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Carolina Marques Infectologia Drª Jamile ● Hepatites Hepatites virais - Aguda = até 6 meses + todos os Vírus - Crônica = mais que 6 meses + Vírus B - C - D - Fulminante = 8 semanas surge insu�ciencia hepática aguda grave + Encefalopatia hepática grave Todos os vírus podem causar hepatite fulminante Evolução da H. Crônica e da H. Fulminante ⇒ Tem haver com sistema imunológico → - Resposta do SI = Cronifica → + Resposta do SI = Fulmina o fígado Fase Prodrômica / Fases da Hepatite → Fase Ictérica → Primeiros 6 meses \ Fase Convalescença F. Prodrômico = Febre - astenia - mal estar - cefaleia - sintomas do TGI ⇒ ↑ TGO - TGP ↓ Surgimento de anticorpos Resposta imunológica que define os sintomas F. Ictérica = Pico de TGO - TGP → Icterícia Podendo ter acolia fecal e colúria F. Convalescença = Melhora clínica Laboratório - Hemograma = ↑ Linfócitos - Aminotransferases = ↑ maior que 10x que o normal - Bilirrubina = ↑ Direta = “hepatócito inflamado” - Fosfatase alcalina / Gama GT = focadas “↑ elevadas” Fosfatase alcalina / Gama GT = ↑Etilistas - TAP = “normal” = Fator de coagulação 7 Carolina Marques 1- Hepatite aguda dura quantos meses? 6 meses 2- Quais são os vírus que causam hepatite aguda? Todos 3- Quais são os vírus que causam hepatite crônica? B - C - D 4- Quais são os vírus que causam hepatite fulminante? Todos 5- Porque surgem colúria e acolia fecal na hepatite? Fase Prodrômica / Hepatite se divide em 3 fases → Fase Ictérica \ Fase Convalescença Na fase ictérica haverá pico de TGO / TGP = Icterícia Podendo levar a acolia fecal e colúria Hepatite A ● Endêmica em subdesenvolvimento ● Fecal - oral ● Pico em crianças e adolescentes Carolina Marques ● Não cronifica ● Anticorpo = Anti - HAV Formas Clínica - Assintomática - Sintomática - Colestática/ Recidivante - Fulminante (Raramente) Hepatite E - Frequente em Ásia e África - Fecal - oral - Difícil fulminar → EXCETO: Em grávidas → chance de 25% Hepatite D - Comum no norte do Brasil - Transmissão = Parental - Vírus incompleto ⇒ Precisa do B para replicar - Pode ter coinfecção ou superinfecção com B D + B = ao mesmo tempo = Coinfecção D + B = em tempos diferentes = Superinfecção Hepatite B DNA Superfície = HBsAg / Antígenos → Cório = HBcAg (central) \ Partícula secretada pelo cório = HbeAg Anti - HBsAg = Superfície / Anticorpos → Anti - HBc = Contato \ Anti - HBe = Replicação Carolina Marques Transmissão - Sexual - Vertical - Percutânea - Transplante de órgãos Carolina Marques Dosagem do antígeno = dá antígeno negativo → pq o antígeno está tão baixo que o exame não pega = mas ele está lá → Janela imunológica - HBsAg = Infecção ativa - Anti HBc ( IgM /IgG) = Teve contato com o vírus - Anti – HBs = Cura ou vacinação prévia (foi salvo) - HbeAg = Replicação viral - Anti – HBe = Fase não replicativa HBs Ag + → Anti-HBc ( IgM + IgG - ) → Anti HBs – → HBeAg + → Anti Hbe - = Hepatite Aguda (IgM + → Infecção recente - Hbe + = replicando) HBs Ag + → Anti-HBc ( IgM + IgG +) → Anti HBs – → HBeAg - → Anti Hbe + = Transição → IgM + IgG+ (não tá replicando = Hbe -) HBs Ag + → Anti-HBc ( IgM - IgG + ) → Anti HBs – → HBeAg - → Anti Hbe + = Hepatite Crônica (sem replicação) HBs Ag + → Anti-HBc ( IgM - IgG + ) → Anti HBs – → HBeAg + → Anti Hbe - = Hepatite crônica (com replicação) HBs Ag - → Anti-HBc ( IgM - IgG + ) → Anti HBs + → HBeAg - → Anti Hbe + = Cura HBs Ag - → Anti-HBc ( IgM - IgG - ) → Anti HBs + → HBeAg - → Anti Hbe - = Vacinação HBs Ag - → Anti-HBc ( IgM + IgG - ) → Anti HBs - → HBeAg - → Anti Hbe + = Janela imunológica (dentro dos 6 meses - sem replicação) Carolina Marques ● Arboviroses Drº Rodolfo ● HIV ● VIROLOGIA O HIV é um retrovírus. O que isso signi�ca? Signi�ca que ele é um vírus de RNA que para infectar o ser humano necessita ter seu material genético transcrito de forma “reversa” em DNA, o único que pode se integrar ao genoma e ditar a síntese das proteínas virais utilizando a maquinaria enzimática do hospedeiro! - O ciclo replicativo do HIV Cada passo representado é importante, pois pode servir de “alvo” para as drogas antirretrovirais! Carolina Marques O primeiro evento é a ligação da gp120 à molécula de CD4 presente na