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PREVENÇÃO Rastreamento: - Neoplasia de endométrio - Neoplasia do ovário e da tuba uterina - Neoplasia de vulva - Neoplasia de vagina - Neoplasia de colo do útero CÂNCER DO COLO UTERINO O câncer de colo uterino (CCU) é o único câncer genital feminino que pode ser realmente prevenido por uma técnica de rastreamento efetiva e de baixo custo que permite detecção e tratamento na fase pré-maligna, ainda na forma de neoplasia intraepitelial cervical (NIC). Papanicolau/preventivo: redução de 89% na incidência de câncer de colo. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de colo de útero é o terceiro mais incidente na população feminina, atrás apenas do câncer de mama e do câncer colorretal. Em 2018, foram 16.370 mil casos novos no Brasil. O CCU é o segundo câncer mais comum em mulheres no mundo, com 500 mil novos casos por ano. Essa doença afeta as regiões mais pobres de forma desproporcional, sendo que 80% dos casos são diagnosticados em países em desenvolvimento. Nos países em desenvolvimento, é a causa mais comum de morte por câncer em mulheres e do maior número de anos de vida perdidos devido ao câncer. Essa neoplasia é mais comumente diagnosticada em torno da quinta década de vida, ou seja, vários anos mais precocemente que a média de idade para cânceres de mama, pulmão e ovário. Avanços importantes ocorreram no diagnóstico e no tratamento desse câncer nos últimos anos. Cirurgia ou radioquimioterapia (RQ) podem curar 80 a 95% das mulheres em estádio inicial (estádios I e II) e 60% das mulheres com doença em estádio III. FATORES DE RISCO A infecção pelo HPV, especialmente o de alto risco (16, 18), é a principal causa do CCU, sendo que sua presença pode ser detectada em 99% dos casos de doença invasora. Os fatores de risco para a doença são aqueles relacionados à infecção pelo vírus, considerada DST: baixo nível socioeconômico e comportamentos relacionados a início precoce da atividade sexual e grande número de parceiros sexuais, incluindo gravidez precoce, multiparidade, prostituição, além do número total de parceiros da paciente e de parceiras do cônjuge. Vacina HPV PATOLOGIA A evolução da infecção pelo HPV para o CCU envolve quatro passos: 1. Infecção do epitélio metaplásico da zona de transformação cervical; 2. Persistência da infecção viral; 3. Progressão do epitélio persistentemente infectado a pré-câncer cervical; 4. Invasão através da membrana basal do epitélio. Origina-se normalmente na junção escamocolunar (JEC) do colo uterino. Se a lesão pré-invasora não for tratada, evolui para carcinoma invasor em 10 a 30% dos casos. Na grande maioria dos casos, o NIC III já surge nessa fase, sem apresentar-se inicialmente como NIC I ou II. ACHADOS CLÍNICOS O CCU apresenta-se na sua fase inicial de forma assintomática ou pouco sintomática, fazendo muitas pacientes não procurarem ajuda no início da doença. O CCU cresce localmente, atingindo vagina, tecidos paracervicais e paramétrios, podendo comprometer bexiga, ureteres e reto. A disseminação à distância ocorre principalmente por via linfática, envolvendo inicialmente os linfonodos pélvicos. A apresentação clínica depende principalmente da localização e da extensão da doença. A paciente pode referir secreção vaginal amarelada, fétida e até sanguinolenta, ciclos menstruais irregulares, spotting intermenstrual, sangramento pós-coital e dor no baixo ventre. Nos estádios mais avançados, a paciente pode referir dor no baixo ventre mais importante; anemia, em virtude do sangramento; dor lombar, em função do comprometimento ureteral; hematúria e alterações miccionais, causadas pela invasão da bexiga; e alterações do hábito intestinal, em função da invasão do reto. As pacientes também podem sentir dores na coluna lombar e na bacia pélvica, devido ao comprometimento, às vezes, da parede pélvica. DIAGNÓSTICO O diagnóstico baseia-se na tríade citologia, colposcopia e histologia. A citologia tem papel mais relevante no rastreamento das lesões iniciais, ainda não identificáveis a olho nu. Como sua sensibilidade situa-se em torno de 60%, em casos de tumores invasores e com muita necrose, o resultado do citopatológico pode ser negativo. Entretanto, os casos positivos devem ser valorizados, já que sua especificidade é de cerca de 95%. A colposcopia é um método auxiliar no diagnóstico, especialmente na identificação de lesões ainda microscópicas, por meio da visualização de imagens sugestivas de invasão tumoral (vasos atípicos, necrose, erosões, aspecto vegetante e circunvoluções na lesão). O padrão-ouro de diagnóstico é dado pela histologia, que pode ser obtida por biópsia direta da lesão, geralmente realizada sob visão colposcópica. Em casos nos quais não foi possível descartar ou confirmar a presença de invasão por meio da associação de colposcopia e biópsia dirigida e há suspeição, estará indicada a conização para esclarecimento diagnóstico, podendo, em alguns casos, já ter caráter terapêutico. Em casos avançados, em que a lesão é visível a olho nu e claramente tem caráter invasor, não está indicada a conização, bastando biópsia da lesão para o diagnóstico. TRATAMENTO O tratamento do CCU com objetivo curativo pode envolver tanto cirurgia quanto radioterapia, sendo que esta última pode ser associada à quimioterapia radiossensibilizante. A definição do tratamento depende do estádio clínico, sendo que mais de uma modalidade pode ser aceita para o mesmo estádio. APS
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