Buscar

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 109 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 109 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 109 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

SUMÁRIO 
 
MÓDULO I – FUNDAMENTOS DE LOGÍSTICA E SUAS OPERAÇÕES 
 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 3 
1 FUNDAMENTOS DE LOGÍSTICA: CONCEITOS E DEFINIÇÕES GERAIS, 
ORIGEM, EVOLUÇÃO ............................................................................................... 4 
1.1 CONCEITOS E DEFINIÇÕES GERAIS DE LOGÍSTICA ...................................... 4 
1.2 ORIGEM E EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA............................................................ 10 
1.3 LOGÍSTICA E COMPETITIVIDADE .................................................................... 16 
1.3.1 O Papel da Logística ...................................................................................... 16 
1.3.2 A Importância da Logística ............................................................................ 17 
1.3.3 Razões do Interesse pela Logística .............................................................. 19 
1.3.4 Benefícios do uso adequado da Logística ................................................... 20 
1.3.5 A Logística como Ferramenta Comercial ..................................................... 20 
1.3.6 A importância da Logística para a Competitividade nas Organizações 
Empresariais ............................................................................................................ 23 
1.4 ESTRATÉGIAS LOGÍSTICAS ............................................................................. 26 
1.5 OPERAÇÕES LOGÍSTICAS: CONCEITOS E DEFINIÇÕES BÁSICAS ............. 28 
1.5.1 Operações Logísticas de Suprimentos ........................................................ 29 
1.5.2 Operações Logísticas de Manufatura ........................................................... 30 
1.5.3 Operações Logísticas de Distribuição ......................................................... 31 
1.6 ETAPAS ESSENCIAIS DA LOGÍSTICA: SUPRIMENTOS, MOVIMENTAÇÃO, 
ARMAZENAGEM, DISTRIBUIÇÃO E TRANSPORTE .............................................. 33 
1.6.1 Logística de Suprimentos .............................................................................. 34 
1.6.2 Logística de Movimentação ........................................................................... 37 
1.6.2.1 Alguns tipos de equipamentos para movimentação de materiais .................. 43 
1.6.3 Logística de Armazenagem ........................................................................... 45 
1.6.4 Logística de Distribuição ............................................................................... 47 
1.6.4.1 Estruturas Logística de Distribuição .............................................................. 53 
1.6.4.1.1 Estruturas de Distribuição Escalonada .................................................. 54 
1.6.4.1.2 Estruturas de Distribuição Direta............................................................ 55 
1.6.4.1.3 Estruturas de Distribuição Flexível ......................................................... 56 
1.6.4.1.4 Sistemas de Entrega ................................................................................ 58 
1.6.5 Logística de Transporte ................................................................................. 61 
1.6.5.1 Transporte Aquaviário ................................................................................... 65 
1.6.5.2 Transporte Rodoviário ................................................................................... 68 
1.6.5.3 Transporte Ferroviário ................................................................................... 69 
1.6.5.4 Transporte Aéreo .......................................................................................... 70 
1.6.5.5 Transporte Dutoviário .................................................................................... 71 
1.7 CONSIDERAÇÕES GERAIS ACERCA DE LOGÍSTICA INTERNA .................... 71 
 
MÓDULO II – QUALIDADE EM SERVIÇOS LOGÍSTICOS 
 
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 76 
2 DEFINIÇÕES E CONCEITOS BÁSICOS, PRINCÍPIOS E DIFERENTES 
ABORDAGENS SOBRE QUALIDADE .................................................................... 77 
2.1 CONCEITOS E DEFINIÇÕES BÁSICAS ............................................................ 77 
2.2 PRINCÍPIOS BÁSICOS SOBRE QUALIDADE .................................................... 79 
2.3 AS DIFERENTES ABORDAGENS SOBRE QUALIDADE ................................... 80 
2.4 AS PRINCIPAIS FERRAMENTAS DA QUALIDADE ........................................... 80 
2.5 ASPECTOS GERAIS QUANTO AOS TIPOS DE SERVIÇOS ............................ 86 
2.6 QUALIDADE EM SERVIÇOS: PARTICULARIDADES E DIMENSÕES .............. 88 
2.7 A QUALIDADE COMO DIFERENCIAL DOS SERVIÇOS ................................... 93 
 
MÓDULO III – NOÇÕES BÁSICAS DE HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO 
 
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 96 
3 NORMAS E PROCEDIMENTOS GERAIS DE SEGURANÇA NO TRABALHO ... 96 
3.1 PRINCIPAIS CAUSAS E TIPOS MAIS COMUNS DE ACIDENTES DE 
TRABALHO .............................................................................................................101 
3.1.1 Consequência dos acidentes e doenças do trabalho ...............................102 
3.2 CUIDADOS BÁSICOS EM OPERAÇÕES LOGÍSTICAS DE MOVIMENTAÇÃO 
DE MATERIAIS (Utilizando empilhadeiras) .............................................................103 
REFERÊNCIAS .......................................................................................................108
3 
MÓDULO I – FUNDAMENTOS DE LOGÍSTICA E SUAS OPERAÇÕES 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
A logística tem assumido importância estratégica mais relevante nos negócios 
nos últimos anos, tornando-se a implementação de um sistema de logística, 
fundamental para as empresas modernas. Integração do fluxo de material, produção 
e distribuição, vêm revolucionando não somente a forma pela qual as empresas 
gerenciam suas atividades logísticas, mas, também, como gerenciam todo o seu 
negócio. 
As estratégicas logísticas dentro de um determinado segmento influenciam, 
na cultura organizacional da empresa e provoca mudanças: nos colaboradores 
desse segmento, nos produtos, nas parcerias, na seleção de fornecedores e nos 
clientes. Como um dos segmentos que atualmente se beneficia com essas 
estratégias, destaca-se a rede varejista, especialmente os supermercados, 
revendedores, atacados, pequenos comércios, etc. 
A logística nos últimos tempos se tornou uma ferramenta que proporciona a 
empresa, quando bem utilizada, vantagem competitiva e consequentemente uma 
fatia maior do mercado, onde somente os inovadores e arrojados, conseguem 
alcançar os seus objetivos em sua totalidade. Além de estar ligada à agilidade com 
que ela irá manusear, armazenar, deslocar, adquirir, controlar seus produtos, a 
logística influencia na redução dos custos organizacionais. Por isto os recursos 
provenientes da logística poderão ser utilizados nos diversos ramos de atividades 
econômica, dando-lhe ainda mais significância para que seja utilizada por todos. 
A concorrência entre os países, segundo Porter (1990), é a capacidade de 
inserir produtos e serviços demandados, bem como a capacidade de criar novas 
demandas para os consumidores, com a eficácia e eficiência necessárias. Como os 
produtos e serviços são criados, desenvolvidos e produzidos pelas organizações 
privadas, públicas ou do terceiro setor de uma nação, a competitividade das 
organizações é um dos fatores que determinam esta possibilidade de inserir 
produtos em vários mercados em todo o mundo. 
A globalização dos mercados e o aparecimento de novas tecnologias de 
processamento e transmissão de dados vêm desempenhando papel chave na tanto 
na estruturação das organizações, quanto nas mudançadas relações de negócios 
entre empresas, para isto elas precisam ser mais ágeis nas suas respostas quanto a 
4 
melhoria dos níveis de qualidade e produtividade. 
A rápida introdução de novos mercados, ou a consolidação de uma 
determinada posição em outros, passam muitas vezes pela adoção de novas 
estratégias gerenciais do processo de distribuição física de produtos. 
Particularmente, a globalização dos mercados tem levado muitas empresas a 
buscarem alternativas para as suas atuais fontes de suprimentos de bens e serviços, 
para a localização de suas instalações de produção e distribuição, bem como para 
seus mercados consumidores. Também, o contínuo desenvolvimento e propagação 
de tecnologias de processamento e transmissão de dados mais velozes e acessíveis 
permitem a coleta e a troca de informações em tempo real nos canais de 
distribuição. Esta particularidade agiliza o processo de avaliação e tomada de 
decisão, tornando-os viáveis em relações contratuais, visto que estende o alcance 
de controle de cada um dos membros do canal às atividades subsequentes do 
processo de distribuição física. 
Por exemplo, sistemas de informação em tempo real permitem atualizações 
imediatas sobre o nível dos produtos em estoque num varejista, permitindo aos seus 
fornecedores reprogramar os cronogramas de produção e distribuição em tempo 
hábil, caso seja necessário, de modo a maximizar a produtividade dos recursos 
alocados. 
É neste cenário de profundas transformações, onde as organizações voltam-
se cada vez mais para suas capacitações chave, que surge a demanda pela 
aquisição externa de determinadas atividades ou processos logísticos, e para tanto 
necessitam de mão de obra qualificada para que possam utilizar-se da logística 
como estratégia competitiva, de forma aumentar a eficiência e a eficácia das práticas 
de seus negócios, satisfazendo melhor aos anseios de qualidade dos seus clientes. 
 
