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7 Interpretação do EAS brait pdf

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INTRODUÇÃO 
• Exame dos elementos anormais e desimentoscopia da 
urina 
• O exame dos elementos anormais e desimento da 
urina (EAS) também é conhecido por exame 
qualitativo de urina, urinálise, sumário de urina ou 
exame de urina tipo I 
• É um componente básico do trato urinário e valioso 
na investigação e avaliação das doenças renais e do 
trato urinário e de deviersas patologias sistêmicas 
• A análise da urina, provavelmente, foi o primeiro 
exame laboratorial estabelecido na história da 
medicina 
• No egito e na babilônia (1000 anos) há registros de 
uroscopia e testes primários diagnósticos utilizando a 
urina 
• Hipócrates (460-370 AC) descreveu e considerou 
características físicas da urina com distúrbios 
potencialmente relacionados 
*Já adianto que devemos ter cofiabilidade nos 
laboratórios de análise, pois só assim teremos um exame 
de alta confiabilidade 
• Complementa, muitas vezes, aspectos da história, 
exame clínico, dados epidemiológicos e outros testes 
laboratoriais dirigidos 
• Pode sinalizar e sugerir anormalidades clínicas 
importantes, mesmo em um cenário assintomático 
• Potencial papel na avaliação diagnóstica ou de auxílio 
na exclusão de patologias renais ou sistêmicas com 
comprometimento renal: 
► Glomerulopatias, tubulopatias, doença renal 
crônic, hipertensão arterial, diabetes mellitos, 
etc 
► Utilizado também no acompanhamento de 
patologias e/ou terapias específicas que 
possam ter comprometimento renal ou 
efeitos colaterais 
► Não invasivo, relativamente simples e de 
baixo custo financeiro 
 
➔ É a Janela para o trato urinário (É a janela onde nós 
conseguimos visualizar a função, atividade e lesões do 
trato urinário) – então tem-se preditivos importantes 
através de um simples exame de urina 
ANÁLISE DA URINA 
• Alem do EAS de rotina, devemos considerar que vários 
testes adicionais podem ser realizados na medicina 
moderna, utilizando a urina como amostra biológica 
► Investigação de distúbios metabólicos 
► Investigação de doenças metabólicas 
genéticas 
► Investigação de agentes inefcciosos com 
tecnicas moleculares específicas (vírus, 
bactérias, parasitas, etc) 
► Investigação de intoxicações 
► Níveis urinários de medicamentos 
► Doenças imunológicas 
► Proteômica, metabolômica, etc. 
► Outros específicos EAS como exame 
EAS COMO EXAME DE ROTINA – I 
• Entre 1-14% dos escolares saudáveis podem 
apresentar alguma anormalidade inicial no EAS 
• Entretando, a urinálise através da fita reagente é um 
teste extremamente sensível, podendo ser afetada 
por vários fatores 
• Um estudo com 2.000 pacientes assintomáticos 
evidenciou 9% de anormalidades iniciais, entretanto, 
somente 1,5% apresentavam alguma anormalidade 
persistente 
• Resultados falso-positivos (além de falso-negativo) 
podem estar presentes na amostra urinária, podendo 
refletir condições fisiológicas ou patológicas de 
caráter transitório 
Ou seja: crianças podem ter exames discretamente alterados 
sem realmente ser patológico, não há necessidade de pedir 
exame de urina de rotina em pediatria, pois até 14% pode vir 
alterado em crianças assintomáticas. Só vamos pedir exame de 
urina em crianças com sintomatologia que nos levam a uma 
suspeita de diagnóstico de alguma uropatia! 
• Em vista da falta de benefícios evidentes quanto aos 
custos e riscos, “ a Academia Americana de Pediatria 
(2007) não recomenda a realização de triagem 
urinária rotineira em crianças e adolescentes sadios 
assintomáticos” 
• A percentagem elevada de falso-positivos pode 
resultar em procedimentos invasivos e/ou custo 
financeiro elevado 
• Principalmente em cenários de hematúria 
microscópica e proteinúria isolada 
• Como exame de triagem é justificado para crianças 
com risco elevado de doenças renais!! 
CENÁRIOS DE RISCO QUE JUSTIFICAM A TRIAGEM 
 
