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1 SANNDY EMANNUELLY – 6° PERÍODO 2021.1 marc 1 OBJETIVO 1: ESCLARECER O QUADRO CLÍNICO DA SÍNDROME METABÓLICA. DEFINIÇÃO - A Síndrome Metabólica (SM) é um transtorno complexo representado por um conjunto de fatores de risco cardiovasculares usualmente relacionados à deposição central de gordura e à resistência a insulina. - É importante destacar a associação da SM com a doença cardiovascular, aumentando a mortalidade geral em cerca de 1,5 vezes e a cardiovascular em cerca de 2,5 vezes. - Nos últimos cinquenta anos, o Brasil, tal qual outros países em desenvolvimento, mudou o seu panorama epidemiológico numa forma de transição classificada como modelo retardado, na qual doenças crônico-degenerativas assumem importância cada vez maior como causa de morbimortalidade. - Nesta transição, a prevalência de vários fatores de risco para doenças cardiovasculares tem aumentado na população brasileira, particularmente em crianças e adolescentes, sendo o aumento da obesidade motivo de preocupação pela sua importância como um dos componentes da SM, com impacto futuro no aumento da mortalidade cardiovascular. - Entre outros fatores incluídos na SM estão a dislipidemia aterogênica, a hipertensão, doença hepática gordurosa não alcoólica e apneia obstrutiva do sono também estão comumente associadas. - O estudo da SM tem sido dificultado pela ausência de consenso na sua definição e nos pontos de corte dos seus componentes, com repercussões na prática clínica e nas políticas de saúde. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o National Cholesterol Education Program’s Adult Treatment Panel III (NCEP-ATP III) formularam definições para a SM. - A definição da OMS preconiza como ponto de partida a avaliação da resistência à insulina ou do distúrbio do metabolismo da glicose, o que dificulta a sua utilização. A definição do NCEP-ATP III foi desenvolvida para uso clínico e não exige a comprovação de resistência à insulina, facilitando a sua utilização. - Segundo o NCEP-ATP III, a SM representa a combinação de pelo menos três componentes dos apresentados no Quadro 1. Pela sua simplicidade e praticidade é a definição recomendada pela I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica (I-DBSM). - A I-DBSM recomenda que para os componentes – pressão arterial e triglicerídeos–, o uso de medicação anti- hipertensiva ou de hipolipemiantes, assim como diagnóstico prévio de diabetes, preencham os critérios específicos. - A circunferência abdominal, medida no meio da distância entre a crista ilíaca e o rebordo costal inferior, por ser o índice antropométrico mais representativo da gordura intra- abdominal e de aferição mais simples e reprodutível, é a medida recomendada. - O ponto de corte estabelecido para a circunferência abdominal, 102 cm para homens e 88 cm para mulheres, tem sido questionado por não se adequar a populações de diferentes etnias. - Recomenda-se para mulheres com circunferência de cintura abdominal entre 80–88 cm e homens entre 94–102 cm uma monitorização mais frequente dos fatores de risco para doenças coronarianas. - Em face da recomendação da American Diabetes Association, o ponto de corte proposto para o diagnóstico de glicemia de jejum alterada passou de 110mg/dL para 100mg/dL, o que futuramente poderá influir no critério diagnóstico da SM. - Apesar de não fazerem parte dos critérios diagnósticos da síndrome metabólica, várias condições clínicas e fisiopatológicas estão frequentemente a ela associadas, tais como: síndrome de ovários policísticos, acanthosis nigricans, doença hepática gordurosa não alcoólica, microalbuminúria, estados pró-trombóticos, estados pró-inflamatórios e de disfunção endotelial e hiperuricemia. Embora a definição da SM ainda não esteja claramente estabelecida, ela é identificada como uma associação de fatores de risco que está fortemente associada a uma elevada morbimortalidade cardiovascular. - Pode ser definida como um grupo de fatores de risco inter- relacionados, de origem metabólica, que diretamente contribuem para o desenvolvimento de doença cardiovascular (DCV) e/ou diabetes do tipo 2. 