superfície da célula hospedeira. Três tipos celulares principais expressam o CD4 e, por conseguinte, são estas as células primariamente infectadas pelo HIV: - Linfócito T helper; - Monócito/macrófago; - Célula dendrítica/célula de Langerhans. A interação com o CD4 promove uma mudança conformacional na gp120 que expõe o sítio de ligação de um correceptor. Dois correceptores podem estar presentes nas células hospedeiras: CCR5 e CXCR4. A ligação do correceptor, por sua vez, produz mais uma mudança conformacional que leva à exposição da gp41 (que estava “escondida” embaixo da gp120). É a gp41 que realiza a FUSÃO entre o envelope externo do vírus e a membrana da célula. O passo subsequente à fusão é a inoculação do capsídeo (envelope interno contendo o genoma e enzimas virais) no citoplasma. No interior do citoplasma, tem início o processo de transcrição reversa. Quando a transcrição do RNA genômico em DNA dupla-�ta termina o capsídeo se abre liberando o DNA proviral. Contudo, para que o DNA proviral penetre o núcleo da célula é preciso que a mesma esteja ATIVADA... Quando isso acontece, o DNA proviral é “costurado” ao DNA humano por ação da enzima viral integrase. Uma vez integrado ao genoma do hospedeiro, o DNA proviral começa a ser “lido” e, tanto RNA mensageiro quanto RNA genômico começam a ser sintetizados. O RNAm é traduzido em proteínas... Essas, por sua vez, se organizam próximo à membrana plasmática, onde são clivadas pela enzima viral protease tornando-se funcionalmente ativas. O capsídeo é então montado (com incorporação do RNA genômico e enzimas), e brota da superfície celular “roubando” parte de sua membrana (que constitui o envelope externo do vírus). A progênie viral recém-liberada está pronta para infectar novas células! - DIAGNÓSTICO - Exames importantes no diagnóstico e segmento do paciente com HIV – qual a aplicação de cada um deles: Sorológicos, testes rápidos, carga viral, CD4+. Sorológicos → PESQUISA DE INFECÇÕES ATRAVÉS DOS ANTICORPOS IgG E IgM Testes rápidos → Situações ideais para a realização do teste rápido como rastreio de HIV Populações que moram em locais de difícil acesso à saúde; Gestantes em trabalho de parto que não fizeram o acompanhamento no pré-natal; Situações de acidentes no trabalho; Populações com risco sociais com grande possibilidade de perda de seguimento. Carga viral → A quantificação de partículas virais plasmáticas (carga viral) avalia a imensidade da infecção. É considerada o marcador laboratorial mais adequado para o monitoramento da resposta terapêutica aos antirretrovirais, para a predição da progressão da doença e para predição do prognóstico de indivíduos infectados. A determinação da carga viral para o HIV é obtida através da técnica de PCR-RT (tempo real) quantitativa e se destina a monitorar a infecção pelo HIV, orientar o tratamento e prever a evolução futura da doença. CD4+ → Acompanhamento de doenças oportunistas (CD4+ < 200) e AIDS Patogênese da infecção pelo HIV está diretamente associada à diminuição do número de células T CD4+ Depleção progressiva dessas células associa-se à maior gravidade da doença e a prognóstico desfavorável Carolina Marques DICA: TRATAMENTO: Tenofovir + lamivudina (TDF/3TC) + associados ao inibidor de integrase (INI) – dolutegravir (DTG). ● Tuberculose Definição Doença crônica granulomatosa necrosante e infectocontagiosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis. Afeta o pulmão (mais comum) e locais extrapulmonares (linfonodos, pleura, ossos, articulações). A tuberculose pode ser prevenida e curada. Em locais com elevadas taxas de incidência de TB, toda pessoa que procura a UBS devido a tosse prolongada (busca passiva) deve ter a TB incluída na sua investigação diagnóstica Agente etiológico Bactérias pertencentes a família Mycobacteriaceae. • Mycobacterium tuberculosis (bacilo deKoch - BK): É o agente mais comum e importante da doença humana • Mycobacterium bovis: Antigamente era causa importante de tuberculose transmitida pelo leite não pasteurizado, hoje é responsável por poucos casos • Mycobacterium africanum: Comum na África • M. canetti, M. microti, M. pinnipedi e M. caprae: Menos frequentes O organismo causador é um bacilo