→ Desta forma, os resultados devem ser sempre 
confrontados e correlacionados com a história e o exame 
físico detalhados.... 
*Nas nossas práticas, quando a mãe refere que a criança já teve 
infecção de urina, devemos perguntar: mas foi feito exame de 
urina? Urocultura? A senhora tem os exames para me mostrar? 
– porque na grande maioria das vezes essas crianças não tem e 
são medicalizadas sem necessidade (perguntar qual a 
medicação usou, se fez cultura, se fez controle,etc...), pois se 
essa criança realmente teve infecções de repetição, devemos 
ficar alertas porque essa criança pode se tornar um adulto com 
lesão renal importante (fica a cicatriz) 
*Na grande maioria das vezes são diagnósticos errôneos. 
Infecção de repetição na criança é coisa séria, leva a fibrose! 
Existem jovens de 25-30 anos fazendo hemodiálise devido a 
lesões renais que ocorreram na infância 
REFERÊNCIA AO NEFROLOGISTA PEDIÁTRICO 
CONSIDERAR NAS SEGUINTES CONDIÇÕES: 
• Cenários de risco anteriores com anormalidades no 
EAS 
• Hematúria e proteinúria combinadas 
• Em casos de hematúria isolada ou proteinúria 
inicialmente leve (U prot: Cr < 0,5) que apresentem 
elevação progressiva 
*Hoje: se tenho uma criança com 2 infecções urinárias 
conduzidas por mim, com exames de urina e cultura positiva, e 
essa criança já recorreu → encaminhamos para o nefrologista 
COLETA DA AMOSTRA DE URINA PARA EAS 
• Para a urinálise, a urina necessita ser coleta em um 
frasco limpo, não necessariamente estéril* → 
*Exceto para a coleta de urocultura 
• A urina deve ser analisada o mais rápido possível 
► No máximo 1-2 horas em temperatura 
ambiente 
► Até 4h em urina refrigerada (4°C) 
*Por isso temos que orientar as mães: colheu o exame? já leva 
ao laboratório o mais rápido possível, se tiver algum empecilho, 
coloca na geladeira e leva em no máximo 4 horas! 
• A primeira amostra da manhã é priorizada → ** Por 
ser mais adequada para os testes bioquímicos: 
▪ Redução da possibilidade de proteinúria 
ortostática 
▪ Reflete mais adequadamente, a capacidade 
de concentração urinária após restrição 
hídrica noturna 
▪ **Entretando, devemos considerar que 
nesta condição de coleta da primeira urina 
matinal, pode ocorrer lise de células e 
cilindros referentes à estase urinária 
noturna, podendo ser mais indicada a 
segunda urina matinal (> em adultos) 
COLETA DA AMOSTRA DE URINA PARA 
UROCULTURA 
Em caso de suspeita de infecção do trato urinário (ITU), 
após assepsia adequada: 
• Controle esfincteriano presente e colaboração do 
paciente 
► A coleta de urina por meio da técnica do jato 
médio pode ser considerado 
► Neonatos: opção recente na literatura pelo 
método clean-catch por jato médio, baseada na 
estimulação vesical e em manobras de massagem 
paravertebral 
• Lactentes e ausência de controle esfincteriano 
(principalmente em cenários de febre sem sinais 
localizatórios): 
► Cateterização uretral (método mais utilizado) ou 
► Punção suprapúbica (especialmente em neonato 
e na presença de fimose) 
*Existem sacos coletores, recortados no formado da vagina ou 
do pênis, com adesivo... daí você cola na região pubiana. 
Orientamos a mãe a fazer a higienização e depois colocar o 
saquinho. No máximo em 30-40 min, se o bebê ainda não fez 
xixi, você tem que trocar o saquinho e fazer tudo de novo (isso 
para bebês sem controle esfincetiano) 
 
Técnica demonstrando a massagem para a diurese – “tem que 
ser artista” kkk 
MÉTODOS DE COLETA DE URINA PARA UROCULTURA EM LACTENTES 
*A coleta em saco coletor tem 
grande quantidade de 
contaminação, por isso temos 
que ter paciência e orientar as 
mães sobre a coleta correta e a 
higienização 
*punção supra-púbica é o padrão 
ouro, mas o mais utilizado é a 
cateterização uretral 
* O EAS realiza uma análise física, 
química e microscópica. Em 
relação a análise física e química, 
mais frequentemente avaliada 
pelas tirar ou fitas reagentes 
quimicamente sensíveis; Além 
disso, proporcionam uma análise 
bioquímica múltipla rápida e 
química 
 
