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G R U P O D A S A L V A Ç Ã O G A S T R O E N T E R O L O G I A P R O B L E M A 1 F E C H A M E N T O Pro���m� 1 – Fec����n�o 4. Discorrer sobre a conduta terapêutica indicada no caso (cuidado integral) Conduta Farmacológica Vou usar o que? IBPs! 1º Linha → IBP 2º Linha → Antagonistas dos receptores de histamina H2 Inibidores da Bomba de Prótons Esses agentes inibidores eficazes da secreção de ácido assumiram o principal papel no tratamento dos distúrbios ácido-pépticos. Hoje, os inibidores da bomba de prótons (IBP) estão entre os fármacos mais prescritos no mundo inteiro, em virtude de sua notável eficácia e segurança. - QUÍMICA E FARMACOCINÉTICA Dispõe-se de 6 IBP para uso clínico: omeprazol, esomeprazol, lansoprazol, dexlansoprazol, rabeprazol e pantoprazol. Todos são benzimidazólicos substituídos, que se assemelham aos antagonistas dos receptores H2 na sua estrutura, mas que apresentam um mecanismo de ação totalmente diferente. Os IBP são administrados na forma de pró-fármacos inativos. Para proteger o pró-fármaco ácido lábil de sua rápida destruição na luz gástrica, os produtos orais são formulados para liberação tardia, na forma de cápsulas ou comprimidos de revestimento entérico, resistentes a ácido. Após passar pelo estômago e alcançar o lúmen intestinal alcalino, o revestimento entérico dissolve-se, e o pró-fármaco é absorvido. Os IBP devem ser administrados cerca de 1 hora antes de uma refeição (habitualmente no desjejum), de modo que a concentração sérica máxima possa coincidir com a atividade máxima de secreção da bomba de prótons. Os IBPs sofrem rápido metabolismo hepático sistêmico e de primeira passagem, bem como depuração renal insignificante. Não há necessidade de redução da dose em pacientes com insuficiência renal ou com doença hepática leve a moderada; entretanto, deve ser considerada em pacientes que apresentam grave comprometimento hepático. - USOS CLÍNICOS A. DRGE Os IBPs são os agentes mais efetivos para o tratamento da DRGE não erosiva e erosiva, das complicações esofágicas da doença por refluxo (estenose péptica ou esôfago de Barrett) e das manifestações extraesofágicas da doença por refluxo. A administração de uma única dose ao dia proporciona alívio efetivo dos sintomas e leva à cicatrização tecidual em 85 a 90% dos pacientes. B. DUP Em comparação com os antagonistas dos receptores de H2, os IBP proporcionam alívio mais rápido dos sintomas e cicatrização também mais rápida das úlceras no caso das úlceras duodenais e, em menor grau, das úlceras gástricas. 1. Úlceras associadas ao H. pylori 2. úlceras associadas ao uso de AINEs C. Dispepsia não ulcerosa D. Prevenção do sangramento da mucosa relacionado com estresse - EFEITOS ADVERSOS UN��� – 5º Sem���r� – 2021.1 Mód. XI� Gru�� �� Sal��ção #pa� 14 Pro���m� 1 – Fec����n�o DRGE A abordagem terapêutica da DRGE inclui duas modalidades, o tratamento clínico e cirúrgico, cuja escolha depende das características do paciente (idade, aderência ao tratamento, preferência pessoal, presença de comorbidades), além de outros fatores tais como, resposta ao tratamento, presença de erosões na mucosa esofagiana, sintomas atípicos e complicações. TRATAMENTO CLÍNICO - Tratamento não farmacológico OO trratamento não farmacológico diz respeito às medidas comportamentais. Nos últimos anos, estas recomendações têm sido contestadas por alguns autores, alegando que não existe respaldo científico para elas, além do que prejudicam a qualidade de vida dos pacientes. Castro et al. referem que tais medidas não trazem quase nenhum benefício para a imensa maioria dos pacientes com a DRGE. Entretanto, tais recomendações são consideradas úteis e já são consagradas pelo tempo. Além das recomendações, deve-se individualizar a dieta dos pacientes, levando em consideração as queixas particulares com relação a cada alimento. Tais medidas melhoram a relação médico–paciente e aumentam a adesão ao tratamento. Medidas comportamentais sugeridas pelo Consenso Brasileiro da DRGE - Tratamento farmacológico Vários fármacos podem ser utilizados no tratamento da DRGE. Atualmente as drogas de primeira escolha são os inibidores de bomba de prótons (IBP), que inibem a produção de ácido pelas células parietais do estômago, reduzindo a agressão do esôfago representada pelo ácido. O omeprazol é o IBP largamente empregado em nosso país, sendo fornecido gratuitamente pelo Ministério da Saúde para a população de baixa renda. Os IBP em dose plena devem constituir o tratamento de escolha inicial por