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NEOPLASIAS DO SNC E PERIFÉRICO NEOPLASIAS DO SNC Grupo de tumores benignos ou malignos primários ou tumores secundários que são o resultado de metástases de um sítio primário localizado fora do cérebro. Na maioria dos pacientes, a causa é desconhecida. Gliomas são os tumores primários mais comuns (população geral). Tumores cerebrais primários em adultos: Aproximadamente 70% ocorrem acima do tentório do cerebelo. Glioblastoma (50%), meningioma (17%) e astrocitoma (10%). Tumores cerebrais primários em crianças: Segunda causa mais comum de câncer entre crianças. Aproximadamente 70% ocorrem abaixo do tentório do cerebelo (infratentorial). Meduloblastoma (24%; mais comum em homens), atrocitoma pilocítico (20%) e glioblastoma (20%). A maioria dos tumores primários do SNC são esporádicos. 5% estão associados a síndromes hereditárias. Os fatores de risco para o desenvolvimento de tumores do SNC incluem: Síndrome de Turcot (Sindrome Glioma-Polipose). Neurofibromatose (manchas “café au lait” e tumores periféricos). Síndrome de von Hippel-Lippau (angioblastomose cerebelorretiniana e tumores renais, adrenais e pancreáticos – autossômica dominante). Sindorme de Li-Fraumeni (mutações no p53 – sarcomas, carcinomas, linfomas, tumores SNC e adrenais – autossômica dominante). Retinoblastoma. Esclerose tuberosa (Síndrome do Carcinoma Basocelular Nevóide e Queratocistos mandibulares). Exposição à radiação ionizante (meningiomas, gliomas, tumores da bainha nervosa). Refino de petróleo. Fabricação de borracha. Idade > 65 anos (certos tipos de tumores cerebrais). ACHADOS CLÍNICOS GERAIS: Cefaléia (20% no início). Tende a piorar durante a noite e costuma acordar a pessoa. Acompanhado de náuseas e vômitos. Convulsões (>30% dos casos): O tipo de ataque depende do local. Mais comum em tumores de baixo grau do que em tumores de alto grau. Sintomas e sinais de hipertensão intracraniana: Vômitos em jato (não precedido de náuseas). Sintomas neurológicos focais: Alterações sensoriais, fraqueza muscular, distúrbios visuais, disfunção cognitiva (alterações de memória ou personalidade). EXAMES DE IMAGEM: Ressonância magnética com gadolínio. A TC é útil se houver cálcio ou hemorragia. A ressonância magnética funcional para medir a atividade cerebral ao detectar alterações associadas ao fluxo sanguíneo cerebral. Tomografia por emissão de pósitrons (PET). AS CÉLULAS ASTRÓCITOS: Suporte estrutural do cérebro. Ajuda a transportar nutrientes para os neurônios. Tamponamento iônico no espaço extracelular, particularmente K+. Ajuda a remover transmissores químicos liberados por neurônios ativos. Os podócitos finais circundam os capilares cerebrais, absorvem a glicose e promovem a formação da barreira hematoencefálica. Durante o dano neuronal, pode proliferar e fagocitar neurônios que estão morrendo. Glia radial: progenitora que guia a migração de neurônios, crescimento direto dos axônios durante o desenvolvimento do cérebro. Astrócitos fibrosos: encontrados na substância branca. Astrócitos protoplasmáticos: encontrados na massa cinzenta. OLIGODENDRÓCITOS: Sintetizar a mielina. Uma única célula mieliniza segmentos axonais de vários neurônios. CÉLULAS DE SCHWANN (SNP): Uma única célula mieliniza apenas um segmento de um único axônio no SNP por vez. Secreta fatores de crescimento críticos para a regeneração de axônios danificados no SNP. MICROGLIAS: Surgem de monócitos derivados da medula óssea. Agem como os macrófagos do SNC. Migram para o cérebro durante o desenvolvimento e tornam-se micróglia residente. Se ativam para fagocitar células mortas após dano ao SNC. CÉLULAS EPENDIMÁRIAS: Células não neuronais dentro do SNC. Células epiteliais coroides: células ependimárias especializadas que produzem LCR. A maioria das células ependimárias tem cílios ou microvilosidades nos processos apicais que se movimentam para mover o LCR. TOPOGRAFIAS