EXAMEDE ROTINA 
 
 
*Análise macroscópica: exame direto através da fita reagente 
FITA OU TIRA REAGENTE (IMPREGNADA COM 
AGENTES QUÍMICOS) 
• É constituída por um suporte plástico contendo áreas 
impregnadas com reagentes químicos específicos que 
reagem em contato com a urina 
• Deve-se utilizar somente urina recente, bem 
homogeneizada e não centrifugada, observando-se o 
tempo correto de leitura das reações 
• A leitura das fitas reagentes habitualmente é realizada 
entre 15 segundos e 2 minutos após a imersão da tira 
na urina, dependendo do tipo de análise química a ser 
realizada e do fabricante (observar a leitura das 
orientações) 
• Devemos evitar o excesso de urina sobre a fita 
reagente e considerar os fatores interferentes com 
potenciais falso-positivos e falso-negativos 
EXAME MACROSCÓPICO E ANÁLISE FÍSICA 
APARÊNCIA E ODOR DA URINA 
• A aparência é geralmente límpida e transparente 
• O odor urinário normalmente é considerado 
“urinoide” ou levemente aromático 
• Condições que podem modificar o odor: 
► Fétido, acre ou pungente (amonical): situações de 
retenção urinária e de inflamação com produção 
elevada de amônia (p. ex., ITU) 
► Adocicado e frutado: presença de cetonas na 
urina 
► Odores específicos: aspargo e alguns 
antimicrobianos excretados 
• Condições características mais raras (erros inatos do 
metabolismo): 
► Doença de xarope de bordo (“açucar queimado 
ou caramelado”) 
► Fenilcetonúria (“azedo; mofado”) 
► Acidemia isovalérica (“pés suados”); 
► Hipermetioninemia (“manteiga rançosa”) 
► Cistinúria e homocistinúria (“sulfídrico-like” - ovo 
podre ou cadáver em decomposição) 
TURBIDEZ 
Urina turva: 
• Pode ser indicativa da presença de: Leucócitos, 
hemácias, células epiteliais, bactérias e mesmo 
cristais (ex., fosfato de cálcio em urina alcalina ou 
combinação de sais de cálcio, ácido úrico,estruvita, 
oxalato ou cistina) 
• Urina espumosa: Pode se correlacionar com 
proteinúria 
COR 
• A cor urinária normal pode variar desde cristalina e 
amarelho-palha com tons variados de amarelo e 
ambar até o amarelo escuro 
► Depende da dieta, da concentração urinária e da 
presença de pigmentos (urocromo, uroeritrina e 
urobilina) 
• As condições patológicas que mais frequentemente 
levam a alterações da cor são: 
► Hematúria macroscópica, infecção do trato 
urinário, bilirrubinúria,hemoglobinúria, 
mioglobinúria, cristalúria maciça, alimentos e 
medicamentos... 
*Dr., a urina está saindo vermelho puxado para cor de rosa: 
primeira pergunta a se fazer: realmente documentar se está 
tendo sangramento. Primeira causa de hemáturia: uso de 
antiinflamatórios não hormonais em pediatria. Segunda causa: 
perguntar sobre a alimentação (geralmente crianças em bom 
estado geral, sem sintomatologia e sem antecedentes), 
alimentos com corates vermelhos as vezes secretam via renal 
(Ex.: legumes como beterrabas); O campeão do pronto socorro: 
crianças fazendo uso de pyr pam para tratamento de oxiúrose 
(não é hematúria, é urina avermelhada apenas) 
*Destaque para meninas com urina avermelhada em pré-
adolescentes: não esquecer da contaminação por sangue 
menstrual 
Campeão: iremos encontrar isso 
principalmente nas UBS, em 
bebês que vêm com 10-11 dias 
para fazer a BCG ou teste do 
pezinho. As mães relatam que o 
bebê está com sangue na urina! 
– Isto são sais de urato!!! 
 
