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Fisiologia II Andreina S. Nascimento - UFMT Fisiologia do sistema endócrino O sistema endócrino tem como função coordenar e integrar a atividade das células em todo o organismo por meio da regulação das funções celulares e orgânicas e pela manutenção da homeostasia durante toda a vida. O sistema endócrino atua em conjunto com o sistema nervoso, particularmente o sistema nervoso autônomo, para regular as atividades do organismo. O sistema nervoso é capaz de atuar sobre determinada célula em décimo de segundo. No sistema nervoso, a comunicação opera através de neurotransmissores tais como noradrenalina, acetilcolina ou serotonina, enquanto que no sistema endócrino atuam mensageiros químicos denominados hormônios, os quais são transportados pelo sangue até seu local de ação (órgão-alvo). O sistema nervoso e o endócrino estão inter-relacionados, pois o sistema nervoso pode controlar a função endócrina ao tempo que alguns hormônios controlam funções nervosas. Conceitos Gerais sobre os hormônios Definição: Substâncias químicas, secretadas para o sangue por células especializadas, que regulam as funções metabólicas de outras células do organismo. Composição Química: derivados de aminoácidos ou de colesterol. Produção: glândulas endócrinas ou tecidos neurossecretor. Degradação: pelo fígado (fezes) e excreção renal. Transporte: no sangue: livres ou ligados às proteínas plasmáticas. Atuação: nas células-alvos (com receptor). Funções Gerais Regulação do Metabolismo: os hormônios regulam a oferta, captação e uso de substratos durante a condição de repouso e exercício; Controle no Desenvolvimento: hormônios como o GH (crescimento) e a insulina exercem importantes efeitos sobre o desenvolvimento do corpo como um todo. A maturação sexual, por exemplo, é notadamente influenciada pela ação dos hormônios sexuais; Controle do Crescimento: o crescimento do corpo é influenciado diretamente pela ação de hormônios, com destaque para o GH e a insulina. Alterações na secreção de GH leva ao desenvolvimento de anomalias do crescimento, como o gigantismo e o nanismo. Fisiologia II Andreina S. Nascimento - UFMT Reprodução: a atividade reprodutiva dos seres humanos depende da adequada ação hormonal. O desenvolvimento, a maturação sexual, o desejo sexual, o coito e a gestação são dependentes de hormônios. Reações Comportamentais: aspectos importantes como o controle/tolerância ao estresse e desejo/impulso sexual sofrem influência direta de muitos hormônios. Hormônios Os hormônios são os produtos, isto é, as secreções das glândulas endócrinas ou por neurônios especializados, liberados pela célula em quantidades muito pequenas com ação lenta, porém prolongada, que exercem uma ação biológica sobre uma célula-alvo. O órgão-alvo contém células que expressam receptores hormonais específicos e que respondem à ligação de determinado hormônio com uma ação biológica demonstrável. São indutores ou inibidores de funções fisiológicas condicionadas. Divisão dos Hormônios Quanto a sua natureza química e seu transporte: Proteicos: Secretados pelo hipotálamo, pela hipófise, pelo pâncreas e pelas paratireoides. Os hormônios proteicos e peptídicos são os mais comuns, são hidrofílicos. Esta característica permite que sejam facilmente transportados difundido no plasma sanguíneo, mas impede que eles atravessem com facilidade a membrana celular. Seus receptores localizam-se na membrana celular, e sua resposta é mediada por um “segundo mensageiro” (segundo mensageiro é quem emite a informação hormonal a célula e quem inicia seu efeito de atuação) formado pelo AMPc e o IP3. Esteroides: Os hormônios esteroides possuem estrutura química semelhante ao colesterol, ou então são derivados diretamente desta classe de lipídios. São hormônios lipossolúveis e isso faz com que seu transporte no sangue se dê em combinação com proteínas de transporte, mas em contrapartida eles atravessam facilmente a parte fosfolipídica da membrana celular. Lá, dão início a transcrição do DNA, ocorrendo em seguida no citosol, a partir do RNAm, a síntese da proteína ou enzimas celulares responsável pela resposta hormonal. Hormônios derivados