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Trombose venosa profunda

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Trombose venosa profunda - TVP
definição:
Sí ndrome clí nica caracterizada pela formação
de trombos em veias profundas dos membros
inferiores. Em conjunto com a embolia pulmonar
(sua principal complicação) caracteriza a
doença venosa tromboembólica.
Fisiopatologia:
TRÍADE DE VIRCHOW
1) Estase sanguínea;
2) Lesão endotelial;
3) Estado de hipercoagulabilidade.
A depender do fator desencadeador da
trombose (imobilização de membro, neoplasia
ativa, trombofilias, entre outras), alguns destes
mecanismos estão implicados na gênese da
trombose.
ApresentaçãO Clínica:
Quadro clássico: Dor, vermelhidão e inchaço
unilateral em membro inferior de aparecimento
agudo em paciente com fatores de risco para
trombose.
Perguntar por sintomas constitucionais e
achados sugestivos de malignidade:
Emagrecimento, fadiga, inapetência,
hematoquezia, hemoptise e hematúria.
Perguntar por sintomas respiratórios, avaliando
a possibilidade de tromboembolismo pulmonar:
Dispneia, tosse, dor torácica, cansaço.
Identificar fatores de risco adquiridos:
1) Idade avançada;
2) História familiar e/ou pessoal de
trombose;
3) Cirurgia recente;
4) Trauma de membro inferior recente;
5) Imobilizações prolongadas;
6) Histórico de neoplasias malignas;
7) Uso de anticoncepcional oral;
8) Obesidade;
9) Gravidez ou puerpério;
10) Tabagismo;
11) Hipertensão arterial;
12) Insuficiência cardíaca;
13) Síndrome nefrótica;
14) Hemoglobinúria paroxí stica noturna;
15) Doenças mieloproliferativas;
16) Doença inflamatória intestinal.
História familiar: Presença de um ou mais
parentes de primeiro grau apresentando quadro
de doença tromboembólica com menos de 50
anos sugere defeito hereditário ou
suscetibilidade aumentada.
Estados de hipercoagulabilidade:
- Mutação do fator V (de Leiden);
- Deficiência de proteínas C e S;
- Deficiência de antitrombina;
- Hiper-homocisteinemia;
- Mutação no gene da protrombina;
- Síndrome do anticorpo
antifosfolipí deo;
- Deficiência de plasminogênio ou
aumento do inibidor de ativação do
plasminogênio;
- Deficiência de fator XII.
Quando suspeitar de estado de
hipercoagulabilidade: Trombose venosa
profunda não provocada recorrente em
pacientes jovens (< 50 anos).
Síndrome de May-Thurner: Trombose venosa
profunda recorrente em veia ilíaca esquerda,
suspeitando-se de compressão da mesma pela
artéria ilíaca direita contra a coluna vertebral
(pode ocorrer com outras veias no território
iliocaval).
Manuelle Graciano
Exame Físico:
Sinais vitais: Normalmente, não há alterações
nos sinais vitais, exceto na presença de
tromboembolismo pulmonar, manifestando-se
por taquicardia, taquipneia e podendo evoluir
para instabilidade hemodinâmica com
hipotensão e choque.
Cordão palpável em panturrilha ("panturrilha
empastada"): Com dor e edema unilateral, com
diferença no diâmetro da panturrilha e sinais
flogí sticos locais, além de sistema venoso
superficial proeminente.
Sinal de Homans: Dor referida na panturrilha
desencadeada pela flexão dorsal do pé
ipsilateral.
https://www.youtube.com/watch?v=LFvoGZAub-
I&ab_channel=RenanLovisetto
Phlegmasia cerulea dolens: Forma massiva de
trombose venosa proximal incomum e
associada à alta morbimortalidade, evoluindo
com cianose e gangrena venosa do membro
acometido.
https://www.youtube.com/watch?v=VYz2Nr4s7P
g&ab_channel=FranklyAndrade
Suspeita de tromboembolismo pulmonar: Em
todo paciente com suspeita ou diagnóstico de
TVP, deve-se estar atento a manifestações
respiratórias, como taquipneia, dispneia,
cianose, dessaturação, e a manifestações
cardiovasculares, como taquicardia, P2
hiperfonética, turgência jugular patológica,
devendo-se suspeitar de embolia pulmonar.
