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A avaliação nutricional é abrangente e envolve históricos de saúde, social, dietético e nutricional, medicamentoso e de uso de suplementos e ervas; exame físico; medidas antropométricas; e dados laboratoriais. É importante que a gente entenda que a avaliação nutricional não é algo simples de se fazer! Porque ela vai envolver vários fatores. Vai envolver o histórico de saúde do paciente, o histórico social (que é importante), dietético, nutricional, medicamentoso (qual o uso de medicamento que o paciente faz), uso de suplementos, de ervas, exame físico, as medidas antropométricas, dados laboratoriais, enfim tudo que possível. A triagem nutricional · Vai ser o primeiro contato com o paciente, afinal, essa avaliação é uma das nossas primeiras abordagens no atendimento ao paciente. · Vai indicar características que estão associadas a problemas nutricionais. · Explicar o propósito da consulta · Identificar as características gerais · Aplicar um ou mais métodos de inquérito alimentar · Usar métodos objetivos e subjetivos · Prescrição dietética e acompanhamento Qual o caminho aí? 1. Explicar qual o propósito da consulta 2. Identificar as características gerais 3. Aplicar um ou mais métodos de inquérito alimentar (vai depender do paciente) 4. Usar os métodos objetivos e subjetivos para avaliar e fazer prescrição dietética e o acompanhamento desse paciente. Qual o objetivo da Avaliação Nutricional? Reunir informação adequada para se fazer o julgamento profissional sobre o estado nutricional, auxiliando no tratamento e recuperação do paciente. Vamos realizar : COLETA DE DADOS, REGISTRO DESSA COLETA, AVALIAR E APARTIR DISSO FAZER A INTERVENÇÃO NUTRICIONAL. A AVALIAÇÃO NUTRICIONAL É COMPETENCIA DO NUTRICIONISTA ( Lei no 8.234/91) A RESOLUÇÃO 63/00 ANVISA: ESPECÍFICA OS MÉTODOS SUBJETIVOS E OBJETIVOS Diagnóstico Nutricional: · Métodos subjetivos; · Métodos objetivos; · Parâmetros bioquímicos; · Promover um bom estado nutricional; Os métodos objetivos são: a Antropometria, a Composição Corporal, Os Parâmetros Bioquímicos e o Consumo Alimentar. Os métodos subjetivos são: a História Clínica e o Exame Físico. Qual o método ideal para realizar avaliação nutricional? Não existe nenhum padrão ouro! É preciso usar todos os possíveis. ANTROPOMETRIA • É baseado na medição das variações físicas e na composição corporal global; • É aplicável em todas as fases do ciclo da vida; • Permite a classificação de indivíduos e grupos segundo seu estado nutricional. OBJETIVO: Avaliar o crescimento e desenvolvimento corporal do indivíduo. • As Medidas antropométricas são: · - Peso corporal; · - Altura; · - IMC; · - Circunferências corporais; · - Dobras cutâneas. A antropometria tem as suas desvantagens: A Antropometria não consegue identificar alterações recentes. Por exemplo: Um paciente com deficiência de ferro, com anemia ferropriva, ele vai ter queda de cabelo, unhas quebradiças e alterações que nenhuma avaliação antropométrica sozinha consiga identificar. VANTAGENS: · Método barato, simples, de fácil aplicação e padronização, além de pouco invasivo. · Possibilita que os diagnósticos individuais sejam agrupados e analisados de modo a conhecer o perfil nutricional de um grupo; · É universalmente aceito; · É apontado como sendo o melhor parâmetro para avaliar o estado nutricional de grupos populacionais; DESVANTAGENS: · Incapacidade de detectar alterações recentes no estado nutricional; · Incapacidade de detectar deficiências específicas de nutrientes. Peso Corporal: · Soma de todos os compartimentos corporais (água, gordura, ossos e músculos). · É um importante parâmetro de avaliação e acompanhamento nutricional (OBS: Porém, por esse peso ser muito oscilante, ele não é o melhor parâmetro para avaliar por conta da oscilação) por exemplo, um paciente que perde 3 quilos em uma semana só ingerindo muita água ou chá diurético perde peso, que não, necessariamente, foi gordura. · O ganho excessivo de peso também leva a complicações no indivíduo (DCNT) · Utiliza-se balanças (do tipo plataforma, portáteis) · O indivíduo deve ser pesado em jejum, após urinar e com o mínimo de roupa possível. Em caso de pesagens com roupas comuns, o peso obtido deve ser descontado. TIPOS DE PESO: · Peso Atual – Reflete a medida de peso obtida no momento do exame · Peso Usual (Habitual) – Quando não é possível pesar o paciente no momento, perguntasse o peso mais recente. · Peso Ideal – Peso Adequado para o indivíduo em relação a sua estatura, gênero e idade. Cálculo do peso ideal para Adultos • O PI pode ser definido em função da idade, gênero e estatura. • Em pacientes acamados, deve-se recorrer à estimativa do peso ideal ou usual. PI = IMC (desejado) X estatura² É importante frisar que em condições extremas em que o paciente tem o peso ideal muito distante do peso atual é necessário que se realize o cálculo do peso ajustado. Peso ajustado: (peso ideal – peso atual) x 0,25 + peso atual Cálculo de peso ideal para idosos Deve-se utilizar o percentil 50 e multiplicar pela altura ao quadrado: PI = Percentil 50 X altura² IMC PERCENTIL 50 PARA CÁLCULO DO PESO IDEAL PARA IDOSOS: AVALIAÇÃO DO GRAU DE DESNUTRIÇÃO Através de fórmulas projetadas por Blackburn e cols. (1977), emprega-se o peso para avaliar o grau de desnutrição de um indivíduo. Percentual do peso atual em relação ao peso ideal % do peso corporal ideal: Peso atual/Peso ideal x 100 Resultados: · 90 – 110% - Eutrofia · 80- 90% - Desnutrição leve · 70-79% - Desnutrição moderada · < 69% - Desnutrição grave Percentual de Perda de Peso Recente % de alteração ponderal recente: Peso usual - Peso atual x 100 Peso ideal • A partir dessa fórmula, classifica-se a perda de peso em relação ao tempo: Essa porcentagem de perda de peso é também na triagem de nutricional através das ferramentas: NRS, Manc, Avaliação subjetiva global, ASGPPP, Strong Kids. A interpretação do peso como indicador do estado nutricional deve ser feito com cautela em algumas situações: · Na presença de edema e ascite o peso pode estar superestimado; · Mudanças na ingestão de sódio pode alterar o peso corporal; · Em caso de amputação, o peso corporal deve ser corrigido. Estimativa de Peso com Edema (Martins, 2000): Estimativa de Peso de Acordo com a Intensidade da Ascite (James, 1989): Fórmula para Corrigir o Peso em Paciente Amputado (Martins. 2000): PI = (100% - % do segmento amputado) x PI 100 Contribuição Percentual do Segmento Corporal Amputado Compleição Física (Ossatura) · É a determinação do tamanho da ossatura através da relação entre a circunferência do pulso (cm) e a altura (cm). · Compleição Física = Altura (cm) Punho (cm) Essa compleição é realizada através da relação entra a circunferência do pulso e da altura do paciente. A partir da compleição do paciente é possível encontrar o peso ideal do paciente. Após determinar a compleição física, encontrar o peso ideal na tabela abaixo: Equações para Estimar o Peso a Partir do Comprimento da Perna, de acordo com Chumlea (1985): O peso deve ser ajustado de acordo com a constituição física do indivíduo, através da fórmula: Peso de Homens = (1,73 x CB) + (0,98 x CP) + (0,37 x DCSE) + (1,16 x AJ) – 81,69 *As bancas costumas trocar as informações Peso de Mulheres = (0,98 x CB) + (1,27 x CP) + (0,4 x DCSE) + (0,87 x AJ) – 62,35 A fórmula de Chumlea é utilizada para estimar o peso do paciente quando ele é acamado e não é possível avaliar o peso dele. Alguns dos parâmetros são: · CB – Circunferência do braço (cm); · CP – Circunferência da panturrilha (cm); · AJ – Altura do joelho (cm); · DCSE – Dobra cutânea subescapular. Estatura · É a medida de altura de um indivíduo. · Ela pode ser indicadora das condições de vida de uma população, quando, por exemplo, uma criança não cresce, ela pode sugerir inadequação nutricional de longa duração; · Quando associada com o peso corporal, compõe o Índice de Massa Corporal (IMC). · É a medida daaltura em um indivíduo (m, cm). · É considerada indicadora das condições de vida de uma população, uma vez queseu déficit pode