Intra-axial – dentro do cérebro e da medula espinal. Intramedular – dentro da medula espinal. Extra-axial – fora do cérebro e da medula espinal (como meningioma). Extramedular – não dentro da medula espinal. Supratentorial – membrana tentorial acima – cérebro. Infratentorial – abaixo da membrana tentorial – cerebelo, tronco cerebral ou medula espinal. LOCALIZAÇÃO IMPORTANTE: Cerca de 85% dos tumores primários do SNC estão na cavidade craniana e 15% no canal espinal. Nas crianças, predominam na fossa posterior (70%). Em adultos, nos hemisférios cerebrais. Cada tumor tem preferência, às vezes exclusiva, por certas regiões – meduloblastoma (exclusivo do cerebelo), glioblastomas ocorrem nos hemisférios cerebrais e praticamente nunca no cerebelo. Um tumor pode ter comportamentos diferentes segundo sua topografia – astrocitomas do cerebelo (crianças) são do tipo pilocítico, de crescimento lento e curado com exérese; astrocitomas de hemisférios cerebrais (adultos) são do tipo difuso, com tendência para transformação maligna em GBM. A localização do tumor é indispensável no pedido de exame e influencia decisivamente no diagnóstico. CRESCIMENTO E DISSEMINAÇÃO O crescimento expansivo (não infiltrativo e bem delimitados) é próprio dos meningiomas e schwannomas. Já os tumores neuroectodérmicos (gliomas) apresentam crescimento infiltrativo, ausência de limites nítidos e de cápsula – mesmo quando macroscopicamente parecem delimitados, mostram infiltração no exame histopatológico (difícil a excisão cirúrgica completa). Os meduloblastomas têm tendência a disseminar pelo líquor para as leptomeninges, inclusive espinais Radioterapia de todo eixo. Os glioblastomas também podem apresentar disseminação meníngea. Não dão metástase para fora da cavidade craniana e canal espinal. GLIOMAS Variam de aspecto e comportamento biológico conforme o local de origem no SNC. Graduação OMS: ASTROCITOMA PILOCÍTICO Comportam-se de forma totalmente diferente dos astrocitomas difusos. São tumores de evolução lenta e passiveis de exérese cirúrgica, com cura em até 90% dos casos. Predominam largamente na primeira e segunda décadas, com rápido decréscimo nas seguintes. Estão localizados mais frequentemente no cerebelo, e mais em hemisférios cerebelares que no vermis. Outros locais comuns são a região hipotalâmica e as vias ópticas e, menos comumente, nos hemisférios cerebrais. Praticamente nunca há transformação maligna para glioblastoma e o prognóstico é bom após cirurgia. Radioterapia não é empregada porque o tumor é de crescimento muito lento. MACROSCOPIA – São tumores bem delimitados e geralmente císticos, o cisto contém líquido amarelo. Na parede do cisto há uma área mais saliente, onde a neoplasia é mais espessa. Não encapsulado. MICROSCOPIA – São bem diferenciados, com baixa celularidade. Geralmente, coexistem dois padrões histológicos básicos, mas pode haver só um ou outro. Padrão pilocítico – as células têm longos e finos prolongamentos que se dispõem em feixes, como uma cabeleira. São observadas estruturas hialinas, chamadas fibras de Rosenthal entre os prolongamentos celulares (são de grande valor diagnóstico, embora possam também ser encontradas em processos de gliose de longa duração). Padrão protoplasmático – com microcistos situados entre as células neoplásicas (degeneração microcística). ASTROCITOMAS DIFUSOS São tumores comuns em adultos, com pico de incidência na meia idade. MACROSCOPIA – Situam-se na substância branca de um dos hemisférios cerebrais. São mal delimitados, mesclando-se imperceptivelmente com o tecido nervoso em volta. Geralmente é impossível definir onde acaba o tumor. Nunca são encapsulados. A cor é geralmente branca ou cinzenta, mas não raro há cistos com conteúdo liquido, áreas de necrose (amareladas), ou de hemorragia (vermelhas), emespecial na parte interna do tumor. A consistência parece-se com a do tecido nervoso normal (mas pode