do aminoácido Tirosina: Os hormônios derivados da tirosina são quatro, sendo dois produzidos pela tireoide (T3 e T4) e os outros 2 chamados de catecolaminas file:///D:/Videos%20-%20Fisio/FISIO%20-%2002.avi Fisiologia II Andreina S. Nascimento - UFMT (adrenalina/epinefrina e noradrenalina/norepinefrina). Seu mecanismo de transporte é semelhante aos hormônios esteroides. Síntese: Hormônios polipeptídicos e proteicos: Os hormônios proteicos/peptídicos são sintetizados no retículo endoplasmático rugoso sob a forma de pré-pró-hormônios, que são moléculas metabolicamente inativas. No complexo de Golgi, as enzimas aí presentes clivam os precursores e originam as formas ativas. Hormônios Esteroides: Os hormônios esteroides são sintetizados tanto no retículo rugoso quanto no liso e não são armazenados em vesículas, ou seja, são prontamente liberados após serem sintetizados. Hormônios Derivados de Aminoácidos Tirosinas Os derivados da tirosina apresentam síntese específicas. Na tireoide os hormônios ativos ficam ligadas a uma grande proteína – a tiroglobulina, e quando necessário são clivados desta estrutura e lançados no sangue. Fisiologia II Andreina S. Nascimento - UFMT “O Sistema Endócrino funciona de acordo com os nossos órgãos do sentido” Glândulas Hipotálamo: O hipotálamo coordena a atividade da glândula hipófise por meio da secreção de peptídeos e aminas (hormônios do hipotálamo). A interface entre os sistemas endócrino e nervoso ocorre, em sua maior parte, no hipotálamo. Interpreta informações trazidas pelos nervos provenientes do corpo e de outras partes do encéfalo; media a atividade da hipófise através de seus hormônios; Hipófise: é uma glândula endócrina, que se liga ao hipotálamo através do pedúnculo hipofisário ou infundíbulo; Hormônios: 1. TRH – Hormônio liberador de tireotrofina; 2. GnRH – Hormônio liberador de gonadotrofinas; 3. GHIH – Horm. inibidor do horm. do crescimento (somatotrofina); 4. GHRH – Hormônio liberador de somatotrofina; 5. CRH – Hormônio liberador de corticotrofina; 6. PRF – Fator Liberador de Prolactina; 7. PIH – Hormônio inibidor de Prolactina. Funções: Regulação da fome; Regulação da sede (osmorreceptores locais); Controle do comportamento e das emoções (indiferença, fobia, agressividade etc..); Ação regulatória indireta sobre o funcionamento da Tireoide, Adrenal, Gônadas, Gls. Mamárias. Resultando no controle do metabolismo. Divisão Fisiologia: 1. Lobo anterior (adenohipófise) - origem cel. Epiteliais É um conjunto de células endócrinas que secretam uma variedade de hormônios no sangue. Síntese de diferentes hormônios que atuam sobre outras glândulas endócrinas promovendo Fisiologia II Andreina S. Nascimento - UFMT estímulo (hormônios tróficos); age de forma direta sobre os órgãos alvo. Os principais hormônios secretados pela parte distal incluem o hormônio tireoestimulante, a prolactina, o hormônio do crescimento, o hormônio luteinizante, o hormônio foliculoestimulante e o hormônio adrenocorticotrófico. 2. Lobo posterior (neurohipófise) - origem nervosa; E essencialmente a área onde os axônios das células nervosas terminam e secretam seus neurotransmissores 3 no sangue. Ocorre armazenamento dos hormônios Ocitocina e Vasopressina (ADH), produzidos pelas células dos núcleos supra-óptico e paraventricular do hipotálamo; Sistema porta hipotálamo-hipofisário O hipotálamo e a adenohipófise são conectados por um sistema porta. Um sistema porta refere- se a um sistema de veias que drenam um leito capilar e transportam o sangue para um segundo leito capilar.Fisiologia II Andreina S. Nascimento - UFMT Mecanismos de controle por feedback Os efeitos dos hormônios são proporcionais às suas concentrações no sangue e, portanto, o controle destas concentrações é um importante aspecto na garantia das funções fisiológicas normais. Fisiologia II Andreina S. Nascimento - UFMT Eixo Hipotálamo-Hipófise-Adrenal (HHA) As glândulas adrenais são dois órgãos endócrinos bilateralmente simétricos, localizados na porção imediatamente anterior aos rins. Cada glândula é dividida em duas entidades separadas, uma medula e um córtex sendo que cada uma destas produz diferentes tipos de hormônios. O Córtex Adrenal Tem Três Zonas: a Zona Glomerular, a Zona Fascicular e a Zona Reticular. 