 
URINA RÓSEO-AVERMELHADA/ALARANJADA NO 
PERÍODO NEONATAL 
• Sais de Urato 
• Especula-se que esteja relacionada com a deposição 
de cristais resultantes da reação entre o aumento de 
urato na urina (normal) e produtos químicos das fibras 
da fralda. 
• Mais frequente quando o neonato está pouco 
hidratado e no sexo masculino devido a maior 
possibilidade de “concentração localizada” do jato 
urinário na fralda. 
• Achado ocasional e assintomático com geração de 
ansiedade dos pais. 
• “Sai facilmente com a água...” 
GRAVIDADE ESPECÍFICA (DENSIDADE URINÁRIA) 
• Analisa o peso de um volume de urina comparado 
com o peso de volume equivalente de água destilada 
• Variação: 1.003 a 1.035 
• Gravidade específica = peso da urina /peso da água 
destilada 
• Pode ser avaliada por fita reagentes, urodensímetro 
ou por refratometria (> acurácia) 
• A DU depende da concentração osmolar urinária e da 
proporção de água e de solutos urinários: Proteínas, 
creatinina, cloretos, glicose, fosfatos, sódio, sulfatos, 
ureia e ácido úrico 
• Apresenta correlação com a ingestão hídrica e outros 
distúrbios: 
► Uma DU elevada pode se correlacionar com uma 
inadequada ingestão hídrica e desidratação 
► * A DU pode estar elevada acima da Osm urinária 
na presença de proteinúria 
► Uma DU reduzida em paciente desidratado pode 
indicar uma inabilidade na capacidade de 
concentração urinária 
• DU repetidamente < 1.010 (e.g. < 1.007) pode ser 
indicativa de: 
► Hiperidratação excessiva 
► Polidipsia associada ao diabete insípido 
► Inabilidade de concentração urinária (p.ex. lesão 
renal aguda, doença renal crônica, patologias com 
comprometimento túbulo-intersticial) 
*A densidade urinária é muito importante para caracterizar o 
estado de desidratação; crianças com densidades urinárias 
repetidas muitos baixas, sem clínica – temos que investigar 
outras causas, sendo a grande mairia, crianças com diabetes 
insipidus 
OSMOLARIDADE URINÁRIA 
• A análise da DU pode ser afetada por excesso de 
solutos como albumina, glicose, agentes osmóticos e 
por outras variáveis 
• A osmolalidade urinária é a mensuração mais 
adequada para avaliação da habilidade de 
concentração urinária (osmômetro) 
• Depende somente do no de partículas presentes e não 
é influenciada pela temperatura e concentração 
proteica urinária 
• Entretanto, não é rotineiramente mensurada na 
maioria dos laboratórios 
• Estimativa aproximada da Osm urinária a partir da DU: 
 
