdência Social, 
disciplinando a aplicação das normas concernentes às relações individuais e coletivas de trabalho rural, 
estatuídas pela Lei nº 5.889, de 8 de junho de 1973. 
Art 2º O presente Decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em 
contrário. 
Brasília, 12 de fevereiro de 1974; 153º da Independência e 86º da República. 
EMÍLIO G. MÉDICI
Júlio Barata
37
SAIBA MAIS 
REGULAMENTO DAS RELAÇÕES INDIVIDUAIS E COLETIVAS DE TRABALHO RURAL
Art 1º Este Regulamento disciplina a aplicação das normas concernente às relações individuais e cole-
tivas de trabalho rural estatuídas pela Lei número 5.889, de 8 de junho de 1973. 
Art 2º Considera-se empregador rural, para os efeitos deste Regulamento, a pessoa física ou jurídica, 
proprietária ou não, que explore atividade agro-econômica, em caráter permanente ou temporário, dire-
tamente ou através de prepostos e com auxílio de empregados. 
§ 1º Equipara-se ao empregador rural a pessoa física ou jurídica que, habitualmente, em caráter pro-
fissional, e por conta de terceiros, execute serviços de natureza agrária, mediante utilização do trabalho 
de outrem. 
§ 2º Sempre que uma ou mais empresas, embora tendo cada uma delas personalidade jurídica pró-
pria, estiverem sob direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando 
cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico ou financeiro rural, serão responsáveis solidaria-
mente nas obrigações decorrentes da relação de emprego. 
§ 3º Inclui-se na atividade econômica referida no caput, deste artigo, a exploração industrial em esta-
belecimento agrária. 
§ 4º Consideram-se como exploração industrial em estabelecimento agrário, para os fins do parágrafo 
anterior, as atividades que compreendem o primeiro tratamento dos produtos agrários in natura sem 
transformá-los em sua natureza, tais como: 
I - o beneficiamento, a primeira modificação e o preparo dos produtos agropecuários e hortigranjeiros e 
das matérias-primas de origem animal ou vegetal para posterior venda ou industrialização; 
II - o aproveitamento dos subprodutos oriundos das operações de preparo e modificação dos produtos in 
natura , referidas no item anterior. 
§ 5º Para os fins previstos no § 3º não será considerada indústria rural aquela que, operando a primeira 
transformação do produto agrário, altere a sua natureza, retirando-lhe a condição de matéria-prima. 
Art 3º Empregado rural é toda pessoa física que, em propriedade rural ou prédio rústico, presta servi-
ços de natureza não-eventual a empregador rural, sob a dependência deste e mediante salário. 
Art 4º Nas relações de trabalho rural aplicam-se os artigos 4º a 6º; 8º a 10; 13 a 19; 21; 25 a 29; 31 a 
34; 36 a 44; 48 a 50; 62 alínea b ; 67 a 70; 74; 76; 78 e 79; 83; 84; 86; 116 a 118; 124; 126; 129 a 133; 134 
alíneas a, c, d, e , e f ; 135 a 142; parágrafo único do artigo 143; 144; 147; 359; 366; 372; 377; 379; 387 a 
396; 399; 402; 403; 405 caput e § 5º; 407 a 410; 414 a 427; 437; 439; 441 a 457; 458 caput e § 2º; 459 a 
479; 480 caput e § 1º; 481 a 487; 489 a 504; 511 a 535; 537 a 552; 553

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