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Tecido mucoso: • • A área do sistema imune relacionada a mucosa é a nossa maior área de exposição; local onde fora o linfonodo, há uma das maiores populações de linfócitos, para fazer esse reconhecimento • Área de mucosa: vias aéreas superior/inferior, intestino, trato geniturinário, glândula mamária, glândula lacrimal, glândula salivar Sistema imune associado à mucosa: • MALT – tecido linfoide associado a mucosas • MALT pode ser dividido em: o GALT: tecido linfoide associado ao intestino o NALT: tecido linfoide associado a nasofaringe o BALT: tecido linfoide associado ao pulmão (escasso em humanos) • NALT – consiste de agregados linfoides conhecidos como anel de Waldeyer o Localizado na orofaringe e nasofaringe o Inclui as adenoides e as tonsilas palatina e lingual (órgãos linfoides secundários), que geram um tecido agregado, conhecido como anel de Waldeyer – na entrada do trato respiratório superior e do digestório há locais onde ocorre reconhecimento de antígeno para proliferação de resposta imune específica • Tecido linfoide associado ao intestino – GALT: • • GALT - formado por células epiteliais; é o tecido mucoso composto por uma camada de células epiteliais, que separa a luz do intestino da lâmina própria • Nesse tecido mucoso estão presentes as células caliciformes, produtoras de muco, as células de Paneth, presentes nas criptas do intestino e fazem reconhecimento imune importante; e as células M, que são encontradas estruturalmente no epitélio, e tem função importante no reconhecimento e no transporte dos antígenos direto • Sempre abaixo da célula M há a placa de Peyer (tecido similar ao linfonodo, mas não capsulado) • As substancias presentes na luz são transportadas pela célula M, reconhecendo se do lado fora está tudo bem e se há algo agredindo a mucosa intestinal • O muco é produzido continuamente pelas células caliciformes, com presença de glicoproteínas/ polissacarídeo, e presença da mucina principalmente (quem dá viscosidade) • Muco tem 2 camadas: uma mais próxima as células (mais espessa), e uma camada mais externa, associada a água, que é mais fluida • A dupla camada de muco é importante para a absorção dos nutrientes e para a resposta imune • Associado a esse muco há peptídeos antimicrobianos produzidos principalmente pela célula de Paneth, que fica aderido em maior porção ao muco da camada interna, e a presença dos microrganismos comensais, que vão estar associado ao muco mais de camada externa • Os peptídeos antimicrobianos são continuamente secretados pelas células de Paneth, ficando presentes na camada interna do muco – PRIMEIRA LINHA DE DEFESA • A associação entre nossa defesa com essas bactérias = homeostase do intestino, ou seja, bactérias comensais auxiliam a nossa digestão e o controle do número e tipo dessas bactérias auxilia na competição direta a bactérias patogênicas, para que não tenhamos proliferação excessiva dessas bactérias patogênicas • Obs.: bactérias ficam presentes na luz do intestino e não na lâmina própria GALT: • • Epitélio; nas criptas as células de Paneth; células M que são constituintes da membrana da mucosa; placa de Peyer – conjunto de células dendríticas, linfócitos B/T, muito semelhante a conformação de um linfonodo, porém não são encapsulados, tendo ligação direta com a lâmina própria; • Células dendríticas na lâmina própria e aderidas ao epitélio diretamente, podendo lançar pseudópodes por entre as células epiteliais, mas se encontram principalmente dentro do tecido epitelial mas podendo se comunicar com parte externa • Células dendríticas residentes: fazem reconhecimento de antígeno • Linfócitos intraepiteliais: estão presentes aderidos e entre as células epiteliais, participando ativamente da defesa • Macrófagos e mastócitos presentes; célula linfoide inata residente e produtora de anticorpo • Tecido epitelial da mucosa trabalha o tempo inteiro