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2 - CANCER

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CÂNCER
Prof. Marcos Cintra
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CÂNCER
É a segunda causa de morte no mundo.
A primeira: DOENÇAS CARDIOVASCULARES.
1,4 milhões de casos são diagnosticados/ano.
1 em cada 4 mortes tem como causa: câncer.
1.500 pessoas/dia morrem.
Ocorre quando proliferação e diferenciação celular ficam alteradas
PROLIFERAÇÃO – Em geral ocorre por mitose onde uma célula filha deriva de uma célula mãe. 
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HIPÓCRATES viveu por volta do ano 400 a.C. obser- vou que as veias que irradiavam de certos tumores de mama lembravam as pernas de um caranguejo.
Ele, então, denominou a doença KARKINOMA (car-cinoma) em grego caranguejo.No latim Câncer signi fica caranguejo.
Outra versão diz que as projeções invasivas do tu- mor para os tecidos adjacentes é que dão este as- pecto de caranguejo.
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HIPÓCRATES
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DIFERENCIAÇÃO – Está relacionada à maturidade, especificidade e à função. Divide-se em 3 etapas: a) Células indiferenc.; (Céls tronco); b) Células mãe; c) Cels. Diferenciadas (não se reproduzem).
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- Câncer – Também chamado NEOPLASIA é o desenvol vimento alterado e irreversível das células.
- Podem surgir de cél. parênquimais (funcionais) ou estromais (sustentação).
Acontecem em células capazes de se dividir e rara- mente em células permanentes.
Os cânceres ocorrem por defeitos cumulativos nos genes (DNA) que controlam: reprodução, crescimen to, diferenciação e morte celular.
Tipos mais comuns  Pele, leucemias, linfomas e neoplasias de mama, osso, trato digestivo e estru- turas associadas, tireóide, pulmão, aparelho uriná- rio e aparelho reprodutor.
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CARACTERÍSTICAS DAS CÉLULAS NEOPLÁSICAS
Autonomia => Crescimento desregulado.
Anaplasia => Perda da diferenciação celular.
Deficiência nas funções: Inibição, coesão e adesão.
São dependentes de energia.
Sofrem intensa angiogênese.
Privam os tecidos adjacentes de O₂ e nutrientes.
Secretam fatores de crescimento => proliferação ce lular e angiogênese => Demanda por nutrientes.
Secretam enzimas que degradam o meio extracelu lar => facilita invasão dos tecidos adjacentes.
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Membrana => A fibronectina é defeituosa. (Mantém a célula em seu lugar). Alteração na permeabilidade
Núcleo => Tamanho e formato variados (Pleomórfi- co), aumento do número de nucléolos, aumento na pigmentação.
Cito-esqueleto => A actina (proteína que retém mo- léculas orgânicas extracelulares) e os microtúbulos (controlam o formato, movimento e divisão celular). Nas células neoplásicas suas funções estão altera-das. 
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SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS
Muitas neoplasias possuem a capacidade de produ- zir e secretar hormônios ectópicos => Manifesta- ções clínicas características da supersecreção.
Fraqueza => Consumo de nutrientes.
Perda da função neurológica => Compressão de nervos e vasos, hemorragia cerebral. 
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CARCINOGÊNESE
É o termo usado para designar a origem, a promo- ção e o desenvolvimento de um câncer.
A maioria das teorias sugere que o câncer ocorre em 3 etapas: Iniciação, Promoção, Progressão.
INICIAÇÃO - Mutação do DNA por exposição à um agente carcinógeno (vírus, radiações)  O sistema imune detecta o erro, remove-o ou repara-o.  O sistema imune não detecta o erro => este se torna uma mutação permanente e é transmitida para as próximas gerações.
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- PROMOÇÃO - A célula mutante é exposta a fatores que estimulam seu crescimento. A exposição pode ocorrer logo após a iniciação ou anos mais tarde. Fatores de promoção  Hormônios (estrogênio), aditivos de alimentos (nitrato), substâncias químicas (nicotina). Estes fatores alteram a função dos genes que controlam o crescimento e a multiplicação celular.
- PROGRESSÃO  É a fase avançada da promoção. A célula funciona independente das regras que regulam a proliferação celular. Ocorre invasão, metástase e resistência a medicamentos. É irreversível.