1 FUNDAMENTOS DE LOGÍSTICA: CONCEITOS E DEFINIÇÕES GERAIS, 
ORIGEM, EVOLUÇÃO 
 
1.1 CONCEITOS E DEFINIÇÕES GERAIS DE LOGÍSTICA 
 
Muito se fala a respeito da logística como sendo, atualmente, a responsável 
pelo sucesso ou insucesso das organizações. Porém é importante evitar que 
situações de modismo acabem por influenciar o uso errado da palavra e, o que seria 
muito pior, de suas técnicas e atividades. Mas, afinal, o que é realmente a logística? 
5 
A origem da palavra logística, segundo Hara (2005), é oriunda do radical 
grego logos, que significa razão. A partir disso, tem-se que se pode entender o 
significado etimológico de logística como sendo “arte de calcular” ou “manipulação 
dos detalhes de uma operação”, definição que será o foco deste curso de Auxiliar de 
Operações em Logística, abordada no contexto das operações logísticas que 
ocorrem nos diversos segmentos e tipos de organizações empresariais. 
No contexto das organizações, segundo Ballou (1993), a logística trata de 
todas atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de 
produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final, 
assim como dos fluxos de informação que colocam os produtos em movimento, com 
o propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes a um custo 
razoável. Pode-se dizer, então, que logística compreende desde o fornecimento da 
matéria-prima até o consumo, abrangendo o gerenciamento das compras, 
operações de produção e transformação, controle de materiais e processos, 
embalagem, armazenagem e manuseio, a distribuição e o sistema de transportes. 
A logística é composta de atividades primárias (transporte, manutenção de 
estoques e processamento de pedidos), as quais possuem fundamental importância 
na redução de custos e maximização do nível de serviços. As demais atividades 
(armazenagem, manuseio de materiais, embalagem, suprimentos, planejamento e 
sistemas de informação) são consideradas atividades de apoio, pois dão suporte às 
atividades primárias, com o intuito de satisfazer e manter clientes, além de 
maximizar a riqueza dos proprietários. 
 
Ching (2001), considera que a logística encarrega-se de melhorar o nível de 
rentabilidade da distribuição, através de planejamento, organização e controle das 
atividades de transporte e armazenagem, facilitando o fluxo de materiais. O mesmo 
autor evidencia que a logística busca a redução do tempo entre o processamento do 
pedido até a entrega do produto, nas especificações pré-definidas, ao consumidor 
final, a um custo razoável, por meio do planejamento e otimização dos recursos 
envolvidos, sendo entregue ao comprador no tempo e momento corretos e nas 
condições pré-determinadas, conforme ilustra a Figura 1. 
 
 
 
 
 
 
6 
 
Figura 1: Objetivos da logística (Construído a partir de Ching, 2001). 
Fonte: Ching, 2001. 
 
Face ao exposto, a SOLE (Society of Logistics Engineers) afirma que as 
finalidades da logística podem ser compreendidas nos "8 R’s" descritos a seguir: 
 Right Material (materiais justos); 
 Right Quantity (na quantidade justa); 
 Right Quality (de justa qualidade); 
 Right Place (no lugar justo); 
 Right Time (no tempo justo); 
 Right Method (com o método justo) 
 Right Cost (segundo o custo Justo); 
 Right Impression (com uma boa impressão); 
 
Dessa forma, pode-se complementar que Logística é um processo de 
planejamento, implementação e controle do fluxo e armazenamento eficiente e 
econômico de matérias-primas, materiais semiacabados e produtos acabados, bem 
como as informações a eles relativas, desde o ponto de origem até o ponto de 
consumo, com o propósito de atender às exigências dos clientes (CARVALHO, 
2002). 
7 
Nesse aspecto, gerar recursos, promover equipamentos e informações a fim 
de tornar possível a execução de todas as atividades de uma empresa de qualquer 
segmento da economia, são papéis da logística que tem como atividades principais 
o transporte, armazenamento, estocagem, processamento de pedidos, 
gerenciamento de informação e distribuição, de forma a atender exigências de 
clientes. 
Atender as exigências dos clientes ficou mais difícil, posto que com a 
economia mais globalizada, agora estamos em um ambiente onde cada vez mais é 
questionada a distribuição, produção e prática das aquisições tradicionais. A 
realidade atual é bem diferente das décadas passadas. 
Nessa nova ordem das coisas produtos podem ser manufaturados segundo 
especificações exatas, e ser entregues rapidamente aos clientes em diferentes 
locais do globo. O pedido do cliente e a entrega de um produto podem ser efetuados 
em horas. A frequente ocorrência de falhas de serviços que caracterizava o passado 
está sendo substituído por um crescente comprometimento gerencial com uma taxa 
zero de imperfeição. (BOWERSOX, CLOSS E COOPE, 2006). 
Para Martins e Alt (2006) a globalização foi sem dúvida a mudança mais 
marcante dos últimos tempos dentro da sociedade, onde as transações comerciais e 
o fluxo de capitais estão intensos. Algumas características do modelo atual afetaram 
permanentemente a forma de operar das empresas, independente se fornecem bens 
de consumo ou serviços. 
Razzoline Filho (2006) complementa quando diz que fica claro que este 
período atual exige muito mais agilidade e flexibilidade por parte das empresas, que 
são cada vez mais pressionadas a diminuição de custos aliado ás mudanças nos 
desejos dos consumidores. Essas exigências levam as empresas a buscarem a 
integração de seus canais de suprimento, de forma que possam atender 
adequadamente aos mercados. 
Assim, a logística atual é um resultado concreto da globalização, que impõe 
às organizações maior mobilidade, rapidez e exatidão em suas ações. E uma boa 
administração logística dentro de uma empresa representa menores custos de um 
produto final, visto que a logística é o processo de gerenciar estrategicamente a 
aquisição, movimentação e armazenagem de materiais, peças e produtos acabados(e os fluxos de informações correlatas) através da organização e seus canais de 
marketing, de modo a poder maximizar a lucratividade presente e futura através dos 
pedidos a baixo custo. 
8 
No contexto das definições, a logística não é entendida somente como 
distribuição física, ao cliente, de produtos e artigos comerciais, em um maior âmbito, 
ela se ocupa da oferta, por parte das empresas, de produtos, artigos comerciais e 
serviços. Além disso, é necessário que a logística seja concebida como uma 
atividade de suporte em todos os campos, para incrementar e solidificar o 
faturamento e as quotas de mercado das empresas. 
Nesse aspecto, tem-se que nas atividades da administração da logística 
incluem administração de transporte, administração e controle de materiais, 
cumprimento de ordens, dimensionamento da rede logística, gestão de estoques, 
planejamento da demanda, planejamento e administração terceirizada de 
prestadores de serviços. 
Em níveis diversificados, a função logística inclui também a obtenção e 
suprimento de matérias-primas, planejamento e programação da produção, 
embalagem, armazenagem e atendimento ao consumidor. Todos os níveis da 
organização são envolvidos no planejamento e execução das atividades, sejam eles, 
estratégico, operacional e tático. 
A Administração da Logística possui função de integrar, coordenar e 
aperfeiçoar as atividades logísticas, bem como integrar as atividades logísticas com 
outras áreas como marketing, manufatura, vendas, finanças e tecnologia da 
informação. 
Dessa forma, a administração da logística gerencia as atividades de entrada 
de recursos (matéria-prima, informações, pessoal e monetário) e saída de produtos 
acabados (posicionamento da empresa e orientação ao marketing, a fim de auferir 
vantagem competitiva, agilidade e flexibilidade de gestão). 
Tais atividades englobam ações gerenciais, no tocante ao planejamento, 
implementação e controle das atividades, aproximando fornecedores e distribuidores 
através do processo produtivo, tendo como suporte as atividades logísticas, 
conforme ilustra a Figura 2. 
9 
 
 Figura 2: Componentes da administração da logística 
 Fonte: (LAMBERT, STOCK e VANTINE, 1998, p. 6). 
 
Percebe-se, portanto pela definição do termo, que a função da logística é 
principalmente ser o elo em um processo que pode começar com um fornecedor e 
encerrar com um cliente em outra ponta, posto que segundo Galvão (1994), 
Logística é o gerenciamento de todas as atividades as quais facilitam o movimento e 
a coordenação de suprimentos e demandas na criação do tempo e lugar útil para as 
mercadorias, e é disto que as organizações empresariais necessitam: processos 
logísticos que signifique vantagem competitiva nos seus negócios. 
A gestão do processo logístico tem sido hoje grande diferencial competitivo, 
pois com o passar dos tempos os consumidores tornaram-se também mais 
exigentes com relação à qualidade dos produtos, tempo de produção e ciclo de vida 
dos produtos, prazo de entrega e mais recentemente, com o índice de inovações 
tecnológicas incorporados aos produtos. 
10 
1.2 ORIGEM E EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA 
 
Desde os primórdios da humanidade já se exerciam atividades logísticas. 
Entretanto, as mesmas eram diluídas nas diversas funções: domésticas, 
agropastoris (caça, pesca, plantio) e, consequentemente, atividades de escambo. 
Primeiramente, eram efetuadas atividades básicas e fragmentadas, 
envolvendo armazenagem, distribuição física (movimentação) estocagem, 
constituindo tarefas meramente operacionais, que foram evoluindo e incorporando 
novas funções, como planejamento e organização dos materiais, processamento de 
pedidos, gestão de compras, entre outras, até o processo atualmente denominado 
de cadeia de suprimentos (MOLLER, 1995; BALLOU, 2006). Na Figura 3 é possível 
verificar a evolução das atividades logísticas, através de ações inovadoras e 
empreendedoras. 
 
Figura 3 - Desenvolvimento conceitual da logística 
Fonte: Ampliado a partir de Moller (1995). 
 