para nossa barreira, para deixar enterócito capaz de absorver nutrientes nos microvilos e não passarmos por infecções o tempo todo • Célula linfoide inata: tem como principal função a capacidade de produzir de IL-22 e IL-17, que direcionam a forma como vamos reagir a entrada de antígeno/ bactéria/ vírus via célula M ou quando conseguem romper nossa barreira epitelial • Estruturas linfoides, como placa de Peyer, tem como responsabilidade interpretar o estimulo assim como os linfonodos fazem • A célula dendrítica traz informação que vai ser processada; na extremidade do folículo da placa de Peyer há células com resposta específica, e há formação de células B/T específicas para resposta imune direta • É na placa de Peyer que linfócito B e TCD4 (helper folicular) interagem – onde ocorre produção de anticorpos específicos ao possível antígeno • Estrutura do vilo intestinal – tem presença de ducto linfático aferente, que leva informação para linfonodo mesentérico, gerando resposta imune específica; • No intestino há o funcionamento do reconhecimento específico via placa de Peyer e reconhecimento via linfonodo mesentérico, visto não só a área, mas também a quantidade de bactérias/ vírus/ possíveis agressores e toxinas que temos contato pelo intestino • Esse reconhecimento via mucosa intestinal funciona tanto para o antígeno quanto para ptns alimentares, podendo uma ptn ser reconhecida como não própria e estimular uma resposta imune específica tóxica/alérgica Papel da microbiota e do epitélio na modulação da resposta imune: • • • Microbiota de vírus/bactérias presentes no muco tem relação direta com nossa resposta imune direta; estados normais – há a presença desses microrganismos comensais, que são controlados pelo nosso sistema imunológico • Logo, temos liberação de IgA e peptídeos antimicrobianos, que controlam o número e tipo desses comensais presentes no muco • A resposta imune é produzida e controlada incialmente pelos peptídeos antimicrobianos; • Estado normal do intestino (eubiose) – microrganismos produzem metabólitos, que vão ser introduzidos nos nossos tecidos; células epiteliais reconhecem o metabólito, principalmente através das moléculas de reconhecimento tipo NOD2, presentes no enterócito; quando ocorre esse reconhecimento via NOD2 há aumento da produção de peptídeos antimicrobianos, o que controla a população do muco • Metabólitos ou parte estrutural do microrganismo – penetram pelo epitélio, chegam ao tecido e são reconhecidos pelas células residentes da lâmina própria, e essas células através das células inatas residentes do tipo 3 (ILC3), produzem IL-22 e IL-17 que agem em cima das células epiteliais, estimulando produção de mais/menos peptídeo antimicrobiano • Peptídeos antimicrobianos, induzidos pelas células epiteliais, associado as células inatas controla numero de microrganismos comensais presentes no intestino • O tempo todo ocorre a passagem de componentes estruturais dos microrganismos residentes, ao reconhecimento via ILC3 pelos TOLL like receptor; citocinas controlam quantidade de peptídeo antimicrobiano • Flora crescida – aumento da quantidade de peptídeo; Flora controlada – menos peptídeo • Eubiose – relacionamento harmônico entre nossas células e bactérias comensais; quando não há reconhecimento de um antígeno patogênico, ou seja, as células imunes reconhecem os peptídeos das bactérias/ fungos/ vírus como algo não próprio mas está acostumada a interagir = vai ter controle na quantidade de peptídeo antimicrobiano • Ou seja, por mais que as bactérias sejam comensais, sem a produção de peptídeo microbiano, essas bactérias crescem e causam doença • Logo, o reconhecimento é importante para manter eubiose, mas quem reconhece e controla a quantidade para menos/ mais é a ILC3 • • A tolerância é gerenciada através das células dendríticas • Células dendríticas se diferenciam – no intestino há células dendríticas diferenciadas em