ser mais firme ou mais mole). MICROSCOPIA – Os astrocitomas têm aspecto variável segundo o grau de diferenciação. Os tumores bem diferenciados são constituídos de células que lembram astrocitos normais ou patológicos. Os astrocitos neoplásicos podem ser: Fibrilares – produzem muitas fibrilas gliais. São tumores de baixa celularidade, geralmente poucas atipias, e podem até confundir-se com uma área de gliose. As células têm prolongamentos filamentosos, e o espaço entre as células é preenchido por uma trama fibrilar. Protoplasmáticos – produzem poucas fibrilas gliais. Têm maior celularidade que os fibrilares e os prolongamentos celulares são curtos. Não raro apresentam pequenos cistos contendo material amorfo basófilos entre as células. Gemistocíticos – lembram astrócitos gemistocíticos reacionais. Contudo, há perda da relação núcleo-citoplasma, atipias nucleares e multinucleação. É raro que um astrocitoma cerebral seja histologicamente homogêneo. Contém vários tipos juntos. Os astrocitomas difusos bem diferenciados são considerados como grau II de malignidade pela OMS. Os astrocitomas menos diferenciados são denominados astrocitomas anaplásicos (grau III de malignidade), e os mais malignos, glioblastoma (grau IV). OLIGODENDROGLIOMAS São tumores de hemisfério cerebral de adultos, com incidência menor que os astrocitomas e glioblastomas. Embora sejam relativamente bem delimitados e histologicamente diferenciados, tendem a recidivar após a retirada cirúrgica, já que esta só raramente pode ser completa. O grau de malignidade é grau II da OMS, e pode aumentar na recidivas, passando a grau III, ou oligodendroglioma anaplásico. MACROSCOPIA – Formam massas acinzentadas, geralmente melhor delimitadas que os astrocitomas. Calcificações são comuns. MICROSCOPIA – São formados por oligodendrócitos, que são células pequenas, com núcleo redondo e citoplasma claro, geralmente com halo vazio em volta do núcleo (aspecto em ovo frito). A impressão é de regularidade. Os vasos são delicados, com ramificações dicotômica, e formam uma trama comparada a tela de galinheiro. Geralmente não se observa a proliferação endotelial característica dos glioblastomas. GLIOBLASTOMA Corresponde a tumor astrocítico difuso com máximo grau de malignidade. A localização e incidência etária são as mesmas dos astrocitomas difusos de baixo grau. Um glioblastoma pode originar-se através da malignização de um astrocitoma difuso pré-existente ou já se inciar como tumro de alto grau. MACROSCOPIA – Apresenta-se como massa expansiva mal delimitada na substancia branca de um hemisfério cerebral. Necrose é muito comum e pode envolver a maior parte do tumor. Pode haver formação de cistos e/ou hemorragia. Há comumente edema peritumoral e desvio da linha media, com hérnia. Em alguns casos o tumor infiltra o corpo caloso, passando ao hemisfério contralateral (tumor em asa de borboleta). MICROSCOPIA – Atipias celulares: as células nos glioblastomas são astrocitos em graus variados de diferenciação. Os menos diferenciados são pequenos, com citoplasma escasso e poucos prolongamentos curtos. Pode ter células gigantes multinucleadas. Mitoses: são facilmente observadas. Algumas são atípicas. Proliferação vascular: característica importante. Há aumento do número de capilares, tanto no tumor como no tecido nervoso em volta. São capilares proeminentes, cujo aspecto pode lembrar glomérulos renais, sendo por isto denominados pseudo-glomérulos. As células endoteliais destes capilares são numerosas e com núcleos tumefeitos. É muito comum trombose nestes vasos anômalos, que é responsável em parte pela necrose. Necrose coagulativa: pode ser extensa a ponto de envolver quase todo o tumor. Há áreas necróticas menores, de contornos geográficos, em cuja periferia as células neoplásicas estão concentradas e dispostas em paliçada (necrose em pseudo-paliçada). Na periferia do glioblastoma as células neoplásicas podem