Com o passar do tempo, a logística tornou-se uma importante ferramenta 
gerencial, contribuindo na implementação de melhorias e na redução de custos, 
tendo em vista que a mesma se encarrega de melhorar o nível de rentabilidade da 
distribuição, através de planejamento, organização e controle das atividades de 
transporte e armazenagem, facilitando o fluxo de materiais (CHING, 2001). 
11 
De acordo com Martins e Alt (2006), a origem da Logística é militar e foi 
desenvolvida visando colocar os recursos certos nos locais e horas certas, tendo 
como objetivo: vencer batalhas. A logística era utilizada em batalhas desde os 
tempos bíblicos quando as guerras eram longas, distantes e necessitavam de 
constante deslocamento dos recursos. Ao decidir avançar suas tropas seguindo uma 
determinada estratégia militar, os generais precisavam ter sob suas ordens, uma 
equipe que providenciasse o deslocamento na hora certa, de munição, víveres, 
equipamentos e socorro médico para o campo de batalha. A logística também são 
estava presente nas atividades das antigas construções. A Figura 4 apresenta uma 
ilustração de atividades logísticas em antigas construções e em atividades militares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4 – Atividades Logísticas em antigas construções e em atividades militares. 
Fonte: Google Imagens, 2014. 
 
Segundo Novaes (2001), nesse período a logística era utilizada de forma a 
combinar a maneira mais eficiente, no estabelecimento de fatores de tempo e custo 
nas guerras, levando em consideração estratégia para dispor de recursos 
necessários para viabilizar o deslocamento de tropas e supri-las com armamentos, 
munição e alimentação durante as campanhas militares, expondo-as o mínimo 
possível ao inimigo. Assim, ao longo da história do ser humano, as guerras têm sido 
ganhas ou perdidas através do poder e da capacidade da logística, ou da falta deles. 
Diferentemente de uma situação de guerra, a logística em uma empresa 
12 
conta com o transporte de seus produtos da fábrica para o depósito ou para a loja de 
seus clientes; precisa também providenciar e armazenar matéria-prima em 
quantidades suficientes para garantir os níveis de fabricação planejados, também é 
necessária atenção do gestor responsável pela logística para a descontinuidade 
entre o ritmo de produção e de demanda, precisa manter produtos acabados em 
estoque, preocupações que de certa forma são basicamente similares á logística 
bélica, porém com peculiaridades próprias, bem como soluções bem distintas para 
problemas parecidos. 
Razzoline Filho (2006) acredita que independente da abordagem que se 
queira fazer da evolução logística, uma coisa resulta é concreta: a logística sempre 
existiu, evoluiu e atualmente se relaciona com o desempenho e operação de um 
sistema capaz de prover e gerir fluxos de materiais e informações em operações. 
Dessa forma, desde o princípio da existência da humanidade já se exerciam 
atividades logísticas, entretanto, as mesmas eram diluídas nas diversas funções 
domésticas, ou seja, desde atividades agropastoris, de caça, pesca, plantio e 
escambo. Primeiramente, eram efetuadas atividades básicas de armazenagem, 
distribuição física (movimentação), estocagem, entre outras, as quais eram 
fragmentadas e constituíam tarefas meramente operacionais que foram evoluindo, 
conforme ilustrado na figura 1 (anterior) e complementado pela Figura 5. 
 
 
Figura 5: A evolução da logística para a cadeia de suprimentos 
Fonte: (BALLOU, 2006, p. 30). 
13 
 
Posteriormente, às atividades logísticas foram incorporadas novas funções, 
de planejamento e organização dos materiais, processamento de pedidos, gestão de 
compras, passando de atividades de cunho operacional para atividades com foco 
tático, distribuídos entre administração de materiais, da produção e da distribuição, 
tornando-se importante estratégianas organizações, um diferencial competitivo, 
visto que seu objetivo é a entrega dos produtos ou serviços ao comprador no tempo 
e momento corretos, ao menor custo possível e nas condições pré-determinadas. 
Sua evolução, portanto, foi estimulada pela crescente inovação tecnológica, pela 
constante busca em aumentar os lucros e pela dificuldade em estimar o retorno 
sobre os investimento. A Figuras 6 ilustra de forma simplificada o objetivo da 
logística. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 6 - Objetivos da Logística. 
Fonte: E.Grosvenor Plowman in Lambert et al. (1998). 
 
No Brasil, as atividades logísticas começaram a ser estruturadas em meados 
da década de 70, com a introdução da administração de materiais nas organizações, 
atividades que não obtiveram muito sucesso, pois as associações que discutiam o 
assunto não possuíam sinergia. Entretanto, novas tentativas surgiram com a 
introdução de sistemas de gestão de materiais baseados no MRP (Material 
Requirement Plainning - Planejamento das Necessidades de Materiais), 
consolidando, em 1980, o primeiro grupo de Estudos em Logística, que visava 
aprofundar os conhecimentos, na área, e difundi-los no país (LAMBERT, STOCK; 
VANTINE, 1998). 
14 
17 
 
 
A partir da consolidação e difusão da logística, no ambiente organizacional, as 
atividades sofreram expansões e aprimoramentos, que resultaram na logística 
integrada, a qual consiste na integração das diversas atividades logísticas sob uma 
perspectiva intra-organizacional. A logística integrada opera com as atividades 
logísticas integradas, o que exige maior agilidade das organizações, além da 
redução dos seus custos e do tempo das operações. As atividades são 
desenvolvidas com base em processos, nos quais permeia a visão holística na qual 
todas as áreas da organização trabalham em prol de um objetivo mútuo e maior, que 
consiste na estratégia da organização. É o tratamento das diversas atividades de 
logística como um sistema integrado (LAMBERT, COOPER e PAGH, 1998). 
Na logística integrada ocorre a sincronia desde a colocação do pedido até a 
entrega do mesmo ao cliente, processo esse que abrange as seguintes áreas e 
funções: planejamento de compras; compras; recebimento de mercadorias (ou 
materiais); armazenamento; recebimento e preparação de pedidos; embalagem; 
expedição e distribuição, entre outras. Conforme a Figura 7, a logística integra 
diferentes atividades na organização, passando pelo fluxo de informações e de 
materiais, bem como a distribuição física e o gerenciamento dos suprimentos, 
desenvolvendo assim um relacionamento com os fornecedores e clientes. 
 
Figura 7: A integração da logística 
Fonte: (BOWERSOX e CLOSS, 2001, p. 44). 
 
A perspectiva da logística integrada pode ser vislumbrada a nível dos 4P’s 
(Produto, Preço, Promoção e Praça/Distribuição), estando cada um desses aspectos 
interligados e operando em conjunto. Já no que diz respeito à distribuição, essa está 
diretamente relacionada às demais áreas da logística (compras, vendas, 
15 
processamento dos pedidos, transporte, armazenagem e gestão de estoques) a fim 
de atender às necessidades e desejos dos clientes com maior agilidade e ao melhor 
nível de serviço possível, como ilustra a Figura 8. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 8: Logística Integrada 
Fonte: (FLEURY, WANKE e FIGUEIREDO, 2000). 
 
Seguindo com o processo evolutivo da logística, aliada a tais práticas de 
gerenciamento e estruturação das atividades vistas até então, surgiu a logística 
reversa, que visa à preocupação social e ambiental, no tocante às atividades 
logísticas, ou seja, não só o fluxo de produtos e informações do fornecedor ao 
cliente, mas o fluxo de retorno (cliente-fornecedor) de produtos (produtos retornáveis 
e reaproveitáveis, embalagens e resíduos) e informações. A tendência, no ambiente 
organizacional, é a constante evolução chegando-se a uma possível cadeia de 
suprimentos virtual e reversa, de cunho estratégico e gerencial. 
 
Porém, enquanto não as organizações não operam em cadeias de 
suprimentos, pode-se administrar as atividades e operações logísticas 
estrategicamente, visando a um melhor desempenho empresarial, sem esquecer 
que o foco atual do pensamento logístico é o cliente. 
Face ao exposto, a logística está sendo muito discutida nos últimos tempos, 
visto que é considerada a última fronteira, ainda não explorada, para redução de 
custos de qualquer produto e processo. Investir em logística é uma estratégia na 
16 
qual as empresas brasileiras estão apostando para auferir vantagem competitiva no 
mercado, uma vez que em outras partes do mundo como EUA, Europa e alguns 
países da Ásia, a logística já se encontra em um processo bastante avançado. 
 
1.3 LOGÍSTICA E COMPETITIVIDADE 
 
 
1.3.1 O Papel da Logística 
 
A cada dia que passa a logística vem ganhando mais e mais importância 
dentro das organizações. Isto se deve basicamente ao fato de que a logística e uma 
das poucas frentes em que pouco se fez ao longo da história. Muito já foi feito em 
termos de produção, qualidade, marketing, finanças e outras áreas das 
organizações. No entanto, a logística levou mais tempo para se entendida e 
analisada tanto na área de formação profissional quanto na área de negócios. A 
logística é uma das poucas frentes em que ganhos consideráveis podem ser obtidos 
dentro dos processos das organizações. 
O bom gerenciamento dos processos logísticos dentro de uma empresa pode 
representar significativas reduções de custos e vantagens competitivas adicionais. E 
isto pode se obtido, com investimentos relativamente baixos, quando comparados ao 
que é necessário fazer em outras áreas para que os ganhos se tornem tão 
representativos e diferenciados diante das empresas competidoras. 
Esta situação é reforçada por uma nova ordem econômica, cuja palavra de 
ordem, é a globalização. A globalização pode ser entendida pela troca intensiva de 
informações entre nações e culturas diferentes, o que traz grandes conseqüências 
de ordem econômica. 
Ao tomar contato com outras culturas ou simplesmente saber da 
disponibilidade de um determinado produto do outro lado do mundo, um cidadão de 
Manaus torna-se um potencial consumidor de um produto chinês, Indiano ou quem 
sabe russo. Ao ter o acesso a esses produtos a custos compatíveis, o que foi 
permitido pelos avanços tecnológicos a que assistimos em todas as áreas, esse 
potencial consumidor pode de fato se tornar um cliente. 
Isso cria uma nova imagem, a de aldeia global, onde podemos desejar e obter 
bens ou serviços de qualquer natureza. Essa transformação sociocultural produz 
uma grande transformação econômica. O que assistimos são a formação de 
grandes Blocos Econômicos e a quebra de barreiras Alfandegárias entre as nações. 
17 
Isso gera uma brutal concorrência entre as empresa, estejam onde estiverem. Pode-
se dizer que hoje o produto de uma determinada empresa não concorre apenas com 
seus pares locais, mas com produtos equivalentes de qualquer outra parte do 
mundo. 
Ser competitivo, portanto, significa ser capaz de operar, em condições de 
igualdade, neste contexto econômico. O consumidor passa a ser mais consciente do 
valor dos produtos e serviços que estão adquirindo, comparam preços e benefícios. 
Dessa forma, a velha prática de repassar as ineficiências de nossas organizações 
ao preço final do produto torna-se ineficaz, pois o consumidor mais consciente 
exigente certamente não pagará por isto. Outra transformação é que aumentou a 
velocidade das informações que chegam até eles, e aumentou também a velocidade 
com que eles desejam ter suas necessidades atendidas. A consequência direta 
disso tudo é que as margens com as quais as organizações se vêem obrigadas a 
trabalhar são cada vez menores, e as empresa passam a precisar dar respostas 
cada vez mais rápidas às situações impostas pelo mercado. 
Comoa logística trata da otimização da utilização e disponibilizarão de 
recursos, ela presta um valoroso auxílio na resolução destas questões. Além de 
possibilitar economias e reduções de custos, somente a logística pode dar 
velocidades às organizações, permitindo que estas se tornem competitivas. 
 