2 SANNDY EMANNUELLY – 6° PERÍODO 2021.1 - Ainda não se estabeleceu uma causa única ou múltiplas causas para o desenvolvimento da SM, mas sabe-se que a obesidade abdominal e a resistência à insulina parecem ter um papel fundamental na gênese desta síndrome. QUADRO CLÍNICO O quadro clínico da síndrome metabólica é constituído de sinais e sintomas que são consequência das doenças associadas ao quadro. Podemos observar acrocórdons (tumorações em região de pescoço), acantose nigricans, polidipsia, poliúria, dores articulares, alterações menstruais, diminuição da libido, síndrome da apneia do sono, cefaleia, mal estar, cansaço, tonturas, zumbidos. É possível ainda observar complicações relacionadas à obesidade e à síndrome metabólica, como: • Esteatose hepática (que pode levar a hepatite e cirrose hepática) • Diabetes mellitus • Aterosclerose facilitada pela dislipidemia e pela hipertensão, levando a doenças como doença arterial obstrutiva periférica (DAOP), infarto agudo do miocárdio, acidente vascular encefálico • Osteoartrite (devido à sobrecarga articular pelo aumento de peso) • Hiperuricemia • Asma • Nefropatia por obesidade • Nefropatia diabética • Síndrome do ovário policístico • Aumento do risco de câncer (o tecido adiposo possui aromatase, elevando estrógeno, além de aumentar também insulina, devido a resistência insulínica, e aumento de adipocinas) • Mama, ovário, endométrio, rim, bexiga, próstata, esôfago, estômago, fígado, vesícula, pâncreas, cólon, reto, tireoide e mieloma múltiplo. - ACANTOSE NIGRICANS: É uma doença da pele, caracterizada por hiperqueratose (excesso de queratina) e hiperpigmentação (lesões de cor cinza e engrossadas, que dão um aspecto verrugoso). É frequentemente associada à obesidade e endocrinopatias, e acredita-se que está associada a SM devido ao efeito da insulina circulante excessiva em queratinócitos ou fibroblastos dérmicos. Embora possa ocorrer em qualquer local da superfície. A área mais atingida é a região posterior do pescoço, seguida pelas axilas, face lateral do pescoço e superfícies flexoras dos membros. OBJETIVO 2: INVESTIGAR A PREVENÇÃO E OS EXAMES DE RASTREIO E DIAGNÓSTICO DA SM. PREVENÇÃO - A predisposição genética, a alimentação inadequada e a inatividade física estão entre os principais fatores que contribuem para o surgimento da SM, cuja prevenção primária é um desafio mundial contemporâneo, com importante repercussão para a saúde. Destaca-se o aumento da prevalência da obesidade em todo o Brasil e uma tendência especialmente preocupante do problema em crianças em idade escolar, em adolescentes e nos estratos de mais baixa renda. - A adoção precoce por toda a população de estilos de vida relacionados à manutenção da saúde, como dieta adequada e prática regular de atividade física, preferencialmente desde a infância, é componente básico da prevenção da SM. DIAGNÓSTICO - São objetivos da investigação clínica e laboratorial: confirmar o diagnóstico da síndrome metabólica (SM) de acordo com os critérios do NCEP-ATP III e identificar fatores de risco cardiovascular associados. Para tanto, realiza-se: 3 SANNDY EMANNUELLY – 6° PERÍODO 2021.1 1. História clínica - idade, tabagismo, prática de atividade física, história pregressa de hipertensão, diabetes, diabetes gestacional, doença arterial coronariana, acidente vascular encefálico, síndrome de ovários policísticos (SOP), doença hepática gordurosa não-alcoólica, hiperuricemia, história familiar de hipertensão, diabetes e doença cardiovascular, uso de medicamentos hiperglicemiantes (corticosteróides, betabloqueadores, diuréticos). 2.Exame físico necessário para diagnóstico da SM: • Medida da circunferência abdominal: A medida da circunferência abdominal é tomada na metade da distância entre a crista ilíaca e o rebordo costal inferior. • Níveis de pressão arterial: Deve-se aferir no mínimo duas medidas da pressão por consulta, na posição sentada, após cinco minutos de repouso. Além destes dois dados obrigatórios deverá estar descrito no exame físico destes pacientes: • Peso e estatura. Devem ser utilizados para o cálculo do índice de massa corporal através da fórmula: IMC = Peso/Altura2. • Exame da pele para pesquisa de acantose nigricans. Examinar pescoço e dobras cutâneas. • Exame cardiovascular. 3. Exames laboratoriais necessários para o diagnóstico da SM: • Glicemia de jejum: A SM, definida pelos critérios do NECP- ATP III, recomenda para o diagnóstico das alterações da tolerância à glicose apenas a avaliação laboratorial de jejum, não exigindo teste de tolerância oral à glicose (TOTG) nem métodos acurados de avaliação da insulino-resistência (clamp euglicêmico, HOMA–IR). • Dosagem do HDL-colesterol e dos triglicerídeos.Perfil lipídico. • Outros exames laboratoriais adicionais poderão ser realizados para melhor avaliação do risco cardiovascular global, tais como: Colesterol total, LDL-colesterol, creatinina, ácido úrico, microalbuminúria, proteína C reativa (B, 2B), TOTG (glicemia de jejum e após duas horas da ingestão de 75g de dextrosol), eletrocardiograma. A presença de LDL aumentado não faz parte dos critérios diagnósticos da síndrome metabólica, porém, frequentemente, os pacientes portadores de resistência à insulina e síndrome metabólica apresentam aumento da fração pequena e densa do LDLcolesterol que tem um potencial aterosclerótico maior. OBJETIVO 3: ELUCIDAR O TRATAMENTO FARMACOLÓGICO E NÃO FARMACOLÓGICO DA SM. TRATAMENTO - As variáveis que compõem a SM, sem dúvida, aumentam o risco