ANÁLISE QUÍMICA 
PH URINÁRIO 
• O pH urinário varia normalmente de 4,5 a 8,5 em 
indivíduossaudáveis, dependendo do equilíbrio ácido-
base, estado metabólico e da dieta. 
• Urina mais alcalina: 
► Dieta vegetariana (geração reduzida de 
nitrogênio e ácido), ITU por agentes que 
desdobram a ureia formando amônia (p.ex. 
Proteus sp), alcalose metabólica sem perda de 
potássio, vômitos prolongados, alcalose 
respiratória, períodos pós-prandiais, terapia 
alcalina, acidose tubular renal distal, síndrome de 
Fanconi (dependendo do equilíbrio ácido-base), 
etc. 
• Urina mais ácida: 
► Dieta hiperproteica (geração aumentada de 
nitrogênio e ácido), hipovolemia (estimulaçãode 
aldosterona e geração de urina ácida), acidose 
metabólica sistêmica, alcalose metabólica com 
perda de potássio, acidose respiratória, diarreias 
graves, etc. 
• A mensuração usualmente é realizada por meio da 
leitura da fita reagenteem amostra fresca de urina, 
apresentando melhor acurácia por meio de análise 
eletrométrica e potenciometria 
► Acurácia de leitura da fita reagente: ∼ 5 - 8 
► A contaminação bacteriana pode alterar o pH 
(desdobramento da ureia) 
► Urina com exposição prolongada: perda de CO2 
com urina falsamente alcalina 
• Lembrar que pH urinário ácido promove cristalização 
de ácido úrico ecistina, enquanto o pH alcalino 
promove precipitação de fosfato e oxalatode cálcio 
• Apresenta utilidade prática na interpretação dos 
mecanismos deacidificação urinária em casos de 
acidose metabólica, acidose tubular renal e na 
urolitíase. 
► Ex.: cenário clínico sugestivo, na presença de 
acidose metabólica e pH urinário > 6,0 pode ser 
indicativo de ATR distal 
GLICOSE 
• Baseado na oxidação da glicose pela glicose oxidase: 
Específico para glicose! 
• Pode refletir a presença de hiperglicemia (p.ex. 
Diabete melito) ou disfunção tubular proximal 
► A quantidade de glicose presente na urina 
depende dos níveis sanguíneos, da taxa de 
filtração glomerular e do grau de reabsorção 
tubular 
► Acima dos níveis plasmáticos de 180a 200 mg/dL, 
a carga de glicose excede a capacidade de 
reabsorção tubular proximal, aparecendo na 
urina 
► A glicosúria pode ser isolada (glicosúria renal) ou 
associada a uma disfunção tubular generalizada 
(síndrome de Fanconi) 
► Pode também estar presente em situações de 
hiperglicemia não diabética (p.ex. pancreatite, 
lesões do SNC e distúrbios da tireoide) 
CETONAS E CORPOS CETONICOS 
• Uma pequena quantidade de cetonas pode estar 
presente em crianças saudáveis após um breve jejum 
• Cetonúria pode estar presente em situações de 
comprometimento na utilização de carboidratos 
como principal fonte energética e consequente 
metabolização das reservas de gordura: 
► Jejum 
► Infecções agudas com oferta nutricional limitada 
► Diabete melito descompensado 
► Dieta cetogênica 
► Distúrbios digestivos, vômitos e diarreia 
► Doenças hepáticas 
► Algumas formas de glicogenose 
BILIRRUBINA E UROBILINOGÊNIO 
• As pesquisas de bilirrubina e de urobilinogênio 
urinários são úteis no diagnóstico diferencial das 
icterícias 
• Normalmente, a bilirrubina é ausente na urina 
• A bilirrubina aparece na urina em sua forma 
conjugada (BC) ou direta (hidrossolúvel), sendo a 
maioria eliminada através da bile 
• A bilirrubinúria sugere obstrução do fluxo biliar, 
estando presente nas icterícias obstrutivas e 
parenquimatosas/ hepatite, levando à colúria 
• A bilirrubinúria está ausente nas icterícias hemolíticas 
*obvio que já nos remete a graus de hemólise, pois não é normal 
ter bilirrubina na urina – favorece diagnóstico de icterícia ou 
lesões hepáticas importantes 
NITRITO 
• Nitrito urinário (NU) positivo é altamente sugestivo da 
presença de bacilos gramnegativos na urina (> 90% 
das bactérias convertem nitrato em nitrito através da 
nitrato redutase) → * a enzima está ausente: 
Staphylococcus saprophyticus, Pseudomonas e 
Enterococcus 
• A conversão bacteriana de nitrato em NU demanda 
um período de aproximadamente 2-4 horas de 
contato da bactéria com a urina, podendo ocorrer 
falsos-negativos na presença de urina vesical por um 
período reduzido 
► > frequente em lactentes e pacientes com ↑ da 
frequência urinária 
FEBRE SEM SINAIS LOCALIZATÓRIOS 
• Febre sem sinais localizatórios em lactentes: ITU em ∼ 
5% dos casos 
► Os testes de nitrito e esterase leucocitária podem 
ser utilizados como valor preditivo de ITU 
► A urinálise não pode substituir a urocultura para 
documentação de ITU 
► A ITU precisa ser confirmada com a coleta 
adequada de urocultura 
 
 
 
 
 
*Crianças com febre sem sinais localizatórios, podemos 
fazer um teste de nitrito, que será preditivo de ITU 
PROTEINÚRIA 
 
Aqui só para recordar que temos reabosorção das proteínas 
filtradas pelo tubo proximal 
 
Quanto tenho excesso de proteínas, temos ativação de 
mediadores inflamatórios 
ANÁLISE MICROSCÓPICA E SEDIMENTOSCOPIA 
URINÁRIA 
 
