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Tricotomia, campos cirúrgicos, posições

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Clínica Cirúrgica – tricotomia, campos , posições 
OBJETIVO 1: CONHECER A TRICOTOMIA, O 
PREPARO GERAL DA PELE, OS TIPOS E A 
COLOCAÇÃO DOS CAMPOS OU COBERTURAS 
CIRÚRGICAS E O INSTRUMENTAL PARA PREENSÃO 
DOS CAMPOS. 
TRICOTOMIA 
- Tricotomia - consiste na retirada dos pêlos através da 
raspagem da pele ou do couro cabeludo, com o objetivo de 
diminuir os riscos de infecção e facilitar o manuseio e 
visualização da área a ser trabalhada. 
- A tricotomia consiste na técnica de poda pré-operatória dos 
pêlos de determinada região do corpo, com o objetivo de 
facilitar a visualização e a técnica operatória, assim como 
diminuir a contaminação da incisão com microrganismos 
presentes nos pelos. 
- A depilação com lâmina está contraindicada pelo maior 
risco de infecção da ferida operatória. A aparação dos pelos, 
apenas na área da incisão, é o método preconizado. Quando, 
por questões de falta de infraestrutura hospitalar, houver 
necessidade de tricotomia, esta deve ser realizada o mais 
próximo possível do momento da operação e, até mesmo, 
na sala cirúrgica. 
- Existem controvérsias se a tricotomia aumenta ou diminui 
o potencial de infecção da ferida operatória. Por esse 
motivo, recomenda-se que sua realização ocorra o mais 
próximo possível do momento da cirurgia (no máximo 2 
horas antes) ou no próprio centro cirúrgico, em menor área 
possível e com método o menos agressivo. 
- Também há controvérsia em relação às áreas da tricotomia, 
que variam conforme as técnicas e tecnologias usadas no 
processo cirúrgico. Entretanto, existem cirurgias nas quais a 
tricotomia é absolutamente necessária, como as cranianas. 
- Para exemplificar as áreas de tricotomia segundo a região 
da cirurgia: 
Cirurgia craniana – raspa-se o couro cabeludo total ou 
parcialmente, e o pescoço. Nas cirurgias de pescoço, deve-
se incluir o colo e as axilas; 
Cirurgia torácica - raspa-se os pelos do tórax anterior e 
posterior até a cicatriz umbilical, podendo-se estender tal 
processo até a axila e região inguinal; 
 Cirurgia cardíaca - as áreas a serem raspadas são o tórax, 
metade do dorso, punhos, dobras dos cotovelos e região 
inguinal, acrescentando-se a face interna das coxas quando 
das cirurgias de revascularização do miocárdio; 
Cirurgia abdominal - recomenda-se a tricotomia da região 
mamária até a região pubiana anterior (posterior no caso das 
cirurgias renais); nas cesáreas e cirurgia abdominal via baixa, 
raspa-se a região pubiana; 
 Cirurgia dos membros – raspa-se o membro a ser operado, 
acrescentando-se ou não as regiões axilar e pubiana. 
- Antes de iniciar a tricotomia em áreas de grande pilosidade, 
recomenda-se cortar o excesso de pelo com uma tesoura. 
- Quando realizada com barbeador, deve-se esticar a pele e 
realizar a raspagem dos pelos no sentido do crescimento dos 
mesmos, tendo-se o cuidado de não provocar arranhaduras 
na pele. O uso de depilatórios tem sido utilizado em algumas 
instituições, mas apresenta a desvantagem de, em algumas 
pessoas, provocar reações alérgicas e deixar a pele 
avermelhada. A forma de utilização varia de acordo com as 
orientações do fabricante. 
- Existem ainda aparelhos que ao invés de rasparem os pelos 
cortam os mesmos rente à pele, evitando escoriações e 
diminuindo o risco de infecção. 
- Durante um Congresso Brasileiro de Enfermagem em 
Fortaleza-Ceará, chegou- se a conclusão de que a utilização 
de tricotomizadores elétricos tem sido a melhor maneira de 
fazer a poda dos pelos, pois causam menos lesões à pele e 
consequentemente, menor risco de contaminação 
endógena. 
PREPARO GERAL DA PELE 
- O banho e a rigorosa limpeza da região onde será feita a 
incisão cirúrgica devem ser realizados para diminuir a 
possibilidade de contaminação. De acordo com o tipo de 
cirurgia, o cliente pode necessitar ser encaminhado para a 
cirurgia sem pelos na região operatória, sendo então 
necessária uma tricotomia da região. 
- Deve-se orientar o paciente para uma boa higiene e banho 
no dia anterior à intervenção, utilizando, se possível, 
soluções degermantes antissépticas, lavando, em especial, a 
região que será incisada. Já na sala é fundamental a 
realização de degermação com soluções antissépticas de 
polivinil-pirrolidona-iodo (PVPI) ou clorexidina. 
- Em seguida, procede-se à antissepsia propriamente dita 
com soluções alcoólicas daqueles mesmos agentes. 