cardiovascular, que pode ser medido pela tabela de Framingham. Também não há dúvida de que pelo seu alto potencial prognóstico desfavorável, a SM deve ser diagnosticada precocemente e vigorosamente tratada através de medidas não-medicamentosas e medicamentosas. NÃO MEDICAMENTOSO - A correção do excesso de peso, do sedentarismo e de uma alimentação inadequada são medidas obrigatórias no tratamento da SM. A adoção de uma dieta balanceada é uma das principais medidas que deve ser individualizada para a necessidade de cada paciente. - A dieta deve estar direcionada para a perda de peso e da gordura visceral, com o objetivo de normalização dos níveis da pressão arterial, da correção das dislipidemias e da hiperglicemia e consequentemente a redução do risco cardiovascular. - As evidências favorecem as dietas ricas em fibras, pobres em gorduras saturadas e colesterol e com reduzida quantidade de açúcares simples. A dieta do tipo Mediterrâneo mostrou-se capaz de reduzir eventos cardiovasculares e a dieta DASH mostrou-se eficaz na redução da pressão arterial. - Dieta mediterrânea: A dieta mediterrânea, também chamada de dieta do mediterrâneo, é baseada no consumo de alimentos frescos e naturais como azeite, frutas, legumes, cereais, leite e queijo, sendo necessário evitar produtos industrializados como salsicha, comida congelada. - A princípio uma dieta que atenda a todos estes requisitos torna-se de difícil aceitação e, em consequência, menor adesão pelo paciente. Por esta razão a orientação alimentar deve sempre que possível atender aos hábitos socioeconômico-culturais de cada indivíduo. O auxílio de um nutricionista pode ser útil para se conseguir um melhor planejamento dietético e uma maior adesão ao tratamento. - O valor calórico total deve ser calculado para que se atinja a meta de peso definida, lembrando-se que mesmo uma redução de 5% a 10% do peso está associada à melhoria dos níveis da pressão arterial, do controle metabólico e até mesmo da mortalidade relacionada ao diabetes. - Recomenda-se limitar a ingestão de bebidas alcoólicas a 30ml/dia de etanol para homens e a metade para mulher. 4 SANNDY EMANNUELLY – 6° PERÍODO 2021.1 - A atividade física deve também ser enfaticamente estimulada, sempre adequada à faixa etária e ao condicionamento físico de cada indivíduo. A prática de exercícios moderados, 30-40 minutos por dia, está sem dúvida associada ao benefício cardiovascular. - Atividades físicas mais intensas são em geral necessárias para induzir maior perda de peso mas, nesse caso, tanto para o tipo como para a intensidade do exercício, os pacientes devem ser avaliados de forma individualizada, e eventualmente, com prévia avaliação cardiovascular. MEDICAMENTOSO HAS - A diminuição dos níveis de pressão arterial diminui a morbimortalidade cardiovascular e renal. - Para tal a recomendação é de que qualquer uma das cinco principais classes de drogas anti-hipertensivas - diuréticos, betabloqueadores, antagonistas de cálcio, inibidores da enzima conversora de angiotensina e bloqueadores dos receptores da angiotensina - sejam usadas no tratamento inicial da hipertensão arterial, isoladamente ou em associação, não havendo diferenças significativas em relação aos benefícios cardiovasculares. - Sendo a síndrome metabólica constituída de inúmeros fatores de risco cardiovascular, deve-se considerar o tratamento farmacológico da hipertensão arterial nela presente a partir de 140/ 90mmHg ou 130/85mmHg na presença de diabetes mellitus. - Se o diabetes estiver presente, o bloqueio do sistema renina angiotensina tem se mostrado útil para a proteção renal na nefropatia diabética com proteinúria, em diabéticos do tipo 1 (IECA) e do tipo 2 (BRA). - Nos hipertensos com PA ≥160mmHg/100mmHg, a associação de drogas deve ser considerada desde o início do tratamento anti-hipertensivo. Em cerca de 2/3 dos pacientes hipertensos, são necessárias duas ou mais drogas para a obtenção do controle da pressão arterial, especialmente quando os níveis da pressão arterial são mais elevados ou se as metas a serem atingidas são mais rigorosas. - Quando a associação de drogas for empregada, o diurético deve ser utilizado. - Em pacientes com síndrome metabólica, a redução da pressão arterial para cifras inferiores a 130mmHg/85mmHg pode ser útil, considerando-se o elevado risco cardiovascular associado. - No paciente com diabetes tipo 2, a pressão arterial deve ser reduzida para valores abaixo de 130mmHg/80mmHg, não importando que associação de drogas seja necessária para se alcançar este objetivo. - A presença de nefropatia com proteinúria importante implica em redução da pressão arterial para valores abaixo de 120mmHg/75mmHg. - A associação de anti-hipertensivos deve obedecer à premissa de não se associar fármacos com mecanismos similares de ação. Esta associação pode ser feita mediante o emprego de hipotensores em separado ou combinados em doses fixas. - As seguintes associações de classes distintas de anti- hipertensivos são atualmente reconhecidas como eficazes: betabloqueadores e diuréticos; IECA e diuréticos; BRA e diuréticos; antagonistas dos canais de cálcio e betabloqueadores; antagonistas dos canais de cálcio e IECA. Para os casos de hipertensão resistente à dupla terapia, podem-se associar três ou mais medicamentos. Nessa situação, o uso de diuréticos é fundamental. 