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CARCINOGÊNESE
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GENES ENVOLVIDOS COM A CARCINOGÊNESE
- Diversos genes exercem atividade no crescimento, reparo e morte celular.
A maioria dos cânceres tem sua origem a partir da mutação de “uma” célula.
A partir desta célula o crescimento fica descontrola- do.
Pode haver redução no processo de apoptose => su- perproliferação celular.
Ainda é desconhecido porque uma mutação pode levar a neoplasia.
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Os genes que podem levar ao câncer se dividem em três categorias => 1) Genes de reparo, 2) Oncoge- nes, 3) Genes supressores de tumor.
Geralmente, o desenvolvimento de uma neoplasia envolve alterações em mais de uma categoria.
1) GENES DE REPARO => Reparam o DNA mutado. Pro tegem o genoma. Sua INATIVAÇÃO pode permitir a proliferação de uma célula mutada.
2) ONCOGENES => Genes que causam câncer. Se origi- nam a partir de PROTO-ONCOGENES (GENES NORMAIS COM PAPEL FUNDAMENTAL NA REGULAÇÃO DAS FUNÇÕES CELULA- RES. SE ATIVADOS  ONCOGENES) ATENÇÃO!!
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A ativação proto-oncogene/oncogene pode acon tecer por 3 formas:
Mutação pontual => Alteração em nucleotídeo único. Espontânea ou induzida (Ambiente, Agente químico, Radiações U.V).
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b) Translocação cromossômica => Quando um cro- mossomo se quebra é transferido para outro local e aí se une a outro cromossomo.
 
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c) Amplificação gênica => É a alteração de cromosso- mos promovida pela aceleração da replicação e do número de cópias de gene. 
 
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3) GENES SUPRESSORES DE TUMOR => Também cha- mados de anti-oncogenes. Impedem a superproli- feração de células. Controlam a apoptose. Quando inativados permitem que a célula se prolifere infini- tamente.
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 CAUSAS EXTERNAS DE CÂNCER
Agressores externos que causam anormalidades genéticas  Vírus, radiação, carcinógenos ambientais e dietéticos.
VÍRUS => Existem oncogenes virais idênticos ao humano. Há vírus que infectam humanos com potencial de causar câncer. Ex.: Epstein Barr (mononucleose)  foi relacionado com linfoma de Burkitt e carcinoma de faringe.
RADIAÇÕES IONIZANTES => Doses baixas  mutações e anormalidades cromossômicas. Doses altas  inibem a divisão celular. As radiações podem alterar  glicídios, proteínas, lipídios e ácidos nucléicos. Também potencializam os efeitos da anormalidade genética. 
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RADIAÇÃO ULTRA-VIOLETA => Provoca mutação no gene controlador P53. Libera fator de necrose  Diminue resposta imunológica. É causa direta de carcinoma basocelular e epidermóide.
PROFISSÃO => Trabalhadores em minas e instaladores de isolamentos  Aumento do mesotelioma pleural (exposição ao asbesto-amianto). Trabalhadores na indústria de corantes, borracha, tinta  Aumenta risco de câncer de bexiga.
FUMO => Aumenta até 10 X o risco de câncer de pulmão. Nitrosaminas e hidrocarbonetos policíclicos são carcinogênicos e causadores de mutações. O fumo também esta associado ao câncer de laringe, bexiga, pâncreas e colo uterino.
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- ÁLCOOL => Está associado à cirrose hepática  Carcinoma hepato-celular. Aumento do risco de câncer de mama e colorretal. O uso intenso de álcool e cigarros  incidência de neoplasias da boca, laringe, faringe e esôfago. 
- COMPORTAMENTO SEXUAL => A transmissão do HPV por conta de parceiros com comportamento promíscuo representa para a mulher um risco de desenvolver câncer de colo de útero. O início precoce da vida sexual e um nº aumentado de parceiros também eleva o risco.
- DIETA => Consumo elevado de gorduras  Câncer endometrial, mama, prostático, ovário e retal. Alimentos defumados, ricos em nitritos  Câncer gástrico. Dieta pobre em fibras  Diminui o trânsito intestinal  Câncer colorretal.
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- POLUIÇÃO DO AR => Pessoas que moram perto de indústrias químicas tóxicas. Poluição em ambientes fechados  Fumo. 
