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Doenças Inflamatórias e Infecciosas da pele Referencia Bibliografica: Robbins e Cotran Patologia- Bases patolológicas das doenças 9 ed.Capítulo 25 : Pele INTRODUÇÃO - Doenças de pele são comuns e diversificadas - Muitas doenças são intrínsecas à pele enquanto outras são manifestações de doenças que envolvem vários tecidos - A pele é uma janela acessível pelas quais numerosas doenças podem ser visualizadas e reconhecidas As lesões de pele podem ter alterações na cor: Macula: Area plana circunscrita menor ou igual a 5mm de diâmetro,que se distingue da pele circunjacente pela coloração Mancha: Tem as mesmas características da macula mas tem um diâmetro maior que 5mm. A pele pode se alterar e formar lesões sólidas: Pápula= menor que 1 cm Nódulo= de 1 a 3 cm Tumor= Maior que 3 cm Placa= Lesoes elevadas com parte superior achatada Vegetações= Eflorescencia que cresce para o exterior em função da Hipertrofia das papilas dérmicas e dentro do grupo das vegetações temos as verrugas e os codilomas. Verrugas= Seco porque a epiderme está integra com aumento da camada córnea. Condilomas: úmido porque a epiderme está Integra com camada Córnea Normal ou diminuída As lesões de pele podem ser liquidas: Vesícula= Menores que 1cm Pústula= Apresntam presença de pus e são menores que 1 cm. Bolha= Maior que 1 cm Abscesso= Presença de pus e maior que 1 cm Hematoma= Menores que 1 cm A pele também pode apresentar lesões que alteram a sua espessura: Queratose: Líquen: Atrofia: Edema: Esclerose: As lesões de pele também podem ser constituídas por perdas teciduais: Erosão: Perda parcial da Epiderme Ulcera: Perda Total da Epiderme Alterações Dermatológicas Comuns Doenças Dermatológicas mais freqüentes Dermatoses Inflamatórias Agudas - Literalmente, milhares de dermatoses inflamatórias já foram descritas. De modo geral, as lesões agudas duram dias a semanas e são caracterizadas por infiltrado inflamatório (normalmente composto mais por linfócitos e macrófagos que neutrófilos), edema e graus variados de lesão epidérmica, vascular ou subcutânea. Por outro lado, as lesões crônicas persistem por meses ou anos e estão frequentemente associadas a alterações no crescimento epidérmico (atrofia ou hiperplasia) ou à fibrose da derme. Urticária - A urticária é um distúrbio comum da pele caracterizado por degranulação localizada de mastócitos, resultando em aumento da permeabilidade microvascular dérmica. A combinação desses efeitos produz placas edemaciadas e pruriginosas chamadas vergões. O angioedema está intimamente relacionado à urticária e é caracterizado por edema mais profundo tanto da derme como do tecido adiposo subcutâneo. - A urticária ocorre com frequência entre 20 e 40 anos de idade, embora todas as faixas etárias sejam suscetíveis. As lesões individuais se desenvolvem e desaparecem em horas (geralmente em menos de 24 horas), e os episódios podem durar dias ou persistir por vários meses. Os locais mais suscetíveis para as erupções causadas pela urticária são aqueles expostos a pressão, tais como tronco, extremidades distais e orelhas. Episódios persistentes de urticária podem estar associados a doença subjacente (p. ex., distúrbios vasculares do colágeno, linfoma de Hodgkin), porém, na maioria dos casos, o fator causal pode não ser identificado. - Hipersensibilidade do tipo1 - A urticária é normalmente o resultado da Liberação induzida por antígeno de mediadores vasoativos a partir de mastócitos,mas há outras causas menos comuns também. - Dependente de mastócitos, dependente de IgE. A urticária desse tipo resulta da exposição a antígenos diferentes (polens, alimentos, medicamentos, veneno de insetos), e é um exemplo de uma reação de hipersensibilidade imediata (tipo I) localizada, desencadeada pela ligação do antígeno a anticorpos IgE que estão ligados a mastócitos através de receptores Fc. - Dependente de mastócitos, independente de IgE. Resulta de substâncias que estimulam diretamente a degranulação de mastócitos, tais como opiáceos, certos antibióticos, curare e meios de contraste radiológicos. - Independente de mastócitos, independente de IgE. Essas formas de urticária são desencadeadas por fatores locais que aumentam a permeabilidade vascular. Uma forma é iniciada pela exposição a substâncias químicas ou medicamentos, tais como a aspirina, que inibem a ciclo-oxigenase e a produção de ácido araquidônico. O mecanismo preciso de urticária induzida por aspirina é desconhecido. A