Prévia do material em texto
FISIOTERAPIA EM SAÚDE COLETIVA Profas: Márcia Franco, Crisciane Almeida, Ana Paula de Melo Ferreira Daniele Bedette AULA 1 Noções de Saúde Coletiva Campo que reúne e produz conhecimentos a respeito do processo saúde e doença. Entende a doença como resultante da interação de diversos fatores: como as condições de vida, as crenças e valores individuais, a relação do trabalho, a cultura, as condições ambientais, a urbanização, os conflitos sociais, as condições ambientais, enfim, o modo de viver. Noções de Saúde Coletiva Considera os saberes e crenças dos usuários, oferecendo um cuidado integral e humanizado que respeite a autonomia dos sujeitos. Saúde Coletiva Surgiu no final dos anos 70, como uma crítica às práticas de saúde que separavam ações preventivas e curativas, a abordagem prescritiva da medicina, que desconsiderava as condições sociais e políticas que estavam intimamente relacionadas com as condições de vida. Saúde Coletiva Alguns eventos históricos impulsionaram o nascimento da Saúde Coletiva, trazendo mudanças não apenas na formação dos profissionais, mas também das práticas. Saúde Coletiva A Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde formulou a Declaração de Alma-Ata em 1978, que convidava todos os governos e trabalhadores da saúde para promover a saúde de todos os povos do mundo. A Declaração de Alma-Ata defendia a saúde como um direito humano fundamental e que é direito e dever dos povos participar individualmente e coletivamente no planejamento e execução de seus cuidados de saúde. Ações da Saúde Coletiva Têm como eixo norteador as necessidades sociais em saúde. Preocupam-se com a saúde do público, sejam indivíduos, grupos étnicos, gerações, classes sociais e populações, instigando uma maior e mais efetiva participação social. Práticas da Saúde Coletiva Nova maneira de organizar os serviços de saúde, destacando a promoção da saúde para minimizar os riscos e agravos. Caráter multiprofissional e interdisciplinar, busca a melhoria da qualidade de vida dos sujeitos. Resumindo... Na Saúde Coletiva todas as práticas de saúde são orientadas para os modos de viver, de maneira a melhorar as condições de existência das pessoas e coletividades e trabalham com promoção da saúde, prevenção de doenças e agravos, ações de reabilitação psicossocial e proteção da cidadania, entre outras práticas de proteção e recuperação da saúde. Conceito de Saúde Com o surgimento no mundo da saúde coletiva, entre os anos 50 e 70, e com a criação da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Organização Mundial de Saúde (OMS), após a Segunda Guerra Mundial adotou-se o seguinte conceito de saúde: “Estado de completo bem-estar físico, mental e social e não mera ausência de moléstia ou enfermidade” (WHO, 1948). Fonte: Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS) Promoção da Saúde 1920: Winslow definiu como o esforço da comunidade organizada para alcançar políticas que melhorassem as condições de saúde e os programas educativos para a população. 1946: Sigerist definiu como tarefas essenciais da medicina a promoção da saúde, prevenção de enfermidades e acidentes e a atenção curativa. Promoção da Saúde 1986: É definida a partir da Carta de Otawa, produto da I Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde ocorrida em 1986 no Canadá como: “Processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle desse processo. “ Qualidade de Vida Definição pela OMS em 1995: “Percepção do indivíduo sobre sua posição na vida, no contexto da cultura e dos sistemas de valores nos quais ele vive e, em relação a seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. Promoção da Saúde 2006: Política Nacional de Promoção da Saúde Objetivo: promover a QV e reduzir a vulnerabilidade e os riscos à saúde relacionados aos seus determinantes e condicionantes (modos de viver, condições de trabalho, habitação, ambiente, educação, lazer, cultura e acesso a bens e serviços essenciais). Promoção da Saúde Ações propostas pela Política Nacional de Promoção da Saúde: alimentação saudável, prática corporal e atividade