 
1.3.2 A Importância da Logística 
 
Um dos fatores que coloca a logística em voga ultimamente é por ser 
considerada a última fronteira, ainda não explorada, para redução de custos de 
qualquer produto, e as organizações e executivos estão percebendo que a logística 
é fundamental para o sucesso de suas organizações. 
A partir das diversas definições dá para perceber de forma simples o porquê 
da importância da logística para as organizações empresariais. Nesse aspecto tem-
se que na importância da logística estão envolvidos os fatos de esta estar associada 
com: 
● Rede de facilidades montada para movimentar materiais e/ou produtos 
acabados; 
● Processo de planejamento, implementação e controle do fluxo e 
armazenagem de matérias prima, inventário em processo, produtos acabados e 
informações correlatas do ponto de origem ao ponto de consumo em conformidade 
18 
com os requisitos do cliente. 
A maioria das firmas de serviços ou agências e instituições governamentais, 
assim como todas as empresas privadas, necessitam do auxílio de um especialista 
em logística em variados níveis. Assim, o interesse pela logística tem aumentado 
muito nos últimos anos. Cada vez mais pessoas estão enxergando na logística uma 
perspectiva de um bom emprego, o que está levando cada vez mais pessoas aos 
cursos sobre logística. 
Os administradores estão reconhecendo, agora, a necessidades de se 
estabelecer um conceito bem definido de logística industrial, uma vez que começam 
a compreender melhor o fluxo contínuo de materiais, as relações tempo-estoque na 
produção e distribuição e os aspectos relativos ao fluxo de caixa no controle de 
materiais. A verdade é que o enfoque da administração está mudando o tradicional 
"produza, estoque, venda" para um conceito mais atualizado, que envolve "definição 
de mercado, planejamento do produto, apoio logístico". 
Assim, podemos observar que a importância da logística vem crescendo à 
medida que os desafios do mercado aumentam. A globalização, sem sobra de 
dúvida, vem trazendo novos desafios para todos os ramos da Administração, que 
está sendo obrigada a reaviar seus conceitos e modelos. 
Investir em logística é uma estratégia na qual as empresas de transportes de 
carga no Brasil estão apostando para sobreviverem no mercado. Em alguns países 
da Ásia, a logística já se encontra num processo bastante avançado. Afinal de 
contas, temos que considerar o seguinte: quem vai providenciar a entrega dos 
produtos vendidos na era do e-commerce (compra feita por consumidores ou 
empresas pela internet)? Somente operadores logísticos bem estruturados serão 
capazes de vencer este desafio tanto em se falando de entregas locais como 
internacionais. 
Quando se trata de desafio da logística, isto se refere a movimentar os 
produtos e materiais com o menor custo e a maior eficiência possíveis. Isso está 
relacionado aos princípios da logística, os quais estão intimamente ligados às ações 
de qualquer Operação Logística, visto que toda atividade logística se importa em ter 
os bens ou serviços operados agregando valor de (CHING, 2001): 
● Lugar – consiste em estar no lugar certo, no lugar onde deverá ser 
adquirido ou consumido o produto ou serviço, como por exemplo, os consumidores 
com sede no estádio de futebol, as bebidas (cerveja, água, sucos, refrigerante) 
devem ser vendidas geladas no estádio;
19 
● Tempo – diz respeito a estar no tempo certo de ser consumido, como por 
exemplo, as bebidas chegando ao estádio para a partida de futebol; 
● Qualidade – consiste em estar adequado ao consumo, não estar com suas 
características ideais alteradas, como por exemplo, a lata de cerveja ou refrigerante 
furada, problemas de higiene, bebidas quentes ou sem gás; 
Informação – consiste em informar de forma adequada o abastecimento, como por 
exemplo, o vendedor de bebidas informando a venda da cerveja e/ou refrigerantes 
gelados: “Vai uma geladinha aí, doutor?”. 
Dessa forma, a logística exerce papel fundamental nas operações das 
organizações competidoras no mercado global. A partir da eficiência e eficácia nas 
atividades logísticas as organizações conseguem satisfazer às necessidades e 
desejos dos clientes, aumentando assim, sua vantagem competitiva no mercado e 
consequentemente o retorno sobre os seus investimentos. 
 
 
1.3.3 Razões do Interesse pela Logística 
 
A conscientização da importância da logística está crescendo cada vez mais 
em relação ao impacto que a logística tem na lucratividade empresarial. A maior 
conscientização enfatizou o gerenciamento de todo o processo logístico assumindo 
maior controle sobre as ações dos fornecedores, distribuidores e clientes a fim de 
combinar as taxas de produção com a demanda do usuário final. Dessa forma, é 
possível reduzir inventários, diminuir lead times (tempo computado entre o inicio da 
primeira atividade até a conclusão da última) e reduzir os custos logísticos totais. 
Podemos apresentar as seguintes razões do interesse pela logística: 
● Rápido crescimento dos custos, particularmente dos relativos aos serviços 
de transporte e armazenagem; 
● Complexidade crescente da administração de materiais e da distribuição 
física, tornando necessários sistemas mais complexos; 
● Disponibilidade de maior gama de serviços logísticos; 
● Mudanças de mercado e de canais de distribuição, especialmente para bens 
de consumo; 
● Tendência de os varejistas e atacadistas transferirem as responsabilidades 
de administração de estoques para os fabricantes. 
 
 
20 
Um fator importante no desenvolvimento tanto da distribuição física quanto do 
gerenciamento de materiais foi a rápida expansão da tecnologia de computador. O 
desenvolvimento de programas de computador operacionais e estratégicos, 
estratégicos no sentido de planejamento e operacionais no sentido de 
gerenciamento, foram vitais à maturidade de ambos conceitos. Novos sistemas 
fornecendo processamento de pedidos e compras numa base de tempo real 
tornaram-se uma forma comum de operação. 
 
1.3.4 Benefícios do uso adequado da Logística 
 
Os benefícios realizados com a boa logística irão variar dependendo do 
enfoque das empresas e das oportunidades disponíveis em cada momento. Os 
benefícios normalmente são decorrente de se "fazer as coisas com menor custo" e 
"fazer as coisas de modo melhor". Os benefícios também serão realizados para 
obter produtos aos clientes mais rapidamente e pago mais rapidamente – isto 
envolve o exame especialmente do conceito de lead time, em uma série de 
atividades. 
Dentre os benefício da logística, se destacam: 
● Distribuição mais rápida; 
● Menores custos de distribuição; 
● Menores volumes e custos de estoque (como podemos alterar os 
procedimentos atuais para apoiar demandas de serviço mais rígidas). 
● Menos perda de produtos / avarias; 
● Reações mais rápidas às mudanças na demanda; 
● Melhor serviço ao cliente; 
● Qualidade melhor gerenciada; 
● Realizar tais benefícios pode significar uma mudança radical no estilo 
gerencial e atributos. Isto com muita freqüência é mais importante do que novas 
técnicas. 
 