período de quatro a oito semanas. Se o paciente não apresentar abolição dos sintomas, a dose deve ser dobrada, isto é, antes do desjejum e antes do jantar. A DRGE erosiva responde de maneira satisfatória ao tratamento clínico. Entretanto, após a retirada da medicação, observa-se retorno dos sintomas. Isto acontece pelo fato de se tratar de doença crônica, necessitando portanto de administração crônica do IBP. Este é o chamado tratamento de manutenção, no qual deve ser administrada a mínima dose capaz de manter o paciente assintomático. A terapêutica a longo prazo é eficaz, não se observando a ocorrência de displasia ou neoplasia. Esta foi a conclusão a que chegaram Klinkenberg-Knoll et al. , após acompanhar 230 pacientes com a DRGE em uso da IBP, durante 11 anos. Todavia deve ser enfatizado que este tipo de tratamento exige elevada dose de disciplina, pois ele deve ser associado às restrições alimentares e de hábitos de vida. Observa-se na prática diária que os pacientes jovens não conseguem aderir. Eles podem se beneficiar do tratamento sob demanda, ou seja, uso irregular do medicamento conforme a necessidade. Os antagonistas dos receptores H2 da histamina e os procinéticos são considerados drogas de segunda linha. Eles atuam bloqueando os receptores da histamina existentes nas células parietais, reduzindo a secreção de ácido. Os mais utilizados são a ranitidina, a famotidina, a cimetidina e a nizatidina. Os procinéticos têm a propriedade de acelerar o esvaziamento gástrico, porém não têm ação sobre os relaxamentos transitórios do esfíncter inferior do esôfago. Os mais empregados são a metoclopramida e a domperidona e devem ser indicados quando o componente de gastroparesia estiver presente. Se o paciente apresentar efeitos adversos aos IBP ou aos receptores H2 da histamina, pode-se prescrever os antiácidos, alginatos e sucralfato, os quais promovem alívio sintomático passageiro. Especial cuidado deve ser dispensado às grávidas, considerando o eventual efeito teratogênico das drogas. Deve ser esclarecida a importância das medidas comportamentais e evitar o uso de medicamentos com absorção sistêmica. Recomenda-se o uso de antiácidos. Caso ocorra manutenção dos sintomas, pode-se recorrer à prescrição dos antagonistas dos receptores da histamina. Dos agentes sistêmicos, apenas os antagonistas dos receptores dos receptores da histamina são seguros para utilização durante a lactação, pois a maioria das drogas é excretada pelo leite. Em que pese a grande contribuição dos IBP no tratamento da DRGE, 20 a 42% dos pacientes não respondem de maneira satisfatória, é a chamada DRGE refratária. Segundo Moraes Filho (2012), as primeiras causas da DRGE refratária são: pirose funcional, falta de aderência ao tratamento, erro de prescrição, diferenças genotípicas, refluxo gastroesofágico não ácido, doenças autoimunes, esofagite eosinofílica e erro de diagnóstico. O autor refere ainda que a DRGE pode estar associada à hipersensibilidade visceral, a qual interfere no quadro clínico, aumentando a intensidade dos sintomas. Esta situação pode melhorar com a administração de antidepressivos tricíclicos (amitriptilina) e inibidores da recaptação da serotonina (fluoxetina). UN��� – 5º Sem���r� – 2021.1 Mód. XI� Gru�� �� Sal��ção #pa� 15 Pro���m� 1 – Fec����n�o Pesquisas recentes têm mostrado que novas drogas podem ser utilizadas nos pacientes com a DRGE e refratários ao tratamento com IBP. Tais drogas atuam sobre os relaxamentos transitóriosdo EIE, inibindo-os. Uma das drogas promissoras é o ácido gama aminobutírico tipo B (gaba B). Assim os pacientes com refluxo não ácido ou fracamente ácido poderiam ser tratados com esta droga. TRATAMENTO CIRÚRGICO A indicação cirúrgica da DRGE tem opiniões controversas. Os consensos nacionais ou internacionais, que abordam o tema, sugerem a correção cirúrgica nas seguintes condições: ● Esofagites recidivantes após tratamentos bem conduzidos, de no mínimo seis meses; ● Pacientes que apresentem complicações da DRGE, inclusive as extraesofágicas; ● Perspectiva de uso de inibidores da bomba de prótons por longos anos; ● Hérnias de grande volume em pacientes com risco de volvo ou perfuração; ● Baixa idade. Operação antirrefluxo, quer pela via laparotômica quer pela videolaparoscópica, é desenhada para diminuir a exposição esofágica ao suco gástrico pela criação de um mecanismo antirrefluxo sobre o esfíncter esofágico inferior. Os procedimentos cirúrgicos mais utilizados são as fundoplicaturas totais e parciais feitas pela via laparoscópica, nas quais o esôfago