física, prevenção e controle do tabagismo, redução da morbimortalidade em decorrência do uso abusivo de álcool e outras drogas, redução da morbimortalidade por acidentes de trânsito, prevenção da violência e estímulo à cultura de paz e promoção do desenvolvimento sustentável. Promoção da Saúde Nesse documento são identificados cinco campos de ação: construção de políticas públicas saudáveis, criação de ambientes favoráveis à saúde, desenvolvimento de habilidades, reforço da ação comunitária e reorientação dos serviços de saúde. Em 1974 surgiu o movimento de promoção de saúde no Canadá, por meio do informe Lalonde, que apontava a necessidade de buscar alternativas para combater os custos crescentes da assistência médica e reduzir o impacto das doenças crônico-degenerativas. Considerado um marco na promoção de saúde, pois a partir daí amplia-se o olhar, deixando de focalizar apenas na assistência médica. “Informe Lalonde”, Canadá, 1974 “Informe Lalonde”, Canadá, 1974 “Informe Lalonde”, Canadá, 1974: sugere as seguintes dimensões a serem consideradas na elaboração de políticas públicas de saúde: ambiente, biologia humana, estilos de vida e sistema de saúde. A partir do informe de Lalonde, foram realizadas Conferências Internacionais das Nações Unidas em Saúde, e o debate sobre a Promoção de Saúde passa a fazer parte da agenda da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Organização Pan- Americana de Saúde (OPAS). “Informe Lalonde”, Canadá, 1974 CONFERÊNCIAS INTERNACIONAIS DE PROMOÇÃO DE SAÚDE Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, Alma – Ata, 1978. Meta: Saúde para todos no ano 2000. Recomendações essenciais: educação dirigida aos problemas de saúde prevalentes e métodos para sua prevenção e controle; promoção do suprimento de alimentos e nutrição adequada; abastecimento de água e saneamento básico apropriados; atenção materno infantil, incluindo o planejamento familiar; imunização contra as principais doenças infecciosas; prevenção e controle de doenças endêmicas; tratamento apropriado de doenças comuns e acidentes; distribuição de medicamentos básicos. CONFERÊNCIAS INTERNACIONAIS DE PROMOÇÃO DE SAÚDE Conferência Internacional sobre Promoção de Saúde, Canadá, 1986. Resultou na aprovação de Carta de Ottawa. Campos de Ação: Políticas públicas, Ambientes favoráveis, ação comunitária, desenvolvimento de habilidades pessoais, reorientação do sistema de saúde. CONFERÊNCIAS INTERNACIONAIS DE PROMOÇÃO DE SAÚDE Conferência Internacional sobre Promoção de Saúde, Austrália, 1988. Declaração de Adelaide: Políticas Públicas Saudáveis. CONFERÊNCIAS INTERNACIONAIS DE PROMOÇÃO DE SAÚDE Conferência Internacional sobre Promoção de saúde, Suécia, 1991. Declaração de Sundsvall: criação de ambientes favoráveis à saúde. CONFERÊNCIAS INTERNACIONAIS DE PROMOÇÃO DE SAÚDE Conferência Internacional sobre Promoção de saúde, Colômbia, 1992. Declaração de Bogotá: discussão para a realidade da América Latina. CONFERÊNCIAS INTERNACIONAIS DE PROMOÇÃO DE SAÚDE Conferência Internacional sobre Promoção de saúde, Indonésia, 1997. Declaração de Jacarta: reforço da ação comunitária. CONCLUINDO... O entendimento atual da promoção de saúde traz a ideia de responsabilização múltipla, pois envolve as ações do Estado com políticas públicas saudáveis, dos indivíduos, por meio de desenvolvimento de habilidades pessoais, do sistema de saúde, através da reorientação do sistema de saúde, e, ainda, de parcerias intersetoriais, ou seja, de diferentes setores da sociedade. PROMOÇÃO X PREVENÇÃO Prevenção: orienta as ações de detecção, controle e enfraquecimento dos fatores de risco de enfermidades e tem como foco a doença e os mecanismos para combatê-la. EXEMPLIFICANDO... Ações de promoção da saúde: são bem mais complexas e têm como foco melhorar a saúde, promovendo mudanças nas condições de vida e de trabalho, facilitando o acesso da população às escolhas saudáveis. Ex: Educação sobre alimentação saudável e práticas de atividade física regular. EXEMPLIFICANDO... Ações de prevenção: visam proteger os indivíduos e populações de doenças específicas. Ex: Na prevenção primária de câncer de colo de útero, são adotadas como medidas o uso de preservativo e vacinação para o papilomavírus humano (HPV). Aprofunde seus conhecimentos lendo: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Projeto Promoção da Saúde. As cartas da Promoção da Saúde. Série B. Textos Básicos em Saúde, Brasília: Ministério da Saúde, 2002. PUTTINI, R. F. Modelos Explicativos em Saúde Coletiva: Abordagem Biopsicossocial e Auto Organização. Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 20, n. 3, p. 753-767, 2010. Disponível em: <www.scielo.br/pdf/physis/v20n3/v20n3a04.pdf>. Aprofunde seus conhecimentos lendo: SILVA, K. L. Intersetorialidade, determinantes socioambientais e promoção da saúde. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 19, n. 11, nov. 2014. Disponível em: <http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413- 81232014001104361>. MOURA, S. M. Promoção da saúde: desafios revelados em práticas exitosas. Revista de Saúde Pública, v. 48, n. 1, p. 76-85, 2014. BONS ESTUDOS! EDUCAÇÃO EM SAÚDE AULA 3 Educação em Saúde Conjunto de conhecimentos teóricos e práticos que visam à promoção da saúde por meio do desenvolvimento de: da autonomia, da participação dos sujeitos e comunidades diante de suas questões de saúde e de meio ambiente. Educação em Saúde Séc XIX: primeiras práticas de educação em saúde; 1940: envolvimento dos sujeitos no processo educativo; 1960: medicina comunitária x participação comunitária; 1964: Regime Militar exclusão total da educação em saúde; 1970: Movimento de Educação Popular em Saúde. Educação Popular em Saúde Pautada no diálogo, na aproximação com sujeitos no espaço comunitário, na troca de saberes em que o saber popular é valorizado. Alvo: discussões sobre temas vivenciados pela comunidade que levem a mobilização social para melhorias das condições de vida. Utiliza metodologias participativas e problematizadoras, como as rodas de conversa. Educação em Saúde Propiciou o envolvimento dos indivíduos nas ações, assegurando a participação social, contrapondo com o antigo modelo de Educação em Saúde tradicional prescritivo. Educação Popular em Saúde Organizada a partir da aproximação com outros sujeitos no espaço comunitário, privilegiando os movimentos sociais locais, num entendimento de saúde como prática social e global, respeitando os princípios éticos e políticos das classes populares. Política Nacional de Educação Popular em Saúde no SUS Implantada em 2012, reafirma o compromisso com a garantia do direito à saúde mediante a implementação de políticas que contribuam para a melhoria da qualidade de vida e diminuição das desigualdades sociais, alicerçadas na ampliação da democracia participativa no setor de saúde. Educação em Saúde Dialógica Valoriza o diálogo, à construção de um saber sobre o processo saúde- doença-cuidado que capacite os indivíduos a decidirem quais as estratégias mais apropriadas para promover, manter e recuperar sua saúde. Rodas de conversa, oficinas, com espaço para escuta, com troca de saberes, o que facilita a reflexão e a participação ativa na tomada de decisão quanto aos hábitos, modos de viver, o que promove o desenvolvimento da autonomia, empoderamento e emancipação dos sujeitos. Educação Continuada em Saúde Caracterizada por ações educacionais mais centradas no desenvolvimento de grupos profissionais, seja por meio de cursos, seja por meio de publicações específicas em determinado campo. Educação Permanente em Saúde Surgiu na década 80, por iniciativa da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e da Organização Mundial da Saúde (OMS) para possibilitar o desenvolvimento dos Recursos Humanos. Educação Permanente em Saúde Consiste em ações educativas embasadas nos problemas do processo de trabalho, ou seja, vivenciadas pelas equipes de saúde no dia a dia do serviço. Objetivo: transformação das práticas profissionais e da própria organização do trabalho no cotidiano do serviço. Podem ocorrer no ambiente de trabalho. Política Nacional de Educação Permanente em Saúde. Objetivo: transformar e qualificar as práticas de saúde, por meio do