delgado, imóvel, não formador de esporos, não produtor de toxina e tem aproximadamente 2 a 5 μm de extensão. É um aeróbio facultativo de crescimento lento que pode persistir intracelularmente por longo tempo. É resistente ao ácido devido ao revestimento ceroso do organismo, que é composto por ácidos graxos (ácidos micólicos). É rapidamente morto por calor, secagem, luz solar e raios UV. O M. tuberculosis virulento pode aglutinar ou formar “cordas” em cultura líquida. Carolina Marques → BAAR ⇒ Bacilo Álcool - Ácido Resistente: Também inclui outras espécies bacterianas. Seu significado refere-se ao fato de que nos esfregaços em lâmina, os bacilos quando corados não se descolorem com a solução de álcool- ácido Transmissão → Inalação de gotículas infecciosas aerossolizadas liberadas por meio da tosse ou outro movimento expiratório forçado pelos pacientes com tuberculose pulmonar (não tratada ou no início do tratamento). Estão mais suscetíveis ao contágio pessoas que convivem com esses pacientes e os imunossuprimidos. Fisiopatologia • Bacilos são inalados. Desenvolve-se uma reação inflamatória inespecífica local (resposta da imunidade inata), que consiste na migração de leucócitos para os tecidos a fim de eliminar ou conter o agente invasor. Quando esse mecanismo é insuficiente, o organismo utiliza a resposta da imunidade adaptativa, que é a reação inflamatória granulomatosa. • O M. tuberculosis possui em sua parede três componentes básicos que determinam alguma função na resposta inflamatória: (1) lipídios – ativação de monócitos e macrófagos e sua posterior transformação em células epitelióides e células gigantes multinucleadas; (2) proteína – confere sensibilização ao bacilo e contribui para a formação de células epitelióides e células gigantes; (3) carboidratos – responsáveis pela reação neutrofílica. • Dependendo da carga inalada, os bacilos escapam dos mecanismos de defesa e chegam aos alvéolos; por serem aeróbios, localizam-se nas porções mais aeradas – os ápices pulmonares. Dessa região, pode haver disseminação linfática ou hematogênica para outros órgãos, onde pode surgir tuberculose de órgãos isolados. Formas clínicas - Tuberculose Primária É aquela que ocorre logo após a infecção, em indivíduos que não tiveram contato prévio com o M. tuberculosis, sendo mais comum em crianças e imunocomprometidos. • Habitualmente, é uma forma grave, porém com baixo poder de transmissibilidade • As manifestações clínicas podem ser insidiosas, com o paciente apresentando-se irritadiço, com febre baixa, sudorese noturna e inapetência. Nem sempre a tosse está presente, e o exame físico pode ser inexpressivo. - Tuberculose Secundária • Pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais comum no adolescente e no adulto jovem. • Manifestações clínicas: − Característica principal: tosse seca ou produtiva, podendo a expectoração ser purulenta ou mucóide, com ou sem sangue. − Febre vespertina, sem calafrios, que não costuma ultrapassar 38,5°C − Sudorese noturna Carolina Marques − Anorexia − Exame físico: geralmente mostra fácies de doença crônica e emagrecimento − Ausculta pulmonar: Diminuição do murmúrio vesicular, sopro anfórico ou mesmo ser normal. - Tuberculose Latente • Quando uma pessoa saudável é exposta ao bacilo da TB, tem 30% de chance de infectar-se, dependendo: (1) Do grau de exposição (proximidade, condições do ambiente e tempo de convivência) (2) Da infectividade do caso índice (quantidade de bacilos eliminados, presença de caverna na radiografia de tórax) (3) Fatores imunológicos individuais • As pessoas infectadas, em geral, permanecem saudáveis por muitos anos, com imunidade parcial ao bacilo. Esses indivíduos não apresentam nenhum sintoma e não transmitem a doença, mas são reconhecidos por testes que detectam a imunidade contra o bacilo. • Antes de se afirmar que um indivíduo tem ILTB, é fundamental excluir a TB ativa, por meio da anamnese, exame clínico e radiografia de tórax. • O maior risco de adoecimento se concentra nos primeiros dois anos após a primoinfecção, mas o período de latência pode se estender pormuitos anos e mesmo décadas. Além da conversão recente, fatores relacionados à competência do sistema imunológico