1. No córtex são produzidos: glicocorticoides, mineralocorticoides e esteroides. 2. Na medula é produzido catecolaminas. Córtex: Parte externa da glândula, com cor amarelada devido a quantidade de colesterol aí encontrada. Zona Glomerular: Células possui receptor para ACTH, é ativada na hora que o hormônio chega nela. Responsável por sintetizar mineralocorticoides. Zona Fasciculada: Região intermediaria, mais espessa, possui a maior quantidade de células entre as zonas, onde ocorre a síntese dos Glicocorticoides. Hormônios responsáveis principalmente em fazer que haja liberação de energia para o corpo. Fisiologia II Andreina S. Nascimento - UFMT Zona Reticular: região mais profunda, onde ocorre a síntese dos esteroides sexuais e ou andrógenos. Medula: ocupa a porção central da glândula adrenal. Composta por células especializadas neuroendócrinas produtoras das catecolaminas. A produção das catecolaminas (derivada de tirosina) é estimulada por células simpáticas (acetilcolina) e pelo ACTH (cortisol). As catecolaminas possuem função fisiológica de preparar o corpo para o estresse. Efeitos metabólicos: Degradação do glicogênio; mobilização de gordura (liberação de energia) e estimulação da taxa metabólica basal. Fisiologia II Andreina S. Nascimento - UFMT Hormônios das Glândulas adrenais e o estresse DEFINIÇÃO DE ESTRESSE: resposta biológica ou conjunto de reações obtidas quando um indivíduo percebe uma ameaça à sua homeostase. Tento a catecolaminas agindo de forma rápida em resposta ao estresse agudo, e alta produção de cortisol agindo de forma mais lenta em efeito do estresse crônico. Tipos de estresse: Euestresse= Bom; Distresse=ruim. Agente estressor: qualquer fonte ou estímulo, intenso ou não, que cause uma alteração no equilíbrio do organismo (homeostasia) provocando a ativação do eixo hipotalâmico-hipofisário-adrenal (HHA). Agentes estressores físicos: Agentes estressores psicológicos: -Alimentação -Medo -Frio/calor -Dor -Mudança ambiente Reações de Emergências Uma das primeiras teorias do estresse = Walter Cannon em 1914. "teoria da luta ou fuga" (fight-or-flight). O organismo se prepara para "o que der e vier“ "busca de apoio" (tend-and-befriend) Síndrome Geral de Adaptação – Hans Selye (1974) O organismo passa por fases diferentes para tentar manter a homeostasia: 1. Reação de alarme ou de “fuga ou luta”: reconhecimento de um estímulo estressante; fase de liberação de catecolamina alta. 2. Fase de adaptação ou resistência: respostas de defesa biológica contra o estímulo estressante; maior produção dos hormônios adrenais (glicocorticoides); aumenta o cortisol ocorre o bloqueio da reprodução. Fisiologia II Andreina S. Nascimento - UFMT 3. Fase de exaustão: atingida apenas nas situações mais graves e, normalmente, persistentes. Organismo não tem mais capacidade de prover substratos energéticos para o corpo. Alterações funcionais, lesões e alterações anatômicas dos órgãos. Desenvolvimento de fisiopatologias, imunopatologias e doenças psicossomáticas. MORTE Ocorre principalmente quando o animal apresenta estresse física ou mental. Fisiologia II Andreina S. Nascimento - UFMT Hormônios Tiroidianos Na maioria dos mamíferos, a glândula tireoide está localizada caudalmente à traqueia, na altura do primeiro ou segundo anel traqueal. A glândula tireoide é composta por dois lobos, dispostos em ambos os lados da traqueia e conectados por uma porção estreita de tecido, denominada istmo. O hormônio da tireoide é o mais importante do metabolismo; este hormônio permite que os mamíferos suportem períodos de privação do iodo, sem que haja um efeito imediato na produção dos hormônios tireoidianos. O tecido glandular possui células arranjadas em um formato circular, denominado folículos. Os folículos são preenchidos por uma substância de coloração homogênea, denominada coloide, que é a principal forma de armazenamento dos hormônios tireoidianos. As células foliculares são cuboides quando a secreção é basal, e alongadas quando as células são estimuladas para a liberação hormonal. Outra célula endócrina importante, a célula parafolicular, ou célula C, localiza-se