urticária mediada pelo complemento é observada no edema angioneurótico hereditário , causado pela deficiência hereditária do inibidor de C1 que resulta em ativação descontrolada dos componentes iniciais do sistema complemento e na produção de mediadores vasoativos. Características Histopatológicas: - Escasso infiltrado perivenular superficial de mononucleares,neutrófilos e Eosinófilos - O edema dérmico superficial cria feixes de colágeno mais espaçados - A degranulação dos mastócitos que normalmente residem ao redor das vênulas dérmicas superficiais é de difícil identificação. Dermatite Eczematosa Aguda(Eczema) - A palavra grega eczema, que significa “ferver”, nitidamente descreve o aspecto da dermatite eczematosa aguda. Com base nos fatores iniciadores, a dermatite eczematosa pode ser subdividida nas seguintes categorias: (1) dermatite de contato alérgica, (2) dermatite atópica, (3) dermatite eczematosa relacionada a fármacos, (4) dermatite fotoeczematosa e (5) dermatite irritante primária. - As causas de eczema são por vezes amplamente separadas em “interiores” e “exteriores”: doença resultante da aplicação externa de um antígeno (p. ex., hera venenosa) ou uma reação de um antígeno em circulação interna (que pode ser derivada a partir de alimentos ingeridos ou um medicamento). O tratamento do eczema envolve a busca pelas substâncias que podem ser removidas do ambiente. Os esteroides tópicos não específicos bloqueiam a resposta inflamatória. Esses tratamentos são paliativos e não curam, mas ajudam a interromper os casos agudos e exacerbados do eczema, que podem se tornar contínuos se não avaliados. Patogenia: - A dermatite eczematosa normalmente resulta de reações inflamatórias mediadas por células T(Hipersensibilidade do tipo 4). A dermatite induzida por antígenos de contato é a forma mais bem estudada com relação à patogenia (p. ex., o uroshiol da hera venenosa). Acredita-se que reações químicas introduzidas na superfície epidérmica modifiquem proteínas próprias, agindo como “haptenos”, e essas proteínas se transformam em novos antígenos. Os antígenos são capturados por células de Langerhans, que migram através dos linfáticos dérmicos para os linfonodos de drenagem. Nesses linfonodos, os antígenos processados pela célula de Langerhans são apresentados às células T CD4+ virgens, que são ativadas e se transformam em células efetoras e de memória. - Na reexposição ao antígeno, as células T de memória que expressam moléculas teleguiadas como antígenos comum de linfócitos e receptores específicos de quimiocinas migram para os sítios de concentração de antígeno. Esses locais liberam citocinas e quimiocinas que recrutam as numerosas células inflamatórias características do eczema. Esse processo ocorre dentro de 24 horas e é responsável pelo eritema inicial e o prurido que caracterizam a hipersensibilidade tardia cutânea na fase espongiótica aguda. As células de Langerhans na epiderme têm um papel central na dermatite de contato, e fatores que afetam a função dessas células têm grande impacto sobre a reação inflamatória. A exposição crônica àluz UV é prejudicial para as células de Langerhans e pode prevenir a sensibilização a antígenos de contato, embora a luz UV também possa modificar antígenos e gerar formas que sejam mais prováveis de induzir reações de sensibilidade. - Dermatite de contato é limitada ao local de contato. Morfologia: - Todos os tipos de dermatite eczematosa são caracterizados por lesões papulovesiculares avermelhadas, secretivas e crostosas, que, se persistentes, desenvolvem acantose e hiperceratose reacionais, produzindo placas sobre-elevadas. Um exemplo típico de eczema é a reação de contato aguda a antígenos tópicos, como a hera venenosa (Rhus toxicodendron), caracterizada por placas pruriginosas, edemaciadas, exsudativas, contendo geralmente pequenas e grandes bolhas. - Tais lesões estão sujeitas a superinfecção bacteriana, produzindo uma crosta amarela (impetiginização). No decorrer do tempo, as lesões persistentes tornam-se menos “úmidas” (não contêm exsudato ou vesículas), ficando progressivamente hiperceratóticas e acantóticas. A espongiose caracteriza a dermatite eczematosa aguda, daí o sinônimo histológico de dermatite espongiótica. Ao contrário da urticária, na qual o edema está restrito a derme superficial, o edema na dermatite espongiótica infiltra-se nos espaços intercelulares da epiderme, separando os queratinócitos, particularmente localizados no estrato espinhoso. A