distal é envolvido pelo fundo do estômago em 360° (Nissen) e 270° (Toupet), respectivamente. Associa-se a elas o fechamento do hiato esofágico, fazendo-o retornar ao seu diâmetro normal. Contudo, atenção especial deve ser dedicada a esses casos, e estudo manométrico é necessário para descartar dismotilidade por outra causa que não o refluxo, por exemplo, a acalasia. As hérnias paraesofágicas têm a mesma forma de abordagem cirúrgica que as de deslizamento, devendo ser adicionada ao procedimento a ressecção do saco herniário, que normalmente é volumoso. - Acompanhamento Pós-operatório O acompanhamento dos pacientes submetidos ao tratamento cirúrgico é realizado com os mesmos métodos utilizados para o diagnóstico, ou seja, endoscopia digestiva alta, pHmetria esofágica de 24 horas, esofagograma com videofluoroscopia, se possível, e manometria. - Racional da indicação cirúrgica Sem tratamento, os pacientes com DRGE podem desenvolver erosões confluentes por toda parede esofágica e úlceras. A cronicidade das lesões pode provocar formação de fibrose da mucosa e estenose e, ainda, o desenvolvimento do esôfago de Barrett e sua possível malignização. O uso de medicamentos controla a doença, mas não possibilita a cura do refluxo. Embora eficientes, as drogas atuais não reduzem o refluxo e a inativação de componentes não ácidos do conteúdo gastroduodenal (pepsina, bile, suco pancreático) e não modificam as causas subjacentes, tais como a hipotensão do EEI e o alargamento do hiato esofágico. Alguns pacientes necessitarão de tratamento por toda a vida, e os sintomas, bem como a esofagite, poderão retornar ao cessar a medicação. Isso obriga o uso contínuo, elevando os custos do tratamento e expondo os pacientes aos efeitos adversos do uso dos medicamentos por muitos anos. Essas condições sugerem opção ao tratamento cirúrgico. Úlcera Duodenal O tratamento da úlcera péptica, seja ela gástrica ou duodenal, tem como objetivos: alívio dos sintomas, cicatrização das lesões e prevenção de recidivas e UN��� – 5º Sem���r� – 2021.1 Mód. XI� Gru�� �� Sal��ção #pa� 16 Pro���m� 1 – Fec����n�o complicações. Até a descoberta do H. pylori, os dois primeiros objetivos eram facilmente alcançados, entretanto, ao final de um ano, praticamente todas as úlceras recidivavam. Atualmente, sabe-se que não basta cicatrizar a úlcera, mas há necessidade de erradicar a bactéria para evitar a recidiva. Quanto à alimentação e à dieta, nem o tipo, nem a consistência da dieta afetam a cicatrização da úlcera, mas é conhecido que alguns alimentos aumentam e/ ou estimulam a produção de ácido clorídrico e que outros são irritantes à mucosa gástrica. É importante recomendar aos pacientes que evitem alguns alimentos, assim como que parem de fumar, pois o fumo pode alterar o tempo de cicatrização da úlcera. Cicatrização da Úlcera = ● fortalecimento dos componentes que mantêm a integridade da mucosa gastroduodenal (pró-secretores); + ● diminuição da ação cloridropéptica (antissecretores). Os pró-secretores atuam estimulando os fatores responsáveis pela integridade da mucosa, como muco, bicarbonato, fatores surfactantes, além de favorecer a replicação celular e o fluxo sanguíneo da mucosa. Os antissecretores são os medicamentos de escolha para a cicatrização da úlcera e dois grupos são atualmente utilizados: os bloqueadores do receptor H2 da histamina e os inibidores da bomba de prótons (IBP). H.pylori: Alguns autores indicam unicamente a erradicação da bactéria como tratamento de úlceras, no entanto isso não é indicado para lesões superiores a 1cm e múltiplas. É indicado esquema de manutenção de IBP de 10 a 14 dias, após conclusão da erradicação. Com relação às lesões induzidas por AINE, indubitavelmente o melhor tratamento é o profilático. Deve se utilizar, sempre que possível, os AINE com menor potencial de agressão (COX-2 seletivos). Esquemas de erradicação H.pylori Esquemas de erradicação H.pylori tríplice são os mais indicados: primeira linha associa um inibidor de bomba protônica em dose padrão + claritromicina 500 mg + amoxicilina 1.000 mg ou metronidazol 500 mg, 2 vezes ao dia, por um período de tratamento de 14 dias. Controle de erradicação: ● No mínimo 4 semanas após o término do tratamento; ● Método de escolha: teste respiratório com uréia marcada, quando não houver indicação para nova endoscopia (úlcera gástrica ou linfoma MALT). ● Úlceras duodenais em geral, não necessitam de controle endoscópico. UN��� – 5º Sem���r� – 2021.1 Mód. XI� Gru�� �� Sal��ção #pa� 17
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