5 SANNDY EMANNUELLY – 6° PERÍODO 2021.1 - Fluxograma para o tratamento da hipertensão. RCV: risco cardiovascular; TNM: tratamento não medicamentoso; DIU: diuréticos; IECA: inibidores da enzima de conversão da angiotensina; BCC: bloqueador dos canais de cálcio; BRA: bloqueador do receptor de angiotensina; BB: betabloqueadores. DIABETES TIPO 2 - A maioria dos pacientes com hiperglicemia não responde ou deixa de responder adequadamente ao tratamentonão- medicamentoso e, nesses casos, devem ser iniciados um ou mais agentes hipoglicemiantes. - Estudos epidemiológicos sustentam a hipótese de uma relação direta e independente entre os níveis sanguíneos de glicose e a doença cardiovascular. Sendo assim, o tratamento deve objetivar a normoglicemia e a sua manutenção em longo prazo. - Antidiabéticos orais são substâncias que têm a finalidade de baixar e manter a glicemia normal (Jejum <110mg/dL e pós sobrecarga <140mg/dL). Sob esse conceito amplo, de acordo com o mecanismo de ação principal, os antidiabéticos orais podem ser separados em medicamentos que: reduzem a velocidade de absorção de glicídios (inibidores da alfa-glicosidases), diminuem a produção hepática de glicose (biguanidas), aumentam a sua utilização periférica (glitazonas) e incrementam a secreção pancreática de insulina(sulfoniluréias e glinidas). - No entanto, com finalidade prática, os antidiabéticos orais podem ser classificados em duas categorias: os que não aumentam a secreção de insulina – anti-hiperglicemiantes e os que aumentam a secreção de insulina – hipoglicemiantes. - A escolha do medicamento vai depender dos valores das glicemias no jejum e pós-prandial da hemoglobina glicada, do peso, da idade, de complicações e doenças associadas. Ainda, as possíveis interações com outros medicamentos já usados, reações adversas e as contra indicações deverão ser analisadas. - Com glicemia inferior a 150mg/dL, estão indicados os medicamentos que não promovam aumento na secreção de insulina, principalmente se o paciente for obeso. Quando a glicemia de jejum for superior a 150mg/dL, mas inferior a 270mg/dL, a indicação da monoterapia antidiabética oral dependerá do predomínio entre insulino-resistência ou insulino-deficiência. - Na maioria das vezes, é verificado no início clínico do diabetes, a presença de obesidade, hipertrigliceridemia, HDL colesterol baixo, hipertensão arterial, entre outros estigmas observados na síndrome metabólica. Eles indicam a presença de resistência à insulina e, neste caso, são mais apropriadas as drogas anti-hiperglicemiantes, que irão melhorar a atuação da insulina endógena, com melhorcontrole metabólico, evitando ganho ponderal excessivo. - Já a associação perda de peso e hiperglicemia, revela a deficiência de insulina. Nesta circunstância, os medicamentos secretagogos devem ser os mais indicados. - Para aqueles pacientes com glicose de jejum normal ou próximo do normal, mas com hemoglobina glicada acima do normal, está indicado o uso de drogas que atuem mais na glicemia pós-prandial (acarbose ou glinidas). 6 SANNDY EMANNUELLY – 6° PERÍODO 2021.1 - O diabetes tipo 2 é decorrência de dois defeitos básicos: resistência insulínica e deficiência insulínica. - Nas fases iniciais, predomina o fator resistência, sendo indicado o uso de drogas sensibilizadoras da ação insulínica: metformina, acarbose e glitazonas. A história natural do diabetes tipo 2 evidencia uma deterioração progressiva da glicemia decorrente da instalação mais acentuada do fator deficiência insulínica. - Nesta fase, as sulfoniluréias podem ser associadas aos sensibilizadores de insulina. A deficiência de insulina pode se acentuar, ocorrendo então a necessidade de associação de insulina aos agentes orais e finalmente insulinização plena. - A combinação de dois ou mais agentes antidiabéticos orais com diferentes mecanismos de ação pode induzir a uma queda maior da glicemia e um melhor controle metabólico, que pode ser confirmado pela dosagem da hemoglobina glicada. - Na fase 1, período inicial do DM tipo 2 caracterizado por obesidade com insulino-resistência, a melhor indicação são os medicamentos que não aumentam a secreção de insulina. - Na fase 2, com diminuição de secreção de insulina, é correta a indicação de um secretagogo, que pode entrar ou em combinação ou em monoterapia. - Na