- As principais etapas no preparo pré-operatório da pele são 
o banho geral, a tricotomia, degermação e a antissepsia do 
local. Os sabões antissépticos removem mecanicamente a 
sujeira e contribuem efetivamente para a diminuição efetiva 
da população bacteriana. Como o banho remove a gordura 
da pele, favorece a descamação e a difusão das bactérias, 
recomenda-se o banho geral na véspera da operação. 
OBS: A antissepsia com escovação pode escarificar a pele e 
facilitar a colonização bacteriana da mesma forma que as 
lâminas ou navalhas empregadas para tricotomia. Assim, 
recomenda-se a utilização de compressas e não escovas para 
a lavagem do local, fazendo-se, a seguir, desinfecção com 
solução antisséptica. 
- Dentre os compostos empregados, como antisépticos, 
destacam-se, o álcool iodado, a clorhexidina e os 
iodofóricos. O álcool iodado a 1 ou 2% é germicida de largo 
espectro, mesmo para esporulados; apesar de eficaz e 
barato não possui efeito residual e pode provocar reação 
dermatológica de hipersensibilidade em alguns pacientes. 
Os derivados da clorhexidina têm atividade antibacteriana 
duradoura, ação residual e raramente provocam reação 
alérgica, mas podem custar mais que os iodofóricos. 
- No preparo do campo operatório empregam-se as soluções 
que apresentam poder germicida de efeito prolongado 
(povidona - iodo ou clorhexidina), na forma de solução 
degermante, seguido de aplicação da tintura de iodo. Em 
regiões de mucosa, a formulação aquosa sem detergente ou 
solução tópica é a mais apropriada. 
- A pele é a primeira barreira de defesa do corpo. É 
colonizada pela flora permanente representada por cocos 
Gram-positivos e pela flora transitória que depende do 
contato com o meio ambiente. A flora tansitória é mais fácil 
de ser removida, todavia a quantidade e qualidade dos 
microorganismos guardam relação direta com o tempo de 
internação e o ambiente hospitalar; com frequência, muitos 
deles são resistentes aos antibióticos e quimioterápicos 
disponíveis. 
- A limpeza e a antissepsia da pele a ser operada contribuem 
para a prevenção da infecção da incisão cirúrgica. 
- O risco de infecção na incisão depende da quantidade, do 
tipo e da virulência dos agentes infecciosos, da doença, da 
habilidade, da técnica e tática do cirurgião e finalmente da 
condição clínica do paciente (estado nutricional, idade, 
doenças vasculopáticas e uso de drogas imunodepressoras e 
catabolizantes). 
- Utilizar solução antisséptica apropriada no preparo da pele 
do paciente – clorexidine ou PVPI (IB,II). 
- O agente antisséptico deve ser aplicado com movimentos 
concêntricos do centro para a periferia, englobando toda a 
área de abordagem amplamente (inclusive o local da 
colocação de drenos). 
- A antissepsia da pele deve ser realizada com solução 
antisséptica em combinação com produto alcoólico, 
clorexidine ou PVPI (IA). 
- CHG (clorexidine) não deve ser utilizado para mucosas 
ocular e otológica. 
 - Não há antagonismo entre CHG e PVPI por 
incompatibilidade química e ambos os compostos mantêm 
atividade antisséptica quando aplicados na mesma área. 
- Banho pré-operatório com solução antisséptica pelo menos 
na noite anterior à cirurgia (IB). Recomenda-se o banho pré-
operatório com solução de clorexidine degermante a 2% 
aplicando do pescoço para baixo, nos três dias que 
antecedem o procedimento. Esta medida visa reduzir a 
colonização da pele e o risco de ISC. Recomenda-se também 
o banho com CHG o mais próximo possível do procedimentocirúrgico. Para tanto podem ser utilizadas toalhas 
impregnadas com CHG que facilitam o procedimento de 
banho pré-operatório e não necessitam de enxágue. 
CAMPOS CIRÚRGICOS 
- Os campos cirúrgicos são capazes de prevenir infecções do 
sítio cirúrgico, agindo como barreira contra a migração de 
microrganismos da pele para o interior da incisão cirúrgica. 
- Os campos, quanto a sua composição, mais utilizados são 
os de origem do algodão (reutilizáveis) e os de plástico 
(descartáveis). Os de algodão possibilitam o 
reprocessamento e seu uso deve ser feito com atenção, pois 
é necessária a verificação de sua integridade e função de 
impermeabilidade aos líquidos antes da colocação destes em 
área operatória. 
- Os campos descartáveis desempenham a mesma função 
que os reutilizáveis, sendo capazes de prevenir a penetração 
de bactérias e líquidos através de sua trama tecidual. 
- Além desta classificação, os campos podem ser ainda 
classificados em simples ou duplos; padrão ou fenestrado, e 
sua escolha dependerá do tipo de cirurgia a ser realizada. 
 