LEUCÓCITOS 
• Em geral, considera-se anormal leucocitúria > 5-10 
leucócitos por campo de grande aumento ou > 
10.000/mL 
• Podem ser indicativo de ITU 
• A realização e coleta adequada de urocultura são 
fundamentais para o estabelecimento do diagnóstico 
de ITU, pois existem vários falsopositivos de 
leucocitúria e piúria, principalmente por 
contaminação perineal e vaginal: 
► Vulvovaginites, febre, cistites virais, uretrites, 
glomerulopatias proliferativas, nefrites 
intersticiais, pós-vacinal, urolitíase, etc. 
• Persistência prolongada da amostra em urina 
hipotônica (DU < 1.010) e pH alcalino (>7.0) pode 
resultar em falso-negativos em razão da lise dos 
leucócitos (lise de eritrócitos também...) 
ERITRÓCITOS 
• A presença de sangue na fita reagente deve ser 
confirmada pela microscopia urinária quanto ao 
aumento de eritrócitos. 
• Em geral, considera-se valores anormais a presença 
de 5 ou mais eritrócitos/campo de grande aumento 
ou >10.000 hemácias/mL de urina, após centrifugação 
em microscópio de fase ou >5.000 hemácias/min 
(contagem de Addis). 
• Em pacientes com urina avermelhada ou 
amarronzada com fita reagente positiva para sangue 
e microscopia com eritrócitos urinários normais, 
hemoglobinúria e mioglobinúria deve ser excluída 
ETIOLOGIA DA HEMATÚRIA 
• A microscopia urinária também pode ser útil na 
avaliação da origem da hematúria por meio da 
microscopia de contraste de fase 
• Hematúria não glomerular: 
► Predominância de eritrócitos isomórficos (com 
proporção <25% de dismorfismo) sugestivo de 
origem do trato urinário baixo (pós-glomerular), 
embora uma etiologia renal não possa ser 
descartada... 
► As hemácias isomórficas apresentam forma e 
contorno regulares 
• Hematúria glomerular: 
► Predominância de hemácias dismórficas 
(proporção >75%*) e cilindros hemáticos 
► As hemácias dismórficas apresentam 
irregularidade de contorno e forma 
► *Obs: não há concordância sobre esta proporção, 
e.g., variando de 80 a 90% 
• Acantócitos: alguns autores definem hematúria 
glomerular quando pelo menos 5% dos eritrócitos 
examinados são acantócitos (subtipo de eritrócito 
com alteraçõesmorfológicas com extrusões de seu 
conteúdo e formação de bolhas de diferentes 
tamanhos nas membranas com condensação ou 
perda da Hb) 
*Hemácias dismórficas: acantócitos (hemácias mickey-
mouse – elas tem orelhinhas) – evidenciam lesões 
glomerulares 
 
 
 
 
HEMATÚRIA GLOMERULAR X NÃO GLOMERULAR 
CÉLULAS EPITELIAIS 
• Resultam da descamação normal ou podem 
representar lesão epitelial decorrente de injúria renal 
ou processos inflamatórios. 
• Três tipos de células são descritas: escamosas, 
transicionais e as originárias dos túbulos renais, 
podendo ser detectadas em pequena quantidade na 
urina normal. 
• Um grande aumento das células escamosas, 
originárias do terço distal da uretra, vulva ou vagina, 
pode ser um indício de contaminação 
• O aumento das células transicionais pode ocorrer 
após cateterização e instrumentação urinária e nos 
carcinomas renais. 
• O aumento das células tubulares pode ser observado 
na necrose tubular aguda e em casos de 
nefrotoxicidade. 
CILINDROS 
• Em geral, os cilindros urinários são estruturas 
cilíndricas,formadas no néfron distal, constituídos de 
uma matrizmucoproteica (proteína de Tamm-Horsfall 
ou uromodulina)com ou sem elementos adicionais 
 
• Os solutos são constituintes normais da urina e 
podem precipitar como cristais, conforme a mudança 
de solubilidade e a temperatura extracorpórea, 
particularmente na urina supersaturada 
• Apresentam relação com a dieta, a ingestão hídrica, o 
pH, entre outros fatores físico-químicos promotores 
ou inibidores da cristalização urinária 
• A maioria dos cristais urinários não apresentam 
significado diagnóstico,entretanto, quantidades 
excessivas de cristais ou a presença de alguns tipos de 
cristais específicos, podem estabelecer algum 
diagnóstico relevante 
• Significado clínico patológico é observado quando da 
presença de cristais de cistina, tirosina, leucina, 
fosfato-amônio-magnesiano e colesterol 
 
SUMÁRIO E CONCLUSÕES 
• A interpretação do exame de urina constitui uma 
importante ferramentalaboratorial que além de 
sinalizar aspectos da fisiologia renal, podeauxiliar no 
diagnóstico e no acompanhamento de doenças renais 
e patologias sistêmicas 
• As análises física e química com o desenvolvimento e 
aplicabilidade das fitas reagentes e a análise da 
microscopia urinária são de grande utilidade em 
vários cenários clínicos 
• A triagem em situações de infecção do trato urinário, 
proteinúria e hematúria, tanto em nível de urgência 
como ambulatorial, auxilia nas diretrizes de 
investigação diagnóstica, no acompanhamento clínico 
e na tomada de decisões 
• A coleta adequada da urina e os resultados devem ser 
analisados considerando fatores de variabilidade de 
interpretação, assim como falso-positivos e falso-
negativos 
• Estes resultados, aliados a outros testes laboratoriais 
dirigidos,complementam, muitas vezes, a história e o 
exame clínico, direcionando um tratamento mais 
racional

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