Observação: Trombos restritos a veias
profundas da perna (trombose distal)
apresentam baixo risco de embolização quando
se comparados a trombos em grandes veias
proximais, como poplí tea, femorais e ilíacas
(trombose proximal).
Abordagem Diagnóstica:
A abordagem diagnóstica se inicia com cálculo
da probabilidade pelo Escore de Wells de
trombose venosa profunda e/ou
tromboembolismo pulmonar . A partir da
probabilidade pré-teste calculada, procede-se a
exames complementares. O escore de Wells
modificado acrescenta mais 1 ponto para o
histórico de TVP prévia documentada e é o
melhor escore para ser utilizado em conjunto
com o D-dímero.
Se baixa probabilidade: Solicitar D-dí mero.
Exame extremamente sensível com alto valor
preditivo negativo. Ou seja, na presença de
exame negativo, exclui-se o diagnóstico de
trombose venosa profunda e tromboembolismo
pulmonar. Por outro lado, um D-dí mero positivo
não confirma o diagnóstico, dada sua baixa
especificidade, sendo indicada ultrassonografia
com doppler do membro inferior suspeito de
trombose. O D-dímero quantitativo, ou seja,
expresso em algarismos, costuma ser
considerado negativo com valores abaixo de
500 nanogramas/mL.
Se média probabilidade: Solicitar D-dí mero.
Caso D-dímero negativo (< 500
nanogramas/mL), deve-se encerrar a
investigação; caso o exame venha positivo,
deve-se proceder a ultrassonografia com
doppler do membro inferior suspeito de
trombose. Caso haja alguma condição que
também eleve o D-dímero (IAM, gravidez,
sepse, trauma), o paciente pode ser submetido
diretamente ao doppler.
Se alta probabilidades de trombose venosa
profunda: Solicitar ultrassonografia com doppler
do membro inferior suspeito. Pacientes com alta
probabilidade de ultrassonografia negativa são
indicados a venografia.
Manuelle Graciano
https://www.youtube.com/watch?v=LFvoGZAub-I&ab_channel=RenanLovisetto
https://www.youtube.com/watch?v=LFvoGZAub-I&ab_channel=RenanLovisetto
https://www.youtube.com/watch?v=VYz2Nr4s7Pg&ab_channel=FranklyAndrade
https://www.youtube.com/watch?v=VYz2Nr4s7Pg&ab_channel=FranklyAndrade
Se média ou alta probabilidades de
tromboembolismo pulmonar (TEP): Solicitar
exame de imagem conforme disponibilidade,
entre cintilografia de ventilação-perfusão
pulmonar (V/Q), angiotomografia de artérias
pulmonares, angiografia pulmonar
(padrão-ouro). Pacientes de alto risco para TEP
com cintilografia e/ou angioTC negativas devem
ser submetidos à angiografia pulmonar.
Exames laboratoriais: Devem ser solicitados em
todos os casos suspeitos, incluindo hemograma
completo, eletrólitos, função renal, função
hepática, coagulograma - tempo de protrombina
(TAP) e tempo de tromboplastina ativa (PTT).
Na suspeita de tromboembolismo pulmonar:
Solicitar radiografia de tórax, eletrocardiograma
e considerar gasometria arterial e
ecocardiograma.
Pearls & Pitfalls
Conceitos fundamentais no diagnóstico da TVP:
- D-dí mero negativo em paciente com baixa
probabilidade de TVP pelo escore de Wells
exclui o diagnóstico;
-D-dí mero não deve ser utilizado em pacientes
com alta probabilidade, pois nestes um exame
negativo não exclui o diagnóstico;
→ Exame de primeira escolha: doppler de
membro inferior;
-Pacientes de alta probabilidade com doppler
negativo: venografia.
Rastreios clínicos:
-Rastreio de neoplasia maligna: Estudos
clínicos não demonstraram benefício em
rastreio oncológico em todos os pacientes no
primeiro episódio de trombose venosa profunda
idiopática. No entanto, diante de história clínica
sugestiva (emagrecimento, hemoptise,
hematoquezia, hematúria), investigação
diagnóstica pode ser considerada.
-Rastreio de trombofilias: Não há um consenso
sobre o assunto; no entanto, rastreio de
trombofilias deve ser considerado nas seguintes
situações clínicas:
1) Trombose em pacientes com menos
de 50 anos sem fator de risco
identificado;
2) História familiar de tromboembolismo
venoso (em 1º grau com < 50 anos);
3) Trombose venosa recorrente;
4) Trombose em sítios atípicos: veia
porta, veia hepática, veia
mesentérica, veias cerebrais;
5) História de necrose cutânea induzida
por Varfarina (sugere o diagnóstico
de deficiência de proteína C).
