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Avaliação Antropométrica de Idosos e Pacientes Acamados

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Avaliação Nutricional 
na Prática Clínica
Avaliação Antropométrica de Idosos e Pacientes Acamados
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Jefferson Comin
Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:
• Introdução;
• Avaliação Nutricional de Idosos e Pacientes Acamados.
Fonte: Getty Im
ages
Objetivo
• Discutir os métodos de avaliação nutricional e antropométrica de pacientes acamados e ido-
sos, bem como fórmulas a serem utilizadas nessas populações quando não houver a possi-
bilidade de locomoção desses pacientes ou quando os seus movimentos forem limitados.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para 
o último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no 
material trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades 
solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, 
você poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos 
ou alguns dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como suges-
tões de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpre-
tação e auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns 
de discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, 
além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico 
espaço de troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
Avaliação Antropométrica de 
Idosos e Pacientes Acamados
UNIDADE 
Avaliação Antropométrica de Idosos e Pacientes Acamados
Contextualização 
Nós sabemos que os idosos correspondem à parcela da população que mais cresce 
ao redor do mundo, inclusive em países como o Brasil. O envelhecimento da população 
brasileira impactará em diferentes setores, não apenas na economia do país, mas tam-
bém na área da saúde. 
A grande preocupação concerne ao atendimento desse público, que invariavelmente 
se torna mais susceptível a doenças crônico-degenerativas. Outro aspecto importante a 
ser levado em consideração nas atividades corriqueiras de nutricionistas e profissionais 
da saúde em hospitais é o correto atendimento para um diagnóstico fidedigno. Contudo, 
sabendo que o contato inicial com o paciente é primordial, bem como a correta ava-
liação dessas pessoas, tratando-se de casos em que o paciente está acamado e muitas 
vezes até mesmo inconsciente, como devemos proceder?
É exatamente sobre essas situações que discutiremos ao longo desta unidade. 
6
7
Introdução
Já é bem estabelecida a importância da avaliação nutricional para o correto diagnós-
tico nutricional, para então embasar o profissional a adotar as estratégias nutricionais 
mais eficientes e fidedignas para promover a melhora do estado geral do paciente ou até 
mesmo para atuar de maneira profilática nas mais variadas populações.
Ao longo desta unidade, nós discorreremos sobre a avaliação nutricional de pacientes 
idosos. Muitas das técnicas utilizadas nesses pacientes podem ser empregadas também 
em pacientes acamados, pois, dependendo da situação, é comum trabalharmos com 
pessoas idosas que tenham dificuldade de locomoção.
Mas tome cuidado, lembre-se de comparar os dados coletados do seu paciente com 
os grupos populacionais corretos.
Avaliação Nutricional de
Idosos e Pacientes Acamados
Senescência 
O envelhecimento é marcado a partir do momento em que nascemos. Além disso, 
sabemos que durante certo período ao longo de nossa vida seremos marcados pelo 
anabolismo, ou seja, pelo crescimento e desenvolvimento dos tecidos, e durante outro 
período haverá o catabolismo, o qual faz parte do processo de envelhecimento. Ainda 
se tratando do processo de envelhecimento, as características observadas em cada indi-
víduo podem variar, sendo praticamente impossível, ou no mínimo muito difícil, distin-
guirmos quais características foram determinadas por fatores genéticos ou ambientais 
(VITOLO et al., 2014).
Conheça o indonésio Saparman Sodimejo, que faleceu aos 146 anos de idade.
Disponível em: https://youtu.be/qhz_r6-WScU
Outro fator é que o envelhecimento ocorre em ritmo constante, diferindo de pessoa 
para pessoa. Logo, a idade cronológica pode não ser a forma mais adequada para ava-
liar a habilidade funcional entre diferentes indivíduos. Podemos ainda observar algumas 
mudanças fisiológicas associadas ao envelhecimento que aparentam ser praticamen-
te indistinguíveis dos sinais clínicos de deficiências nutricionais e/ou doenças crônicas. 