tolerogênicas, que produzempouca quantidade de molécula co-estimulatória, e grande quantidade de TGF-beta, que induz que células TREG sejam produzidas • Logo, quando há um bom funcionamento entre produção de peptídeos antimicrobianos, população das bactérias comensais, nossas células residentes reconhecem isso como algo normal; • A passagem dos ácidos graxos de cadeia curta, relacionados ao bom funcionamento/ homeostase do muco e células epiteliais = célula dendrítica tolerando, estimulando produção do TGF-beta, principalmente associado ao ácido retinóico, em estímulo a presença/ ação principalmente da TREG, que faz tolerância antígeno-alimentar e microrganismos comensais = todos equilibrados • Enquanto não há sinal de infecção, essa célula dendrítica produz o TGF-beta, que induz a ação do TREG, pra manter todos trabalhando de forma estável – isso ocorre em eubiose, ou seja, uma flora intestinal controlada, com diversidade de microrganismos comensais, e nesse cenário não há produção de resposta imune inflamatória, há apenas a manutenção do estado de tolerância • • Na presença de patógeno ou quando há desequilíbrio das bactérias comensais (desbiose – desregulação da mucosa comensal, que leva a proliferação do patógeno) – isso leva a destruição das células epiteliais, que quebra a barreira, levando a entrada do microrganismo e conjunto de substancias que não são reconhecidas como “não ruins”; • Logo, célula linfoide residente, principalmente do tipo 1, reconhece a presença do patógeno através das PAMPs ou DAMPs, quando há lesão do endotélio não infeccioso • Então, ILC1 produz o IFN- gama em maior quantidade; e • Componentes estruturais, como PAMP e DAMP estimulam célula dendrítica madura a apresentar antígeno, e a resposta deixa de ser via TREG e passa a acontecer via Th1 ou Th17, dependendo do tipo de antígeno/ agressor que estará presente • IFN- gama produzido pela ILC1 + o que vai ser produzido via célula dendrítica, há estimulo para aumento de produção e para trazer para o processo inflamatório, linfócitos Th1 e Th17 • Essas células podem ser estimuladas diretamente, por receptores de parte interna, principalmente do tipo TOLL, e faz com que enterócito seja capaz de produzir citocina, que também gera aumento de células Th1 e Th17 • Ou seja, o aumento de patógeno do lado de fora faz estimulo pró-inflamatório pela lesão direta do endotélio, gerando PAMPs e DAMPs, reconhecimento via ILC1, produção de IFN- gama, aumento na ação e reconhecimento de célula dendrítica, que por sua vez estimula Th1 e Th17; MAS também pode ocorre estimulo direto, quando a ptn agressora a esse antígeno é reconhecido via TOLL estrutural do enterócito, que produz citocina pró-inflamatória para estímulo de inflamação via Th1/ Th17, que por sua vez vão trazer para o campo neutrófilo e ativação de macrófago • A partir do momento em que há lesão direta do enterócito, passa a ocorrer resposta imune completa Células da microprega ou células M: • • Célula M – células que constituem tecido epitelial, e transportam continuamente substancias da luz para interior da placa de Peyer, onde sistema imune reconhece antígeno comensal ou antígeno patogênico; ela faz parte da estrutura do epitélio mucoso, funcionando como um porteiro, onde a passagem da substância é feita por dentro da célula M, e ela joga direto para a placa de Peyer; ela faz essa passagem o tempo inteiro para que a placa de Peyer reconheça o que é legal/ não legal e gerar a resposta direta • Essa passagem permite a realização da identificação da alteração da composição da microbiota: ex – bactérias que em pequena quantidade são comensais, mas por alteração de pH, de dieta, física, elas encontram pH no ambiente favorável para aumentar o número – o que antes era comensal pode passar a ser patogênico – e quem faz essa regulação é a célula M, que fica numa posição superior a placa de Peyer, sendo capaz de englobar a partícula sólida/líquida