Observação: Não há benefício claro em
identificar a trombofilia, pois o principal fator de
risco para trombose venosa é a história prévia,
sendo o risco de recorrência maior nos
primeiros dois anos após o evento. Portanto, o
diagnóstico de trombofiliahereditária não muda
a decisão do tempo de anticoagulação após o
episódio.
Diagnóstico Diferencial:
1) Trauma de membro inferior;
2) Edema por imobilização do membro;
3) Linfedema (linfangite ou obstrução
linfática);
4) Insuficiência venosa;
5) Cisto poplí teo roto (cisto de Baker
roto);
6) Celulite;
7) Gonartrose e outras alterações
degenerativas do joelho;
8) Tromboflebite superficial;
9) Edema medicamentoso (ex.:
bloqueadores de canais de cálcio).
Acompanhamento:
Indicações de internação:
-Todo paciente com trombose venosa profunda
deve garantir anticoagulação imediata por 10
dias para prevenção de trombose recorrente.
Após essa fase, inicia-se a fase de manutenção
que deve durar pelo menos 3 meses, podendo
se estender para 6 a 12 meses em casos
Manuelle Graciano
específicos.
Sendo assim, o paciente deve ser internado
para manter anticoagulação parenteral até que
seja possível a troca para anticoagulantes orais
(por tempo ou por ajuste de INR, a depender da
escolha).
-No entanto, em pacientes com baixo risco de
tromboembolismo pulmonar, sem insuficiência
renal grave, com baixo risco de sangramento e
que se apresentem estáveis da parte
hemodinâmica, pode-se considerar iniciar
anticoagulantes orais que não necessitam de
monitorização terapêutica (inibidores de fator
Xa) e receber alta imediata com seguimento
ambulatorial garantido.
Seguimento ambulatorial: Deve ser garantido na
alta hospitalar para monitorização terapêutica e,
caso indicada, complementação de investigação
de trombofilias e comorbidades. A progressão
do trombo deve ser avaliada, assim como
sangramentos e possíveis efeitos colaterais das
drogas.
Abordagem Terapêutica:
Os principais objetivos do tratamento da
trombose venosa profunda são:
1) Prevenir a expansão do trombo;
2) Prevenir o tromboembolismo
pulmonar;
3) Reduzir o risco de tromboses
recorrentes;
4) Tratar imediatamente a trombose
massiva ileofemoral, que evolui com
isquemia de membro inferior e/ou
gangrena venosa (phlegmasia
cerulea dolens);
5) Diminuir o risco de complicações
tardias, como insuficiência venosa
crônica, síndrome pós-trombótica e
hipertensão pulmonar por
tromboembolismo crônico.
Anticoagulação:
Contraindicações:
1) Sangramento ativo;
2) Trombocitopenia;
3) Trauma importante;
4) Cirurgia recente;
5) Hipertensão grave;
→ Enoxaparina 1 mg/kg SC de 12/12 horas;
→ Dalteparina 200 unidades/kg SC de 24/24
horas;
→ Heparina não fracionada (25000 unidades/5
mL) 5 mL + SF 0,9 % 245 mL (concentração:
100 unidades/mL). Dose de ataque de 80
unidades/kg EV; dose de manutenção de 18
unidades/kg/hora EV, em BI. Controle pelo PTTa
mantido 1,5-2x o valor normal;
→ Fondaparinux 7,5 mg SC de 24/24 horas
(peso 50 a 100 kg); 10 mg SC de 24/24 horas
(peso > 100 kg);
→ Varfarina 2,5 a 15 mg VO de 24/24 horas
(ajustar dose conforme TAP/INR, visando INR
entre 2,0 e 3,0);
→ Rivaroxabana 15 mg VO de 12/12 horas, por
3 semanas, seguido de 20 mg de 24/24 horas,
por no mínimo 3 meses;
→ Apixabana 10 mg VO de 12/12 horas, por 7
dias, seguido de 5 mg VO de 12/12 horas, por
no mínimo 3 meses;
→ Dabigatrana 150 mg VO 12/12 horas, iniciar
após 5 a 10 dias de anticoagulante parenteral;
→ Edoxabana 30 (≤ 60 kg) ou 60 mg (> 60 kg)
VO de 24/24 horas, iniciar após 5 a 10 dias de
anticoagulante parenteral.