ruptura mecânica dos sítios de ligação intercelular (desmossomos) e das membranas celulares pelo acúmulo progressivo de fluido intercelular pode resultar na formação de vesículas intraepidérmicas. Eritema Multiforme - O eritema multiforme é uma reação de hiepersensibilidade incomum e autolimitada a certas infecções e medicamentos. Essa alteração afeta indivíduos de qualquer idade e está associada às seguintes condições: (1) infecções como herpes simples, infecções por micoplasma, histoplasmose, coccidioidomicose, febre tifoide e hanseníase, entre outras; (2) exposição a certos fármacos (sulfonamidas, penicilina, barbitúricos, salicilatos, hidantoínas e antimaláricos); (3) neoplasias malignas (carcinomas e linfomas); e (4) doenças vasculares do colágeno (lúpus eritematoso, dermatomiosite e poliarterite nodosa). Patogenia: - O eritema multiforme é caracterizado pela destruição de queratinócitos mediada por linfócito T citotóxico CD8 que se alojam na pele. Esse mecanismo de lesão é compartilhado com uma série de outras condições, incluindo doença aguda do enxerto-versus-hospedeiro, rejeição de enxertos de pele, e erupções fixas por fármacos. No eritema multiforme, esses linfócitos citotóxicos são mais evidentes na porção central das lesões, enquanto os linfócitos CD4+ auxiliares e as células de Langerhans são mais comuns na periferia eritematosa elevada. Os antígenos epidérmicos que são reconhecidos pelas células T infiltrantes no eritema multiforme permanecem desconhecidos. Morfologia: - Os indivíduos acometidos apresentam um leque diversificado de lesões (daí o termo multiforme), incluindo máculas, pápulas, vesículas, bolhas e lesões caracteristicamente semelhantes a alvos. - As lesões podem apresentar distribuição variada. Os casos com extensão limitada muitas vezes mostram o envolvimento simétrico das extremidades. Uma forma febril associada com extenso envolvimento da pele é chamada de síndrome de Stevens-Johnson, que é muitas vezes (mas não exclusivamente) observada em crianças. Na síndrome de Stevens-Johnson, as lesões envolvem não só a pele, mas também os lábios e a mucosa oral, conjuntiva, a uretra e áreas genitais e perianais. Caracteristicamente, as erosões e crostas hemorrágicas envolvem os lábios e a mucosa oral, embora a conjuntiva, uretra e áreas genitais e perianais também possam ser afetadas. Outra variante conhecida como necrólise epidérmica tóxica é caracterizada por necrose difusa e descamação das superfícies epiteliais cutâneas e mucosas. A destruição epidérmica generalizada produz um quadro clínico semelhante ao observado em pacientes com queimaduras extensas. - Lesões apresentam formato de alvo -LESÕES INICIAIS EXIBEM INFILTRADO LINFOCITÁRIO PERIVASCULAR ASSOCIADO COM EDEMA DÉRMICO E MARGINAÇÃO DE LINFÓCITOS AO LONGO DA JUNÇÃO DERMOEPIDÉRMICA QUERATINÓCITOS EM DEGENERAÇÃO COM O PASSAR DO TEMPO, SURGEM DISCRETAS ZONAS CONFLUENTES DE NECROSE EPIDÉRMICA BASAL (FORMAÇÃO DE BOLHAS) FORMAS MAIS GRAVES NECROSE EM TODA ESPESSURA DA EPIDERME Dermatoses Inflamatórias Crônicas - Essa categoria inclui alterações cutâneas inflamatórias que persistem por vários meses a anos. A superfície da pele em algumas dermatoses inflamatórias crônicas torna-se enrugada em decorrência da formação excessiva ou anormal de escamas e posterior descamação. Contudo, nem todas as lesões escamosas são inflamatórias; um exemplo evidente é observado nas ictioses hereditárias, que formam escamas extensas devido a defeitos na descamação. PSORÍASE - A psoríase é uma dermatose inflamatória crônica que parece ter uma base autoimune. Pessoas de todas as idades podem desenvolver a doença. Aproximadamente 15% dos doentes possuem psoríase associada a artrite. A artrite psoriática pode ser branda ou pode produzir graves deformidades que lembram as alterações nas articulações observadas na artrite reumatoide. Ela pode afetar qualquer articulação do corpo e pode ser simétrica ou afetar apenas um lado. Além disso, a psoríase pode também estar associada a miopatia, enteropatia, e AIDS. Patogênia: - A psoríase resulta da interação de fatores genéticos e ambientais. Como em muitas doenças autoimunes que estão ligadas a genes no interior do locus de HLA. Há uma forte associação entre psoríase e HLA-C, particularmente com o alelo HLA-Cw*0602. Aproximadamente dois terços dos indivíduos afetados carregam esse alelo; os homozigotos para o HLACw*0602 têm um risco 2,5 vezes maior de desenvolver a psoríase do que os