1.3.5 A Logística como Ferramenta Comercial 
 
As organizações sempre buscam trabalhar de forma planejada, com os fluxos 
de trabalho condizendo com os recursos que possuem, mas surgem as atividades 
especiais para as quais devem se dedicar para suprir a falta dos recursos ideais. As 
21 
atividades comerciais consistem em atividades que necessitam de uma logística 
precisa para atender ao cliente sem incorrer em estoques demasiados, altos custos 
ou a falta do produto. 
Novaes (2001) reforça essa ideia afirmandoque a logística busca, de um 
lado, otimizar as atividades da empresa de forma a gerar retorno através de uma 
melhoria no nível de serviço a ser oferecido ao cliente e, de outro lado, prover a 
empresa de condições para competir no mercado, como por exemplo, através da 
redução dos custos. 
Nas atividades comerciais, o nível de serviço nas atividades logísticas é 
fundamental, visto que o cliente, quando encontra o produto e serviço que deseja 
pode tornar-se fiel e a empresa atinge maior vantagem no mercado. No comércio é 
comum as demandas do mercado se alterarem constantemente, e o produto estar à 
disposição para aquisição (valor de lugar) é a primeira condição de compra de um 
produto por um consumidor. 
Assim, fica claro que o profissional de logística de uma cadeia de varejo deve 
ter atributos que possam suprir a eterna necessidade, por exemplo, das lojas de 
atender o cliente em suas expectativas (PIÑEL, 2009): 
● Identificar a necessidade das lojas, prever quais produtos serão procurados; 
● Enviar em tempo os produtos que serão adquiridos pelos clientes; 
● Produtos devidamente embalados para garantir sua qualidade; 
● Transporte eficiente que faça chegar no local de entrega e no prazo correto; 
● A loja ter a informação adequada do que estará chegando (para poder 
programar campanhas de vendas ou atender encomendas). 
Estas ações podem parecer lógicas e até básicas, entretanto, consistem no 
diferencial competitivo de diversas organizações mundialmente conhecidas, como 
Coca-Cola e McDonald’s. Um serviço ao cliente bem formulado é uma variável 
importante que pode garantir, além de uma demanda, a retenção de clientes 
potenciais. 
Neste aspecto, tem-se o ponto-chave na determinação do nível de serviço, 
pois dificilmente se conseguirá obter um serviço diferenciado para cada um dos 
clientes da empresa, tendo em vista que muitos são clientes esporádicos e 
altamente voláteis, que não são fiéis à empresa. Clientes potenciais devem ser o 
foco da empresa, pois um serviço altamente diferenciado gera altos custos e, 
consequentemente, preços mais elevados o que tende a limitar o número de clientes 
em condições de adquirir o mesmo. 
22 
Dessa forma, deve ser analisada a necessidade do cliente quanto aos níveis 
de serviço nas atividades logísticas no comércio. São informações a respeito do 
volume dos pedidos, localização, comodidade, prazo de entrega e assim por diante. 
Vale ressaltar que, as expectativas dos clientes nem sempre são homogêneas, 
torna-se necessário agrupar os clientes em segmentos baseados em suas 
necessidades e exigências de distribuição. 
Segundo Otto e Kotzab (2003), o ideal é proporcionar um ótimo nível de 
serviço a segmentos específicos de clientes. Depois que os segmentos são 
identificados, é possível desenhar um sistema de distribuição capaz de atender às 
exigências de cada um dos grupos de clientes. 
É necessário administrar o nível de serviço e estabelecer patamares de 
atividades logísticas de forma que proporcionem o nível de serviço logístico 
planejado, sendo importante identificar os elementos-chave que determinam o 
mesmo. É preciso determinar as necessidades dos clientes e como elas podem ser 
medidas para, após, fixar os padrões de nível de serviço e planejar serviços 
extraordinários. 
Lambert, Cooper e Pagh (1998) descrevem que, muitas vezes, as empresas 
confundem o nível de serviço ao cliente com a concepção de satisfação de cliente, 
vale lembrar que, embora um serviço pode ser de altíssimo nível, não atendendo as 
necessidades básicas do cliente, não satisfará suas expectativas. 
Nem todo cliente precisa ou deve ser tratado da mesma forma. Como pouco 
se sabe a respeito das verdadeiras necessidades de serviços exigidos pelos 
clientes, muitas empresas simplesmente mantêm um elevado nível de serviço, 
resultando em custos de distribuição maiores do que o necessário, isto por sua vez 
ocasionando um maior preço final. 
Apesar da possibilidade de ajuste do nível de serviço para clientes ou grupos 
individuais, é importante manter a generalidade na medida do possível. As empresas 
não podem administrar efetivamente níveis de serviços separados para milhares de 
clientes, porém, muitas vezes, é mais econômico oferecer nível de serviço 
diferenciado para um número limitado de grupos de clientes. 
Assim, as empresas podem separar seus clientes em grupos, como por 
exemplo, os da construção civil que dependem exclusivamente da entrega dos 
pedidos, pois não trabalham com estoques em seus canteiros de obras; clientes 
institucionais (hospitais, restaurantes, entre outros) que exigem entregas rápidas, 
pois trabalham com prazos de atendimento restritos; clientes da indústria que 
23 
precisam confiar plenamente no serviço de distribuição e entrega dos pedidos, pois 
qualquer atraso pode provocar a interrupção do processo de produção ocasionando 
grandes prejuízos; ou os próprios varejistas que não necessitam de urgências de 
entregas de pedidos, pois trabalham sempre com um estoque regular para atender 
seu consumidor final. 
Dessa forma, a logística consiste em uma importante ferramenta comercial a 
fim de entregar o produto certo, na hora e local adequados, na qualidade exigida, a 
fim de satisfazer o cliente. 
Diante dos diversos argumentos apresentados quanto a importância, razões e 
benefícios a logística assume sua importância no contexto da competitividade das 
organizações, assunto a ser abordado no próximo item deste material. 
 
1.3.6 A importância da Logística para a Competitividade nas Organizações 
Empresariais 
 
Ao longo da história as guerras têm sido ganhas e/ou perdidas por causa do 
poder e da capacidade da logística dos envolvidos, ou pela a falta destes. Enquanto 
os generais dos tempos remotos compreenderam o papel crítico da logística, 
estranhamente, apenas em um passado recente é que as organizações 
empresariais reconheceram o impacto vital que o gerenciamento logístico pode ter 
na obtenção da vantagem competitiva. 
Nesse aspecto, tem-se que vantagens competitivas, são diferenciais que 
promovem um aumento de fatias de mercado que algumas empresas conseguem 
alcançar ou lutam para isso. 
 
O gerenciamento logístico pode proporcionar uma fonte de vantagem 
competitiva, com uma posição de superioridade duradoura sobre os concorrentes, 
em termos de preferência do cliente, alcançada através da logística e da busca pela 
diferenciação. A vantagem competitiva pode trazer uma posição favorável para a 
organização de acordo com seu setor ou mercado, de maneira sustentável, para que 
a mesma tenha uma base fundamental de desempenho, acima da média a longo 
prazo. 
A fonte da vantagem competitiva é encontrada primeiramente na capacidade 
de a organização diferenciar-se de seus concorrentes aos olhos do cliente e, em 
segundo lugar, pela sua capacidade de operar a baixo custo e, portanto, com maior 
lucro. O sucesso no mercado depende de um modelo simples baseado na trilogia: 
24 
organização empresarial, seus clientes e seus concorrentes. 
No que diz respeito ao gerenciamento logístico, a vantagem competitiva pode 
ser auferida por meio da redução de estoques, desde que esse atenda a demanda 
do cliente, pela redução do lead time entre a colocação, processamento e entrega 
do pedido, escolha do modal de transporte adequado, bem como dos centros de 
distribuição e armazenagem, além da redução dos custos logísticos totais. 
Competir é preciso e, portanto, uma realidade que não se pode mais ignorar. 
Assim, todas as organizações buscam diferenciar-se de seus concorrentes para 
conquistar e manter clientes. O aumento da arena competitiva, representado pelas 
possibilidades de consumo e produção globalizadas, a necessidade de que se 
façam lançamentos mais frequentes de novos produtos, os quais, em geral, têm 
ciclos de vida curtos, e a mudança no perfil dos clientes, cada vez mais bem 
informados e exigentes, forçamas empresas e serem criativas, ágeis e flexíveis, 
mas também a aumentar a sua qualidade e confiabilidade. 
Sem dúvida, tarefas que estão desafiando os executivos em todo o mundo e 
exigindo maiores esforços, fazendo com que as empresas redirecionem suas 
estratégias logísticas para manterem-se competitivas. As empresas buscam se 
adaptar às alterações no mercado aliando as mudanças tecnológicas e as 
mudanças econômicas em prol de atividades logísticas flexíveis, conforme ilustra a 
Figura 9. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 9: Componentes da administração da logística 
Fonte: (Adaptado de LAMBERT, STOCK e VANTINE, 1998). 
 
Muitas são as teorias sobre a obtenção de vantagem competitiva. Segundo 
25 
estas a vantagem deveria ser o mais duradoura possível e se tornar perceptível aos 
olhos dos clientes, colocando assim a organização em uma posição de supremacia 
diante de seus concorrentes. O ponto de convergência de todas essas abordagens 
consiste em produzir a um custo menor, em agregar mais valor, ou em poder 
atender de maneira mais efetiva às necessidades de um determinado nicho de 
mercado. 
Isso tem evidenciado que a diferenciação pode ser obtida pela prestação de 
um maior e mais completo pacote de serviços, o que representa um desafio, pois a 
oferta dessas comodidades deve vir acompanhada da manutenção ou, mesmo, da 
redução dos preços praticados. E, ao se criarem maiores expectativas para os 
clientes, também a qualidade das operações passa a ser um atributo-chave. Se a 
empresa não for capaz de cumprir as suas promessas, o cliente ficará 
profundamente frustrado. 
Neste momento, pode ser delineada a aplicação da logística para a obtenção 
de vantagem competitiva. As metas da logística são as de disponibilizar o produto 
certo, na quantidade certa, no local certo, no momento certo, nas condições 
adequadas para o cliente certo ao preço justo. Assim, fica evidente a intenção de se 
atingir, simultaneamente, a eficiência e a eficácia nesse processo. 
A redução de custos se dará pela suavização e correta execução do fluxo de 
materiais que passará a ser feito de forma sincronizada com o fluxo de informações, 
possibilitando redução dos inventários, maior utilização dos ativos envolvidos, 
eliminação dos desperdícios, otimização dos sistemas de transporte e 
armazenagem. 
A agregação de valor poderá surgir da oferta de entregas mais confiáveis e 
frequentes, em menores quantidades, da oferta de maior variedade de produtos, 
melhores serviços de pós-venda, maiores facilidades de se fazer negócio e sua 
singularização na organização. Todas essas facilidades poderão ser transformadas 
em um diferencial aos olhos do cliente, que pode estar disposto a pagar um valor 
mais alto por melhores serviços, que representem benefícios. 
Com foco nas vantagens competitivas decorrentes da logística, a organização 
poderá implantar um sistema logístico. Para que um sistema logístico seja 
corretamente implantado e atinja os objetivos planejados, alguns pontos precisam 
ser observados (BALLOU, 2006): 
a) O sistema deve ser planejado para atender as necessidades dos clientes; 
b) O pessoal envolvido deve ser treinado e estar capacitado; 
26 
c) Devem ser definidos os níveis de serviços a serem oferecidos; 
d) A segmentação dos serviços deve dar-se de acordo com os requisitos de 
serviço dos clientes e com a lucratividade de cada segmento; 
e) Faz-se necessária a utilização de tecnologia de informação para integrar as 
operações; 
f) Há que haver consistentes previsões de demanda e a percepção do seu 
comportamento; 
g) Por fim, necessita-se da adoção de indicadores de desempenho que 
permitam garantir que os objetivos sejam alcançados. 
A logística poderá ser, portanto, o caminho para a diferenciação de uma 
empresa aos olhos de seus clientes, para a redução dos custos e para agregação de 
valor, o que irá ser refletido num aumento da lucratividade. Dessa forma as 
empresas conseguem se manter competitivas no mercado por meio das operações 
logísticas implementadas e utilizadas estrategicamente. 
 