fora dos folículos. Esta célula secreta a calcitonina, um hormônio importante para a regulação do cálcio. Duas moléculas são importantes para a síntese do hormônio da tireoide: tirosina e iodo. A tirosina é parte de uma molécula grande, denominada tireoglobulina, que é formada na célula folicular e secretada no lúmen folicular. O iodo é convertido em iodeto no trato intestinal e então é transportado para a tireoide. Conforme o iodeto passa através da parede apical da célula, esta molécula se liga às estruturas anelares das moléculas de tirosina, O anel tirosil é capaz de acomodar duas moléculas de iodeto; se uma molécula de iodeto se liga, esta é denominada monoiodotirosina, e se duas se ligam, é denominada di-iodotirosina. A junção de duas moléculas de tirosina iodadas resulta na formação dos principais hormônios tireoidianos; duas moléculas de diiodotirosina formam a tetraiodotirosina ou tireonina (T4), e uma molécula de monoiodotirosina e uma de di-iodotirosina formam a tri-iodotireonina (T3 ). Fisiologia II Andreina S. Nascimento - UFMT Desiodação: A principal forma de metabolismo dos hormônios tireoidianos envolve a remoção das moléculas de iodo. As duas enzimas envolvidas, a 5’-desiodase e a 5-desiodase. Os tecidos renal, hepático e a musculatura esquelética possuem um papel importante no catabolismo dos hormônios tireoidianos, por meio da desiodação. Há ainda o chamado ciclo êntero-hepático onde as substâncias são absorvidas, vão ao fígado, bile e voltam ao duodeno. Em cada circulação é eliminada uma parte da substância e o restante recircula várias vezes até eliminação total. Mecanismo de ação O mecanismo de ação dos hormônios tireoidianos, em nível celular, baseia-se em sua capacidade de penetrar a membrana celular, mesmo sendo aminoácidos; essencialmente, são moléculas lipofílicas. Embora se acredite que os hormônios tireoidianos interajam diretamente com os núcleos para que se inicie a transcrição do mRNA. Os hormônios tireoidianos aumentam o consumo de oxigênio e, consequentemente, a produção de calor. Este efeito é conhecido como efeito calorigênico. Um local de ação do efeito calorigênico dos hormônios da tireoide é o interior da mitocôndria. Fisiologia II Andreina S. Nascimento - UFMT 1. Metabolismo de carboidratos: Absorção intestinal, captação e utilização da glicose pelas células: Gliconeogênese hepática Glicogênese (pequenas doses hormonais) Glicogenílise (grandes doses hormonais. 2. Metabolismo Protéico: Renovação da proteína (liberação de aminoácidoas pelo múculo, degradação proteica e em menor graus síntese proteica). 3. Metabolismo Lipídico: Mobilizaçãodos lipidios do tec. Adiposo aumenta a concentração plasmatica dos acidos graxos livres; 4. Crescimento e Maturação: Efeito principal em jovens, Cresimento linear dos ossos e cartilagens, Promovem crescimento e desenvolvimento do sistema nervoso duranre a vida fetal enos primeiros dias de vida; 5. Efeito Calorigênico: Aumento do consumo celular de oxigenio, proporcionando maior produção de calor. 6. Ações sobre s catecolaminas: Aumenta receptores B-adrenérgicos. Aumenta frequencia cardiaca e contratilidade cardíaca. Sistema nervoso = Ansiedade. 7. Liberação dos hormônios sexuais 8. Velocidade normal da condução nervosa: 9. Manutenção da integridade da pele: 10. Controlam a matamorfose em anfíbios: Hipotireoidismo Fisiologia II Andreina S. Nascimento - UFMT Porque ocorre? 1. Tireoidite autoimune = sistema imune ataca o tecido folicular. 2. Bociígenios = reduzem a captação de iodo. 3. Aprofia idiopatica = envelhecimento 4. Secundário a edema/carcinoma hipofisario 5. Deficiência de lodo. Hipertireoidismo Porque ocorre? 1. Tumores na tireoide: mais comum em gatos 2. Doenças de graves – incomum (achados em cães) = linfócitos produzem anticorpos similares ao TSH. Paratireoides Fisiologia II Andreina S. Nascimento - UFMT O efeito do PTH é elevar a concentração de cálcio e reduzir a de fósforo nos LECs. O PTH atua diretamente no metabolismo ósseo e renal do cálcio e indiretamente no metabolismo GI do cálcio. Exceção: cavalos e coelhos absorvem continuamente o Ca que é regulado pela urina.
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