trabalho em saúde vivenciado por gestores, acadêmicos, profissionais e representantes sociais. Desenvolver habilidades: acolhimento, vínculo entre usuários e equipes, responsabilização, desenvolvimento da autonomia dos usuários e resolutividade da atenção à saúde por parte dos trabalhadores e profissionais de saúde de maneira a permitir a integralidade da atenção. Educação Permanente em Saúde O desafio da Educação Permanente em Saúde é desenvolver nos trabalhadores habilidades de reflexão e planejamento da atenção à saúde coletiva, trabalhar em equipes, integrando trabalhadores da gestão, da vigilância e da atenção. Atualmente, a Educação Permanente em Saúde também é denominada Educação Permanente em Saúde em Movimento, pelo dinamismo característico do trabalho em saúde e da necessidade dessa construção contínua dos saberes. Educação Permanente em Saúde A fim de melhorar a formação dos profissionais de saúde, fortalecer o SUS e favorecer as transformações necessárias nas práticas em saúde, em 2004 foi criada a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde. Aprofunde seus conhecimentos lendo: FLISCH, T. M. P. Como os profissionais da atenção primária percebem e desenvolvem a Educação Popular em Saúde? Interface, Botucatu, v.18, n. 2, p. 1255-1268, 2014. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414- 32832014000601255&script=sci_abstract MACIEL, M. E. D. Educação em saúde: conceitos e propósitos. Cogitare Enfermagem, v. 14, n. 4, 2009. Disponível em:<http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs/index.php/cogitare/article/view/16399>. FALKENBERG, M. B. Educação em saúde e educação na saúde: conceitos e implicações para a saúde coletiva. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 19, n. 3, p. 847-852, 2014. Aprofunde seus conhecimentos lendo: MERHY, E. E. Educação permanente em movimento: uma política de reconhecimento e cooperação, ativando os encontros do cotidiano no mundo do trabalho em saúde, questões para os gestores, trabalhadores e quem mais quiser se ver nisso. Saúde em Redes, v. 1, n. 1, p. 7-14, 2014. Disponível em: <http://revista.redeunida.org.br:9000/ojs/index.php/redeunida/article/view/30 9/15no>. BEZERRA, P. O fazer de profissionais no contexto da educação em saúde: uma revisão sistemática. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano, v. 24, n. 3, 2014. Disponível em: <www.revistas.usp.br/jhgd/article/download/88909/92464>. SILVA, S. H. S. da. Educação permanente em saúde: metassíntese. Revista Saúde Pública, v. 48, n. 1, p. 170-185, 2014. Disponível em:<www.scielo.br/pdf/rsp/v48n1/0034-8910-rsp-48-01-0170.pdf> ENTENDENDO CONCEITOS: Práticas transdisciplinar, multiprofissional, interinstitucional e transetorial. Leiam os artigos: FERIOTTI, Maria de Lourdes. Equipe multiprofissional, transdisciplinaridade e saúde: desafios do nosso tempo. Vínculo, São Paulo , v. 6, n. 2, p. 179-190, dez. 2009 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-24902009000200007&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 14 ago. 2020. ALMEIDA FILHO, Naomar de. Transdisciplinaridade e Saúde Coletiva. Ciênc. saúde coletiva,Rio de Janeiro , v. 2, n. 1-2, p. 5-20, 1997 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81231997000100005&lng=en&nrm=iso>. access on 14 Aug. 2020. https://doi.org/10.1590/1413-812319972101702014. “Intersetorialidade, transdisciplinaridade e saúde coletiva: atualizando um debate em aberto”. Disponível em: http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rap/article/viewFile/6345/4930 . Acesso14 ag 2020. Referências Bibliográficas das aulas 1, 2 e 3. ARANTES, R. C. et al. Processo saúde-doença e promoção da saúde: aspectos históricose conceituais. Revista APS, n. 11, p. 189-98, 2008. Disponível em: <http://aps.ufjf.emnuvens.com.br/aps/article/view/262>. CAMPOS, G. W. S. Tratado de saúde coletiva. 2. ed. São Paulo: Hucitec, 2012. CECCIM, Ricardo Burg; CARVALHO, Yara Maria de. Ensino da saúde como projeto da integralidade: a educação dos profissionais de saúde no SUS. In: PINHEIRO, Roseni; CECCIM, Ricardo Burg; MATTOS, Rubem Araujo de. (Org.). Ensinar Saúde: a integralidade e o SUS nos cursos de graduação na área da saúde. Rio de Janeiro: ABRASCO, 2006. p.69-92. CRUZ, M. M. Concepção de Saúde-doença e o Cuidado em Saúde. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz/ENSP/EAD, 2011. BEZERRA, P. O fazer de profissionais no contexto da educação em saúde: uma revisão sistemática. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano, v. 24, n.3, 2014. Disponível em: <www.revistas.usp.br/jhgd/article/download/88909/92464>. SILVA, S. H. S. da. Educação permanente em saúde: metassíntese. Revista Saúde Pública, v. 48, n. 1, p. 170-185, 2014. Disponível em: <www.scielo.br/pdf/rsp/v48n1/0034- 8910-rsp-48-01-0170.pdf>. MERHY, E. E. Educação permanente em movimento: uma política de reconhecimento e cooperação, ativando os encontros do cotidiano no mundo do trabalho em saúde, questões para os gestores, trabalhadores e quem mais quiser se ver nisso. Saúde em Redes, v. 1, n. 1, p. 7-14, 2014. Disponível em: <http://revista.redeunida.org.br:9000/ojs/index.php/redeunida/article/view/309/15no>. NUNES, Everardo Duarte. Saúde coletiva: história de uma ideia e de um conceito. Saúde e Sociedade, 3 v., n. 2, p. 5-21, 1994. PUTTINI, R. F. Modelos explicativos em saúde coletiva: abordagem biopsicossocial e auto-organização. Physis Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 20, n. 3, p. 753- 767, 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/physis/v20n3/v20n3a04.pdf>. SOUZA, L. E. P. F. Saúde pública ou saúde coletiva? Espaço para a Saúde, v. 16, n. 2, 2015.Disponível em: <http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/espacoparasaude/article/viewFile/20686/p df_53>. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Constituição da Organização Mundial de Saúde. Conferência Internacional da Saúde. New York: WHO, 1948. Disponível em: <http://www.who.int/governance/eb/who_constitution_sp.pdf>. Referências Bibliográficas das aulas 1, 2 e 3. BONS ESTUDOS! NÍVEIS E REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE AULA 4 Níveis e Redes de Atenção à Saúde Atenção Primária à Saúde (APS): “um conjunto de práticas em saúde voltada a indivíduos e à coletividade, visando a promoção e proteção à saúde, prevenção de doenças, reabilitação e manutenção da saúde" (PINTO, 2016, p. 107). Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) “Um conjunto de ações de saúde no âmbito individual e coletivo que abrange a promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção da saúde. É desenvolvida através do exercício de práticas gerenciais e sanitárias democráticas e participativas, sob forma de trabalho em equipe, dirigidas à populações de territórios bem delimitados, pelas quais assume a responsabilidade sanitária, considerando a dinamicidade existente no território em que vivem essas populações. Utiliza tecnologias de elevada complexidade e baixa densidade, que devem resolver os problemas de saúde de maior frequência e relevância em seu território. É o contato preferencial dos usuários com os sistemas de saúde. Orienta-se pelos princípios da universalidade, acessibilidade e coordenação do cuidado, vínculo e continuidade, i t lid d bili ã h i ã id d ti i ã Atenção Primária à Saúde (APS) A APS deve cumprir três objetivos essenciais: 1. Resolução: resolver a maioria dos problemas de saúde da população. 2. Organização: organizar fluxos e contra fluxos dos usuários nos diversos pontos de atenção à saúde. 3. Responsabilização: responsabilizar-se pela saúde dos usuários em qualquer ponto de atenção à saúde. Atenção Primária à Saúde (APS) A APS se orienta pelos seguintes princípios: Acesso do primeiro contato: APS deve ser a porta de entrada, ou seja, o fácil acesso ao usuário para o sistema de serviços em saúde. Deve ser o primeiro recurso a ser buscado quando houver necessidade ou problema de saúde. Longitudinalidade: a relação de longa duração entre os profissionais da saúde e usuários, independentemente do problema de saúde. Fornece diagnósticos e tratamentos mais precisos e maior eficiência na assistência. Atenção Primária à Saúde (APS) A APS se orienta pelos seguintes