1.4 ESTRATÉGIAS LOGÍSTICAS 
 
A utilização de estratégias logísticas no ambiente empresarial pode ocorrer de 
diferentes formas, para tanto, há que se considerar o perfil e as características da 
empresa em foco. Existe hoje um leque de estratégias logísticas específicas que 
facilitam ao profissional logístico a busca e o alcance de diferenciais de mercado e o 
aumento de vantagens competitivas. 
Com o objetivo principal de melhorar a velocidade e a confiabilidade da 
resposta, as empresas precisam ser ágeis, pois, a organização ágil não somente 
procura colocar o cliente no centro do negócio, mas projeta todos os seus sistemas 
e procedimentos (CHRISTOPHER, 1997). 
Para manter-se competitiva no mercado atual, é necessário que haja uma 
estratégia bem clara definida pela empresa, para alcançar um desempenho superior 
que possa competir tanto em âmbito nacional como em todo o ambiente global. No 
entanto, muitas empresas precisam mudar o perfil de suas estruturas, dos seus 
sistemas gerenciais, muitas vezes até na própria cultura da organização. 
Como o ambiente de negócios vive em constantes mudanças, há um aumento 
do risco de fracasso ou de perda de posição do mercado daquelas empresas que 
desconsiderarem alternativas para cenários futuros. Quando não há planejamento, 
os responsáveis pela organização perdem muito tempo reagindo às crises em vez 
27 
de antecipar estratégias de mudança e desenvolvimento para lidar com esses 
problemas (LAMBERT; STOCK; VANTINE, 1998). 
Para tanto, é necessário que a organização trabalhe bem as questões 
relacionadas ao planejamento, que para Dornier et al. (2000), seu processo é 
dinâmico por natureza, pois permite que a empresa identifique estratégias para 
atingir os objetivos desejados, cujos fatores mais importantes para alcançar esses 
objetivos são: qualidade, pontualidade e produtividade. 
Os três objetivos principais de uma estratégia logística, segundo Ballou 
(2001), são: 
● Redução de custos, associados à movimentação e à estocagem, pela 
escolha de diferentes localizações de armazéns ou pela seleção de modais 
alternativos de transportes, mas mantendo-se o nível de serviço; 
● Redução do capital, minimizando o nível de investimento no sistema 
logístico e maximizando o retorno sobre o investimento; 
● Melhoria no serviço, que são estratégias que reconhecem que as receitas 
são derivadas do nível de serviço oferecido 
Para Christopher (1997), para obter vantagem competitiva pode-se dividir a 
direção estratégica em dois vetores, sendo: 
 
● Vantagem em produtividade, em que a empresa diminui os custos de 
produção com um aumento na produção, ou através de um maior volume de vendas. 
● Vantagem em valor, em que a organização deve buscar maneiras de 
proporcionar um valor adicional ao produto ou serviço prestado que a torne diferente 
da concorrência. 
O desenvolvimento de uma estratégia de logística busca o desenho de 
processos que garantam o cumprimento da promessa do serviço ao cliente, como o 
suporte na gestão de vendas e a otimização dos custos totais da operação. Dessa 
forma, os componentes de um plano de logística incluem o sistema de indicadores 
da operação, o desenho ideal de processos que melhorem os indicadores de gestão, 
a definição dos requerimentos de infraestrutura de suporte à operação e o desenho 
da organização da gerência e operação de logística (REY, 2000). 
Nesse contexto, observa-se que a logística assume papel de grande 
importância no gerenciamento empresarial e uma estratégia logística bem 
estruturada, planejada e executada pode resultar em vantagens competitivas para a 
organização empresarial, agregando valor às suas estratégia por meio da redução 
de custos, melhoria do nível de serviço e a qualidade oferecida e entregue ao 
28 
cliente. 
 
1.5 OPERAÇÕES LOGÍSTICAS: CONCEITOS E DEFINIÇÕESBÁSICAS 
 
Operação logística é um conjunto de atividades que devem ser executadas 
para atender a uma parte da cadeia de suprimentos. Ao analisar uma cadeia de 
suprimentos, pode-se dividi-la em quatro grandes grupos os quais exercem 
operações logísticas e estão diretamente relacionados a essas, sã eles: 
a) Grupo dos fornecedores; 
b) Grupo de empresas manufatureiras, que transformam as diversas 
matérias-primas em produtos acabados; 
 
c) Grupo dos centros de distribuição, responsáveis em receber, acondicionar 
e entregar os produtos aos clientes; 
d) Grupo dos consumidores finais. 
Dessa forma, as operações logísticas são subdivididas em três grandes 
grupos (suprimentos, manufatura e distribuição), conforme ilustra a Figura 10. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 10: Operações logísticas 
Fonte: (Construída a partir de FERRAES NETO e KUEHNE JUNIOR, 2000). 
 
 
29 
 
As operações logísticas deverão, em cada um dos grandes grupos, encontrar 
respostas para algumas questões, quais sejam as aplicações em análise (FERRAES 
NETO e KUEHNE JUNIOR, 2000), sendo essas expostas na sequência: 
 
1.5.1 Operações Logísticas de Suprimentos 
 
Suprimento é o item administrado, movimentado, armazenado, processado e 
transportado pela logística. Na logística os suprimentos são os atores principais de 
toda a cadeia, uma vez que é com base nas características dos suprimentos que a 
logística define seus parâmetros (lead time, tipos de embalagem, características dos 
equipamentos de movimentação, modais de transporte, áreas de armazenamento e 
os recursos humanos e financeiros necessários). 
A logística é a principal responsável por assegurar a disponibilidade do item 
dentro dos prazos e quantidades estabelecidas pelas áreas de compras e 
planejamento e programação de produção (SEVERO, 2006). Nas organizações 
militares durante a guerra, a palavra suprimentos era muito utilizada para definir as 
munições, alimentos e equipamentos necessários para a batalha. 
Entretanto, não se pode confundir suprimentos com matéria-prima, pois a 
matéria-prima é um dos tipos de suprimentos existentes em uma organização. Os 
suprimentos incluem todas as atividades de compras, seleção de fornecedores 
(consistem nas empresas das quais se adquire os materiais e componentes 
necessários ao funcionamento da organização), transporte dos materiais e produtos 
adquiridos, conforme ilustra a Figura 11. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 11: Operações logísticas de suprimentos 
Fonte: (Construída a partir de FERRAES NETO e KUEHNE JUNIOR, 2000)
30 
Por meio da atividade de suprimentos a organização obtém os diversos 
materiais necessários ao seu funcionamento, estando conectada aos vários 
fornecedores com os quais mantém contato e relacionamentos comerciais de 
parceria. Neste âmbito da cadeia de suprimentos percebe-se a importância das 
operações logísticas no desenvolvimento dos fornecedores, uma atividade de 
fundamental importância para garantir o abastecimento da organização. 
 
1.5.2 Operações Logísticas de Manufatura 
 
As manufaturas surgiram durante a Revolução Industrial, em pequenas 
oficinas já com produção em série, porém com trabalho praticamente manual, 
enquanto as fábricas ou indústrias tinham porte e mecanização muito maior 
(GAITHER, 2001). Atualmente não existe mais esta distinção, e o termo 
manufaturado é sinônimo de industrializado. 
A manufatura consiste na produção propriamente dita, incluindo decisões 
sobre onde se vai produzir, ou seja, onde vai se instalar a fábrica; quanto e quando 
produzir determinado produto. Neste caso, fica clara a atividade de planejamento de 
materiais, pois é a partir das decisões acerca da manufatura que poderá ser definida 
toda a política compras, de estoques, armazenagem e distribuição da organização. 
Dependendo do segmento de atuação da empresa os materiais saem do local 
onde são estocados, para serem usinados e montados (processo de transformação) 
para posteriormente serem expedidos e armazenados até a posterior distribuição 
aos clientes, como ilustra a Figura 12. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 12: Operações logísticas na Manufatura 
Fonte: (Construída a partir de FERRAES NETO e KUEHNE 
JUNIOR, 2000). 
31 
Dessa forma, a manufatura refere-se ao processo de produção de bens em 
série padronizada, ou seja, são produzidos muitos produtos iguais e em grande 
volume, por meio de máquinas, ferramentas e trabalho. Esse processo pode ser 
manual ou com a utilização de máquinas. 
 