fase 3, com a progressão da perda de secreção da insulina, é necessário associar aos agentes orais, uma injeção de insulina de depósito, antes de o paciente dormir. - Por fim, na fase 4, quando predomina a insulinopenia, o paciente deve receber pelo menos duas aplicações de insulina de depósito, NPH ou lenta: uma antes do desjejum e a outra antes do jantar ou ao dormir, isoladas ou combinadas com uma insulina rápida ou ultra-rápida. Nesta fase 4, um agente oral sensibilizador combinado no tratamento pode reduzir as doses de insulina e auxiliar na melhora do controle metabólico. DISLIPIDEMIAS - Na síndrome metabólica (SM), a dislipidemia caracteriza-se pela presença de níveis baixos de HDL-colesterol e níveis elevados de triglicérides. - Embora a elevação do LDL-colesterol não seja considerada como um dos critérios diagnósticos da SM, os portadores desta síndrome apresentam alteração da densidade e do tamanho das partículas dessa lipoproteína, predominando o padrão tipo B (LDL pequena e densa). Esta associação é denominada de dislipidemia aterogênica. - Apesar de os níveis de LDLcolesterol não constituírem um dos critérios diagnósticos da SM, as evidências apontam para a necessidade da redução do LDL-colesterol como meta primária a ser alcançada, concomitantemente com a correção dos níveis do HDL-C e dos triglicérides. - Em relação à dislipidemia, as metas lipídicas a serem alcançadas com o tratamento deverão levar em consideração o risco individual de cada paciente e o custo- benefício do tratamento. Estatinas - Devem ser consideradas como tratamento de primeira linha da dislipidemia na síndrome metabólica devido à existência de maiores evidências relacionando-as à redução da morbimortalidade cardiovascular. - Tem como efeito inibição da HMG-CoA redutase, reduzindo a síntese de colesterol e aumentando a expressão hepática dos receptores da LDL e, consequentemente, a captação dessa lipoproteína e das VLDL pelo hepatócito. Também, bloqueiam a síntese hepática de triglicérides. - Dessa forma, resulta em diminuição do colesterol total, do LDL-colesterol e dos triglicérides, além do aumento no HDL- colesterol. 7 SANNDY EMANNUELLY – 6° PERÍODO 2021.1 - As estatinas são os medicamentos de escolha para reduzir o LDL-c e aumentar o HDL-c. e, em consequência, diminuem a morbimortalidade cardiovascular. Fibratos - Essa classe de medicamentos é derivada do ácido fíbrico que age como agonista do PPAR-alfa, modulando genes que aumentam a expressão da lipase lipoproteica, apolipoproteína AI e AII e reduzindo a apolipoproteína CIII. Como resultado, ocorre uma redução da trigliceridemia e elevação do HDL-colesterol, podendo também reduzir os níveis de LDL, principalmente a fração pequena e densa. - Os fibratos demonstraram também benefício na redução de eventos cardiovasculares em indivíduos com HDL-c abaixo de 40mg/dL, e aumento dos triglicerídeos. - Os fibratos são as drogas de escolha em pacientes com SM e com triglicérides de 500mg/dL. Ácidos graxos ômega-3 - Reduzem os triglicérides por diminuição da produção das VLDL no fígado. Podem assim, ser utilizados como terapia coadjuvante nas hipertrigliceridemias, com posologia variando de 4g a 8g/dia, ou em substituição aos fibratos em caso de intolerância a estes. Niacina - É uma vitamina solúvel com ação não totalmente conhecida. Reduz os níveis de triglicérides e de LDL- colesterol, sendo uma das drogas hipolipemiantes que mais aumenta o HDL-colesterol. - Possui três apresentações: liberação imediata, intermediária ou prolongada e lenta. - Efeitos colaterais: calor e rubor facial (liberação rápida) - podem ser reduzidos com o uso de aspirina uma hora antes da ingestão, ou pelo uso da forma de liberação intermediária, ou ainda administração noturna. - O ácido nicotínico de liberação intermediária pode aumentar o HDL-c e, segundo alguns estudos,contribui para a redução de eventos cardiovasculares. - Há dois esquemas de titulação da Niacina: 1-recomenda-se iniciar com 500mg durante um mês, dobrando-se para 1g por mais 1 mês, em seguida aumentar para 1500mg por mais 4 semanas e finalmente atingir a dose de 2g/dia. 2- iniciar com 375mg, aumentando-se para 500mg na segunda semana, para 750mg na terceira semana e 1g na quarta semana. Após um mês, recomenda-se elevar a dose para 1500mg e posteriormente para 2g. - A ingestão deve ser noturna para minimizar o efeito do “flushing”. O “flushing” pode ser diminuído pela ingestão de aspirina ou anti-inflamatórios não-hormonais 30 minutos antes. - A niacina cristalina não está disponível no Brasil; as doses máximas são de 3g-4 g/dia e devem ser administradas três vezes ao dia. Ezetimiba - É um inibidor seletivo da absorção de colesterol que age na borda em escova do intestino delgado, reduzindo o LDL- colesterol, os triglicérides e causando aumento