Anticoagulação pós-alta: Manter Heparina por,
no mínimo, cinco a dez dias, mantendo
anticoagulação oral por, no mínimo, três meses
(vide "Duração do Tratamento" abaixo). Vale
destacar que, naqueles que farão
anticoagulação oral com Varfarina, o início da
anticoagulação oral deve ser feito durante a
internação, com alta hospitalar apenas após
monitorização do INR em duas dosagens
consecutivas dentro do alvo (2,0-3,0).
Uso dos anticoagulantes orais diretos (DOAC):
O uso de inibidores do fator Xa (Rivaroxabana,
Apixabana, Edoxabana) e inibidores diretos de
trombina (Dabigatrana) são alternativas
aceitáveis em pacientes com função renal
normal, sem fatores de risco para sangramento
que encontram-se estáveis clinicamente. Com o
uso da Dabigatrana e Edoxabana,
recomenda-se tratamento mínimo com Heparina
Manuelle Graciano
por cinco dias antes da transição para
medicação oral. Os inibidores do fator Xa
(Rivaroxabana e Apixabana), no entanto,
mostraram-se eficazes em monoterapia,
dispensando Heparina.
Pacientes completamente anticoagulados,
estáveis e sem sintomas devem ser estimulados
a deambular e não permanecer em repouso
completo.
Atenção! Pacientes com tromboembolismo
pulmonar hemodinamicamente instáveis ou
trombose iliofemoral maciça não devem iniciar
anticoagulação oral, pois sua eficácia não foi
comprovada e não se conhece sua interação
com agentes trombolíticos.
Duração do tratamento:
-Primeiro episódio com causa reversível ou fator
de risco transitório (ex.: pós-operatório):
anticoagular por três meses;
-Primeiro episódio de causa desconhecida:
anticoagular por no mínimo três meses,
considerando manutenção ad eternum segundo
risco/benefício. Considerar tratamento por
apenas três meses nas tromboses distais e ad
eternum nas proximais;
-Pacientes com doença maligna avançada
devem ser tratados indefinidamente ou até a
resolução da doença;
-Pacientes com trombofilias diagnosticadas
devem manter anticoagulação ad eternum;
-Pacientes com recidiva também devem manter
anticoagulação por tempo indefinido.
Filtro de veia cava inferior: Tratamento
alternativo à anticoagulação indicado em:
-Pacientes com contraindicação ao uso de
anticoagulantes e risco permanente de doença
tromboembólica;
-Pacientes com embolia pulmonar recorrente a
despeito de anticoagulação adequada;
-Deve-se considerar também (dados
conflitantes na literatura): embolia séptica;
pacientes com trombo ileofemoral flutuante livre;
pacientes terminais com histórico de
tromboembolismo venoso; paciente com
reserva cardíaca baixa que não aguentariam um
evento embólico.
Situações especiais:
-Para pacientes com phlegmasia cerulea
dolens, sintomas com menos de 14 dias e um
bom status funcional, é recomendável a retirada
do coagulo por dispositivos ou trombólise e
anticoagulação;
-Para gestantes a melhor opção de
anticoagulação é a Heparina de baixo peso
molecular. Para mais informações, acesse
Anticoagulação durante a Gestação.
Quando solicitar procura imediata de um serviço
de saúde durante um teleatendimento?
1) Dor incessante no membro com
cianose, podendo corresponder a
phlegmasia cerulea dolens;
2) Não melhora do edema e da dor
local, mesmo com tratamento
adequado;
3) Quadro súbito de dispneia, dor
torácica ou taquicardia;
4) Sangramentos importantes
(gastrointestinais, sangramentos que
não cessam, sangramentos em
locais não compressíveis);
5) Pacientes com quadro sugestivo de
AVC (déficit motor, distúrbios de fala
ou do nível de consciência).
O que não posso deixar passar durante uma
consulta de teleatendimento?
- Perguntar sobre a adesão ao
tratamento;
- Perguntar sobre os sintomas no
repouso e nos esforços;
- Solicitar os valores de INR caso
esteja em uso de Varfarina;
- Solicitar doppler de controle para
acompanhamento;
- Perguntar sobre efeitos colaterais
das drogas ou sangramentos.