refletir inadequações nutricionais de longa duração. · Quando associada com o peso corporal, compõe o Índice de Massa Corporal. · Utiliza-se estadiômetro ou fita métrica inelástica. · O indivíduo deve estar descalço, ereto, com os braços estendidos ao longo do corpo e calcanhares juntos. A cabeça erguida, com os olhos fixos no plano horizontal de Frankfort. O indivíduo inspira profundamente, enquanto a haste é abaixada até o ponto mais alto da cabeça. Em indivíduos acamados, deficientes físicos ou idosos, a estatura pode ser estimada a partir de métodos alternativos, já que nem sempre é possível avaliar o paciente dessa forma. Por isso, existem formas que podem estimar a altura do paciente: Altura do Joelho: É feita com o indivíduo em posição supina, com a perna fletida sob a coxa (ângulo de 90°), determinar o ponto médio entre a base do calcanhar e a parte superior do joelho. Fórmula para estimativa da estatura a partir da AJ (Chumlea, 1985): Homens: 64,19 – (0,04 x I) + (2,02 x AJ) Mulheres: 84,88 – (0,24 x I) + (1,83 x AJ) I = Idade (anos); AJ = Altura do joelho (cm) Envergadura do braço: É definida pela distancia entre a ponta dos dedos médios quando os braços estiverem formando um ângulo de 90° com o corpo. O indivíduo deve estar em pé, em posição ereta, encostada numa parede. Hemi-envergadura/semi-envergadura Esta medida é feita da mesma maneira que a envergadura do braço, mas a leitura é feita no nível do segmento central da incisura jugular do osso esterno até a extremidade do dedo médio. Pode ser realizada com o indivíduo deitado. A altura equivale ao dobro do valor encontrado. Altura Recumbente (indivíduos confinados ao leito): O indivíduo deve estar em posição supina, com a linha de visão para o teto, no plano horizontal de Frankfort. No lençol são marcados os pontos referentes ao topo da cabeça e base do pé e depois medida a distância entre esses dois pontos com auxílio de fita métrica inelástica. ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC) · É calculado a partir das variáveis peso e estatura: IMC = Peso (Kg) Estatura (m²) · Utilizado em todas as faixas etárias dos distintos ciclos da vida. · Sofre influência das variáveis: gênero e idade. Ele tem suas vantagens, mas também tem as suas desvantagens. Vantagens do IMC: · Método não invasivo, de fácil obtenção, prático. Desvantagens do IMC: · Incapaz de distinguir a massa gorda e a massa magra; · Em determinadas situações pode superestimar ou subestimar o estado nutricional. Ele não é invasivo, é fácil, prático de fazer, porém a desvantagem é que a gente não consegue distinguir a massa gorda da massa magra. E pode superestimar e subestimar o estado funcional de um paciente. Por exemplo: Um paciente musculoso e que tenha o mesmo peso de um obeso terão o mesmo IMC, mas composição corporal completamente diferente. O IMC isolado não deve ser usado para diagnosticar o estado nutricional individual, por não representar a composição corporal de indivíduos corretamente, entretanto, devido a sua facilidade de mensuração e a sua alta correlação com a quantidade de gordura são motivos suficientes para a sua utilização, associado a outros parâmetros antropométricos, clínicos, bioquímicos e laboratoriais. (Duarte, 2007) CIRCUNFERÊNCIAS CORPORAIS Medidas de interesse na nutrição que nos permitem fazer essa avaliação: · Estruturas Musculares; · Estruturas Gordurosas; · Estruturas Ósseas. Os parâmetros de circunferências corporais que temos hoje disponível são: · Circunferência do Braço (CB); · Circunferência Muscular do Braço (CMB); · Área Muscular do Braço (AMB); · Circunferência da Cintura (CC); · Circunferência do Quadril (CQ); · Circunferência da Panturrilha (CP). As circunferências corporais, como tudo na vida, também tem as suas desvantagens, por exemplo: Equipamento:Fita antropométrica. Técnicas de Medição das Circunferências: · Realização das medidas pelo mesmo observador; · Cuidados para evitar compressão do tecido no momento da medição; · Posicionamento correto da fita métrica; · Cada medida