heterozigotos. Inversamente, apenas cerca de 10% de HLA-Cw*0602 heterozigotos desenvolvem psoríase, indicando que outros fatores interagem com essa molécula do MHC para causar a suscetibilidade à doença. Os antígenos envolvidos ainda permanecem desconhecidos, mas parece que as populações de células CD4+ T H1 e T H 17 sensibilizadas e células T efetoras CD8+ citotóxicas ativadas migram para a pele e acumulam-se na epiderme. A migração das células T para a pele pode criar um microambiente anormal ao induzir a secreção de citocinas e fatores de crescimento que induzem a proliferação de queratinócitos, resultando nas lesões características. As interações entre células T CD4 +, células T CD8 +, células dendríticas e queratinócitos originam uma “sopa” de citocinas, principalmente do tipo T H1 e do tipo T H17, como IL-12, interferon-γ, fator de necrose tumoral (TNF) e IL-17. A importância desses fatores é destacada pelas respostas clínicas excelentes que são observadas em pacientes tratados com terapias que bloqueiam a função de TNF. Morfologia: - A psoríase afeta com mais frequência a pele dos cotovelos, joelhos, couro cabeludo, áreas lombossacrais, prega interglútea e glande do pênis. A lesão típica é uma placa de bem delimitada de coloração rósea a salmão, recoberta por escamas pouco aderentes, caracteristicamente de coloração branco- prateada. - Existem variações, com algumas lesões exibindo aspecto anular, linear, convoluto ou serpiginoso. A psoríase é uma das causas de eritema e descamação observadas em todo o corpo, conhecida como eritrodermia. Alterações ungueais ocorrem em 30% dos casos de psoríase e consistem em descoloração amarelo- amarronzada (frequentemente comparada a uma mancha de óleo), com corrosão, depressão, separação da placa ungueal do leito subjacente (onicólise),espessamento e esfarelamento. Dermatite Seborreica - A dermatite seborréica é uma dermatose inflamatória crônica ainda mais comum do que a psoríase, e afeta até 5% da população em geral. Envolve classicamente as regiões com alta densidade de glândulas sebáceas, como couro cabeludo, testa (especialmente a glabela), canal auditivo externo, área retroauricular, sulco nasogeniano, e a área pré-esternal. Entretanto, apesar dessa associação e do nome, a dermatite seborreica está associada à inflamação da epiderme e não é uma doença de glândulas sebáceas. Patogenia: - A etiologia da dermatite seborreica é desconhecida. O aumento da produção de sebo, muitas vezes em resposta aos andrógenos, é um fator possivelmente associado. O envolvimento do sebo é suportado por observações clínicas de pacientes com mal de Parkinson, que normalmente mostram aumento da produção de sebo resultante da deficiência de dopamina e têm um aumento acentuado da incidência de dermatite seborreica. Uma vez tratada com levodopa, a oleosidade da pele diminui e a dermatite seborreica melhora. No entanto, outras condições associadas com o aumento da produção de sebo, tais como a acne não estão associadas com a dermatite seborreica, e a produção de sebo é mais considerada como sendo necessária, mas não suficiente para provocar essa alteração. Alguns estudos associam uma colonização da pele por certas espécies de fungos do gênero Malassezia, mas não existe nenhuma evidência definitiva de uma relação de causa e efeito. A forma grave da dermatite seborreica, que é difícil de tratar, é vista em muitos indivíduos infectados pelo HIV com contagens de CD4 baixas; assim como em outras formas da doença, sua etiologia é também desconhecida. Líquen Plano - As placas e papulas poligonais,planas,pruriginosas e púrpuras são as lesões características dessa alteração observada na pele e mucosas. O líquen plano é geralmente autolimitado, e é resolvido espontaneamente 1 a 2 anos após o início. A resolução muitas vezes deixa um resíduo de hiperpigmentação pós- inflamatória. As lesões orais podem persistir por vários anos. Observou-se que o carcinoma espinocelular ocorre em lesões crônicas da mucosa e da paramucosa do líquen plano, e poderia ser um exemplo de carcinogênese que tem como plano de fundo um processo inflamatório crônico. Como na psoríase, o fenômeno de Koebner pode ser observado no líquen plano. Patogênia: - A patogenia do líquen plano é desconhecida. É plausível que a expressão dos antígenos alterados na camada de células basais e da junção dermoepidérmica induza uma resposta de células T (CD8 + ) citotóxica mediada por células. Essa noção é sustentada pela observação de que o infiltrado