concentrar-se em volta de neurônios, ou podem avançar pela leptomeninge, entrando no tecido nervoso pelos espaços de Virchow-Robin – numa biópsia cerebral que não tenha atingido o tumor, o diagnostico pode ser possível pela observação de células neoplásicas em torno de pequenos vasos corticais. ASPECTOS CLÍNICOS – O glioblastoma é um tumor muito grave, de crescimento rápido. A história clinica é de poucos meses. O quadro caracteriza-se por: Síndrome de hipertensão intracraniana (cefaleia, vômitos em jato, edema de papila). Sinais de localização conforme a área atingida (hemiparesias, parestesias, afasias, hemianopsia). Crise convulsivas em paciente adulto não epiléptico devem sempre levantar suspeita de tumor intracraniano. - O tratamento é cirúrgico e visa a retirada da maior quantidade possível de tumor para descomprimir o cérebro e aliviar a hipertensão intracraniana. É quase sempre impossível a retirada total, devido à má delimitação e às graves sequelas da ablação de áreas funcionantes. Usa-se radioterapia como adjuvante. Quimioterapia tem pouco efeito. - O prognóstico de glioblastomas ainda é péssimo, porque o tumor inevitavelmente recidiva. A sobrevida dificilmente ultrapassa 6 meses a 1 ano após o prognóstico. Outros exemplos de astrocitomas e glioblastomas de hemisférios cerebrais. Astrocitomas podem iniciar-se como tal e sofrer transformação para glioblastoma ao longo da evolução. Glioblastomas podem derivar de astrocitomas ou originar-se já como glioblastomas. O diagnóstico diferencial é baseado em critérios histológicos. Infiltração em glioblastomas. Eles têm alto poder infiltrativo e podem propagar-se à distância no mesmo hemisfério através de tratos da substancia branca. Podem também propagar-se ao outro hemisfério pelo corpo caloso, como demonstrado aqui. A isto se chama ‘tumor em asa de borboleta’. Apesar da tendência a infiltrar o tecido nervoso, glioblastomas praticamente nunca dão metástases fora do SNC. GLIOMAS CLASSIFICAÇÃO OMS 2016: A atualização de 2016 incorpora muitas mudanças significativas, sendo a mais importante a definição de novas entidades com base em características moleculares e fenotípicas associadas. Os gliomas foram totalmente reestruturados; astrocitomas e oligodendrogliomas estão agora na mesma categoria (“tumores astrociticos e oligodendrogliais difusos”), que são posteriormente definidos pela presença ou ausência de mutações de IDH e codeleção 1p/19q. SOE (sem outra especificação): terminologia a ser usada quando a informação molecular é insuficiente, seja porque o teste não pode ser totalmente realizado ou os resultados não se enquadram em uma categoria definida. TUMORES EPENDIMÁRIOS EPENDIMOMA São neoplasias de células ependimárias, portanto em relação topográfica com os ventrículos. Podem originar-se nos ventrículos laterais ou no IV ventrículo. A distribuição etária é ampla, indo de crianças até a idade adulta. Têm tendência a repetidas recidivas pós-cirúrgicas e o prognóstico final é sombrio. Ependimomas comuns são grau II da OMS e há ependimomas anaplásicos, considerados grau III. MACROSCOPIA – Formam massas acinzentadas, bem delimitadas, que podem ter aspecto em couve-flor (papilífero), e fazer saliência no interior do ventrículo, mas infiltram o tecido cerebral adjacente. MICROSCOPIA – As células são geralmente bem diferenciadas e uniformes. Tendem a arranjar-se radialmente ao redor de vasos, aos quais lançam um prolongamento. Os núcleos ficam a certa distância do vaso, deixando um halo anucleado (róseo) perivascular (pseudorosetas perivasculares). Em aumento fraco isto dá ao tumor um aspecto malhado (alternância de áreas ricas e pobres em núcleos), comparadoa pele de leopardo. Pode também haver rosetas com centro vazio, chamadas rosetas verdadeiras ou de Flexner, que reproduzem estruturas normais formadas por células ependimárias nas proximidades dos ventrículos ou do canal central da