deve ser feita em triplicata. CIRCUNFERÊNCIA DO BRAÇO é a soma do de tecido ósseo muscular e gorduroso do braço. não faz distinção do tecido ósseo, muscular e gordurosa. Por isso que é interessante que seja realizado com cautela. Diferente da aferição da dobra que vai avaliar a concentração de gordura, a circunferência ela não consegue fazer isso. A técnica deve ser feita no braço não dominante é esse braço tentar estendido naturalmente na vertical em relação ao solo. Primeiramente o paciente faz um ângulo de 90° e é marcado ali o ponto médio. A aferição é realizada no ponto médio foi aferido. CIRCUNFERÊNCIA MUSCULAR DO BRAÇO A circunferência muscular do braço vai avaliar a reserva de tecido muscular. É importante lembrar que a circunferência muscular do braço não corrige a massa óssea. A partir desse cálculo vai ser estabelecido um parâmetro para aquele paciente e, a partir desse resultado, é possível classificar a massa óssea. A OMS recomenda o uso da CMB para diagnóstico de desnutrição em adultos e idosos. ÁREA MUSCULAR DO BRAÇO Quando um parâmetro conseguir fazer alguma correção, podem ter certeza que ele não vai ser um parâmetro isolado. Por exemplo, a área muscular do braço ela vai usar a dobra cutânea tricipital e a circunferência do braço na sua fórmula. ÁREA DE GORDURA DO BRAÇO Estado nutricional segundo a AGB: Classificam-se como obesidade valores > do percentil 90 CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA A circunferência da cintura é um indicador que vai aferir a localização da gordura corporal. Em adultos o padrão de distribuição do tecido adiposo tem relação direta com o risco de morbimortalidade. Quanto maior concentração de gordura nessa região da cintura maior é o risco para esse paciente. Principalmente quando a gente fala em risco cardiovascular. A aferição pode ser feita entre a parte inferior das costelas e o ponto mais alto do osso do quadril. Em alguns pacientes não é possível devido ao grande acumulo de gordura então considera-se a região de menor curvatura da região da cintura. (OMS, 1998) CIRCUNFERÊNCIA DO QUADRIL Em relação a circunferência do quadril, o avaliado deverá manter os braços levemente afastadas, pés juntos e glúteos contraídos, colocar a fita no ponto de maior massa muscular das nádegas e deve-se tomar medida lateralmente. RELAÇÃO CINTURA/QUADRIL (RCQ) A RCQ é um indicador amplamente utilizado na caracterização da distribuição da gordura abdominal e um indicador de risco para morbidade, inclusive cardiopatias. Pontos de corte para risco de acordo com Bray ( 1991): (KRAUSE,2018) + ATUAL Com relação à distribuição de gordura corporal a gente sabe que existe a obesidade andróide e a obesidade ginóide. Obesidade androide lembra-se da maçã, é mais comum em homens, Obesidade ginóide lembra-se da pera, mais comum em mulheres. CIRCUNFERÊNCIA DA PANTURRILHA É utilizada para o diagnóstico de desnutrição em idosos e vai refletir o conteúdo de massa corporal da região da perna. Não pode ser utilizada como parâmetro se o paciente tiver edema nessa região. O parâmetro foi atualizado pela braspen para menor que 34 cm para homens e 33 para mulheres. Aferição é feita medindo o maior ponto de massa muscular da panturrilha. Medir o ponto de maior massa muscular DOBRAS CUTÂNEAS É uma medida para avaliar a gordura subcutânea do paciente e a soma dessas dobras pode ser utilizada para estimar a gordura total, e é bastante utilizada para fazer o diagnóstico preventivo da obesidade, já que a gente sabe que algumas pessoas que tem o IMC normal, mas tem uma concentração de gordura elevada no corpo. O equipamento utilizado é o adipômetro. As dobras cutâneas mais utilizadas são: tricipital, bicipital, subescapular e supra ilíaca. Tricipital - é determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braço, na face posterior, sendo seu ponto exato a distância entre oacrômio e o olecrano. · PODE USAR DCT PARA AVALIAR DIAGNÓTICO NUTRICIONAL! Bicipital - determinada no sentido do eixo longitudinal do braço, na sua face anterior, no ponto