discreto no HDL-colesterol. - O ezetimiba associado às estatinas permite acentuada redução do LDL-C e a sua utilização pode ser considerada para atingir as metas lipídicas preconizadas. - Sua principal indicação é para pacientes intolerantes ao uso de estatinas, ou em associação a estas. - Recomendações importantes quanto ao tratamento hipolipemiante: • Uma vez iniciado o tratamento farmacológico com estatinas este deverá ser mantido, com raras exceções, de forma permanente; • Dosagens de CK devem ser realizadas antes e após 1, 3 e 6 meses após o uso das estatinas e fibratos. Caso os pacientes estejam estáveis, podem ser repetidas a cada seis meses; 8 SANNDY EMANNUELLY – 6° PERÍODO 2021.1 • Se houver elevação acima de 10 vezes o limite superior da normalidade ou em presença de mialgia, mesmo com CK normal, deve-se suspender a medicação ou a associação; • Caso haja elevação das aminotransferases acima de 3 vezes o limite superior do normal, a medicação também deverá ser suspensa; • Deve-se atentar para a possibilidade da presença de hipotireoidismo em portadores de dislipidemias mistas, em indivíduos acima de 50 anos, principalmente mulheres. O uso de hipolipemiantes nesses casos associase ao risco elevado de miopatia. Deve-se inicialmente controlar o TSH e reavaliar a necessidade de tratamento hipolipemiante, que poderá ser realizado com segurança. OBESIDADE - A introdução de drogas adjuvantes à dieta para os indivíduos com IMC ≥30kg/m2, e naqueles com IMC entre 25kg/m2 e 30kg/m2 deve-se considerada desde que acompanhado de comorbidades e que não tenham perdido 1% do peso inicial por mês, após um a três meses de tratamento não-medicamentoso. - Há, atualmente, cinco medicamentos registrados no Brasil para o tratamento da obesidade: dietilpropiona (anfepramona), femproporex, mazindol, sibutramina e orlistat. - Contudo, nesses cinco medicamentos os efeitos colaterais são numerosos e acompanhamento minucioso do paciente é imprescindível. - As drogas mais indicadas são a sibutramina e o orlistat. Estudos têm demonstrado seus efeitos favoráveis para a perda de peso e melhora dos parâmetros metabólicos, com boa tolerabilidade e segurança. - As drogas da classe noradrenérgica são eficazes na perda de peso, mas os seus estudos são antigos e de curto prazo. - Os inibidores seletivos de recaptação de serotonina, usados como antidepressivos, podem também proporcionar perda de peso. - O tratamento cirúrgico tem como objetivo diminuir a entrada de alimentos no tubo digestivo (cirurgia restritiva), diminuir a sua absorção (cirurgia disabsortiva) ou ambas (cirurgia mista). - A cirurgia bariátrica está indicada para pacientes diabéticos ou com múltiplos fatores de risco com IMC >35kg/m2, resistentes ao tratamento conservador, realizado continuamente por 2 anos. - As cirurgias bariátricas implicam em perda de peso que varia de 20% a 70% do excesso de peso. É o método mais eficaz e duradouro para perda de peso e com melhora nítida dos componentes da síndrome metabólica. Complicações incluem mortalidade em torno de 1%, má nutrição, dumping e colelitíase. - A cirurgia deve ser considerada para o paciente obeso mórbido (IMC >40kg/m2), ou obeso com IMC >35 kg/m2 desde que apresente comorbidades clínicas importantes, e somente após ter sido submetido a tratamento clínico adequado, mas sem resultados. • O paciente só deverá ser operado se estiver bem informado sobre o tratamento, motivado e se apresentar risco operatório aceitável. • O paciente deve ser selecionado para a cirurgia, após cuidadosa avaliação por equipe multidisciplinar especializada e composta por endocrinologistas ou clínicos, intensivistas, cirurgiões, psiquiatras ou psicólogos e nutricionistas. - Após a operação, deve haver acompanhamento médico de longo prazo. OBJETIVO 4: COMPREENDER A ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO CARDIOVASCULAR. - Sem nenhuma dúvida, a síndrome metabólica engloba variáveis que aumentam o risco para as doenças cardiovasculares. - A prevenção do risco cardiovascular por meio de escores significa orientar esforços preventivos, não pelos riscos atribuíveis à elevação de fatores isolados, como a pressão arterial ou o colesterol, mas pelo somatório de riscos decorrentes de múltiplos fatores, estimado em cada indivíduo. - Diversos algorítmos foram criados para estratificação dos pacientes, de acordo com a presença de fatores de risco e calibrados para cada população. Esses algoritmos são de simples realização e baixo custo. O maior objetivo da criação desses algoritmos estaria em focar os recursos diagnósticos nos indivíduos de maior risco cardiovascular, para que os procedimentos fossem mais eficazes. - Alguns indivíduos podem desenvolver eventos cardiovasculares precocemente, o que não é possível avaliar por meio dos escores, como os casos de portadores