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PSICOLOGIA APLICADA À NUTRIÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO Prognóstico e tratamento da compulsão alimentar Por: Matheus Pablo Barreto dos Santos Tendo em vista que a compulsão alimentar é um transtorno alimentar multifatorial (pode ser causado por diversos fatores como dietas restritivas por longos períodos, ansiedade, jejum prolongado, comer por conforto emocional, estresse, entre outros fatores), é notória a importância de um tratamento que seja também multidisciplinar, envolvendo assim psicólogos, médicos (quando necessário) e nutricionista. A psicoterapia irá ajudar o paciente à lidar melhor com as suas emoções, com os gatilhos que causam a compulsão, com o estresse, entre outras estratégias que serão abordadas na psicoterapia, utilizando também a terapia cognitiva comportamental (TCC), tendo em vista que esta terapia mostra ser efetiva no tratamento deste e de outros transtornos alimentares. O tratamento com o nutricionista poderá ser com a utilização da estratégia do método “Antidieta”, que é um método que ensina o indivíduo a diferenciar os dois tipos de fome, a fome fisiológica e a fome psicológica. A fome fisiológica é aquela fome que vem aos poucos, que vai aumentando de acordo com o tempo, já a fome psicológica é aquela que vem do nada, que o indivíduo come para suprir uma outra necessidade, que não está relacionada com suprir as necessidades fisiológicas do organismo, e sim trazer conforto emocional. Ou seja, o nutricionista irá ensinar o paciente compulsivo a reconhecer esta fome fisiológica (primeiro passo do método Antidieta), e após reconhecer está fome, este paciente irá aprender a selecionar os alimentos que irão saciar esta fome (segundo passo) e por fim, ele irá tentar buscar os sinais de saciedade, e quando estiver saciado, ele deverá cessar a alimentação, mesmo que ainda há alimento no prato. Com isso, entende-se que este método se baseia nas três perguntas chaves, que são: Estou com fome? O que irei comer para saciar esta fome? Estou saciado?. Com estas três perguntas, o paciente compulsivo irá aprender a respeitar as ordens do organismo, aprendendo assim a comer apenas quando estiver com fome fisiológica e parando de comer quando estiver saciado. Vale lembrar também, que neste método, o paciente não terá horário para comer, não terá “alimentos proibidos”, pois quando se proíbe certo tipo de alimento para um indivíduo, quando ele receber um gatilho para a compulsão, ele irá buscar este alimento considerado proibido, e irá acabar tendo episódios de compulsão. Além disso, o paciente deverá alimentar também a fome psicológica, porém com outras formas de “alimentos” que não seja a comida, e sim um abraço, um choro, uma conversa, uma caminhada, um esporte, algo que irá satisfazer esta necessidade. Para Steinhardt & Nagel (apud HIRSCHMANN & MUNTER, 1995), é notável que todos os elementos da alimentação de acordo com a necessidade, que são as diretrizes básicas da abordagem Antidieta (ex: identificar a fome, o que se quer comer quando se está com fome, parar de comer quando se está saciado), prognosticaram uma diminuição significativa na necessidade de usar a comida para razões emocionais. Portanto, para as referidas autoras, o resultado da pesquisa é que essa abordagem Antidieta é eficaz na diminuição compulsiva, com relação à diminuição da preocupação alimentar, preocupação com o corpo e alimentação por razões emocionais. Além disso, mesmo o emagrecimento não sendo o foco no tratamento da compulsão alimentar, há também um progresso nesta questão, tendo em vista que com a redução dos episódios compulsivos, o indivíduo tenderá a consumir menos calorias, contribuindo assim para o emagrecimento.
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