e realizar a transitose (passagem por dentro da célula), mostrando o antígeno para a placa de Peyer • • Embaixo das células M há presença de célula dendrítica, linfócito B e linfócito T, que são os componentes da placa de Peyer; • • Captura do antígeno pela célula M – ocorre por endocitose, onde antígeno é transportado por dentro da célula M até chegar na placa de Peyer • Antígeno, dependendo de seu tamanho/ estrutura, pode passar constitutivamente por dentro da célula M (ex: ácidos graxos de pequena cadeia) • Ex: célula M engloba determinado antígeno – na lateral desse endossomo podem vir outras partículas que também vão ser processadas pela placa de Peyer • Mas, o principal mecanismo é captura do antígeno por endocitose e posteriormente fagocitose, que é transportado pela célula M em vesícula e liberado na membrana basal, e embaixo da célula M está a placa de Peyer, que reconhece se isso é próprio/ não próprio para direcionarmos nossa resposta • Se antígeno transportado faz parte da microbiota intestinal ou é antígeno alimentar – célula dendrítica reconhece substancia estranha, e não ativa o modo completo de resposta imune • Então, as células dendríticas na presença do ácido retinóico junto com TGF beta estimulam TREG e induz a tolerância = manutenção da homeostase do intestino • Se o antígeno for derivado de patógeno, há ativação completa da célula dendrítica, graças ao reconhecimento de PAMPs e DAMPs, o que gera resposta imune específica • Quando a célula dendrítica reconhece antígeno de helminto/ verme, ela apresenta esse antígeno na presença de IL-4, esse estímulo diferencia célula Th helper em Th2, produz IL-4, IL-5, e IL-13, que estimulam célula B produtora de IgE • IgE – anticorpo que vai se aderir ao mastócito, estimulando macrófago M2 e eosinófilo, fazendo a resposta imune específica para helminto • Ou seja, a diferenciação do linfócito dentro da placa de Peyer vai depender do tipo de estímulo que ta acontecendo • Quando o estímulo é oriundo de helminto, a diferenciação vai ser em Th2; Th2 faz defesa contra patógeno extracelular (bactéria) e helminto • Quando o estimulo para a célula dendrítica vem através de outros tipos de patógenos (ex: antígeno de fungo/ vírus/ bactéria intracelular), há estímulo da célula dendrítica, e receptores diferentes são estimulados, logo, a diferenciação de linfócitos é diferente • Logo, dependendo do tipo de estímulo, a célula dendrítica libera interleucinas diferentes, logo, o linfócito T será diferente • Estímulo via helminto – resposta Th2; estímulo via fungo/ bactéria intracelular/ alguns tipos de vírus – DC estimula resposta via Th17 e Th22, que produzem IL-17 e IL-22, estimulando resposta imune de outra forma, trazendo para o local respostas imunes diferentes do que foi a resposta imune do tipo 2 • Ativação excessiva da célula M e reconhecimento via célula dendrítica – pode gerar autoimunidade; quando elas reconhecem antígeno próprio ou quando estão hiperativadas, aumenta a possibilidade de gerar um autoantígeno – onde ocorre indução de autoimunidade Linfócitos intraepiteliais: • Linfócitos intraepiteliais: linfócitos diretamente aderidos ao tecido epitelial; não são parte constituitiva do epitélio, mas estão aderidos diretamente as células epiteliais, para fazer o reconhecimento • 2 formas de reconhecimento: 1 - resposta do tipo A; 2 - resposta do tipo B • 1 - Resposta tipo A: resposta via MHC-antígeno o Célula epitelial infectada por vírus faz apresentação de antígeno derivado do vírus via MHC 1; MHC expõe proteína do vírus; linfócitos intraepiteliais reconhecem esse MHC do tipo 1, e liberam grânulos citotóxico direto, destruindo a célula, ou fazem reconhecimento via Fas- FasL, liberação de granzima e apoptose da célula o Linfócito ativado libera perforinas e granzimas, que destroem a célula; ou, ao reconhecimento da ativação da ligação Fas/FasL induz a apoptose dessa célula o EX: reconhecimento via