de 9 SANNDY EMANNUELLY – 6° PERÍODO 2021.1 hipercolesterolemia familiar, em que nascem com valores extremamente altos de colesterol. Se não identificados e tratados precocemente esses indivíduos podem sofre de morte cardiovascular precoce. Para tentar minimizar esses riscos, deve-se proceder o rastreamento universal por fatores de risco tradicionais, como: • Dislipidemias: Deve-se fazer o rastreamento dos níveis lipídicos em idades mais precoces, acima dos 10 anos, por meio do colesterol total (CT) e LDL-c, principalmente, para diagnóstico de casos de Hipercolesterolemia Familiar. Abaixo dessa idade somente diante de histórico familiar de colesterol elevado; DAC precoce (parente de primeiro grau, sexo masculino < 55 anos ou sexo feminino < 65 anos); presença de xantomas e/ou arco corneano; fatores de risco como hipertensão arterial, diabetes mellitus, tabagismo e obesidade; doença aterosclerótica. • Hipertensão arterial • Diabetes • Tabagismo • História de DAC precoce (parente de primeiro grau; sexo masculino < 55 anos ou sexo feminino < 65 anos) • Doença renal crônica • Obesidade • Sedentarismo Um escore (ou modelo de predição) ideal é aquele simples e fácil de se obter, que não oferece riscos adicionais ao paciente, seja de baixo custo para o sistema de saúde e apresente bom desempenho discriminatório e calibração perfeita, com uma estimativa absoluta de risco próxima do real. - Não são encontrados ainda estudos prospectivos específicos da síndrome metabólica que permitam a elaboração de uma tabela de estimativa do risco cardiovascular, semelhante à que foi proposta, por exemplo, pelo estudo de Framingham. As opções trazidas pela I Diretriz Brasileira de Prevenção Cardiovascular (2013), são o Escore de Risco de Framingham (ERF), o Escore de Risco de Reynolds (ERR), o Escore de Risco Global (ERG) e o Risco pelo Tempo de Vida (RTV). A recomendação pela diretriz é o uso do ERG, apesar de qualquerum desses escores pode ser utilizado. ESCORE DE FRAMINGHAM - O Escore de Framingham foi construído a partir de um grande estudo realizado no Estados Unidos, o Framingham Heart Stduy, sendo, portanto, validados para essa população. Vale ressaltar que a população em que foi estudado, era uma população aparentemente sem doenças. - Assim, é um escore que estima, em 10 anos, a probabilidade de ocorrer infarto do miocárdio ou morte por doença coronariana em indivíduos sem diagnóstico prévio de aterosclerose clínica. É o escore mais testado em relação a sua acurácia e calibração em outras populações. Este escore funciona estratificando o paciente em baixo, intermediário ou alto risco cardiovascular: Baixo risco → <10% de chances de morrer por acidente vascular cerebral (AVC) ou infarto agudo do miocárdio (IAM) nos próximos 10 anos. Intermediário risco → 10-20% de risco de morrer por AVC ou IAM nos próximos 10 anos. Alto risco → ≥20% de chances de morrer por AVC ou IAM nos próximos 10 anos. Avaliação: 1. Levantar todos os fatores de risco do paciente. 2. Agrupar fatores risco quanto (baixo/intermediário risco ou alto risco). 3. Se paciente apresenta apenas um fator de risco baixo/intermediário, não há necessidade de calcular o risco cardiovascular (RCV) → o paciente será de baixo risco cardiovascular. 4. Se paciente apresenta ao menos um fator de risco alto cardiovascular, não há necessidade de calcular o RCV → o paciente será de alto risco cardiovascular. 5. Se apresentar mais do que um fator de risco baixo/intermediário, há necessidade de calcular o RCV → o paciente pode mudar para baixo, alto ou permanecer como risco intermediário. - Se o paciente apresentar mais de um fator de baixo/intermediário risco e não apresentar nenhum fator de alto risco → calcular escore. 10 SANNDY EMANNUELLY – 6° PERÍODO 2021.1 1. Depois de calculada a pontuação, determina-se o risco em 10 anos: 2. Depois da porcentagem estimada → classifica-se o paciente. 3. Estabelece-se as metas a serem alcançadas. ESCORE DE REYNOLDS - O Escore de Risco de Reynolds apresenta-se semelhante ao Escore de Framingham, adicionando em suas variáveis a proteína C- reativa (PCR) e o antecedente familiar de doença coronariana prematura. O Escore estima, em 10 anos, a probabilidade de infarto do miocárdio, AVC, morte e revascularização. ESCORE GLOBAL DE RISCO - O Escore Global de Risco estima, em 10 anos, o risco de infarto do miocárdio, AVC, insuficiência vascular periférica e insuficiência cardíaca. É o instrumento utilizado no Brasil para avaliação do risco cardiovascular. Veremos esse escore mais detalhadamente à frente. - Deve ser utilizado na avaliação inicial entre os indivíduos que não foram enquadrados nas condições de alto risco. - O escore de risco global (ERG) é o escore de escolha segundo a I Diretriz brasileira de prevenção cardiovascular (2013), realizada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). É