Uma alteração comum que podemos facilmente constatar durante o envelhecimento é a 
substituição progressiva da massa corpórea magra pela gordura depositada no tronco, 
ao redor de órgãos viscerais e tecido subcutâneo. Uma informação extremamente im-
portante é que a perda proteica de músculos e vísceras leva a alterações metabólicas e 
7
UNIDADE 
Avaliação Antropométrica de Idosos e Pacientes Acamados
funcionais em que a proteína corpórea no idoso sadio é 35% inferior à do adulto jovem, 
além de haver a diminuição da densidade óssea, o que torna a osteoporose uma compli-
cação frequente entre idosos. 
Figura 1
Fonte: Getty Images
Existem alguns fatores que costumam influenciar o estado nutricional de idosos, entre 
eles: a idade, cognição, dentição, mobilidade, autonomia, aspectos familiares (se mora 
sozinho ou com família), escolaridade, situação atual e pregressa de saúde e comorbida-
des. Devemos levar em consideração um estado de saúde que capacite aspectos como a 
atividade física, capacidade de mastigar, deglutir e digerir alimentos. 
Atentando-nos à avaliação nutricional que deverá ser feita de maneira individualizada 
e considerando os aspectos relativos de cada paciente, podemos dizer que as taxas de nu-
trientes e calorias que contribuem para a saúde do idoso podem ser inadequadas ou exces-
sivas para outro indivíduo de mesma idade e aparência semelhante (VITOLO et al., 2014) 
Para entender melhor, veja o esquema da Figura 2.
Comportamento
alimentar
Fatores econômicos
Ingestão alimentar
Estado Nutricional Ótimo
Ingestão de nutriente
Necessidades de nutrientes
para manter uma saúde ótima
Absorção
Ambiente
emocional
Padrão
cultural
Manutenção
corpórea e
bem-estar
Infecção, doença,
febre ou estresse
�siológico
Estresse
psicológicoDoença
Figura 2 – Estado nutricional ótimo deve ser alcançado levando em
consideração a ingestão de nutrientes e as necessidades de nutrientes
8
9
Avaliação do Estado Nutricional de Idosos e Pacientes Acamados
A avaliação do estado nutricional de pacientes idosos não envolve técnicas que dife-
rem muito das demais populações, entretanto, é importante considerarmos as limitações 
eminentes de cada indivíduo, como, por exemplo, casos de Alzheimer ou até mesmo 
aspectos cognitivos e sociais relacionados (ÂCUNA et al., 2004; VITOLO et al., 2014).
Basicamente, podemos falar que a avaliação nutricional pode ser feita por intermédio 
de técnicas como:
• Anamnese alimentar, incluída a ingestão;
• Parâmetros bioquímicos;
• Histórico clínico;
• Medidas antropométricas;
• Estado psicossocial.
Veja no esquema a seguir como cada uma dessas ferramentas pode ser utilizada para 
que ocorra a correta intervenção alimentar.
Morte Estatísticas Vitais
Indicadores Clínicos
Antropometria
Inquérito Alimentar
Diferença entre a ingestão de nutrientes
e necessidades
Diminuição das reservas corporais
Alterações bioquímicas e funcionais
causadas pela carência nutricional
Do
en
ça
Ad
ap
ta
çã
o
Ac
om
od
aç
ão
Sinais clínicos
Doença carencial
Aumento da e�ciência (aumento da absorção,
diminuição da excreção, metabolismo mais e�caz)
Indicadores Bioquímicos
Figura 3
Dependendo da realidade, pode-se utilizar ainda ferramentas como impedância bioe-
létrica, pesagem hidrostática,ultrassonografia, tomografia computadorizada, ressonân-
cia nuclear magnética, entre outras.
9
UNIDADE 
Avaliação Antropométrica de Idosos e Pacientes Acamados
Antropometria de Idosos e Pacientes Acamados
A antropometria é um método de aferição de medidas amplamente estudado em dife-
rentes populações. Normalmente os dados coletados são analisados por meio de fórmu-
las que levam em consideração mais de uma variável. Uma das fórmulas antropométricas 
mais populares é o Índice de Massa Corporal (IMC). Para o cálculo do IMC, devemos le-
var em consideração duas medidas: a estatura e a massa corporal (VITOLO et al., 2014).