- A colocação dos campos cirúrgicos antecede todo o 
procedimento cirúrgico. Sua colocação pode variar em seu 
modo, entretanto, o resultado final é sempre o mesmo. 
- O princípio da colocação é preparar um local estéril ao 
redor do local a ser operado, além das mesas cirúrgicas. 
Logo, é necessário que o próprio campo esteja estéril e, para 
isto, é importante que os campos estejam seguros sempre 
acima da altura da cintura, antes de serem colocados na 
região a ser operada. 
- Uma vez colocados ali, os campos não devem ser levados 
para mais perto da região a ser operada, pois suas 
extremidades estão abaixo do “nível estéril” e podem 
contaminar a área. É aconselhável que, nesta situação, o 
campo seja substituído por outro. 
- Os campos são considerados estéreis somente em sua 
parte superior. Qualquer material para além dos limites 
determinados pelos campos é considerado contaminado e 
não deve ser trazido para dentro do ambiente estéril. A 
interpretação das áreas estéreis e não estéreis é resultado 
de atenção e bom julgamento durante toda a cirurgia por 
todos os profissionais. 
OBS: Ao final da cirurgia, os campos não devem ser 
sacudidos ou arremessados por serem potenciais 
disseminadores de microrganismos e sujidades. 
 
- Existem inúmeras variações de disposição dos campos na 
cirurgia, dependendo da área a ser realizada a operação. 
Alguns exemplos podem auxiliar no entendimento: 
operações ginecológicas, na qual a paciente está em posição 
de litotomia, requerem cobertura lateral dos membros 
inferiores; cirurgias em cabeça e pescoço utilizam um campo 
cirúrgico apenas para cobertura do couro cabeludo e cabelos 
do paciente; em cirurgias em membros um campo é 
colocado sob o membro e suas porções distais e proximais 
são envoltas por outros campos; 
- pode-se usar campos fenestrados nos casos de 
procedimentos operatórios de pequeno porte, como 
dissecção venosa e exérese de tumor cutâneo. 
CORRETA COLOCAÇÃO DA PINÇA BACKAUS 
- As pinças Backaus devem ser fixadas aos campos cirúrgicos 
por sua face interna, o que evita acidentes com a pinça e 
melhora a estética da cirurgia. 
 