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VIGILÂNCIA IMUNOLÓGICA
Sabe-se que células câncerosas originam-se contínuamente.
O organismo através do sist. imunológico reconhece e destrói estas células.
Vigilância imunológica => resposta celular e humoral.
Ação conjunta => produção de Ac., imunidade celular, memória imunológica.
O sistema imunológico quando atuante é responsável pela eliminação espontânea de tumores.
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- RESPOSTA CELULAR => Células cancerosas possuemantígenos relacionados ao tumor  Linfócitos T ficam sensibilizados  Liberam linfocinas  Atacam os antígenos tumorais. 
RESPOSTA HUMORAL => Antígenos da célula cancerosa  estimulam o plasmócito a liberar Ac  Também ativando o sistema complemento. Pode ocorrer anticorpos bloque adores  protege a célula tumoral  o tumor cresce.
- Linfócito B (≠ção)=> Plasmócito. São numerosos em locais sujeitos à penetração baceriana (Pele, intestino) e nos locais onde ocorre inflamação crônica. 
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CAUSAS INTERNAS DE CÂNCER
FALHAS DA RESPOSTA IMUNOLÓGICA
O não reconhecimento das céls. tumorais.
As céls tumorais inibem a resposta imunológica.
Antígenos são cobertos por Ac  Forma-se complexos que protegem os Ag. das defesas imunológicas normais.
Exposição prolongada a Ag. tumorais podem depletar a ação dos linfócitos.
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FATORES QUE PODEM PREJUDICAR A RESPOSTA IMUNE
- Célula senescente => A célula velha aumenta a possibilidade de erros durante o processo de divisão.
- Medicamentos citotóxicos ou corticosteróides => Diminuem a produção de Ac e destroem linfócitos. 
- Stress e certas infecções virais => Podem inibir a resposta imunológica => proliferação do câncer. 
- Imunossupressão => A produção e função dos leucócitos são inibidos por radiação, medicamentos citotóxicos, leucemias. 
- AIDS => Diminui a resposta imunológica. 
- Câncer => A própria doença é imunossupressora.
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 HORMÔNIOS (Causa interna de Câncer)
- Os hormônios esteróides sexuais  Estrogênio (mama e endométrio), progesterona (ovário), testosterona (próstata).
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 TUMOR METASTÁTICO - PROPAGAÇÃO
- São aqueles que se originam de céls que se deslocaram do local original para outro.
As metástases geralmente se disseminam através dos vasos sanguíneos e linfáticos.
Via hematogênica => Céls neoplásicas invadem mb basal dos vasos  O tumor libera células na circulação  As céls se alojam em diferentes lugares  desenvolvimento de novos tumores.
Via linfática => As céls neoplásicas são retidas no linfonodo  Aumento de tamanho do linfonodo  Primeira evidência de metástase.
Locais de metástase => Em geral o primeiro leito capilar. Ex. Pulmão recebe todo o retorno venoso  local frequente de metástase. Câncer de mama  linfonodos axilares. 
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SINAIS E SINTOMAS
- Fadiga => Fraqueza, cansaço, anergia, incapacidade de concentração. Ex.: O câncer de pulmão pode diminuir as trocas gasosas  Cansaço. O tumor pode competir por nutrientes  Cansaço.
- Caquexia => Perda generalizada de gorduras e proteínas. Alta atividade metabólica das céls neoplásicas.
- Dor => Pode ser resultado de diversos fatores: – Pressão ou obstrução de nervos ou vasos sanguíneos => Hipóxia => acúmulo de ácido lático => Dor e morte celular. – Espaço limitado (cérebro) => tumor cresce => compressão => Dor. – Tumor ao crescer pode distender vísceras => Dor. – Céls. Neoplásicas destroem céls vizinhas => resposta inflamatória => Dor.
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Anemia => Pode ocorrer quando as céls precursoras do sangue são acometidas. – Pode ser consequência de sangramento de câncer metastático.
Leucopenia e trombocitopenia => Ocorre geralmente quando a medula óssea é invadida. O risco de infecção aumenta.