IMC = Massa Corporal Total/ Estatura2
Contudo, de maneira mais específica pode-se utilizar diferentes pontos de corte para 
a classificação do Índice de Massa Corporal (IMC):
Tabela 1
Referência Magreza Eutrófico Sobrepeso 
OMS, 1995 <18,5 18,5 a 25 ≥ 27
Perissinotto e cols. 2002 <20 20 a 30 >30 
Lipschitz, 1994 <22 22 a 27 >27
É importante frisar que a caderneta do Ministério da Saúde da pessoa idosa utiliza 
dados semelhantes aos preconizados por Lipschitz, 1994.
Suponhamos que você tenha um paciente idoso e que tenha calculado o IMC dele e avaliado 
que ele está classificado como Baixo peso. Legal, mas e agora? 
Nesse caso, o seu paciente deverá receber uma orientação dietética imediata, seguida, é cla-
ro, de acompanhamento médico e nutricional constantes. Um ponto muito importante a ser 
considerado nesse caso é que a principal causa desse diagnóstico costuma ser a deficiência 
crônica de energia (baixo consumo de alimentos), e que é comum ter como consequência a 
morbidade, mortalidade, o declínio funcional e a dependência para atividades diárias. 
Em outa situação, agora com um paciente classificado como “Adequado”. Nesse caso, a 
conduta correta a ser adotada é a orientação nutricional para que esses pacientes se man-
tenham nessa classificação. O grande desafio concerne em acompanhar esses pacientes 
para que eles não adquiram peso. 
É evidente que para casos de sobrepeso e obesidade devemos orientar a evitar o ganho de 
peso e a continuarem a avaliação de parâmetros de risco, como valores antropométricos, 
bioquímicos e sinais e sintomas clínicos.
Estimativa de massa corporal
É claro que nas situações propostas estamos partindo do pressuposto de que o pa-
ciente consegue se deslocar até uma balança para ser pesado. Contudo, sabemos que 
esses pacientes podem apresentar dificuldades para se locomover até o equipamento ou 
até mesmo não se sentirem seguros para subirem na balança. 
Bom, vamos ver como nós poderemos contornar esse tipo de situação.
10
11
Basicamente, recomenda-se a utilização de uma balança de base larga. O exami-
nador deverá ficar próximo ao paciente, para que ele não se sinta desconfortável ou 
vulnerável. Uma outra solução é a utilização da mesma balança (base larga) em conjun-
to com uma cadeira, pois, dessa forma, o paciente poderá se sentar para ser pesado. 
Mas  atenção: não se esqueça de descontar o peso da cadeira para saber quanto o 
 paciente está pesando. 
Se por algum acaso não houver a possibilidade de levar o paciente até a balança, 
vamos ter que resolver de outra forma, correto? Nesse caso, teremos que estimar a mas-
sa corporal total do paciente por meio da utilização de fórmulas. Para isso, precisamos 
aferir a circunferência do braço (CB), circunferência da panturrilha (CP), a dobra cutânea 
subescapular (DCS) e a altura do joelho (AJ) – veremos adiante como aferir essas me-
didas. Não se esqueça que a CB, CP e AJ devem ser aferidas em centímetros; já a CP, 
em milímetros.
Ao mensurar as circunferências, tome muito cuidado para não comprimir os tecidos moles. 
É extremamente comum que pacientes idosos e acamados apresentem certa flacidez, prin-
cipalmente nos braços. 
Figura 4
Fonte: Getty Images
Os cálculos que deverão ser empregados para a estimativa de massa corporal são os 
propostos por Chumlea et al. (1985; 1988). Veja a seguir:
• Gênero masculino:
Massa Corporal = (1,73 X CB) + (0,98 X CP) + (0,37 + DSE) + (1,16 X AJ) – 81,69
• Gênero feminino:
Massa Corporal = (0,98 X CB) + (1,27 X CP) + (0,4 X DSE) + (0,87 X AJ) – 62,35
11
UNIDADE 
Avaliação Antropométrica de Idosos e Pacientes Acamados
Como nós bem sabemos, a massa corporal corresponde à somatória de todos os 
compartimentos teciduais do corpo humano e as alterações dessa medida costumam ser 
reflexo de desequilíbrios entre ingestão e consumo de nutrientes. Nós ainda podemos di-
zer que as mudanças de peso em um certo período são muito relevantes para a avaliação 
nutricional. Para isso, podemos utilizar a seguinte fórmula, levando em consideração o 
peso usual (Kg), representado por PU, e o atual (PA), também em quilos:
% ( ) 100PU PAPFR Percentual de perda ponderal
PU
−= ×
Veja a Tabela 2 para avaliar a perda de peso recente.