 
 
 
 
 
DISPOSIÇÃO DE CAMPOS 
 
 
 
 
OBJETIVO 2: CONHECER A MESA CIRÚRGICA E AS 
POSSIBILIDADES DE POSICIONAMENTO DO 
PACIENTE. 
MESA CIRÚRGICA 
- Na sala cirúrgica existem três tipos de mesas cirúrgicas: 
mesa do instrumentador, mesa do primeiro auxiliar e a mesa 
auxiliar de Mayo. 
- A mesa de Mayo tem dimensão de 50cm x 35cm e é 
exclusiva para uso do cirurgião. O objetivo da montagem 
desta mesa é dinamizar e facilitar o trabalho do cirurgião, 
tornando o ato operatório mais eficiente. 
- A mesa do primeiro auxiliar (do assistente) é retangular e 
mede, geralmente 80 cm x 60 cm. Deve ser dividida em 6 
partes, montada da esquerda para a direita (este sentido 
depende da posição assumida pelo cirurgião). O material ali 
exposto depende da necessidade cirúrgica. Nesta mesa os 
cabos dos instrumentos são voltados para o próprio 
assistente, pois este mesmo fará o uso. 
- A mesa do instrumentador é retangular e geralmente mede 
120x60cm. Fica ao lado deste mesmo, com todos os 
instrumentos dispostos na ordem em que serão usados 
durante a cirurgia. 
PREPARAÇÃO DA MESA CIRÚRGICA 
- A preparação da mesa consiste no ato de dispor os 
instrumentos cirúrgicos de forma lógica, de forma a 
racionalizar e tornar eficaz o trabalho da equipe cirúrgica. 
- Os instrumentos de todas as mesas vão atender a todo o 
ato operatório e deverão estar organizados e dispostos de 
tal forma que atendam aos tempos cirúrgicos e possíveis 
intercorrências. 
- Para a montagem da mesa, o instrumentador, já 
paramentado, escolherá o local da sala menos movimentado 
iniciando sistematicamente a organização da mesa cirúrgica. 
- Uma posição comum encontrada em alguns centros 
cirúrgicos é a mesa do instrumentador sob o paciente, 
eliminando- se assim a figura do instrumentador. A mesa 
poderá também estar posicionada em 90º à mesa cirúrgica, 
na extremidade inferior desta ou do lado do cirurgião, 
eliminando o papel desempenhado pelo instrumentador 
OBS: Deverá ser colocado um campo impermeável e estéril 
sobre as mesas instrumentais para amortecer choques e 
para criar uma barreira antibacteriana, o que impedirá a 
contaminação de instrumentos 
- Os instrumentos cirúrgicos são dispostos de maneira 
ordenada e lógica e acompanham os tempos da cirurgia. Há 
diversas maneiras de dispormos o instrumental à mesa, 
entretanto, independentemente da maneira adotada deve-
se saber que os procedimentos cirúrgicos dividem-se em 
diérese, hemostasia, exérese e síntese. Esta compreensão 
ajudará o instrumentador a organizar de forma adequada o 
material. 
OBS: Abrange, de modo geral, a sequência dos quatro 
procedimentos realizados pelo cirurgião durante o ato 
operatório. 
 Inicia-se pela diérese, que significa dividir, separar ou cortar 
os tecidos através do bisturi, bisturi elétrico, tesoura, serra 
ou laser; 
Em seguida, se faz a hemostasia, através de compressão 
direta com os dedos, uso de pinças, bisturi elétrico 
(termocautério) ou sutura para prevenir, deter ou impedir o 
sangramento. 
Ao se atingir a área comprometida, faz-se a exérese, que é a 
cirurgia propriamente dita. 
A etapa final é a síntese cirúrgica, com a aproximação das 
bordas da ferida operatória através de sutura, adesivos e/ou 
ataduras. 
- A diérese refere-se a corte, abertura, divisão de estruturas 
a ser operadas e aos principais instrumentos utilizados para 
diérese, que são: bisturi, cabo de bisturi, bisturi elétrico, 
ruginas, tesouras, etc. 
- A hemostasia pretende estancar sangramentos de forma 
temporária ou definitiva. Nesse tempo cirúrgico pode-se 
utilizar instrumentos como pinças de Kelly, pinças de 
Halsted, pinças de Crile, etc. 
- Já na etapa da síntese, o objetivo é a restauração da 
estrutura lesionada e os principais instrumento utilizados 
são: pinças, dente-de-rato, pinça anatômica, porta-agulha 
de Mayo Hegar comum, fios de sutura e agulhas. 
- Instrumentos auxiliares podem ser utilizados durante a 
cirurgia e, normalmente, variam de acordo com as 
especialidades cirúrgicas. Exemplos delas são: afastadores 
de Gosset, pinça de Pozzi, afastadores de Volkmann, etc. 
- Uma disposição básica do instrumental sobre a mesa seria 
dividir esta em quatro quadrantes. O quadrante proximal 
inferior o mais próximo do instrumentador e o distal 
superior mais afastado deste, como demonstração.
 
