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Fisioterapia na população LGBTQIA+

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Beatriz Aparecida Ribeiro 041170
Fisioterapia 13V
04/03/2021
Dissertação: Fisioterapia nas disfunções pélvicas na população LGBTQIA+
Gênero é a designação onde o indivíduo escolhe se quer ser masculino ou feminino, enquanto o sexo biológico define com qual aparelho reprodutor a pessoa nasceu. Na transexualidade, são pessoas que biologicamente nasceram com características físicas de um gênero, porém não se identificam com elas, apresentando uma discordância, ou seja, uma mulher transexual nasceu com características físicas do sexo masculino, mais se identifica como mulher. A transexualidade não é uma orientação sexual. A orientação sexual é a atração, seja ela física ou emocional que um individuo sente por outro, sendo do mesmo gênero ou não.
Portanto, os serviços de saúde prestados pela população LGBTQIA+, não são de total qualidade e não atendem todas as necessidades que essa população necessita.
Assim, como área da saúde, a fisioterapia tem grande importância social e na atenção com essas pessoas, e precisa de profissionais capazes de servir a demanda gerada pela diversidade sexual na saúde. Por ser uma área de total contato, devido as condutas fisioterapêuticas, o paciente pode relatar seus sofrimentos e medos e ver o profissional como um apoio.
Além de todas as disfunções pélvicas que esses pacientes podem apresentar, como incontinência urinaria, incontinência fecal e anal, prolapsos de órgãos pélvicos, dispareunia, desejo sexual hipoativo, ejaculação precoce, transtorno de orgasmo, falta de lubrificação, entre outros, uma parte dessas pessoas, como exemplo os transexuais, buscam a cirurgias para a mudança de sexo. A neocolpovulvoplastia (do sexo masculino para o feminino), faloplastia (mudança inversa) e histerectomia. Além da vaginoplastia e neofaloplastia. E como consequência, o pós-cirúrgico também pode apresentar disfunções, como estenose, estreitamento excessivo da vagina, lesão de esfíncter etc.
Assim, uma avaliação, como anaminese e exame físico bem detalhados são importantes. Além de questionar todos os sintomas urinário, intestinal, função sexual, dores e desconfortos, investigação de hábitos alimentares e de vida. Fazer uma boa inspeção na região pélvica, sempre com todos os cuidados, tratando e respeitando o indivíduo da melhor forma.
No geral, o treinamento dos MAP, cinesioterapia, massagem perineal, uso de cones e vibradores vaginais, eletroterapia e uroterapia, vão ser usados conforme o diagnóstico do paciente. A fim de promover um fortalecimento dos MAP, melhor propriocepção e conscientização perineal e um relaxamento da região.
Em um estudo de relato de caso, publicado pelo J. Physiother. Res., em maio de 2020 de uma mulher transexual, 48 anos de idade, com 15 anos de pós cirurgia de redesignação sexual e sem queixas. Durante a avaliação inicial foram coletados os dados sociodemográficos, avaliação da dor através da escala visual analógica visual (EVA), a qualidade de vida pelo SF-36, a função sexual pelo QS-F. Foi realizada a avaliação do assoalho pélvico, inspeção, palpação e força seguindo o esquema PERFECT. Após a avaliação foram identificadas estenose vaginal, falta de consciência perineal, fraqueza dos músculos do assoalho pélvico e a relatou dor durante a relação sexual. Como intervenção foi proposto um programa de exercícios com dilatadores vaginais, terapia comportamental, treino dos MAP. Foram realizadas 10 sessões com 40 minutos de duração cada, duas vezes na semana. Conclui-se que a paciente apresentou melhora da consciência perineal, penetração via vaginal sem desconforto, porém não houve melhora significativa da força dos MAP. A fisioterapia pode atuar positivamente nesses casos, garantindo uma adequada assistência e reduzindo complicações tardias.
Referencias: 
SAMPAIO, L. L. P.; COELHO, M. T. A. D. Transexualidade: aspectos psicológicos e novas demandas ao setor saúde. Interface: Comunicação, Saúde, Educação, Botucatu, v. 16, n. 42, p. 637-649, jul./set. 2012.
PENA, E. O que é transexualidade?. Hormonie Instituto, 2019. Disponível em: < https://www.harmonieinstituto.com.br/o-que-e-transexualidade/> Acesso em: 04 mar. 2021.
FERREIRA, B. R. B. A.; SILVA, F. J. E. S. C. A intervenção fisioterapêutica na reabilitação pós cirurgia de redesignação de sexo masculino para feminino: relato de caso. J. Physiother. Res., Salvador; 10(2):288-300, Maio 2020.
ROCON, P. C. Fisioterapia e diversidade sexual: uma formação a ser discutida. Universidade Federal do Espírito Santo.

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