Tabela 2
Tempo Perda de Peso Significativa (%) Perda Grave de Peso (%)
1 semana 1 a 2 >2
1 mês 5 >5
3 meses 7,5 >7,5
6 meses 10 >10
Estimativa de estatura
Sabemos que o ser humano apresenta uma redução de cerca de 1 a 2,5 cm por déca-
da a partir dos 40 anos. Já a OMS, em 1995, relatou uma variação de perda de estatura 
de 1,9 até 6,7 cm em homens; e de 2 a 6 cm em mulheres. Esse encurtamento ocorre 
em função da redução dos discos intervertebrais, achatamento das vértebras, acentuação 
da cifose dorsal, lordose e escoliose. Adicionalmente, pode ocorrer o arqueamento dos 
membros inferiores, além do achatamento do arco plantar. 
Para aferir a estatura, podemos utilizar as mesmas técnicas que utilizamos em outras 
populações, ou seja, empregando o uso do estadiômetro ou até mesmo uma fita métrica 
bem presa à parede. 
Para aferirmos a estatura, devemos fazer com que o nosso paciente fique de costas para 
o estadiômetro, com a face posterior dos joelhos tocando a parede, descalço, com os pés 
juntos, em posição ereta, o máximo que conseguir e com a cabeça olhando o horizonte.
Mas existem casos em que o nosso paciente não conseguirá seguir as orientações 
preconizadas. Para isso, podemos estimar a sua estatura utilizando a idade (I) em anos 
e a altura do joelho (AJ) em centímetros.
Veja as fórmulas a seguir:
• Gênero masculino:
Estatura = 64,19 – (0,04 X I) + (2,02 X AJ)
12
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• Gênero feminino:
Estatura = 84,88 – (0,24 X I) + (1,83 X AJ)
Figura 5
Fonte: Getty Images
Provavelmente você deve estar pensando: Mas como fazer para aferir a altura 
do joelho?
Bom, com o paciente deitado em posição supinada (com a barriga para cima), de-
vemos flexionar a perna direita dele em um ângulo de 90° – o comprimento deve ser 
medido entre a planta do pé e a superfície anterior da perna, na altura do joelho, você 
pode utilizar uma fita métrica ou até mesmo um antropômetro pediátrico. 
No link a seguir, nós podemos ver como mensurar a AJ: https://bit.ly/33J8lP4
Outra forma que temos é a de mensurar a envergadura do paciente. Podemos esten-
der os braços do paciente a um ângulo de 90º em relação ao tronco (deixar o paciente 
com os braços abertos) e aferir a distância de um dedo médio até o outro. Contudo, a 
forma que pode ser mais simples de estimar a estatura a partir da envergadura é a de 
posicionar apenas um dos braços do paciente a um ângulo de 90º, e então aferir a dis-
tância do dedo médio até o osso esterno do indivíduo, feito isso, devemos multiplicar o 
resultado por 2. 
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UNIDADE 
Avaliação Antropométrica de Idosos e Pacientes Acamados
Veja na Figura 6 como fazemos para estimar a altura utilizando a envergadura men-
surada a partir de apenas um dos membros superiores do paciente.
Figura 6
Circunferências 
Como nós já sabemos, as circunferências podem estar facilmente relacionadas com 
a distribuição de gordura corporal, sendo que as mais utilizadas são: circunferência do 
braço, panturrilha, cintura, quadril e pescoço (FISBERG et al., 2009).
Circunferência do braço
Embora existam orientações para que o braço a ser utilizado para aferir essa medida 
seja o braço direito, há quem diga quena verdade deva ser o lado não dominante, o que faz 
sentido se pensarmos que provavelmente o lado não dominante será o menos desenvolvido.