- Infecção => É comum no paciente com câncer. Pode ocorrer por mielossupressão, imunossupressão por liberação hormonal (stress crônico). Desnutrição e anemia tornam o paciente mais indefeso. Pode ocorrer obstruções, derrames e úlceras  Ambiente favorável à ação bacteriana.
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 TESTES DIAGNÓSTICOS
 Servem para indicar a presença, extensão e estágio do tumor.
Radiografias  Avaliam alterações na densidade dos tecidos.
Cintilografia  Uma câmara especial detecta radioisótopos injetados.
Tomografia  Avalia camadas sucessivas de tecidos.
Ultrassonografia  Usa onda sonora de alta frequência para detectar alterações de densidade nos tecidos.
Ressonância magnética  Usa campos magnéticos e frequências de rádio.
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Tomografia por emissão de pósitrons => Substâncias radioativas injetadas emitem radiação captadas por computadores que constroem a imagem baseada nestas emissões
Endoscopia => Permite uma visão direta das cavidades.
Biópsia => Remoção de parte do tecido para análise. É o único método definitivo para diagnóstico do câncer.
Marcadores tumorais => Alguns tipos de câncer liberam substâncias que podem ser detectadas por exames laboratoriais. São subst. produzidas pelo material genético da célula.
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CLASSIFICAÇÃO DOS TUMORES
Benignos => São bem diferenciados (Céls. iguais ao tec. de origem); - Crescem devagar e encapsulados; - Não infiltram os tecidos vizinhos; - Não formam metástases. 
Malignos => Pouco diferenciados (Céls. diferentes do tecido de origem); - Raramente são encapsulados; - Infiltra os tec. circundantes; - Forma metástases.
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CLASSIFICAÇÃO HISTOLÓGICA
Nem sempre segue um padrão constante.
Um tumor pode ser identificado de acordo com te- cido de origem.
Acrescenta-se o sufixo “oma” ao nome da célula ou tecido de origem para tumores BENIGNOS: 
# Epitélio escamoso => EPITELIOMA. 
# Tumores epiteliais com projeções semelhantes a dedos => PAPILOMAS. 
# Tumores em glândulas epiteliais => ADENOMAS.
# Tumores em células germinativas => TERATOMAS.
# Tumores em células ósseas => OSTEOMAS.
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Quando for tumor MALIGNO de tecido ou células epiteliais, permanece o sufixo “oma” e acrescenta-se a partícula “carc”. Ex.: Adenocarcinoma => Tumor maligno de células e glândulas epiteliais.
Quando o tumor MALIGNO for de tecido conjuntivo a partícula “sarc” é acrescentada. Ex.: Condrossarco ma => Tumor maligno de condrócitos.
Carcinoma In situ é um termo utilizado na descrição de carcinomas encapsulados no epitélio. Não invadi ram a membrana basal. A detecção de tumores nes ta fase tem prognóstico bastante favorável.
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CLASSIFICAÇÕES DO CÂNCER
Os tumores podem ser classificados quanto: 1) Esta diamento. 2) Graduação tumoral.
ESTADIAMENTO
- Utiliza com frequência o sistema TNM para classificar os tumores:
 T – Tamanho do tumor.
 Tx – O tumor primário não pode ser determinado.
 To – Não há evidência de tumor primário.
 Tis – Carcinoma In situ.
 T1, T2, T3, T4 – Tamanho ou grau de extensão do tumor.
 
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N – Nodo linfático 
Indica o número de linfonodos acometidos.
 NX – Os linfonodos regionais não podem ser determinados.
 N0 – Não há envolvimento de linfonodos.
 N1, N2, N3 – Envolvimento de linfonodos.
M – Metástase à distância 
Indica a extensão das metástase.
 MX – As metástases a distância não podem ser determinadas.
 M0 – Não há metástase a distância.
 M1 – Metástase a distância.
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GRADUAÇÃO TUMORAL
Avalia os GRAUS de diferenciação de um tumor e vai de I a IV.
Os tumores de grau I ou II se parecem com o tecido de origem.
Os tumores de grau III ou IV apresentam pouca se- melhança com tecido de origem. 
GRAU I  Bem diferenciado.
GRAU II  Moderadamente diferenciado.
GRAU III  Pouco diferenciado.
GRAU IV  Altamente Indiferenciado.
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TRATAMENTO
Cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapia hormonal, bioterapia.
FIM!!!!
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