Como identificar sinais de piora do quadro
durante evolução da doença?
Manuelle Graciano
- Piora da dor ou edema no membro
afetado;
- Dispneia, taquicardia ou dor torácica
súbitas, podendo corresponder a
quadro de tromboembolismo
pulmonar;
- Quadro neurológico compatível com
AVC, podendo ser hemorrágico por
sangramento causado pelo
tratamento ou isquêmico causado
por um forame oval patente.
Quando voltar a ligar para o teleatendimento e
quando procurar diretamente o serviço de saúde
mais próximo?
- Caso ocorra algum sinal de piora
clínica ou evolução da doença;
- De 15 em 15 dias com o resultado do
INR até a dose alvo em pacientes
em uso de Varfarina;
- A cada 45 dias para avaliação do
doppler e manutenção ou suspensão
do tratamento.
Prescrição Hospitalar:
Fase Aguda
Objetivos:
- Realizar o diagnóstico diferencial e
definir a etiologia;
- Medidas para evitar embolia e
impedir a recorrência do quadro;- Iniciar anticoagulação precoce.
Recomendações:
-Em pacientes de baixo risco para TEP e sem
comorbidades importantes, baixo risco de
sangramento e ausência de doença renal grave,
pode-se iniciar o tratamento diretamente com
anticoagulante oral (Rivaroxabana e
Apixabana), com tratamento e
acompanhamento ambulatorial;
-Há controvérsias a respeito do início da
terapêutica antes do diagnóstico confirmado.
-Sugere-se que, na dúvida, inicie-se o
tratamento enquanto se aguarda sua
confirmação;
-Quando não é possível fazer a anticoagulação
oral, pode-se prevenir a embolia com a
instalação do filtro de veia cava;
-Caso ocorra hematúria ou hemorragia
digestiva, investigar prontamente a fonte do
sangramento.
Dieta e Hidratação
1. Dieta oral livre, conforme aceitação.
Tratamento Farmacológico
1. Anticoagulação: Escolha uma das opções:
→ Heparina não fracionada (25000 unidades/5
mL) 5 mL + SF 0,9% 245 mL (concentração:
100 unidades/mL). Dose de ataque: 80
unidades/kg EV. Dose de manutenção: 18
unidades/kg/hora EV, em BI, por 10 dias.
Controle pelo PTTa, mantido 1,5-2x o valor
normal;
→ Nadroparina (2.850 unidades/0,3 mL) 171
unidades/kg SC de 24/24 horas, por 10 dias;
→ Enoxaparina (10 mg/0,1 mL) 1 mg/kg SC de
12/12 horas. Duração média do tempo de uso
da Enoxaparina por 10 dias;
→ Dalteparina (5.000 unidades/0,2 mL) 200
unidades/kg de 24/24 horas ou 100 unidades/kg
de 12/12 horas, por 10 dias;
→ Fondaparinux
De 50-100 kg: 7,5 mg SC de 24/24 horas, por
10 dias;
> 100 kg: 10 mg SC de 24/24 horas, por 10
dias;
Atenção! Não deve ser utilizado caso o ClCr
seja < 30 mL/minuto;
→ Rivaroxabana (10, 15 ou 20 mg/cp) 15 mg
VO de 12/12 horas, por 3 semanas;
→ Apixabana (2,5 ou 5 mg/cp) 10 mg VO de
12/12 horas, por 7 dias;
2. Antídoto se houver necessidade de reversão:
Escolha uma das opções conforme o uso do
medicamento:
→ Se HNF: Sulfato de protamina (50 mg/5
mL/5000 unidades) 1 mL de Protamina
neutraliza 1000 unidades de HNF (dose
Manuelle Graciano
máxima: 50 mg/5 mL). Infundir sem diluição, na
velocidade máxima de 5 mg/minuto;
→ Se HBPM: Sulfato de protamina (50 mg/5
mL/5000 unidades) 1 mg de Protamina para
cada 1 mg de Enoxaparina (neutraliza 50% da
atividade). Associar plasma fresco congelado.
Infundir Protamina sem diluição, na velocidade
máxima de 5 mg/minuto.