autoantígeno: lesãoendotelial causada na doença de Crohn – nessa doença, há expressão via MHC de uma ptn da célula endotelial, que passa a ser reconhecida como não própria = resposta tipo A • • 2 - Resposta tipo B: pode agir independente dessa apresentação via MHC do tipo 1 o Na presença de marcadores de dano ou de infecção celular, a partir do dano na célula epitelial, a célula epitelial expressa na sua superfície os marcadores do tipo MIC (MIC-A/MIC- B), que vão ser reconhecidos pelos linfócitos intraepiteliais, pelo receptor NKGD2 (receptores de linfócitos) e o linfócito libera perforina e granzima para destruir a célula de forma direta sem que haja estímulo via MHC o Ex: ocorre na doença celíaca: doença celíaca ocorre por reconhecimento de glúten (ptn específica) presente em alguns alimentos; reconhecimento dessa ptn do gluten gera dano na célula epitelial, que estimula a resposta tipo B • Produção de IgA – T dependente: • • IgA – se associa ao muco e participa diretamente do combate ao patógeno • 2 formas de produção de IgA na mucosa: T-dependente e T-independente • T dependente: antígeno é transportado via célula M para dentro da placa de Peyer, vai ser reconhecido pela célula dendrítica, vai ser processado e vai ser expresso na superfície da célula dendrítica; o A célula dendrítica por sua vez ativa o linfócito T específico, fazendo com que se diferencie numa célula T efetora; o Célula T efetora estimula mecanismo do CD40/CD40L, apresentação desse antígeno para a célula B, que vai se diferenciar em célula produtora de anticorpo o Linfócito B vai reprocessar esse antígeno, e vai apresenta-lo posteriormente para as células TCD4 efetoras, e a célula T gera o sinal produzindo citocina, para que o plasmoblasto produza IgA o Na circulação, o plasmócito se torna plasmócito ativo, que vai liberar IgA direto na mucosa; o Esse homing, ou seja, esse plasmoblasto que passou pela parte circulatória até ser liberado na mucosa denovo, vai ser atraído pelo próprio processo infeccioso intestinal Produção de IgA – T independente: • • T independente: bactéria/PAMP passa pelo enterócito, entra na lâmina própria e é reconhecida pela DC via mecanismo TOLL; • Quando a célula dendrítica é ativada por esses polissacarídeos diretos de bactéria, ela secreta citocina como TGF beta, mas também a APRIL e o BAFF, e são essas citocinas que estimulam a célula B presente na lâmina própria (já residentes) a mudar de classe (switching), para que deixe de expressar IgM, e passe a liberar IgA, que vai ser liberada direta na mucosa • BAFF + APRIL – atuando no linfócito B que reconhece esse polissacarídeo substitui necessidade do reconhecimento CD40/CD40L, necessário para a ativação do linfócito B; e esse estímulo via BAFF/ APRIL estimula linfócito B na lamina própria a trocar a classe de anticorpo que é capaz de produzir do IgM para IgA, e essa IgA é secretada na luz intestinal • Esse caso é uma exceção a regra – de uma maneira geral a apresentação de antígenos e produção de anticorpos são mediadas via ativação de DC, apresentação para linfócito T naive, que se transforma em linfócito T auxiliar, que apresenta antígeno para célula B, sendo coestimulado, ocorrendo diferenciação do plasmoblasto, caindo na circulação, e chega ao tecido lesado como célula efetora liberadora de IgA (resposta T dependente) • No intestino, no GALT, pode haver produção de anticorpo específico da classe IgA, sem que haja necessidade da apresentação via célula T Microbiota e produção de IgA: • • Quando só antígeno reconhecido como comensal adentra, a quantidade da IgA secretada na luz intestinal é regulada por conta dessa microbiota; • Aumento de microbiota = mais IgA secretada; diminui microbiota = menos IgA secretada • Alimento, principalmente os ricos em fibras, fermentam graças a microbiota intestinal; essa fermentação produz ácido graxo de cadeia curta (ex: butirato, acetato, propionato), e esse ácido