princípios: Integralidade: a APS reconhece as necessidades de saúde da população e os recursos para abordá-las. Também ajusta os serviços à população e às suas necessidades. Coordenação da atenção: é a interligação entre os vários serviços de saúde, de diferentes complexidades, sincronizando o atendimento a todas as necessidades dos usuários. Atenção Primária à Saúde (APS) Atenção Secundária à Saúde No nível secundário de atenção à saúde encontramos as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), hospitais ou atendimentos especializados de média complexidade. Neste nível o usuário poderá realizar procedimentos de intervenção e tratar doenças crônicas e agudas com aparelhos mais sofisticados que no nível primário. Será atendido por profissionais da área médica em diferentes especialidades, prestando atendimento de média complexidade. Atenção Secundária à Saúde Atenção Terciária à Saúde O nível terciário presta atendimento em hospitais de grande porte, subsidiados pela esfera privada ou do estado. Os procedimentos realizados neste nível são mais invasivos, sendo que a vida do usuário encontra-se em risco, com aparelhos de tecnologia avançada. O objetivo deste nível é realizar procedimentos que garantam a manutenção dos sinais vitais, dando suporte para a preservação da vida. Médicos, equipes e equipamentos apresentam maior grau de especialidades, prestando atendimento ao paciente que não puder ser tratado tratados no nível secundário por ter casos mais complexos ou raros. Atenção Terciária à Saúde Redes de Atenção à Saúde (RAS) As Redes de Atenção à Saúde (RAS) são locais próprios para a oferta de serviços de saúde que determinam a estruturação dos pontos de atenção secundária e terciária, sendo o centro de comunicação a atenção primária à saúde, ordenando o cuidado. As RAS asseguram o compromisso de melhora da saúde da população com serviços de saúde contínuos em diferentes níveis de atenção à saúde, ofertando serviços específicos para necessidades específicas. Slide gentilmente cedido por: Ana Paula de Slide gentilmente cedido por: Ana Paula de Modelo de Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF) Slide gentilmente cedido por: Ana Paula de Slide gentilmente cedido por: Ana Paula de Slide gentilmente cedido por: Ana Paula de Aprofunde seus conhecimentos lendo: SILVA, Silvio Fernandes da. Organização de redes regionalizadas e integradas de atenção à saúde: desafios do Sistema Único de Saúde (Brasil). Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro , v. 16, n. 6, p. 2753-2762, jun. 2011 . Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413- 81232011000600014&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 14 ago. 2020. https://doi.org/10.1590/S1413-81232011000600014. RODRIGUES, Ludmila Barbosa Bandeira et al . A atenção primária à saúde na coordenaçãodas redes de atenção: uma revisão integrativa. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro , v. 19, n. 2, p. 343-352, fev. 2014 . Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413- 81232014000200343&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 14 ago. 2020. https://doi.org/10.1590/1413-81232014192.18032012. LAVRAS, Carmen. Atenção primária à saúde e a organização de redes regionais de atenção à saúde no Brasil. Saude soc., São Paulo , v. 20, n. 4, p. 867-874, dez. 2011 . Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104- 12902011000400005&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 14 ago. 2020. https://doi.org/10.1590/S0104-12902011000400005. Aprofunde seus conhecimentos lendo: BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção Básica. 4. ed.Brasília: Ministério da Saúde, 2007. MAIA, F. E. S. et al. A importância da Inclusão do profissional Fisioterapeuta na Atenção Básica de saúde. Rev. Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba, v. 17, n. 3, p.110-115, 2015. Referências Bibliográficas da aula 4: MENDES, E. V. As redes de atenção à saúde. Brasília: Organização Pan- Americana de Saúde, 2011. CAMPOS, G. W. S. et al. Tratado de saúde coletiva. 2. ed. São Paulo: Hucitec, 2012. BONS ESTUDOS!