Profiláticos e Sintomáticos
1. Analgésico e antitérmico: Se presença de dor
ou febre ≥ 37,8°C. Escolha uma das opções
(enquanto durar a internação):
→ Dipirona sódica (500 mg/mL) administrar 2
mL EV, diluí do em AD;
→ Dipirona sódica gotas (500 mg/mL) 20-40
gotas VO/SNE de 6/6 a 4/4 horas;
→ Dipirona sódica (500 mg/cp) 500-1000 mg
VO/SNE de 6/6 a 4/4 horas;
→ Paracetamol gotas (200 mg/mL) 35-55 gotas
VO/SNE de 8/8 a 6/6 horas.
2. Em caso de dor refratária: Analgésico de
maior potência (enquanto durar a internação):
→ Tramadol (50 mg/1 mL) 50 mg + 100 mL de
SF 0,9%. Administrar EV em 20 minutos até de
6/6 horas.
3. Antiemético: Se presença de náuseas e/ou
vômitos. Escolha uma das opções:
→ Metoclopramida (10 mg/2 mL) 10 mg EV de
8/8 horas;
→ Bromoprida (10 mg/2 mL) 10 mg EV de 8/8
horas;
→ Ondansetrona (2 mg/mL) 4-8 mg EV de 8/8
horas.
4. Proteção gástrica: Escolha uma das opções
(enquanto durar a internação):
-->Omeprazol 20-40 mg VO/EV de 24/24 horas,
pela manhã;
-->Pantoprazol sódico 20-40 mg VO de 24/24
horas, em jejum;
→ Pantoprazol sódico (40 mg/10 mL) 40 mg EV
de 24/24 horas.
Cuidados
1. Oxigênio sob máscara a critério médico.
2. Decúbito, preferencialmente em
Trendelemburg, com movimentação passiva
e ativa dos membros inferiores. Em caso de
tromboses extensas, considerar restrição de
mobilidade.
Tratamento Ambulatorial
Fase de Manutenção
Definir a duração do tratamento:
-Primeiro episódio com causa reversível ou fator
de risco transitório (ex.: pós-operatório):
anticoagular por três meses;
-Caso não haja completa resolução do trombo
em três meses, o tratamento pode ser estendido
para seis meses.
-Primeiro episódio de causa desconhecida:
anticoagular por no mínimo três meses,
considerando manutenção ad eternum segundo
risco/benefício. Considerar tratamento por
apenas três meses nas tromboses distais e ad
eternum nas proximais;
-Pacientes com doença maligna avançada
devem ser tratados indefinidamente ou até a
resolução da doença;
-Pacientes com trombofilias diagnosticadas
devem manter anticoagulação ad eternum;
Pacientes com recidiva também devem manter
anticoagulação por tempo indefinido.
Tratamento Farmacológico
1. Anticoagulação: Escolha uma das opções:
→ Varfarina (1,0, 2,5, 5,0 mg/cp) 2,5-10,0
mg/dia VO às 18 horas;
Iniciar junto com a Heparina, que deverá ser
mantida por pelo menos 5 dias, podendo ser
interrompida quando o INR atingir o alvo em
duas dosagens consecutivas, com intervalo de
24 horas;
Seguir o controle com TAP 1,3-1,5x o valor de
controle, ou INR 2,0-3,0;
→ Rivaroxabana (10, 15 ou 20 mg/cp) 20 mg
VO de 24/24 horas, após 3 semanas do
tratamento de fase aguda (15 mg VO de 12/12
horas);
Manuelle Graciano
→ Apixabana (2,5 ou 5 mg/cp) 5 mg VO de
12/12 horas, após 7 dias do tratamento de fase
aguda (10 mg VO de 12/12 horas) ;
→ Dabigatrana (75, 110, 150 mg/cp) 150 mg
VO de 12/12 horas. Iniciar após 5 a 10 dias de
anticoagulante parenteral;
→ Edoxabana
≤ 60 kg: 30 mg VO de 24/24 horas; iniciar após
5 a 10 dias de anticoagulante parenteral;
> 60 kg: 60 mg VO de 24/24 horas; iniciar após
5 a 10 dias de anticoagulante parenteral;
→ Fondaparinux (5 mg/mL):
< 50 kg: 5 mg SC de 24/24 horas;
50-100 kg: 7,5 mg SC de 24/24 horas;
> 100 kg: 10 mg SC de 24/24 horas;
Atenção! Não deve ser utilizado caso o ClCr
seja < 30 mL/minuto;
Manuelle Graciano

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