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Quadro clínico e complicações da cirrose hepática


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A cirrose hepática pode se manifestar de várias maneiras, desde sintomas 
inespecíficos, como fadiga crônica, até quadros emergenciais, como as 
hemorragias digestivas. Tudo depende da etiologia, da presença de 
complicações e da gravidade da doença. Alterações nas provas de função 
hepática ou citopenias em exames de rotina feitos em assintomáticos 
podem ser as manifestações iniciais. 
Os sintomas relacionados à perda da função hepatocitária incluem perda 
de peso, cansaço, déficits neurológicos de concentração e memória e 
alterações do ciclo menstrual e da libido. Ginecomastia, icterícia, ascite, 
esplenomegalia, telangiectasias, spiders/aranhas vasculares e eritema 
palmar são sinais que devem ser pesquisados, assim como adejo (asterix ou 
flapping) e hálito hepático. 
As manifestações clínicas das complicações, como hipertensão portal com 
hemorragia digestiva, retenção de líquidos com edema, ascite ou 
insuficiência renal, ou a encefalopatia hepática em suas formas mais graves, 
também podem abrir o quadro clínico. 
• CLASSIFICAÇÃO: 
 Dentre as várias classificações propostas para a cirrose hepática, 
destacaremos a morfológica e a funcional. 
1. Classificação morfológica: 
Morfologicamente, a cirrose pode ser classificada como micronodular, 
macronodular, mista ou septal incompleta. Alguns autores acreditam que, 
a partir da classificação morfológica, também se possa chegar à etiologia da 
cirrose, que pode ser desconhecida em até 30% dos pacientes. 
2. Cirrose micronodular: 
Outrora chamada de cirrose de Laènnec, é aquela com nódulos de 
regeneração pequenos, de 0,1 a 0,3 cm de diâmetro. Ocorre classicamente 
na fase inicial da cirrose alcoólica e, posteriormente, transforma-se em 
macronodular. 
3. Cirrose macronodular: 
Quadro clínico e complicações da cirrose Hepática 
É aquela com nódulos de regeneração maiores, de até 0,5 cm. Foi chamada 
de pós-necrótica, irregular e pós-colapso. 
4. Cirrose mista: 
Talvez seja a forma mais comum, em áreas com micronódulos e 
macronódulos. 
5. Cirrose septal incompleta: 
Os nódulos são maiores, atingindo até 1 cm de diâmetro, e a fibrose portal 
é proeminente. 
6. Elastografia hepática: 
Trata-se de um método não invasivo de maior sensibilidade e especificidade 
para graduação do nível de fibrose hepática entre portadores de 
hepatopatias crônicas. Apesar de não ser mais acurado que a biópsia, é 
amplamente usado por ser um exame com muito menos risco. É realizado 
por ressonância magnética (mais comum) ou ultrassonografia (menos 
usada em nosso meio). 
• DIAGNÓSTICO: 
O diagnóstico deve basear-se nos 3 aspectos utilizados para classificar a 
doença: aspectos clínicos, como sintomas, sinais e alterações laboratoriais; 
etiologia da doença; padrão histológico, determinado por exame 
anatomopatológico de fragmento de biópsia hepática. Assim, nos casos 
avançados em que as complicações da cirrose já se impõem, paralelamente 
ao seu tratamento, deve-se pesquisar a etiologia da cirrose e classificá-la 
morfologicamente. 
• COMPLICAÇÕES: 
A cirrose hepática leva a inúmeras complicações sistêmicas, e cada uma 
delas é uma síndrome clínica a ser estudada à parte. Nesta coleção, serão 
discutidas algumas complicações separadamente em outros capítulos, por 
sua importância clínica e abordagem frequente em concursos médicos, 
como hipertensão portal e Hemorragia Digestiva Alta (HDA) varicosa, além 
do hepatocarcinoma, no capítulo sobre tumores hepático. 
Ascite: Trata-se do acúmulo anormal de líquido seroso na cavidade 
peritoneal, de composição semelhante à do plasma ou diluído. Homens 
saudáveis apresentam quantidade mínima ou nula de líquido 
intraperitoneal, enquanto mulheres apresentam, normalmente, em torno 
de 20mL, dependendo da fase do ciclo menstrual. 
Apesar de ser geralmente associada à doença hepática crônica, pode ter 
várias causas. Representa a principal complicação de pacientes cirróticos 
(30%) e é sinal de mau prognóstico. O conceito de transudato ou exsudato, 
determinado pela medida da proteína total, está desatualizado. O 
parâmetro utilizado para a sua classificação é o gradiente de albumina do 
Líquido Ascítico (LA), mais conhecido como Gradiente Albumina Soro-
Ascite, ou GASA, obtido pela subtração do valor da albumina desse líquido 
do valor da albumina plasmática. Trata-se de um indicador acurado de 
hipertensão portal. Quando esse gradiente é superior ou igual a 1,1 g/dL, 
há 97% de chance de a etiologia ser a hipertensão portal. 
Peritonite bacteriana espontânea :Trata-se de uma condição clínica em 
que o LA previamente existente é infectado por bactérias do próprio 
organismo, sem perfuração de víscera ou contaminação direta. A condição 
imprescindível para a sua instalação é a presença de ascite. Acredita-se que 
a Peritonite Bacteriana Espontânea (PBE) ocorra secundariamente à 
translocação de bactérias intestinais, em LA com pouco conteúdo proteico 
e baixo poder bactericida e de opsonização. 
Encefalopatia hepática: Esta síndrome ocorre entre pacientes com 
insuficiência hepática ou shunt portossistêmico, nos quais ocorrem 
alterações neuropsíquicas, como déficits de memória e atenção, 
deterioração neuropsíquica, alteração da personalidade, alterações no 
nível de consciência, variando da sonolência ao coma, e alterações motoras. 
Noventa e sete por cento são cirróticos. O adejo (asterix ou flapping) e o 
hálito hepático (50% dos casos) são as 2 manifestações clínicas mais 
específicas da síndrome. 
Síndrome hepatorrenal: A síndrome hepatorrenal é uma situação clínica 
em que ocorrem insuficiência renal e alterações da circulação arterial, com 
vasoconstrição renal em pacientes com cirrose avançada. Denota grave 
disfunção orgânica, indicando mau prognóstico, com mortalidade em 
poucas semanas para a maioria. Poucos respondem à terapia 
implementada, e a prevenção com monitorização constante da função 
renal em cirróticos é a principal medida efetiva.

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