graxo ao penetrar de forma passiva no epitélio (via enterócito) são capazes de estimular o desenvolvimento de DC com função tolerogênica/ regulatória; há aumento de desenvolvimento e especificidade de DC de função regulatória, que aumentam na lamina própria, a expressão de FOXP3 (por ex), que é uma citocina de diferenciação que favorece o TREG, e esse aumento de diferenciação de TREG + células helper foliculares operam com linfócito B para que haja tolerância da mucosa, e consequentemente regulam a liberação da IgA, controlando a presença do microrganismo comensal; não estimula doença • Presença de microbiota regulada tem ação total no crescimento dos microrganismos comensais; diminui possibilidade do crescimento de patógeno ou descompensação do microrganismo comensal Transporte da IgA na mucosa: • • O principal mecanismo da IgA de controle é o mecanismo T independente; plasmócito produtor da IgA expressa ptn chamada cadeia J, que faz a junção de 2 cadeias de IgA, formando um dímero • A IgA é produzida dentro do plasmócito, e é liberada como IgA dimérica (2 moléculas de IgA associadas a ptn de cadeia J) • Essa ptn de cadeia J, une duas porções da IgA e é capaz de se ligar a um receptor de imunoglobulina (receptor poli-Ig), presente na lamina própria, para direcionar e levar a IgA produzida até o enterócito • O receptor poli-Ig junto com a IgA vão ser englobados pelo enterócito, passa por dentro da célula constitutiva de parede em uma vesícula; a vesícula depois vai ser liberada na luz intestinal • Logo, IgA sempre vai ser liberada na luz intestinal com pedaço desse receptor poli-Ig, que é a porção secretora do receptor; e a partir do momento em que o receptor ainda está presente, ele tem importante papel aonde essa IgA consegue uma sobrevida no lúmen • Se a IgA fosse liberada puramente como IgA presa na cadeia J, a sobrevida dessa IgA no lúmen seria menor, visto a presença do receptor de passagem • Mecanismo T dependente: IgA chega na luz, mas a sobrevida é menor – vai para fazer resposta a infecção aguda Funções da IgA na mucosa: • • A função mais comum/ principal é neutralizar diretamente o patógeno na luz do órgão, que é recoberto pela mucosa – vai ser liberada e vai se aderir ao patógeno fazendo neutralização • Outra capacidade: enquanto a IgA está sendo transportada, se houver presença de toxina no meio do caminho, a vesícula da IgA entra em contato com essa toxina e a neutraliza ainda dentro do endossomo; logo, quando a célula dendrítica fagocita a IgA, se nesse citoplasma dentro do endossomo houver a presença de toxina/ ptn bacteriana, a IgA tem a capacidade de se aderir a essa toxina • 3ª possibilidade: durante o transporte, ela captura toxinas presentes na lamina própria do indivíduo, levando consigo para o lado de fora; quando IgA foi liberada do plasmócito, sendo direcionada para se ligar a ptn que vai carreá-la por dentro da célula, se ela se encontrar algo na lamina própria, ela se agarra e leva • Resumindo: 1 – ser liberada para se ligar ao antígeno no lado de fora da célula; 2 – quando há algo dentro do vacúolo de transporte, ela se liga e carrega essa ptn; 3 – trajeto do plasmócito até enterócito, se ela cruzar com substancia reconhecida como patogênica, se liga e leva para lado de fora da célula Papel da IgD na resposta de mucosas: • • IgD tem papel no controle da homeostase • IgD é produzida pelos linfócitos B, principalmente as da nasofaringe, no tecido NALT • IgD é produzido a partir de um switching de IgM para IgD (mudança de classe) • Presença de citocina no centro germinativo faz com que célula B naive com presença de IgD seja estimulada a hipermutação; e a célula que é liberada para a circulação tem presença de IgM e IgD, mas como a presença do estímulo é para a produção de IgD, há switching de célula B naive produtora de IgM para célula produtora de IgD • O plasmócito produtor de IgD cai na circulação, e será secretor de IgD