- Seguindo a lógica dos tempos cirúrgicos, colocam-se os 
instrumentos de diérese no quadrante proximal inferior; os 
hemostáticos no distal inferior; os de síntese no proximal 
superior e, especiais, no distal superior. Gazes, compressas 
e instrumentos de maior porte podem se dispostos entre os 
quadrantes 
- É importante salientar que estaé uma sugestão básica de 
montagem, não sendo regra para o instrumentador. Este 
deve sentir-se livre para montagem própria. O importante é 
facilitar e agilizar o trabalho de instrumentar. 
- É indicado que instrumentos mais delicados e menores 
sejam colocados mais próximos do instrumentador. Por 
exemplo, pinças Halsted devem ser primeiramente dispostas 
que pinças de Allis. 
- Os bisturis, tesouras, bem como pinças hemostáticas, de 
preensão e especiais devem ficar dispostas com seus anéis 
para a porção superior da mesa, para possibilitar a correta 
empunhadura por parte do instrumentador quando for 
passar o instrumento ao cirurgião 
- Os porta-agulhas se colocam com os anéis para baixo, 
segurando agulhas, com a ponta da agulha apontada para 
cima a fim de não furar o plano da mesa e não se contaminar. 
 
- Rosa (2009) divide a disposição do instrumental na mesa 
cirúrgica em 12 áreas. Na área 1, bisturi com lâmina para 
baixo e corte para esquerda; área 2, tesouras delicadas e 
fortes com pontas voltadas para o instrumentador; área 3, 
pinças tipo Kelly; área 4 é versátil e engloba as pinças de 
acordo com a cirurgia; área 5, Kocher reto; área 6 pinças com 
e sem dente; área 7, porta-agulha com anéis voltados para 
baixo; área 8, pinças de preensão; áreas 9, Backaus; ares 10, 
pinças e tesouras longas; área 11, compressas, agulha e fios; 
e área versátil. 
 
- Outra forma de disposição dos instrumentos, agora da 
mesa do assistente, é quando distribuído em 6 áreas. Na 
área 1 colocam-se tesouras; na área 2, pinças com e sem 
dente; área 3, destinados a afastadores; área 4, pinças 
auxiliares versáteis; área 5, instrumentos versáteis de uso 
restrito a determinados tempos cirúrgicos; e área 6, 
colocam-se compressas, gazes e campos. 
 
