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ESTÁGIO IV - CASO PRATICO 05

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA … VARA DA COMARCA DE CACULÉ – BAHIA 
IGREJA SANTO ALTAR, entidade religiosa com sede na Rua…, nº…, Bairro…, na cidade de Caculé – BA, CEP nº…, regularmente inscrita no CNPJ sob nº…, endereço eletrônico…, por seu representante legal que subscreve ao final, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fulcro no art. 19, inciso I, 300 e 319 do Código de Processo Civil e 165 do CTN, PROPOR
AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICO TRIBUTÁRIA C/C RESTITUIÇÃO
Em face do MUNICÍPIO DE CACULÉ, representado por seu ilustre Procurador com endereço na Rua…, nº…, regularmente inscrito no CNPJ sob o nº…, pelos fatos e fundamentos que passa a expor a seguir.
I. DOS FATOS
	A autora é uma organização sem fins lucrativos de natureza religiosa, regida pelo Código Civil. A mesma possui diversos imóveis alugados, cuja renda é revertida na sua totalidade para a manutenção e finalidades essenciais a atividade da igreja. Por entender que o aluguel dos imóveis afastava a imunidade constitucional, o administrador da igreja realizou o pagamento do IPTU referente a todos os imóveis alugados.
	Contudo, os pagamentos realizados foram indevidos, ante a autora ser entidade religiosa, amparada pela imunidade tributária prevista constitucionalmente e Código Tributário Nacional.
II. DO DIREITO
	A imunidade tributária está prevista na Constituição Federal, no capítulo referente a limitação ao tributar, correspondente ao art. 150, dispositivo este que regulamenta o modo em que será aplicada a tributação pela União, Estados e Municípios.
	O princípio jurídico da imunidade tributária é a não incidência da norma aplicável ao fato gerador, sendo assim, esse comando constitucional exerce influência nas hipóteses de incidência, impedindo o nascimento da obrigação. Diante do exposto, os entes tributantes estão impedidos de exercer qualquer atividade administrativa na sobrança de certos tributos, conforme art. 150, alínea b da CF/88. Veja,
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
b) templos de qualquer culto;
Sendo a imunidade tributária uma limitação constitucional no poder de tributar, qualquer pessoa ou bem no rol do artigo em questão não podem sofrer tributação, e, ainda encontramos no art. 9º, inciso IV, alínea b do CTN a imunidade tributária aplicável às entidades religiosas. Veja,
Art. 9º É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
IV - cobrar imposto sobre:
a) o patrimônio, a renda ou os serviços uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
Portanto, a Constituição Federal assegura a imunidade tributária dos templos de qualquer culto religioso, sendo vedado ao legislador infraconstitucional instituir ou cobrar tributo relativo ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados às suas atividades essenciais como também ilustra o art. 150, 4, da CF, veja
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
§ 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
Além do mais, mesmo que alugado por terceiros o imóvel pertencente a estas instituições permanece imune a cobrança do imposto de IPTU, desde que o valor auferido seja destinado às atividades essenciais de tais entidades conforme observa-se através do entendimento da súmula 724 do STF
Súmula 724 STF
Ainda que alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, “c”, da Constituição Federal, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades.
Diante do exposto, contata-se que não era devido o recolhimento do IPTU. Assim, requer tempestivamente a devolução dos valores relativos aos últimos cinco anos com fulcro no art. 168, I do CTN. 
Art. 168. O direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados:
I - nas hipótese dos incisos I e II do artigo 165, da data da extinção do crédito tributário; (Vide art 3 da LCp nº 118, de 2005)
III. DOS PEDIDOS
Diante do exposto, REQUER
a) a citação da parte ré para que, caso queira, apresente resposta, sob as penas de revelia, declarando o autor o desinteresse na designação de audiência de conciliação, com fulcro no art. 319, VII do CPC;
b) a procedência da ação a fim de que se declara a inexistência de relação jurídica;
c) a desconstituição dos lançamentos já realizados e a restituição dos valores pagos indevidamente nos termos do art. 165, I do CTN, com os encargos legais devidos, à luz do art. 167, parágrafo único, do CTN e súmulas 162 e 188 do STJ;
d) a produção de todos os meios de provas em direito admitidos;
e) que seja reconhecida a aplicabilidade do art. 373, inciso II do código de Processo Civil, tendo em vista que a imunidade tributária decorre da Constituição Federal.
f) a condenação da parte ré ao pagamento das custas e honorários de sucumbência, nos termos do arts. 82, 85 e 322, § 1º do CPC.
Dá-se à causa o valor de R$…
Nestes termos, pede deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB nº

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