1.5.3 Operações Logísticas de Distribuição 
 
Distribuição é o processo das operações logísticas responsável pela 
administração dos materiais a partir da saída do produto da linha de produção até a 
entrega do produto no destino final (KAPOOR e KANSAL, 2004). Após o produto 
pronto ele normalmente é encaminhado ao distribuidor que vende o produto para um 
varejista e em seguida aos consumidores finais, conforme ilustra a Figura 13. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 13: Operações logísticas na Distribuição 
Fonte: (FERRAES NETO e KUEHNE JUNIOR, 2000). 
 
Para a área de marketing a distribuição é um dos processos mais críticos, 
pois problemas como o atraso na entrega são refletidos diretamente no cliente. A 
partir do momento em que o produto é vendido a distribuição se torna uma atividade 
principal, tornando-se capaz de trazer tanto benefícios quanto problemas resultantes 
de sua atuação (KAPOOR e KANSAL, 2004). 
Dessa forma, operação de distribuição trata de decisões de como e onde se 
devem armazenar os produtos acabados, as peças de reposição e em que 
quantidade armazenar. Nesse caso a maior preocupação da organização é com o 
nível de serviço a ser repassado ao consumidor, uma vez que são os distribuidores 
que estão mais próximos aos clientes. As operações de distribuição pode ser divida 
32 
em outros sub-processos tais como: 
● Movimentação da linha de produção; 
● Expedição; 
● Gestão de estoques; 
● Gestão de transportes; 
● Logística reversa (reciclagem e devolução), entre outros. 
 
Atualmente as empresas estão cada vez mais terceirizando suas atividades 
relacionadas às operações de distribuição e focando suas atividades no seu negócio 
central da empresa. Entretanto, a distribuição ainda tem grande importância dentro 
da empresa por ser uma atividade de alto custo, que está diretamente associado ao 
peso, volume, preço, lead time, importância na cadeia de suprimentos, fragilidade, 
tipo e estado físico do material. Estes aspectos influenciam na escolha do modal de 
transporte, dos equipamentos de movimentação, da qualificação e quantidade 
pessoal envolvido na operação, pontos de apoio, seguro, entre outros. 
Dessa forma, as operações logísticas são planejadas visando à satisfação 
dos clientes que é o ponto central da cadeia de suprimentos, uma vez que é onde 
desembocam todas as operações logísticas da empresa. Além das questões 
inerentes às operações logísticas, as quais possuem características fundamentais 
das organizações, em nível estratégico, como o impacto em múltiplas funções dentro 
das organizações, a troca ou trade-offs (expressão empresarial que indica 
compensações) do nível de serviço entre objetivos conflitantes, como aumentar 
vendas, diminuindo custos e barateando os produtos, ou aumentar o nível de 
serviço, com um acréscimo, em curto prazo, nos custos (FERRAES NETO e 
KUEHNE JUNIOR, 2000). 
Face ao exposto, as operações logísticas visam ao atendimento ao cliente, 
reduzindo custos e maximizando o nível de serviço oferecido. Assim, as 
organizações conseguem competir no mercado auferindo vantagem competitiva 
sobre a concorrência por um período de tempo maior. 
Para Novaes (2001) essas operações, da logística empresarial eram 
antigamente consideradas atividades de apoio, inevitáveis, que não agregavam 
nenhum valor ao produto. Dentro da organização empresarial, esse setor eraencarado como um mero centro de custo, sem maiores implicações estratégicas e 
de geração de negócios. Em uma linguagem atual, diríamos que esse setor da 
empresa atuava de forma reativa e não proativa. 
 
33 
1.6 ETAPAS ESSENCIAIS DA LOGÍSTICA: SUPRIMENTOS, MOVIMENTAÇÃO, 
ARMAZENAGEM, DISTRIBUIÇÃO E TRANSPORTE 
 
Conforme Harrison e Hoek (2003), o novo ambiente da cadeia de suprimentos 
fará parte do futuro das organizações, sendo desencadeado pelo aumento das 
exigências dos consumidores, maior competitividade no mercado, evolução 
tecnológica e redução no ciclo de vida dos produtos. Sob essa perspectiva, Chase, 
Jacobs e Aquilano (2006) afirmam que a logística é o maior e mais complexo das 
categorias das áreas organizacionais, tendo em vista a sua crescente importância 
nesse ambiente e complexidade das operações que ela abrange. 
A logística engloba atividades desde a colocação do pedido até a entrega do 
mesmo ao cliente, estando centrada em três grandes áreas: (i) administração de 
materiais, que diz respeito aos suprimentos, transportes e armazenagem; (ii) 
movimentação de materiais, que consiste nas atividades de planejamento e controle 
dos estoques e da produção, embalagem e planejamento dos recursos da 
distribuição; (iii) distribuição física, que consiste nas atividades de processamento de 
pedidos, transporte até o cliente e armazenagem, conforme ilustra a Figura 14. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 14: Amplitude das operações logísticas 
Fonte: (Adaptado de LAMBERT, STOCK e VANTINE, 1998). 
34 
A logística é composta de atividades primárias (transporte, manutenção de 
estoques e processamento de pedidos), as quais possuem fundamental importância 
na redução de custos e maximização do nível de serviços. As demais atividades 
(armazenagem, manuseio de materiais, embalagem, suprimentos, planejamento e 
sistemas de informação) são consideradas atividades de apoio, pois dão suporte às 
atividades primárias com o intuito de satisfazer e manter clientes, além de maximizar 
a riqueza dos proprietários. 
Assim, a seguir serão explicadas individualmente cada etapa da logística: 
suprimentos, movimentação, armazenagem, transporte e distribuição. 
 
1.6.1 Logística de Suprimentos 
 
Os suprimentos, no âmbito logístico, englobam o planejamento e a 
programação envolvidos no acompanhamento do fluxo de produtos entre a empresa 
e seus parceiros, fornecedores e clientes externos. O termo produtos refere-se aos 
fatores de produção que serão utilizados e inclui não somente os produtos materiais, 
mas, também, recursos financeiros e serviços. 
 
É o segmento da logística que envolve a relação entre fornecedores e a 
empresa. O foco é, portanto, as atividades que precedem o processo de fabricação. 
Na logística de suprimentos, diversas ações são planejadas e executadas para 
garantir não apenas a qualidade da matéria-prima, dos componentes e embalagens, 
mas, também, o seu abastecimento no tempo e na quantidade que representem a 
otimização do processo e a redução dos custos. 
A gestão de suprimentos abrange desde a escolha do fornecedor até a 
entrada dos suprimentos na organização, assim, o pedido deve atender às 
necessidades e exigências dos clientes, no que se refere à qualidade, quantidade, 
prazos, custos, entre outros requisitos, além de envolver elevado volume de 
recursos. O responsável pelos suprimentos na organização responde pela aquisição 
de materiais na quantidade e qualidade desejadas, no tempo necessário ao melhor 
preço possível, do fornecedor adequado. 
Conforme a Figura 15, a gestão de suprimentos inicia-se com a seleção das 
fontes de suprimentos necessários, emitindo-se o pedido para o fornecedor 
selecionado, que após o processamento do pedido transportará os produtos ou 
insumos ao cliente, o que pode tornar-se um ciclo, desde que o cliente sinta-se 
satisfeito e o fornecedor lhe proporcione a melhor relação custo-benefício. 
35 
 
Figura 15: Atividades do ciclo de suprimento 
Fonte: (BOWERSOX e CLOSS, 2001, p. 59). 
 
 
O sucesso da gestão de suprimentos está relacionado ao gerenciamento dos 
pedidos, visando à satisfação do cliente. Com base em informações estratégicas de 
seus clientes potenciais a organização identifica as necessidades dos mesmos, 
desenvolvendo um relacionamento de parceria. Essa parceria é desenvolvida não só 
com clientes, mas com fornecedores, que são de extrema relevância na obtenção de 
baixos níveis de estoque e o ressuprimento contínuo. Através da parceria com 
fornecedores, as organizações conseguem negociar o volume de pedidos, 
fracionando o fornecimento em menores quantidades, reduzindo assim, seus 
estoques e satisfazendo seus clientes. 
Os fornecedores devem ser selecionados, mantendo um relacionamento de 
parceria, sendo que a gestão de compras deve ser analisada juntamente com a 
gestão de estoques, pois quanto maior o volume de compras, maiores são as 
vantagens obtidas do fornecedor, em contrapartida, aumenta o volume de estoques, 
o que geraria maiores custos. 
Para garantir o abastecimento contínuo, as empresas procuram desenvolver 
parcerias com fornecedores, que são de extrema relevância na obtenção de baixos 
níveis de estoque e o ressuprimento contínuo. Através dessas parcerias, as 
organizações conseguem negociar o volume de pedidos, fracionando o fornecimento 
em menores quantidades, reduzindo assim, seus estoques, pois a matéria-prima e 
os materiais são entregues em lotes menores, conforme a necessidade do cliente. 
Além dessas vantagens, pode-se elencar os seguintes benefícios 
provenientes do relacionamento com os fornecedores (PIÑEL, 2009): 
36 
 
● Parceiros mais fortes e para todo o negócio; 
● Foco comum na qualidade; 
● Confiabilidade nas entregas; 
● Redução dos níveis de estoques; 
● Redução da burocracia; 
● Melhoria do controle do processo; 
● Dependência mútua e congruência de objetivos; 
● Redução dos custos na cadeia logística. 
 