POSICIONAMENTO DO PACIENTE 
- O posicionamento adequado do paciente é um importante 
pré-requisito para um procedimento cirúrgico bem-
sucedido. O posicionamento ideal não apenas garante o 
melhor acesso possível ao local da cirurgia, como também 
evita consequências de longo prazo por danos aos nervos ou 
por lesões por pressão. Ao evitar essas consequências 
secundárias, os pacientes têm uma recuperação mais rápida, 
uma reabilitação mais fácil e melhores resultados. 
- Deve visar a boa exposição e o fácil acesso ao campo 
cirúrgico. 
OBS 1: São manobras que merecem alguns comentários 
pois, destinadas a facilitar a execução do ato cirúrgico, 
podem dificultar as condições de observação e controle por 
parte dos anestesista, bem como ter repercussões no 
período pós- operatório. 
 OBS 2: a escolha da posição cirúrgica cabe ao cirurgião, 
enquanto que o anestesista deverá fazer os ajustes 
necessários para a administração dos anestésicos e 
observação dos seus efeitos. 
- Ao se colocar o paciente em posição, deve- se levar em 
conta os seguintes critérios: 
 Facilidade dos movimentos respiratórios 
  Não comprimir terminações nervosas ou vasos 
sanguíneos, para isso deve-se proteger com panos ou faixas 
qualquer parte do corpo que exija restrições, que devem ser 
relativamente confortáveis. 
 Não deixar os membros do cliente pendentes na mesa 
operatória. 
 Evitar, sempre que possível, distensões musculares em 
qualquer parte do corpo. 
OBS: Anestesiados a maior parte do tempo, os doentes não 
poderão reclamar de desconforto ou de terem sido mal 
posicionados, o que pode ocasionar dores articulares e 
musculares no pós- operatório. 
- Não esquecer também que a facilidade de administração 
dos anestésicos e a possibilidade de verificação de seus 
efeitos por parte dos anestesistas, a observação da cor da 
face, dos lobos das orelhas, do tamanho das pupilas são 
importantes para a segurança do paciente e tranquilidade da 
equipe. 
- O momento de posicionar o paciente é variável. Em 
primeiro lugar influi o tipo de anestésico. O uso de bloqueios 
ou anestésico geral recomenda- se que o paciente só se já 
mobilizado para o posicionamento após a fixação do 
bloqueio ou estabilização da anestesia geral (determinado 
pelo anestesista). 
- A existência de patologia dolorosa como uma fratura pode 
necessitar de anestesia antes do posicionamento do doente 
para o respectivo tratamento. A idade e o tamanho do 
paciente também são determinantes no momento de 
posiciona-lo. Ex: Uma criança pode ser induzida no colo de 
uma enfermeira. 
- Pode-se também haver mudança no posicionamento do 
paciente no meio da operação se o momento exigir. De 
qualquer forma é importante que a movimentação do 
paciente anestesiado seja feita com todo o cuidado e que o 
anestesista não perca de vista os cateteres de infusão 
venosa, ou a intubação traqueal que nestes movimentos 
podem desconectar- se. 
 
POSIÇÃO SUPINA 
- É a posição usual para indução da anestesia geral e para 
acesso a cavidade abdominal. O paciente fica deitado sobre 
o dorso, com os braços em posição e as pernas levemente 
afastadas, o corpo deve estar bem alinhado, e os pés não 
cruzados. 
- É a posição mais anatômica para o paciente e que permite 
melhores condições de trabalho para o anestesista. 
- O posicionamento em supino é comum para muitas 
disciplinas cirúrgicas. Deve-se dar atenção especial ao 
posicionamento das pernas, garantindo que os joelhos e as 
articulações não se distendam demais. A cabeça e a coluna 
cervical devem ficar relaxadas. Um posicionamento 
cuidadoso dos braços pode evitar danos aos nervos. 
 
