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ANÁLISE DE RÓTULOS DE LEITE E SEUS DERIVADOS: PERFÍL MINERAL ANALYSIS OF MILK LABELS AND THEIR DERIVATIVES: MINERAL PERFIL Maria Angela da Siva Araújo Pós-Graduanda em Nutrição Clínica, Metabolismo, Prática e Terapia Nutricional Teresina, Piauí; http://lattes.cnpq.br/5634829291402906 Ruth Leticia Nogueira Lustosa Pós-Graduanda em Doenças Cronicas Não Transmissíveis Corrente, Piauí; http://lattes.cnpq.br/2942299734276251 Orientador: Francílio de Carvalho Oliveira Prof. Dr. Pelo Centro Universitário Uninovafapi Teresina, Piauí; http://lattes.cnpq.br/1471026024290662 RESUMO Introdução: “O consumo alimentar é um determinante de saúde, cujo carater postivo ou negativo depende de informações adequadas” (Cavada et a, 2012 & Sousa 2011). Metodologia: Trata-se de uma pesquisa observacional, com abordagem quantitativa, onde foram analisadas sessenta amostras, totalizando doze tipos de alimentos industrializados obtidos no comércio local da cidade de Teresina – PI, sendo estes divididos em alimentos fermentados (iogurtes, queijos coalhos, queijos ralados, requeijões, manteigas, cremes de leite, leites condensados etc.). Resultado e Discussão: Este estudo demonstrou que a grande maioria dos alimentos analisados estavam em conformidade, porém mostra-se a dificudade do consumidor indagar sobre o produto a ser consumido, entretanto aderindo a rotuagem nutricional frontal os consumidores teriam atenção redobrada e saberiam distinguir melhor os vilões que prejudicam a saúde da população. Conclusão: Este trabalho ressalta a importância e a necessidade da informação nutricional para o consumidor e a consequente seleção de produtos adequados para uma alimentação saudável. Palavras-chave – Rotulagem de alimentos, Produtos lácteos, Micronutrientes, Informação Nutricional, Legislação. ABSTRACT http://lattes.cnpq.br/2942299734276251 Introduction: “Food consumption is a health determinant, whose positive or negative character depends on adequate information” (Cavada et a, 2012 & Sousa 2011). Methodology: This is an observational research, with a quantitative approach, where sixty samples were analyzed, totaling twelve types of processed foods obtained in the local commerce of the city of Teresina - PI, divided into fermented foods (yogurts, curd cheese, grated cheese, creamy cheese, butters, milk cream, condensed milk etc.). Results and Discussion: This study demonstrated that the vast majority of the analyzed foods were in compliance, but it shows the difficulty of the consumer to inquire about the product to be consumed, however, adhering to the frontal nutritional labeling, consumers would have extra attention and would know better to distinguish the villains that harm the food. population health. Conclusion: This work highlights the importance and necessity of nutritional information for the consumer and the consequent selection of products suitable for a healthy diet. Keywords – Food labeling, Dairy products, Micronutrients, Nutrition information, Legislation. 1. INTRODUÇÃO O estilo de vida dos grandes centros urbanos tem como características as rotinas aceleradas, o que gera como consequência a mudança na relação das pessoas com a alimentação. Opções de alimentos que forneçam, além de nutrientes, praticidade, rapidez e durabilidade, têm-se escolha mais frequente dos consumidores brasileiros (MAESTRO & SILVA, 2004; GARCIA & CARVALHO., 2011; BEZERRA et al., 2013). Segundo Cavada et al, 2012 & Souza, 2011 o consumo alimentar é um determinante da saúde, cujo caráter positivo ou negativo depende de informações adequadas. A rotulagem nutricional tem a função de transmitir informações importantes sobre os alimentos para os consumidores, sendo de fundamental importância intervenções de educação nutricional que auxiliem a população na escolha de alimentos saudáveis. De acordo com o consumidor, as informações contidas nos rótulos devem estar sucinta e claramente escritas; o rótulo