diretona luz do intestino, produzindo IgD de alta afinidade • Células B da nasofaringe começam a produzir IgD na superfície, e essa diferenciação e o transporte da IgD para a luz, faz com que ela se ligue aos microrganismos comensais, e antígenos alimentares principalmente • O aumento dos plasmócitos tipo IgD produzem IgD, que se liga ao basófilo e ao mastócito, por um receptor chamado galactina 9/ CD44 (receptor específico para IgD), e estimula basófilo e mastócito a bloquear mediadores de inflamação/ relacionados a alergia • A ação da IgD está ligada a tolerância direta de antígenos alimentares; essa ação direta da IgD no mastócito e basófilo faz com que essas células não reconheçam antígenos alimentares como algo ruim, o que nos faz tolerar os alimentos, não fazendo alergia alimentar • Mastócitos e basófilos estimulados pela IgD estão envolvidos na defesa de mucosa, diminuindo recrutamento de células envolvidas na inflamação, faz com que mastócito e basófilo aumentem a liberação do BAFF, que estimula resposta Th2, e aumenta a produção de IgG1e IgG4 em uma quantidade maior do que a IgE, suprimindo a reação alérgica direta • Tolerância alérgica alimentar mediada pela IgD – importância no estimulo a produção das subclasses de IgG que suprimem a ação da IgE Sistema imunológico associado à pele: • • Célula de Langerhans – célula DC de muita mobilidade, de reconhecimento, da apresentação na resposta direta • Linfócito intraepitelial na presença de peptídeo antimicrobiano CD8 que reconhece dano/ infecção viral; no restante da derme, até passagem para linfático, para reconhecimento específico e presença de células específicas na resposta funciona no mesmo molde das mucosas em geral • Pele não tem quantidade de bactérias comensais como o intestino Controle da migração para tecidos específicos: • • Resposta imune de migração do linfócito – chega no tecido alvo, e isso depende de cofatores • Pele: estímulo direto (patógeno – bactéria na pele) – isso gera reconhecimento da DC, e quando a DC processa esse estímulo, ela processa associado a esse antígeno metabólitos da vitamina D; quando a DC chega no linfonodo e vai apresentar para a célula T desenrolar a defesa, o antígeno inicial vai ser estimulado associado aos metabólitos também da vitamina D; então, as citocinas produzidas nessa comunicação DC-linfócito no linfonodo ocorre na presença dos metabólitos de vitamina D, e consequentemente o linfócito sai procurando a pele, pois há esse estímulo associado ao estímulo principal; o Estimulação do antígeno alimentar + estímulo da vitamina D (do sol) = receptores de citocinas estimulados são CCR10, CCR4, e P e E selectina • Intestino: metabólitos de vitamina A; quando DC vai até linfonodo procurar o linfócito T para apresentar esse antígeno, ele faz isso na presença desses metabólitos, logo, o estímulo de citocina e molécula de adesão vai ser diferente, e a célula vai saber que ela deve ir ao intestino o Interleucina estimulatória alfa 4 beta 7, e receptor CCR9 • Dependendo do fator tecidual, há estimulo ao linfócito T específico, e de acordo com citocinas e moléculas de adesão produzida vai encaminhar para o tecido de destino • • DC em contato com vitamina A (oriunda da dieta) + antígeno leva informação para dentro do linfonodo; e quando ela apresenta esse antígeno para a célula T ou B naive, o tipo de estímulo já tem o receptor de superfície CCR9; e quando a célula cai na corrente sanguínea, a presença do CCR9 é capaz de se ligar a ptn de membrana do endotélio, assim como há receptor específico para o que o linfócito traz de informação dos radicais/ metabólitos oriundos da vitamina A, sabendo que tem que ir ao intestino • • Principal molécula responsável pela tolerância do sistema de mucosa aderido a mucosa intestinal, GALT, para que não reconheça antígenos alimentares como não próprios e faça a defesa = TGF beta
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