POSIÇÃO DE TRENDELENBURG OU TRENDELENBURG 
MODIFICADA 
- São geralmente usadas para cirurgia do abdome inferior 
(permite que a gravidade ajude a manter as alças intestinais 
na parte superior da cavidade abdominal) e em algumas 
cirurgias nos membros inferiores ajudando na hemostasia. 
- O paciente é colocado em posição supina e toda a mesa de 
operação é levemente inclinada para que a cabeça do 
paciente fique mais baixo que seus pés em alguns graus. Esta 
posição as vezes pode interferir na respiração porque o peso 
adicional dos órgãos internos comprime o diafragma, o que 
pode ocasionar em dificuldades respiratórias. 
 
POSIÇÃO DE TRENDELENBURG REVERSA OU PROCLIVE 
- Esta posição é geralmente usada para a cirurgias da 
cavidade abdominal superior e da cabeça e pescoço, permite 
uma exposição operatória melhor porque a gravidade 
mantém as alças intestinais na parte inferior do abdome. 
Também, com a cabeça elevada levemente, a hemostasia se 
torna mais fácil nas operações deste sangramento. 
- OBS: Quando for usada para cirurgia de pescoço e face, o 
dorso da mesa deve ser elevado e um coxim roliço pesado 
sob os ombros do paciente para hiperestender o pescoço, 
apenas o suficiente para facilitar o ato cirúrgico. 
- O paciente é colocado em supina e toda a mesa é inclinada 
para que a cabeça fique mais alta que os pés, eventualmente 
um apoio para os pés pode ser usado se a inclinação da mesa 
for muito grande. 
 
POSIÇÃO PRONA 
- Usadas em pacientes que serão submetidos a cirurgia na 
parte posterior do corpo. A indução da anestesia geral é feita 
na posição de supina, após o anestesista autorizar, o 
paciente pode ser mobilizado cuidadosamente pela equipe. 
- A posição prona costuma ser usada para cirurgia de coluna. 
O tórax precisa ser posicionado sobre uma almofada com 
uma grande abertura, para permitir que o abdômen e o peito 
acompanhem a respiração. Os joelhos devem ser 
acolchoados, e a parte inferior das pernas fica um pouco 
elevada. A cabeça deve ficar posicionada de forma que a 
coluna cervical fique em posição neutra. Travesseiros com 
recortes laterais permitem um fácil acesso para tubos de 
anestesia. 
- São colocados dois coxins debaixo das axilas e aos lados do 
tórax, que permitem melhor expansão pulmonar e 
diminuem a pressão na mamas das pacientes femininas, os 
braços são colocados em braçadeiras bem almofadadas, 
estendidos para fora e com as palmas voltadas para baixo, a 
cabeça do pacientedeve repousar sobre um travesseiro, 
virada para um lado, para manter o pescoço e a coluna 
vertebral no mesmo nível, os pés são elevados pelo 
tornozelo sobre um travesseiro para prevenir que o peso das 
pernas exerça grande pressão na ponta dos dedos. 
- Essa posição tem a grande desvantagem de dificultar os 
movimentos respiratórios e deve ser usada com cuidado em 
pacientes pneumopatas. 
- Podemos usar essa posição em cirurgias como coluna 
lombar, tumor cerebral (dependendo da localização do 
tumor), entre outras na parte posterior. 
 