é a identidade do produto, a maneira utilizada para indicar a composição do alimento (ARAUJO, 2015 & LEAL, 2016). Conforme a legislação brasileira, rotulagem é toda inscrição legendada, imagem ou matéria descritiva ou gráfica, escrita, impressa, estampada, gravada ou litografada ou colada na embalagem do alimento, sem representações gráficas que possam tornar a informação falsa, incorreta, insuficiente ou induzir o consumidor a equívoco, erro, confusão ou engano, quanto à natureza, composição, procedência, tipo, qualidade, quantidade, validade, rendimento ou forma de uso do alimento (BRASIL, 2002). Segundo NASCIMENTO, 2014, as informações contidas nos rótulos alimentares são fundamentais para o consumidor, pois permitem a seleção de uma alimentação balanceada e saudável visando orientar adequadamente o consumidor sobre a qualidade e quantidade dos componentes nutricionais encontrados, destacando o papel da alimentação equilibrada, visando à promoção da saúde, prevenção e tratamento de doenças. CARVALHO & GARCIA, 2011, afirmam que a industrialização compromete a qualidade nutricional. O atual contexto de mundo globalizado impulsionou um novo ritmo de vida às pessoas, fazendo com que busquem, com frequência, a praticidade. Assim, os produtos industrializados conquistaram o centro do mercado consumidor, acelerando, com elevada difusão, o consumo expressivo de alimentos ricos em gorduras, sais e açúcares. Dada a importância dos rótulos nutricionais para a orientação dos consumidores em termos de quantidade e qualidade, em 1999 foi criada a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), ligada ao Ministério da Saúde, que tornou obrigatório o uso de rotulagem nutricional em produtos industrializados no Brasil, cuja legislação foi baseada nas determinações da Codex Alimentarius, órgão normativo internacional de segurança e rotulagem de alimentos (CAMARA, 2008). Considerando o consumo e a importância da aquisição de alimentos seguros e de qualidade, o objetivo deste estudo foi verificar as informações rotulares das embalagens de produtos industrializados à base de leite, e o teor de minerais presentes nos rótulos como; sódio, cálcio e ferro, e se os mesmos estavam condizentes com a RDC ou se havia alguma divergência em algum dos seus dados expostos. Os alimentos foram adquiridos nos supermercados da cidade de Teresina-PI, e comparamos com os parâmetros exigidos pela legislação brasileira vigente de acordo com a Resolução RDC Normativa N° 16 de 23 de agosto de 2005 dou 24 de agosto de 2005. (Regulamento para inspeção industrial e sanitária dos produtos de origem animal) (BRASIL, 2005). 2. METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa observacional, com abordagem quantitativa, na qual foram analisadas 60 amostras de alimentos industrializados, totalizando 12 produtos obtidos no comércio local da cidade de Teresina – PI, sendo estes divididos em alimentos fermentados (iogurtes, queijos, manteigas, creme de leite, leite condensado, sorvetes, requeijões, leite em pó e leite pasteurizado, queijos ralados e chocolates em barras). As marcas foram codificadas de A à E para sua preservação. De cinco marcas diferentes, foi analisada uma unidade de cada, totalizando 60 amostras, que foram adquiridas em um único estabelecimento comercial da cidade de Teresina-PI. Todos os produtos estavam dentro do prazo de vencimento. Eles foram conduzidos ao Laboratório de Bromatologia para a análise dos rótulos. O projeto foi registrado na Coordenação de Pesquisa do UNINOVAFAPI, e desenvolvido no período de agosto de 2018 a junho de 2019. Para verificação das conformidades e não conformidades dos rótulos, foram utilizadas as seguintes legislações em vigor, pertinentes aos itens analisados: Instrução normativa N° 16, de 23 de agosto de 2005 (Regulamento para inspeção industriale sanitária dos produtos de origem animal) e a Resolução RDC ANVISA/MS n° 259, de 20 de setembro de 2002 (Regulamento técnico sobre rotulagem nutricional de alimentos embalados, tornando obrigatória a rotulagem nutricional). Nas amostras dos rótulos, foram analisados o teor de sódio, magnésio, ferro e cálcio. Utilizamos os rótulos alimentares para observamos a tabela nutricional, os ingredientes, o cnpj, sac, data de validade e outras questões pertinentes a Resolução RDC ANVISA/MS n° 259. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO A tabela 01 ilustra a comparação das informações nutricionais analisadas entre as marcas de produtos lácteos, de acordo com a legislação vigente: Instrução normativa N° 16, de 23 de agosto de 2005 e a Resolução RDC ANVISA/MS n° 259, de 20 de setembro de 2002. Verificou-se inconformidade em dois tipos de queijos, os quais não apresentaram em suas embalagens o n° do SAC e o CNPJ. Segundo a Resolução ANVISA/DC Nº 24 DE 08/06/2015, devem ser informados: razão social, CNPJ, endereço, telefone e endereço eletrônico se houver, das empresas imediatamente anterior e posterior na cadeia produtiva, como uma melhor qualidade dos produtos, tanto paras as empresas quanto para os consumidores. É de suma importância a utilização destes componentes nas embalagens, pois ajudará o consumidor a entrar em contato com a empresa, caso haja dúvidas em relação aos produtos. Informação Nutricional Conforme Não Conforme Chocolate X Creme de Leite X Iogurte X Leite Líquido X Leite Condensado X Leite em pó X Manteiga X Margarina X Queijo X* Queijo Ralado X Requeijão Cremoso X Sorvete X Figura 01: Resultado do teor de sódio e cálcio (mg/100g) em amostras dos produtos lácteos – TERESINA – PI, 2019. Na figura 1 destacou-se o teor de Cálcio (Ca) no leite em pó tipo C e D, e teor de Sódio (Na) no mesmo produto do tipo B e C. A quantidade destes micronutrientes em alimentos industrializados varia com a marca. Algumas têm mais que o dobro de sódio, cálcio e ferro do que o limite recomendável para o consumo diário. Segundo a RESOLUÇÃO - RDC Nº 360, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2003, o valor para a recomendação de cálcio é de 1000 mg; ferro, 14 mg e sódio, 5 mg. Todas as amostras encontram-se com o valor muito abaixo do preconizado pela RDC acima. Segundo YBARRA et al, 2001, as deficiências de ferro e de cálcio estão associadas a problemas de saúde pública, 0 100 200 300 400 500 600 P es o ( m g ) Na Ca Fe *Não conformidade no n° do SAC e CNPJ Fonte: Rótulos Nutricionais de produtos à base de leite, 2019. sendo prevalentes nos países em desenvolvimento, e atingem principalmente crianças, gestantes, nutrizes e idosos. Sabemos que o consumo em excesso de cálcio em alimentos industrializados é prejudicial à saúde e acarreta em mudanças no organismo, como a calcificação dos ossos - mais conhecida por Hipercalcemia - e a falência renal. A ingestão excessiva deste micronutriente pode trazer riscos à saúde. Contudo, ele é um mineral de grande importância para funções durante a infância no processo do crescimento, absorção intestinal, entre outros (WHITING & WOOD, 1997). Já o baixo consumo de minerais, como o sódio, pode apresentar Hiponatremia, causando baixa concentração de sódio no sangue, e o baixo consumo pode ocasionar em osteoporose. Em virtude dos fatos mencionados, a ingestão de qualquer alimento, tanto em excesso quanto em baixa quantidade, será prejudicial à saúde, provocando o desenvolvimento de doenças (ROCHA, 2011). Em virtude do cenário atual, a segurança alimentar garante o acesso regular a alimentos confiáveis, de boa qualidade, e que promovam práticas alimentares e satisfaçam suas necessidades nutricionais. Temos conhecimento de que o consumidor tem direito a informações rotulares, alimentos de qualidade e liberdade de fazer escolhas mais benéficas. Sabemos que a maioria da população brasileira, ao comprar um produto industrializado, não observa as informações nutricionais presentes no mesmo, como por exemplo: a porção do alimento, quantidades de açúcares, gorduras, sódio etc. Observa-se que, aderindo a rotulagem nutricional frontal, os consumidores teriam atenção redobrada ao obter esses produtos, e saberiam distinguir melhor os vilões que prejudicam a saúde da população. Diante disto devemos nos atentar aos food fraud que mostram fraudes realizadas em produtos que alteram suas substancias, rotulagem incompleta e até mesmo roubo de carga. Então a importância de observar mais ainda o produto que se está consumindo, se ele está de acordo com as normas estabelecidas para ser devidamente lançado no mercado e ser consumido sem trazer malefícios a população. 