podem aumentar o risco de adoecimento. Entre eles, destaca-se a infecção pelo HIV. Outros fatores de risco incluem doenças ou tratamentos imunossupressores, idade (menor do que 2 anos ou maior do que 60 anos), diabetes mellitus e desnutrição. Diagnóstico - Pesquisa bacteriológica A pesquisa do bacilo álcool-ácido resistente – BAAR, pelo método de Ziehl-Nielsen, pela baciloscopia direta, é a técnica mais utilizada em nosso meio. A baciloscopia do escarro, desde que executada corretamente em todas as suas fases, permite detectar de 60% a 80% dos casos de TB pulmonar em adulto. Baciloscopia positiva e quadro clínico compatível com TB fecham o diagnóstico e autorizam o início de tratamento da TB. Indicações de baciloscopia direta: • Sintomático respiratório, durante estratégia de busca • Em caso de suspeita clínica e/ou radiológica de TB pulmonar, independentemente do tempo de tosse; • Para acompanhamento e controle de cura em casos pulmonares com confirmação laboratorial - Pesquisa imunológica Prova tuberculínica (PT/PPD/Mantoux): Consiste na inoculação intradérmica de um derivado proteico purificado do M. tuberculosis para medir a resposta imune celular a esses antígenos Uma PT positiva não confirma o diagnóstico de TB ativa, assim como uma PT negativa não o exclui. Indivíduos com PT documentada e resultado 5 mm não devem ser retestados, mesmo diante de uma nova exposição ao M. tuberculosis. Indicações: • Identificar casos ILTB em adultos e crianças • Auxiliar no diagnóstico de TB ativa em crianças Carolina Marques - Pesquisa de antigeno Ensaios de liberação do interferon-gama (IGRA) desenvolvidos como alternativa diagnóstica para detecção de ILTB (células anteriormente sensibilizadas com os antígenos da TB produzem altos níveis de interferon-gama) O teste QuantiFERON®-TB Gold in tube (QFT; Cellestis, Victoria, Austrália) quantifica, por meio de um ensaio imunoenzimático (ELISA), os níveis de interferon-gama liberado pelas células T de memória O T-SPOT® TB é um método imunoenzimático simplificado (ELISPOT) que quantifica células T efetoras específicas Indicações do IGRA (semelhantes a PT): • Identificar casos de ILTB em adultos e crianças • Auxiliar no diagnóstico de tuberculose ativa em crianças Exames de imagem → Radiografia de Tórax: Deve ser solicitada para todo paciente com suspeita clínica de TB pulmonar, e tem como principais objetivos excluir outra doença pulmonar associada, avaliar a extensão do acometimento e sua evolução radiológica durante o tratamento. As principais alterações encontradas na tuberculose primária são: opacidades parenquimatosas, linfonodomegalia (geralmente unilateral), atelectasia, nódulos miliares, derrame pleural (manifestação tardia). Na tuberculose pós-primária encontra-se: opacidades nodulares agrupadas, cavidade única ou múltipla (padrão clássico), atelectasias, bronquiectasias, tuberculomas. → Tomografia Computadorizada (TC): É mais sensível para demonstrar alterações anatômicas e é indicada na suspeita de TB pulmonar quando a radiografia inicial é normal, e na diferenciação com outras doenças torácicas, especialmente em pacientes imunossuprimidos. Tratamento Fase intensiva 2RHEZ – 4 comprimidos por 2 meses Consiste na redução rápida da população bacilar e na eliminação dos bacilos com resistência natural a algum medicamento. São associados medicamentos com alto poder bactericida Fase de manutenção Consiste na eliminação dos bacilos latentes ou persistentes e na redução da possibilidadede recidiva da doença. São associados dois medicamentos com maior poder bactericida e esterilizante R – Rifampicina H – Isoniazida E – Etambutol Z – Pirazinamida Carolina Marques Prevenção Primária Vacina BCG (bacilo Calmette-Guérin): protege a criança das formas mais graves da doença, como a TB miliar e a TB meníngea Essa vacina deve ser ministrada as crianças ao nascer ou, no máximo, até os 4 anos, 11 meses e 29 dias Secundária ILTB e controle de infecção ambienta Quimioprofilaxia Realizada em pessoas susceptíveis (diabéticos, HIV +, crianças até 15 anos) ou não-doentes que estão em contato com pacientes bacilíferos. Feita com isoniazida (H) por 6 meses.
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