As organizações procuram atender seus clientes imediatamente, 
disponibilizando a quantidade desejada, a fim de superar a concorrência, implicando, 
por vezes, em um volume demasiado de produtos em estoque. A má administração 
dos estoques pode ocasionar investimentos de capital desnecessários e 
consequentemente a perda de mercado consumidor. O estoque compreende desde 
a matéria-prima, produtos e peças em processo, embalagem, produto acabado, 
materiais auxiliares, de manutenção e de escritório, até os suprimentos. 
Dessa forma, as empresas vêm buscando a redução da quantidade de 
produtos estocados e, para um maior controle e gerenciamento dos mesmos, as 
organizações utilizam-se de sistemas cada vez mais sofisticados, a fim de 
determinar o nível de segurança dos estoques, a qualidade do bem ou serviço, além 
da quantidade ideal a ser comprada. 
Os estoques devem ser monitorados e avaliados constantemente, pois a 
gestão dos mesmos depende cada vez mais de parâmetros para mensurar e 
controlar os produtos que são mantidos em estoques. Isso porque os estoques 
detêm grande parte dos custos logísticos, em função de envolver os custos de 
pedido, manutenção, falta de produtos, além de apólices de seguros, obsolescência, 
perdas e pessoal especializado. 
Face ao exposto, percebe-se a complexidade dos suprimentos e do seu 
gerenciamento, o que implica em uma multiplicidade de relacionamentos existentes 
dentro da cadeia de abastecimento existente entre o fornecedor da matéria-prima 
até este chegar ao consumidor. Desta forma, ao alongar o simples fluxo físico 
percorrido pelos insumos e produtos ao longo de uma cadeia de abastecimento para 
uma visão mais abrangente de cadeia de valor, percebe-se que se deve considerar 
os relacionamentos que tornam esta cadeia mais competitiva e com menores custos 
para cada um dos elementos da mesma. 
37 
A esse conjunto de relacionamentos que necessitam ser gerenciados com 
eficácia ecom uma filosofia de negócios mais orientada para o entendimento de que 
a competição está caminhando para ser entre cadeias de distribuição e não mais 
simplesmente entre empresas de um mesmo modelo de negócio, a fim de garantir o 
suprimento das organizações em ambientes cada vez mais instáveis e competitivos. 
 
1.6.2 Logística de Movimentação 
 
A movimentação de materiais tem como objetivo a reposição de matérias-
primas nas linhas ou células de produção de uma fábrica, bem como transportar o 
material em processamento, quando este processamento implica a realização de 
operações que são desempenhadas em postos de trabalho diferentes. 
A movimentação de materiais tem também como função a emissão de guias 
de remessa que deverá ser entregue ao armazém, juntamente com os produtos 
acabados. A movimentação de materiais não se limita apenas a movimentar, 
encaixotar e armazenar como também executa essas funções de acordo com o 
tempo e espaço disponíveis. As atividades de apoio à produção e todas as outras 
atividades não devem ser vistas como um número isolado e independente de 
procedimentos, devendo ser integradas em um sistema de atividades de modo a 
maximizar a produtividade total de uma instalação ou armazém. 
Além de a movimentação de materiais levar em consideração o tempo, o 
espaço, e a abordagem de sistemas, deve também considerar o ser humano, visto 
que, independente do tipo de operação (simples, que envolva a movimentação de 
poucos materiais ou complexa, que envolva um sistema automatizado), as pessoas 
fazem parte desse processo. Outro aspecto muito importante a ter em conta na 
movimentação de materiais é o balanço econômico. 
A entrega de componentes e produtos no tempo certo e no lugar certo torna-
se importante se os custos forem aceitáveis, de modo a que a empresa tenha lucro. 
A combinação de todos estes aspectos traduz-se em uma definição mais completa 
da movimentação de materiais: a movimentação de materiais é um sistema ou a 
combinação de métodos, instalações, trabalho, equipamento para transporte, 
embalagem e armazenagem para corresponder a objetivos específicos. 
O sistema de movimentação de materiais engloba atividades e informações 
relacionadas ao cadastro das peças, ao recebimento de materiais e movimentação 
dos mesmos, os quais estão relacionados aos produtos em estoque e à localização 
38 
dos itens estocados, conforme ilustra a Figura 16. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 16: Atividades da movimentação de materiais 
Fonte: (Construído a partir de RUSSOMANO, 1976). 
 
O fluxo de movimentação de materiais, desde que bem administrado, pode 
ser um fator de diferencial competitivo, gerando reduções de custos e ganhos em 
produtividade, sendo um dos quesitos para se chegar à manufatura enxuta. 
 
Todas as vezes que movimentos desnecessários são efetuados perde-se 
tempo, produtividade e qualidade, bem como aumenta o custo da operação em 
valores reais (consumo de combustível acima do ideal, hora de trabalho do 
funcionário desperdiçada, aumento da manutenção preventiva e corretiva, desgaste 
de acessórios desnecessariamente, entre outros). 
Dessa forma, pode-se afirmar que a movimentação de materiais adiciona 
valor de local e tempo aos produtos, por torná-los disponíveis quando e onde se 
fizerem necessários e estão associadas às seguintes atividades (BALLOU, 2001): 
● Recebimento (descarga); 
● Identificação e classificação dos materiais; 
● Conferência (qualitativa e quantitativa); 
● Endereçamento para o estoque; 
● Estocagem dos materiais; 
● Remoção do estoque (separação de pedidos); 
● Acumulação de itens; 
● Embalagem; 
39 
● Expedição; 
● Registro das operações. 
Consequentemente, torna-se necessário buscar sempre sistemas de 
armazenagem que produzam eficiência no abastecimento da produção ao menor 
custo. Face ao exposto, as organizações devem adequar as possibilidades de 
movimentação às suas necessidades, efetuando um planejamento que garanta o 
fluxo contínuo e ininterrupto de materiais. Além disso, a escolha do tipo de 
movimentação, bem como os equipamentos a serem utilizados na realização dessas 
atividades é de extrema importância, visto que existe uma variedade de 
equipamentos de carga e descarga, separação de pedidos e movimentação das 
mercadorias do armazém. 
Esses equipamentos são diferenciados devido ao grau de especialização das 
atividades e pela extensão da força manual necessária para operá-lo. Ballou (2006) 
afirma que existem três categorias abrangentes de equipamentos de movimentação, 
os quais seguem: 
● Equipamento manual – trata-se de carrinhos de duas rodas e prateleiras de 
quatro rodas, que proporcionam alguma vantagem mecânica na movimentação 
dos materiais que não requerem muitos investimentos. Esses equipamentos são 
indicados quando o mix de produtos em um armazém é dinâmico e o volume que flui 
entre as áreas não é intenso, inviabilizando um elevado investimento em 
equipamentos mais complexos. Caracteriza-se pela flexibilidade e pelo baixo custo, 
porém possui uma utilização limitada à capacidade física dos operadores. 
● Equipamento misto – com esses equipamentos a rapidez, a eficiência no 
manuseio de materiais e o rendimento na hora trabalhada são aumentados. Trata-se 
de guindastes, trucks industriais, elevadores e guinchos, além da empilhadeira 
mecânica e suas variações. Entretanto, a empilhadeira mecânica consiste em uma 
parte do sistema de manuseio de materiais, sendo combinada a utilização de 
paletes, consistindo em um sistema com alta flexibilidade e de baixo custo. 
● Equipamento inteiramente mecanizado – consiste em equipamentos 
controlados por computador, código de barras e tecnologia de escaneamento. 
Porém, para viabilizar esse tipo de sistema deve haver um fluxo constante e com um 
volume substancial de materiais devido ao elevado investimento que, com o tempo, 
pode inflexibilizar o mix de produtos e a localização dos mesmos no armazém, 
podendo até interromper o sistema como um todo. Com condições favoráveis ao 
progresso esse sistema oferece uma redução de custos operacionais e maio 
40 
agilidade e rapidez na separação de pedidos e manuseio de materiais. 
Portanto, recomenda-se que antes de determinar um novo processo, de 
revisar os existentes e escolher qual equipamento e o tipo de movimentação de 
materiais a ser utilizados, sejam verificados os princípios que norteiam a 
movimentação de materiais nas organizações. 
Os princípios, apresentados a seguir, não são regras, mas ajudam na 
definição de um fluxo mais contínuo da produção, evitando, portanto, movimentos 
desnecessários (PIÑEL, 2009). Estes princípios (adaptados pelo INSTITUTO IMAM 
DO MATERIAL HANDLING INSTITUTE - EUA) não são regras rígidas, mas resultam 
da experiência prática, oferecendo resultados positivos: 
1. Princípio do planejamento - é necessário determinar o melhor método, do ponto 
de vista econômico, para a movimentação de materiais, considerando-se as 
condições particulares de cada operação. 
2. Princípio do sistema integrado - deve-se planejar um sistema que integre o maior 
número de atividades de movimentação, coordenando todo o conjunto de operação. 
3. Princípio do fluxo de materiais - é fundamental planejar o fluxo contínuo e 
progressivo dos materiais. 
4. Princípio da simplificação - deve-se procurar sempre reduzir, combinar ou eliminar 
movimentação e/ou equipamentos desnecessários. 
5. Princípio da gravidade - a força motora mais econômica é a gravidade, por isso ao 
armazenar, deve-se usá-la para evitar empilhadeiras, esteiras e equipamentos de 
movimentação. 
6. Princípio da utilização dos espaços (Princípio da verticalização) - o 
aproveitamento dos espaços verticais contribui para o descongestionamento das 
áreas de movimentação e para a redução dos custos da armazenagem. 
 
7. Princípio do tamanho da carga (Unitização) - a economia em movimentação de 
materiais