feito em 4 etapas e divide o paciente em: - São considerados de BAIXO RISCO por esta Diretriz, aqueles com probabilidade < 5% de apresentarem os principais eventos cardiovasculares (doença arterial coronariana – DAC, AVC, doença arterial obstrutiva periférica ou insuficiência cardíaca) em 10 anos. Os pacientes classificados nessa categoria e que apresentem histórico familiar de doença cardiovascular prematura serão reclassificados para risco intermediário. - São considerados de risco INTERMEDIÁRIO, homens com risco calculado ≥ 5% e ≤ 20% e mulheres com risco calculado ≥ 5% e ≤ 10% de ocorrência de algum dos eventos citados. - São considerados de ALTO RISCO, aqueles com risco calculado > 20% para homens e >10% para mulheres no período de 10 anos. Avaliação 1. Presença de doença aterosclerótica significativa ou de seus equivalentes a. Isto é, analisar os fatores de risco e as condições prévias do paciente. Caso o paciente seja portador de qualquer condição da figura, é automaticamente classificado como de alto risco. 11 SANNDY EMANNUELLY – 6° PERÍODO 2021.1 Escore de risco b. Levantar os fatores de risco do paciente que não foi enquadrado como alto risco c. Calcular o escore de risco do paciente para depois estratifica-lo em baixo, intermediário e alto risco. Mulheres Homens 12 SANNDY EMANNUELLY – 6° PERÍODO 2021.1 Fatores agravantes Após fazer os ERC, deve-se avaliar os fatores agravantes, que, se presentes, reclassificam o paciente de risco intermediário para alto risco. - Nos indivíduos de risco intermediário devem-se utilizar os fatores agravantes, que quando presentes (pelo menos um deles) reclassificam o indivíduo para a condição de alto risco e os critérios de síndrome metabólica, de acordo com a IDF. RISCO PELO TEMPO DE VIDA - O Risco pelo Tempo de Vida avalia a probabilidade de um indivíduo, a partir de 45 anos, apresentar um evento isquêmico ao longo da vida. Esse escore também é recomendado pela Diretriz de 2013. Viu-se que muitos indivíduos considerados baixo risco em 10 anos é, na verdade, de alto risco ao longo da vida. - Assim, esse escore permite uma estratificação mais abrangente em relação a carga de doença cardiovascular na população em geral, no momento e no futuro, pois leva em conta o risco CV na população em geral enquanto o indivíduo envelhece. - A diretriz de Prevenção Cardiovascular de 2013 recomendou seu uso em indivíduos a partir de 45 anos. - O cálculo do RTV considera que o indivíduo pertença exclusivamente a uma das seguintes categorias: Aqueles sem fatores de risco, ou com todos os fatores de risco ótimos aos 45 anos; • Os que possuam um ou mais fatores de risco não ótimos; • Aqueles com um ou mais fatores de risco elevados; • Os com um dos fatores de risco principais; • Aqueles com dois ou mais dos fatores de risco principais. Assim, os fatores de risco (FR) estão descritos na tabela abaixo: Caso o paciente já seja identificado como muito alto ou alto risco, esse escore não precisa ser aplicado. Porém caso indivíduo seja categorizado em baixo ou intermediário risco, deve-se utilizá-lo. Pacientes do sexo masculino com risco > 39% ou do sexo feminino com risco >20,2%, serão classificados como alto risco de eventos CV. - A diretriz de 2013 recomenda a utilização do ERG para avaliação do risco em 10 anos e do RTV para estimar o risco ao longo da vida em indivíduos acima de 45 anos. - Esta estratificação transcende os 10 anos de vida propostos pelas classificações anteriores e aborda toda a vida do indivíduo. A I Diretriz brasileira de prevenção cardiovascular (2013) recomenda o uso do risco pelo tempo de vida em indivíduos de risco baixo e intermediário, a partir dos 45 anos. - O risco predito pelo tempo de vida acima de 39% em homens ou superior a 20,2% em mulheres caracteriza condição de alto risco pelo tempo de vida. 13 SANNDY EMANNUELLY – 6° PERÍODO 2021.1 Classificação: i. Levanta-se os fatores de risco ii. Classifica-os como ótimos, não ótimos, de risco elevado ou risco principal. iii. Relaciona o resultado do controle dos fatore de risco com variáveis pré-estabelecidas. O cálculo do RTV para homens e mulheres, respectivamente, a partir dos 45 anos, com base na exposição a esses fatores ao longo do Tempo de Vida. O risco predito pelo Tempo de Vida acima de 39% em homens ou superior a 20,2% em mulheres caracteriza condição de alto risco pelo tempo de vida. ALGORITMO DE ESTRATIFICAÇÃO DE RCV FONTES: Caderno 29 de Atenção Primária – MS 2010 I Diretriz Brasileira De Diagnóstico E Tratamento Da Síndrome Metabólica I Diretriz de Prevenção Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia Diretriz de Prevenção Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia – 2019 14 SANNDY EMANNUELLY – 6° PERÍODO 2021.1
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