de linfócitos T e a hiperplasia de células de Langerhans são aspectos característicos desse distúrbio. Morfologia: - As lesões cutâneas consistem em pápulas violáceas, pruriginosas, com a parte superior plana, que podem coalescer focalmente formando placas. Essas pápulas são frequentemente realçadas por pontos ou linhas brancos, denominados estrias de Wickham, que são criadas por áreas de hipergranulose. Em indivíduos de pele escura, as lesões podem adquirir uma cor marrom-escura devido à liberação de melanina na derme com a destruição da camada de células basais. As lesões são geralmente múltiplas e de distribuição simétrica, principalmente nas extremidades, e muitas vezes, nos pulsos e cotovelos. A glande é outro local de envolvimento comum. Em 70% dos casos, as lesões orais estão presentes como áreas esbranquiçadas e reticuladas envolvendo a mucosa. Doenças Bolhosas( Bolhas) - Embora as vesículas e bolhas ocorram em várias condições não relacionadas, como infecção com herpesvírus, dermatite espongiótica, eritema multiforme e queimaduras térmicas, existe um grupo de distúrbios no qual as queimaduras são os aspectos primários e mais característicos. Essas doenças bolhosas, como são chamadas, produzem lesões dramáticas e em alguns casos são fatais se não tratadas.As bolhas nos vários distúrbios ocorrem em diferentes níveis da pele,a avaliação histológica é essencial para o diagnostico preciso e permite a compreensão dos mecanismos patogênicos. Pênfigo - O pênfigo é uma doença bolhosa causada por autoanticorpos, que resulta na dissolução das ligações intercelulares dentro da epiderme e do epitélio da mucosa. A fisiopatologia das doenças bolhosas fornece detalhes importantes sobre as bases moleculares da adesão dos queratinócitos. A maioria dos indivíduos que desenvolve o pênfigo está entre a 4a e 6a décadas de vida e homens e mulheres são igualmente afetados. Existem múltiplas variantes: (1) pênfigo vulgar, (2) pênfigo vegetante, (3) pênfigo foliáceo, (4) pênfigo eritematoso e (5) pênfigo paraneoplásico. Esses distúrbios são geralmente benignos, mas em casos extremos podem ser fatais, caso não haja tratamento. • O pênfigo vulgar é o tipo mais comum (responsável por mais de 80% dos casos em todo o mundo), envolve a mucosa e a pele, particularmente o couro cabeludo, face, axila, virilha, tronco e pontos de pressão. Pode se manifestar como úlceras orais que podem persistir por vários meses antes que o comprometimento cutâneo apareça. As lesões primárias são vesículas e bolhas superficiais que se rompem facilmente, deixando erosões superficiais recobertas por soro seco e crostas. Patogenia - Todas as formas de pênfigo são doenças autoimunes causadas pela presença de anticorpos IgG contra desmogleínas que interferem nas adesões intercelulares e resultam na formação de bolhas. Por imunofluorescência direta, as lesões mostram um padrão do tipo rede característico de depósitos de IgG intercelulares. Penfigoide Bolhoso - O pênfigo bolhoso apresenta uma ampla variedade de apresentações clínicas e geralmente afeta indivíduos idosos. Os sítios de envolvimento incluem a região interna das coxas, superfícies flexoras dos antebraços, axilas, virilha e porção inferior do abdome. Lesões orais estão presentes em 10% a 15% dos indivíduos afetados, geralmente aparecendo depois das lesões cutâneas. Alguns pacientes podem apresentar placas de urticária associadas com prurido intenso. Patogenia: - O penfigoide bolhoso é causado por autoanticorpos que se ligam a proteínas que são necessárias para a adesão de queratinócitos basais à membrana basal. A maior deposição de anticorpos ocorre em um padrão linear contínuo na junção dermoepidérmica. Morfologia: - Clinicamente,as lesões se apresentam como bolhas tensas,preeenchidas com liquido claro sobre a pele normal ou eritematosa. As lesões geralmente têm até 2 cm de diâmetro, mas, ocasionalmente, podem alcançar 4 a 8 cm de diâmetro. Elas não se rompem com facilidade, ao contrário das bolhas vistas no pênfigo, e curam sem cicatriz a menos que elas se infectem secundariamente. A distinção entre penfigoide bolhoso e pênfigo se baseia na identificação das bolhas subepidérmicas e não acantolíticas. As lesões precoces contêm um infiltrado de linfócitos superficial e, algumas vezes, perivascular profundo e números variáveis de eosinófilos, raros neutrófilos, edema dérmico superficial, associados à vacuolização da camada basal.
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