medula. MEDULOBLASTOMA São tumores de origem neuroectodermica, mas não derivam de células da glia e sim de neurônios imaturos presentes em uma fase do desenvolvimento do cerebelo. A incidência é maior na infância, com pico na primeira década. Porem podem ocorrer em adolescentes e adultos jovens. Meduloblastomas têm localização cerebelar exclusiva, isto é, não são encontrados fora do cerebelo. Isto se deve a que suas células de origem existem apenas no cerebelo. FISIOPATOGENIA – Após 6 meses de idade, o córtex cerebelar é constituído por três camadas: camada molecular (superficial), camada granulosa (profunda) e a camada de células de Purkinje entre as duas. A camada granulosa se forma durante a vida intrauterina por neurônios imaturos que inicialmente têm localização submeníngea, formando a camada granulosa externa. Estes migram através da camada molecular assumindo a posição definitiva mais profunda (camada granulosa interna). A camada granulosa externa é espessa ao nascimento e vai desaparecendo gradualmente até cerca do 6º mês, a partir de quando não é mais encontrada. A origem dos meduloblastomas é atribuída a neurônios imaturos remanescentes da camada granulosa externa, que sofrem transformação neoplásica. MACROSCOPIA – Meduloblastomas formam massas relativamente bem delimitadas, em geral na linha média (vermis) do cerebelo em crianças. Comprimem o IV ventrículo, obstruindo o fluxo liquorico, causando hidrocefalia e hipertensão intracraniana. Em pacientes de mais idade, a tendência é a localização em um hemisfério cerebelar. O tumor é branco ou róseo-acinzentado, homogêneo. Geralmente não há necrose nem hemorragias. Apesar de aparentemente bem delimitado, o tumor é altamente infiltrativo e apresenta forte tendência a disseminação pelas leptomeninges de todo o neuro-eixo, em especial do próprio cerebelo e da medula espinal. MICROSCOPIA – São pouco diferenciados, constituídos por células pequenas, com citoplasma muito escasso lembrando linfócitos, mas os núcleos são ovalados (clássico). Tumor de células redondas e azuis. Mitoses são comuns. As células se distribuem de forma homogênea. Geralmente há pouca necrose e não se observa proliferação vascular. O tumor infiltra a leptomeninge e penetra no SN à distância pelos espaços de Virchow-Robin. - Hipertensão intracraniana e ataxia cerebelar podem estar presentes. - O tratamento consiste na retirada cirúrgica, seguida de radioterapia em todo o neuroeixo. CLASSIFICAÇÃO HISTOLÓGICA Meduloblastoma clássico – tumores não WNT / não SHH. Localização em linha média. Meduloblastoma desmoplásico/nodular – hemisférios cerebelares e linha media. Distribuição bimodal de idade. Síndrome de Gorlin: do carcinoma basocelular nevóide. SHH ativado. Resultado favorável em crianças pequenas em comparação com o não-desmoplástico. Meduloblastoma com extensa modularidade – células indiferenciadas com pleomorfismo nuclear marcado, nucléolos proeminentes, envoltório de células e alta contagem de mitóticas e apoptóticas. Associado a todas as variantes genéticas, mas mais comum em SHH ativado. MENINGEOMAS São tumores benignos mais frequentes em adultos, perdendo apenas para os gliomas. Seu pico é em torno de 45 anos. A célula de origem é o fibroblasto aracnoideo, uma célula pavimentosa, que recobre a superfície externa da aracnoide – lembra cebola, o centro se calcifica, resultando em um grânulo, o corpo psamomatoso. A localização preferencial é na convexidade cerebral ao longo do seio saginal superior – maior concentração das granulações aracnoideas: Podem também ocorrer na base do crânio, na goteira dos nervos olfatórios e na região da sela turca (meningioma do tubérculo da sela). A metade anterior da cavidade craniana é mais afetada. No canal espinal são intradurais e extramedulares, mais comuns na região torácica. MACROSCOPIA – São bem delimitados, aderidos à dura- máter esféricos ou achatados. Deslocam e