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Camila Blumetti – MEDFACS/2º Semestre 2019.1 RESUMINHO AULA 1 – PB II Antes de qualquer coisa é importante definirmos alguns conceitos, por exemplo: qual a diferença entre cromossomo e cromatina? A única diferença é o momento em que se encontra, pois geneticamente são idênticas. Como assim momento? Se olhamos para a célula que está em divisão, enxergaremos um cromossomo. Já se olhamos para uma célula e ela se encontra em interfase, encontraremos uma cromatina. Essa diferenciação se dá pelo diferente padrão de condensação. Podemos também diferenciar as regiões da cromatina, temos a eucromatina, região descondensada e geneticamente ativa e, temos a heterocromatina, região mais condensada, de melhor visualização, porém uma região inativa. Uma heterocromatina bastante famosa é o Corpúsculo de Barr, encontrados apenas em células femininas, sendo assim importante para diferenciação. O corpúsculo tem uma grande importância na pediatria, sendo utilizado para investigação de alterações, ou seja, bastante utilizado para nível de diagnóstico. O número de corpúsculos é igual ao número de cromossomos x menos 1. Sua identificação na imagem é a partir de sua forma e localização, ele parece uma meia-lua e se localiza na periferia do núcleo. Corpúsculo de Barr Já o cromossomo, dividimos em relação a sua estrutura morfológica em: centrômero, região de maior constricção, divide aonde está o braço curto (p) e o braço longo (q) do cromossomo e é importante para classificar os cromossomos (metacêntrico, submetacêntrico, acrocêntrico e telocêntrico) para que se faça o cariótipo (conjunto de cromossomos que são organizados do menor para o maior, de acordo com a posição do centrômero), temos também a cromátide e o telômero. O cariótipo humano é organizado da seguinte forma: do par 1 até o par 22, temos os cromossomos homólogos/autossômicos, logo depois os cromossomos heterossômicos/sexuais. Importante lembrar que o cariótipo feminino é 44 + XX e o masculino 44+XY, sendo o cromossomo X maior que o Y e, consequentemente, com uma maior quantidade de genes. No cromossomo Y apenas 2 genes tornam-se ativos, o principal dele é o gene FDT, Fator de Determinação Testicular. O outro gene é o que produz espermatozoide, sendo um dos fatores de infertilidade masculina a ausência desse gene no cromossomo, ou seja, o gene foi deletado, o paciente possui azoospermia. Quais os tipos de amostra que podemos pegar para fazer cariótipo? O principal é o sangue periférico, porém também podemos utilizar medula óssea, fragmento de pele, líquido amniótico, vilosidades coriônicas, tumores, dentre outros tecidos. Temos a técnica da citogenética clássica, através da técnica de bandeamento, que é colorir os cromossomos de acordo com a organização das bandas, cada cromossomo vai ter o seu sequenciamento de bandas. O tipo de bandeamento que será solicitado será de acordo com o que você está enxergando no seu paciente. • Bandeamento GTG: é mais utilizado para alterações numéricas estruturais grosseiras. • Bandeamento Giemsa ou G: semelhante ao GTG, porém é o que é mais solicitado. É utilizado para alterações genéticas bem visíveis, como a trissomia do cromossomo 21. • Bandeamento NOR: é muito utilizado em caso de translocações que ocorrem em cromossomos acrocêntricos (13, 14, 15, 21 e 22). Temos as translocações Robertsoniana, que são pseudotrissomias e temos a trissomia clássica, como o Down Clássico. Camila Blumetti – MEDFACS/2º Semestre 2019.1 Temos também a citogenética molecular, que utiliza as seguintes técnicas: • Técnica de FISH (Fluorescence in situ hybridization) – Conseguimos determinar/validas a presença ou ausência de sequências específicas de DNA ou RNA, confirmar alterações cromossômicas observadas pela citogenética clássica, molecular e citogenômica, detecta alterações críticas e submicroscópicas. Para realizar essa técnica necessitamos de uma especificidade da sonda pela região de interesse, marcação fluorescente da sonda que permita a detecção e a qualidade de preservação do material biológico. • Técnica de SKY (Spectral Karyotyping) – Utilizada para cariótipos mais complexos, para identificar origem de cromossomos marcadores, determinar alterações cromossômicas estruturais não detectadas pela citogenética clássica e para definir a origem do material adicional. Apresenta cada par de cromossomo com uma cor específica. • Técnica CGH ( Comparative Genomic Hybridization) – O DNA teste hibridado com o DNA de referencia normal em uma célula metafásica. É feito, geralmente, nos testes para câncer. Avalia taxas mutacionais. Mas então, quais as indicações para realizar o cariótipo? Quando temos alterações de crescimento e desenvolvimento (atraso no Desenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM), fácies dismórficas, malformações, baixa estatura (síndrome de Turner: 45, X), retardo mental (quanto maior a quantidade de cromossomos, maior vai ser o retardo), genitália ambígua), natimortos e óbitos neonatal, infertilidade ou abortos recorrentes, neoplasia (cariótipo de tecidos), história familiar positiva de cromossomopatia, gestação em mulher com idade elevada (> 35 anos). E como interpretar um cariótipo? Podem apresentar deleção (vem um “-“), ou seja, cromossomo é desprovido de uma parte, material genético foi perdido, podem apresentar duplicação, ou seja, apresenta excesso de material genético. Quando apresentar inversão é porque um determinado segmento cromossômico se inverteu, podem apresentar translocação (“t”), formação em anel (“r”), ou seja, perdem porções teloméricas e se reúne em um formato circular. Já aquele que perde o braço curto e o braço longo que ficou vai ser duplicado é um isocromossomo (“i”). Temos também um cromossomo marcador (“mar”), que é um cromossomo que apareceu com uma adição, ou seja, veio um material genético de outro lugar, então ele é “marcado” para assim passar por uma outra técnica. Já o derivado (“der”) é aquele que foi derivado dele mesmo ou pegou um pedaço do outro e se der ivou. Os cromossomos podem ser também discêntricos (“dic”), apresentam problemas estruturais, porém não envolvem os centrômeros, diferentemente dos paracêntricos, que apresentam problemas estruturais que envolvem os centrômeros. Os cromossos com sítio frágil (“fra”) é aquele que ao longo dele apresenta zonas de fragilidade. Os cromossomos que aparecem com um “mat” ou “pat”, significa, respectivamente, que é de origem materna e paterna, lembrando que essa marcação so poderá ser feita através da Técnica de SKY.
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