Independente de qual orientação você vá seguir, o fato é que o membro a ser avaliado 
deverá ser o mesmo nas avaliações subsequentes. Ainda se tratando da circunferência 
do braço (CB), essa medida é capaz de refletir os depósitos de massa gorda e massa mus-
cular do braço, sendo que os valores de referência não diferem dos utilizados em adultos. 
Veja a fórmula do percentual de adequação:
CB = (CB obtida [cm]/ percentil 50 da CB para idade) X 100
Utilizando esse resultado, você pode também avaliar o estado nutricional de acordo 
com os parâmetros desenvolvidos por Blackburn e Thornton (1979), como podemos ver 
na Tabela 3.
Tabela 3
Desnutrição 
Grave
Desnutrição 
Moderada
Desnutrição 
Leve
Eutrofia Sobrepeso Obesidade
Circunferência
do Braço (CB) <70% 70-80% 80-90% 90-110% 110-120% >120%
Fonte: Vitolo et al. (2014)
Circunferência muscular do braço
Essa é uma medida muito importante para avaliarmos as reservas proteicas do 
nosso paciente. Para calculá-la, precisamos da CB e da dobra cutânea tricipital (DCT) 
em centímetros. Veja a seguir:
( )CMB CB DCTπ= − ×
14
15
Tabela 4
Desnutrição 
Grave
Desnutrição 
Moderada
Desnutrição Leve Eutrofia
Circunferência Muscular 
do Braço (CMB) <70% 70-80% 80-90% 90%
Fonte: Vitolo et al. (2014)
Circunferência da panturrilha
Essa medida deve ser aferida na região de maior circunferência da panturrilha, 
sendo um importante e sensível marcador de desnutrição e uma medida sensível da 
massa muscular.
Como medir a panturrilha: https://bit.ly/3buQHRX
Circunferência da cintura e do quadril
Existe muita discussão e confusão acerca do real local onde deve ser aferida a Cir-
cunferência da Cintura (CC), podemos adotar a CC como sendo o ponto médio entre a 
última costela e a crista ilíaca. 
Ao passar a fita ao redor do paciente, tenha certeza de que a fita não está torta.
A CC pode ser usada para medir o risco de doença aterosclerótica, com valores supe-
riores a 88 cm para mulheres e 102 para homens. Devemos considerar que em idosos a 
CC pode sofrer alterações em função de osteoporose ou alterações na coluna vertebral 
(decorrentes da senescência). 
Na Figura 7 podemos ver a região aproximada da última costela e da crista ilíaca, 
mas é importante saber que devemos apalpar a região para garantir a precisão da loca-
lização dos pontos antropométricos.
Figura 7
Fonte: Adaptado de Getty Images
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UNIDADE 
Avaliação Antropométrica de Idosos e Pacientes Acamados
Após localizar a região a ser tomada como referencial para a aferição, marque-a com 
uma caneta (Figura 8).
Figura 8
Fonte: Acervo do conteudista
Como demonstrado na Figura 9, a fita deve ser passada ao redor do tronco do pa-
ciente e no plano horizontal. Tome cuidado para que a fita não enrole nem fique torta.
Figura 9
Fonte: Getty Images
Tratando-se da circunferência do quadril (CQ), devemos aferir a área do quadril de 
maior circunferência. Uma medida que já fora bastante utilizada é a razão CC/CQ para a 
avaliação de risco de acúmulo de gordura abdominal, sendo que, para homens, esse risco 
é aumentado quando a razão é superior a 1,0; e mulheres, quando for superior a 0,8.
Circunferência do pescoço
A circunferência do pescoço (CP) apresenta uma boa correlação com o acúmulo de 
gordura corporal e consequente aumento de risco cardiovascular, além de ser um parâ-
metro não invasivo de fornecer dados de fácil obtenção.
Os pontos de corte para CP a serem considerados sobrepeso são de 37,9 cm para 
homens e 34,7 cm para mulheres; para obesidade, devemos considerar 40 cm para 
homens e 36,5 cm para mulheres 
 Aferição do perímetro do pescoço: https://bit.ly/3du9JJR
16
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Dobras cutâneas
A aferição de dobras cutâneas apresenta baixo custo e costuma ser fidedigna quando 
há a utilização de um aparelho bem calibrado e um avaliador experiente; são medidas 
utilizadas com frequência em idosos. As dobras cutâneas tricipital (DCT) e subescapular 
(DCSE) correlacionam-se significativamente com a quantidade de gordura subcutânea 
do corpo (VANNUCCHI et al., 1996).