4. CONCLUSÕES Entende-se que a rotulagem nutricional é de suma importância, pois vai dar ao consumidor um maior conhecimento sobre o produto e sobre os componentes adicionados, chamando a atenção do consumidor que apresenta algum tipo de alergia, e prevenindo o aparecimento de Doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Em virtude dos dados mencionados, os minerais que tiveram maior grau de equivalência nos produtos industrializados foram o Na e o Ca, mostrando ao consumidor a necessidade de entender e saber ler a tabela nutricional do produto que vai ser consumido, evitando assim alimentos que podem ser prejudiciais à saúde. Este trabalho ressalta a importância e a necessidade da informação nutricional para o consumidor e a consequente seleção de produtos adequados para compor uma alimentação saudável. A rotulagem nutricional, de acordo com a normativa, faz com que o consumidor tenha mais precaução em relação a alimentos prejudiciais a sua saúde. Podendo ser uma opção para indivíduos que precisam adotar uma dieta utilizando pratos mais benéficos para fins especiais. Ressaltamos que é importante o mercado oferecer iguarias mais seguras e benéficas, promovendo a demanda de comidas menos nocivas e a conscientização dos que consomem tais produtos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAUJO, Eliane. ROTULAGEM DE ALIMENTOS: AVANÇOS E DESAFIOS. 2015 acesso em: 09 de julho 2019. ARTIGO 4° da Lei N° 11.346, de 15 de setembro de 2006, Regulamenta o sistema Nacional de segurança alimentar e nutricional- SISAN com vistas em assegurar o direito humano a alimentação adequada. BEZERRA, I. N.; Consumo de alimentos fora do domicílio no Brasil. Revista Saúde Pública, v. 47, n. 1, p. 200-211, Agosto de 2013. BRASIL. Portaria nº 540, de 27 de outubro de 1997. Aprova o Regulamento Técnico: Aditivos Alimentares – definições, classificação e emprego. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/aditivos-alimentares-ecoadjuvantes. Acesso em: 12 junho. 2019. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução- RDC N° 136, DE 8 DE FEVEREIRO DE 2017. Estabelece os requisitos para declaração obrigatória da presença de lactose nos rótulos dos alimentos. CAVADA, G. S.; Rotulagem nutricional: você sabe o que está comendo? 2012. Acesso em: 09 maio de 2019. GARCIA, P. P. C.; CARVALHO, L. P. S.; Análise da rotulagem nutricional de alimentos diet e light. Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde, v. 15, n. 4, p. 89-103, 2011. LEAL, A.; Rótulos deverão indicar presença de alergênicos. Brasília. 2016. Disponível em: http://www.redalyc.org/pdf/260/26022135007.pdf Acesso em maio de 2019. MAESTRO, V. ; SILVA, M. V. A participação dos alimentos industrializados na dieta de alunos de escolas públicas brasileiras. Caderno de debate, v. 11, n. 16, p. 98-111, 2004. NASCIMENTO, C.; Conhecimento de consumidores idosos sobre rotulagem de alimentos. Rev. EpidemiolControlInfect. V. 3, n. 4, p. 144 – 147. Porto Alegre, 2013. Disponível em http://online.unisc.br/seer/index.php/epidemiologia/article/view/4064/3255. Acesso emMaio de 2018. SOUZA, S. M. F. C.; LIMA, K. C.; MIRANDA, H. F.; CAVALCANTI, F. I. D. Utilização da informação nutricional de rótulos por consumidores de Natal, Brasil. Revista Panamericana de Salud Pública, Washington, v. 29, n. 5, p. 337-343, 2011. http://www.redalyc.org/pdf/260/26022135007.pdf
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