POSIÇÃO LATERAL 
- A posição lateral, geralmente é utilizada nas operações nos 
rins, pulmões ou quadril. O paciente a indução da anestesia 
na posição supina e é cuidadosamente virado para a posição 
lateral após o anestesista dar permissão. 
- Em alguns casos, uma fita longa de 5 a 10cm de 
esparadrapo é passada pelo quadril e pelo ombro para 
imobiliza-lo com segurança na mesa operatória, a perna 
interior é flexionada e a levemente flexionada, separadas 
por um travesseiro que previne compressões vasculares e 
nervosas entre ambas. 
- Nas operações sobre o tórax, o braço inferior é colocado 
em uma braçadeira e o superior colocado em outra 
braçadeira em arco por sobre a cabeça, que permite que ele 
seja elevado pra cima e pra fora, abrindo a axila e facilitando 
a exposição do grandeado costal, tanto o braço como a 
braçadeira devem ser protegido com uma faixa de pano para 
evitar contato da pele com o metal e prevenir de eventuais 
queimaduras causadas pelo bisturi elétrico. 
- O anestesista coloca um travesseiro sob a cabeça do 
paciente para que o pescoço fique alinhado com o corpo. 
Variantes são obtidas com os auxílios dos coxins, que fletem 
lateralmente o tronco em alturas variáveis, dependendo do 
órgão a operar (pulmão ou rim). 
- O paciente precisa ser fixado para evitar movimento e 
manter-se seguro. Recomenda-se um bom acolchoamento 
para as pernas e calcanhares. O paciente pode ser 
posicionado sobre as articulações motorizadas do tampo da 
mesa para fornecer acesso ideal à área do tórax ou dos rins. 
 
POSIÇÃO SENTADA/ POSIÇÃO DE FLOWER MODIFICADA 
- A posição de Fowler modificada ou posição sentada, é 
usada na maioria das vezes para cirurgias neurocirurgias, 
mamoplastias e abdominoplastias. 
- O paciente deve ser cuidadosamente posicionado sobre as 
dobras da mesa, o dorso fica elevado e um suporte para os 
pés deve ser colocado. As pernas e joelhos devem ficar 
relaxados, sem que se distendam demasiadamente. Depois 
de o paciente ser colocado na posição sentada, é necessário 
eliminar qualquer força de corte e atrito que possa ter 
surgido durante o processo de posicionamento. 
- Pode ocasionar embolia. 
 
 
POSIÇÃO DE KRASKE, DEPAGE, CANIVETE SEMI ABERTO 
(JACK KNIFE) 
- Usada em cirurgias proctológicas, o paciente é colocado 
inicialmente em decúbito ventral, com posterior em 
angulação da mesa ou com a ajuda de coxins transversal sob 
o baixo ventre apoiado nas cristas ilíacas, elevando as 
nádegas pela flexão do tronco sobre as costas, lembrando 
um “V” invertido, os coxins subaxilares facilitam a 
respiração, faixas e esparadrapo colocadas de cada lado das 
nádegas é presa à mesa cirúrgica abrindo o sulco Inter glúteo 
e expondo o períneo posterior. 
- Esta posição pode trazer as mesmas dificuldades 
respiratórias que a anterior, além disso, se o coxim 
abdominal for colocado muito alto, pode comprimir a veia 
cava com diminuição do retorno venoso ou provocar 
vômitos pela compressão das vísceras abdominais. 
 
POSIÇÃO DE LITOTOMIA OU GINECOLÓGICA 
- É usada em cirurgias que requerem uma abordagem 
perineal ou anal. O paciente deve ser colocado em posição 
supina após a indução anestésica, com as nádegas próximas 
a dobra inferior da mesa de operações, após o anestesista 
permitir duas pessoas (cada uma movendo uma perna) 
dobram-nas e colocam as panturrilhas utensílios com o 
nome de perneira, que devem ser protegidas com pano para 
que o paciente não tenha contatos com metal, ambos as 
perneiras devem ser colocadas na mesma altura e no mesmo 
ângulo de afastamento, em seguida, o segmento inferior da 
mesa é retirado ou abaixado em ângulo reto, ficando 
exposto a região perineal, as mãos do paciente são 
colocados em braçadeiras laterais. 
- OBS: Esta variabilidade das posições é obtida pelo 
manuseio adequado da mesa operatória, o conhecimento de 
suas alavancas, manivelas, controle com funções, pela 
equipe cirúrgica é de máxima importância para que tais 
manobras sejam executadas prontamente á solicitação do 
cirurgião, sem erros que possam dificultar o ritmo normal do 
ato cirúrgico. 
- Existem muitas marcas e modelos de mesas que devem ser 
objetos de análise e conhecimento.

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