comprimem o cérebro sem invadi-lo. Após remoção, deixam uma depressão na superfície cerebral. A superfície do tumor é lobulada, lembrando couve-flor. Não possuem cápsula. A consistência é friável, mas pode ser firme, ou pétrea, quando o tumor é calcificado. A superfície de corte é esbranquiçada e frequentemente mostra pequenas calcificações melhor percebidas à raspagem com faca, pelo ruído característico (corpo psamomatosos). Não há necrose. Pequenos meningiomas não são raros como achados de necropsia. Embora não infiltrem o cérebro, é comum que eles infiltrem a dura-máter e os seios venosos. Quando infiltram a calota craniana causam espessamento do osso (hiperostose) – isto não indica malignidade, nem origina metástases; um meningioma só é considerado maligno quando infiltra o tecido nervoso; são muito raro, designados meningossarcomas. MICROSCOPIA – São constituídos por células uniformes, núcleo redondo ou alongado, cromatina frouxa, citoplasma róseo, abundante, de limites imprecisos. As células podem arranjar-se segundo vários padrões, nos quais é baseada a classificação dos meningiomas. Uma feição muito comum é a disposição concêntrica das células, em redemoinhos, lembrando bulbo de cebola. O centro destes agrupamentos calcifica-se, chamando-se corpo psamomatoso, análogo aos da aracnoide normal. Quando muito numerosos, denomina-se tumor meningioma psamomatoso. Os corpos psamomatosos resultam da deposição de cálcio em células neoplásicas degeneradas (calcificação distrófica). O QUADRO CLÍNICO é insidioso, devido ao crescimento lento do tumor. Meningiomas podem passar despercebidos por vários anos porque comprimem e deslocam o cérebro muito devagar. Não causam edema cerebral. Podem atingir volumes consideráveis, provocando pouco ou nenhum sintoma. - O tratamento é cirúrgico, não se associando a radioterapia. SCHWANNOMAS São os principais tumores do SNP (nervos e raízes). São benignos, incidem na meia idade, mais comumente na 5ª década. LOCALIZAÇÃO – Os de raízes tem grande preferência pelas raízes sensitivas. No crânio, ocorrem praticamente apenas no VIII par e, muito mais raramente, na raíz sensitiva do trigêmeo. No canal espinal, sempre em raízes sensitivas (dorsais). Em nervos, ocorrem em troncos maiores, na face flexora dos membros, próximos ao cotovelo, punho e joelho e no mediastino posterior. MACROSCOPIA – São arredondados, sólidos, bem delimitados e, como os meningiomas, crescem lentamente, comprimindo, nunca invadindo o cérebro ou a medula. MICROSCOPIA – São constituídos por células fusiformes, com núcleos em forma de charuto, dispostas compactamente em feixes de várias direções. Em corte longitudinal por um feixe, os núcleos de células vizinhas podem dispor-se lado a lado, formando paliçadas que se repetem de espaço em espaço. Faixas anucleadas entre as paliçadas, conhecidas como corpos de Verocay, são constituídas apenas por prolongamentos celulares. Na neurofibromatose do tipo 2 são comuns schwannomas múltiplos de raízes cranianas e espinais, nervos periféricos e simpáticos, isolados ou em continuidade com os neurofibromas plexiformes. Schwannomas originados em raízes são sempre benignos. Os de nervos podem, raramente, malignar-se, mais frequentemente em casos de neurofibromatose. ASPECTOS CLÍNICOS – Schwannomas do acústico causam surdez progressiva, tonturas, vertigens, perda de equilíbrio, ataxia e dor retroauricular. Pode haver paresia facial, disfonia e disfagia, relacionadas à compressão de nervos próximos. Os sintomas duram meses ou anos. Nos schwannomas espinais há dor radicular,compressão medular (paraplegia, anestesia abaixo do nível do tumor). O tratamento é cirúrgico. A principal complicação do Schwannoma do acústico é o infarto da ponte por lesão da A cerebelar anterior inferior. Outro risco cirúrgico é a lesão do nervo facial, que correm em 1/2 a 2/3 dos casos.
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