Para a aferição da DCSE, devemos aferir 2 cm abaixo da linha oblíqua da escápula, 
ou seja, podemos considerar a prega oblíqua, imediatamente a seguir da ponta da es-
cápula direita. Veja os links a seguir.
No caso da DCT, deve-se aferir o ponto médio entre o acrômio e o olécrano na face posterior 
do braço: https://bit.ly/2WJO2zI
Subescapular (SB): https://bit.ly/2WE8ylc
Com essas duas medidas em mãos, podemos utilizar o percentual de adequação da 
dobra cutânea tricipital de acordo com o gênero e a idade para fazer a avaliação do es-
tado nutricional. Para isso, utilizaremos a seguinte fórmula:
/ 50
Percentual de adequação da DCT
DCT aferida percentil da DCT para idadee gênero=
Obs: usar a DCT em mm.
Com o valor obtido, você pode usar a Tabela 5.
Tabela 5
Idade P10 P50 P90
Homens
60 a 69 anos 7,7 12,7 23,1
70 a 79 anos 7,3 12,4 20,6
>80 anos 6,6 11,2 18
Mulheres
60 a 69 anos 14,5 24,1 34,9
70 a 79 anos 12,5 21,8 32,1
>80 anos 9,3 18,1 28,9
Fonte: NHANES III (National Health and Nutrition Examination Survey, 1988-1991)
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UNIDADE 
Avaliação Antropométrica de Idosos e Pacientes Acamados
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Eu Nutricionista
https://bit.ly/2xoP8WZ
Morreu aos 146 anos o Homem Mais Velho do Mundo
https://youtu.be/qhz_r6-WScU
 Leitura
Antropometria
https://bit.ly/2JeYk2L
Saúde da Pessoa Idosa: Prevenção e Promoção à Saúde Integral
https://bit.ly/2UgdKdj
18
19
Referências
ACUÑA, K.; CRUZ, T. Avaliação do estado nutricional de adultos e idosos e situação 
nutricional da população brasileira. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Meta-
bologia, São Paulo, v. 48, n. 3, p. 345-361, jun. 2004. Disponível em: <http://dx.doi.
org/10.1590/s0004-27302004000300004>. Acesso em: 23 mar. 2020.
BARBOSA, P. S. et al. Circunferência do pescoço e sua associação com parâmetros antro-
pométricos de adiposidade corporal em adultos. Braspen, v. 4, n. 32, p. 315-320, jul. 2017.
FISBERG, R. M.; MARCHIONI, D. M. L.; COLUCCI, A. C. A. Avaliação do consumo 
alimentar e da ingestão de nutrientes na prática clínica. Arquivos Brasileiros de Endo-
crinologia & Metabologia, São Paulo, v. 53, n. 5, p. 617-624, jul. 2009. Disponível em: 
<http://dx.doi.org/10.1590/s0004-27302009000500014>. Acesso em: 23 mar. 2020.
LIPSCHITZ, D. A. Screaning for nutricional in the elderly. Prim Care, v. 21, n.1, 
p. 55-67, 1994.
PERISSINOTTO, E.; PISENT, C.; SERGI, G. et al. Anthropometric measurements in 
the elderly: age and gender differences. BJN, v.87, p.177-186, 2002.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (WHO). World Health Organization. 
 Physical Status: The use and interpretation of anthropometry. Genebra: World 
 Health Organization, 1995.
VANNUCCHI, H.; UNAMUNO, M. do R. del L. de; MARCHINI, J. S. AVALIAÇÃO 
DO ESTADO NUTRICIONAL. Medicina (Ribeirão Preto. Online), v. 29, n. 1, p. 5-20, 
mar. 1996. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.11606/issn.2176-7262.v29i1p5-18> 
Acesso em: 23 mar. 2020.
VITOLO, M. R. Nutrição: da gestação ao envelhecimento. Rio de Janeiro: Ed. Rubio, 2014.
19

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