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Pigmentação e Calcificação

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Patologia – Amanda Longo Louzada Pigmentação e calcificação
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Pigmentação:
· São substâncias coloridas, algumas são constituintes normais das células (p. ex., melanina), enquanto outros são anormais e acumulam-se nas células somente sob circunstâncias especiais
Exógena:
· Carbono: é o mais comum 
· Quando inalado, é assimilado pelos macrófagos dentro dos alvéolos e transportado através dos vasos linfáticos para linfonodos regionais na região traqueobrônquica. 
· O acúmulo desse pigmento confere cor negra ao tecido pulmonar e aos linfonodos envolvidos. 
· Nos mineiros de carvão, os agregados de poeira de carvão podem induzir uma reação fibroblástica, ou até mesmo enfisema, causando, assim, uma doença pulmonar grave conhecida como pneumoconiose dos trabalhadores do carvão
· A tatuagem é uma forma de pigmentação exógena localizada da pele. Os pigmentos inoculados são fagocitados pelos macrófagos da derme, nos quais residem pelo resto da vida das pessoas adornadas. 
· Os pigmentos geralmente não despertam nenhuma resposta inflamatória.
Endógeno:
· Lipofuscina;  
· É  um pigmento insolúvel, também conhecido como lipocromo ou pigmento de desgaste. 
· É  composta de polímeros de lipídios e fosfolipídios formando complexos com proteínas, sugerindo que é derivada da peroxidação de lipídios poli-insaturados de membranas subcelulares. 
· A lipofuscina não é nociva à célula ou às suas funções. 
· Ela é um sinal denunciador de lesão por radicais livres e peroxidação lipídica. 
· Nos cortes histológicos, ela aparece como um pigmento castanho-amarelado finamente granular citoplasmático, frequentemente perinuclear
· É observada em células que sofrem alterações regressivas lentas e é particularmente proeminente no fígado e coração de pessoas idosas ou em pacientes com desnutrição grave e caquexia do câncer.
· Melanina: é um pigmento endógeno com cor que varia do castanho ao negro, formado quando a enzima tirosinase catalisa a oxidação da tirosina em di-hidroxifenilalanina nos melanócitos. 
· É o único pigmento endógeno marrom-negro. 
· O  pigmento é depositado na pele, tecido conjuntivo e cartilagem, e a pigmentação é conhecida como ocronose.
· Hemossiderina - é um pigmento granular ou cristalino, amarelo-ouro a marrom, derivado da hemoglobina, sendo uma das principais formas de armazenamento do ferro. 
· O ferro é normalmente carreado por uma proteína de transporte específica chamada transferrina. 
· Nas células, é armazenado em associação com uma proteína, a apoferritina, para formar micelas de ferritina. 
· Quando há um excesso local ou sistêmico de ferro, a ferritina forma grânulos de hemossiderina, que são facilmente vistos à microscopia óptica. 
· Sob condições normais, pequenas quantidades de hemossiderina podem ser observadas em fagócitos mononucleares da medula óssea, baço e fígado, que estão ativamente envolvidos na degradação das hemácias.
· Quando há sobrecarga sistêmica de ferro, a hemossiderina é depositada em muitos órgãos e tecidos, uma condição denominada hemossiderose. 
· As principais causas de hemossiderose são: aumento da absorção do ferro da dieta, devido a um erro inato do metabolismo chamado hemocromatose, anemias hemolíticas, em que a lise prematura das hemácias conduz à liberação de quantidades anormais de ferro, e transfusões de sangue repetidas, porque as hemácias transferidas constituem uma carga exógena de ferro. 
Calcificação:
· Deposição anormal de sais de cálcio nos tecidos, junto com quantidades menores de ferro, magnésio e outros sais minerais.
Calcificação distrófica:
· Quando a deposição ocorre localmente em tecidos mortos; ela ocorre apesar de níveis séricos de cálcio normais e na ausência de alterações no metabolismo do cálcio
· É encontrada em áreas de necrose, sejam elas do tipo coagulativa, caseosa ou liquefativa, e em focos de necrose enzimática da gordura. 
· A calcificação quase sempre está presente nos ateromas da aterosclerose avançada.
· Se desenvolve comumente nas valvas cardíacas envelhecidas ou danificadas, dificultando ainda mais a sua função
· Os sais de cálcio aparecem macroscopicamente como delicados grânulos ou grumos brancos, muitas vezes palpáveis como depósitos arenosos. 
· Causa disfunção no órgão 
· O cálcio sérico é normal nesse tipo de calcificação 
Calcificação metastática:
· Deposição de sais de cálcio em tecidos normais, e quase sempre resulta da hipercalcemia secundária a algum desequilíbrio no metabolismo do cálcio.
· Causas principais de hipercalcemia 
· Aumento da secreção do paratormônio (PTH) com subsequente reabsorção óssea, como no hiperparatireoidismo devido a tumores das paratireoides, e secreção ectópica de proteína relacionada ao PTH por tumores malignos
· Destruição de tecido ósseo, decorrente de tumores primários da medula óssea (p. ex., mieloma múltiplo, leucemia) ou metástases esqueléticas disseminadas (p. ex., câncer de mama), remodelamento ósseo acelerado (p. ex., doença de Paget) ou imobilização 
· Distúrbios relacionados à vitamina D, incluindo intoxicação por vitamina D, sarcoidose (na qual macrófagos ativam um precursor da vitamina D) e hipercalcemia idiopática da lactância (síndrome de Williams), caracterizada por sensibilidade anormal à vitamina D
· Insuficiência renal, que causa retenção de fosfato, provocando hiperparatireoidismo secundário.
· A calcificação metastática pode ocorrer em qualquer lugar do corpo, mas afeta principalmente os tecidos intersticiais da mucosa gástrica, rins, pulmões, artérias sistêmicas e veias pulmonares.
· Os sais de cálcio ocorrem como depósitos amorfos não cristalinos ou, em outras vezes, como cristais de hidroxiapatita.
· Em geral esses sais minerais não causam disfunção clínica, mas, ocasionalmente, o envolvimento maciço dos pulmões produz achados radiográficos e comprometimento respiratório notáveis. 
· Depósitos maciços no rim (nefrocalcinose) podem, com o tempo, causar lesão renal

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