meso-umeral do bíceps. Subescapular - é obtida obliquamente ao eixo longitudinal seguindo a orientação dos arcos intercostais estando localizada 2 cm abaixo do ângulo inferior da escápula. Supra ilíaca - tomada obliquamente 2 cm acima da crista ilíaca anterossuperior na altura da linha axilar média. O que usar para: APLICABILIDADE DAS DOBRAS: GORDURA CORPORAL DURNIN & WOMERSLEY: SIRI (1961): X2 : soma das dobras abdominal, suprailíaca, tricipital e da coxa; X8: idade em anos Fonte: adaptada de Jackson & Pollock, 1985 Qual é o percentual de gordura considerado ideal? Fixem qual é o adequado porque daí fica mais fácil de fixar o resto. Homem de 8 a 15% ; Mulher 13 a 23% ANAMNESE NUTRICIONAL É uma entrevista com paciente pela qual consegue se identificar antecedentes patológicos, fisiológicos e sócio-econômico-culturais com a finalidade de facilitar o diagnóstico nutricional. Essa anamnese é tão importante quanto a avaliação antropométrica. Humaniza a relação nutricionista X paciente Fortalece o vínculo Ouvir as principais queixas É importante que o profissional tenha um formulário pré-definido onde será colocado informações gerais desse paciente: histórico sócio-econômico-cultural, histórico familiar, histórico clínico, histórico nutricional, histórico alimentar ou dietética. O critério para realizar anamnese é: · a especialidade do atendimento · o objetivo do serviço de nutrição · as características da população assistida · tempo disponível. Anamnese vai depender desses parâmetros, e eu estou atendendo em um lugar com grande demanda de pessoas não vai adiantar um formulário muito grande já que não vou ter tempo hábil para analisar. Histórico socioeconômico-cultural · A identificação do paciente (nome, gênero, idade, etnia) · Hábitos alimentares regionais · Escolaridade e ocupação · Motivo da consulta · Estado civil e composição familiar · Renda familiar ou gasto com alimentação · Uso de medicação · Horas de sono · Atividade física praticada e frequência · Religião Histórico familiar · Condições de saúde (pais, avós, tios, primos) · Causa da morte Histórico clínica · Doenças pregressas (internações, cirurgias, alergias) · Doença atual Revisão dos sistemas corporais · Audição, paladar, dentição · Funcionamento do sistema digestório Histórico nutricional · Perda ou ganho recente de peso · Percepção corporal MODELO DE ANAMNESE: INQUÉRITOS DE CONSUMO ALIMENTAR Vai ser extremamente importante para avaliar o binômio alimentação x doença. Como? Se eu aplico um inquérito alimentar em uma determinada população e verifico que tem alto consumo alimentos industrializados e essa população é hipertensa eu consigo identificar o binômio alimentação x doença. A partir da aplicação desse inquérito eu vou investigar a ingestão de alimentos tanto do ponto de vista qualitativo quanto do ponto de vista quantitativo, monitorar tendências de ingestão, elaborar e planejar políticas públicas de alimentação e nutrição. Existem alguns fatores que podem afetar a avaliação do consumo alimentar de um indivíduo ou de um grupo: · Falta de conhecimento sobre o alimento; · Inexperiência com o preparo do alimento; · Pouca familiaridade com os ingredientes e preparações; · Desinteresse pela própria alimentação; · Falta de tempo e atenção para responder o inquérito; · Baixa escolaridade. · Além disso o paciente pode ocultar alguma informação por achar que vai existir algum julgamento. Qual inquérito alimentar eu devo escolher? Vai depender: · gênero e idade do paciente · nível socioeconômico · tempo disponível para aplicação do método · estado clínico do paciente · variedade do consumo alimentar. Existem métodos prospectivos e métodos retrospectivos. · Prospectivos: · Registro alimentar estimado; · Registro alimentar pesado; · Retrospectivos: · Recordatório 24 horas; · Questionário de frequência alimentar; · História dietética. Os critérios utilizados para escolher o método são: • Objetivo do levantamento da ingestão alimentar • Paciente encontra-se hospitalizado • Atendimento ambulatorial • Situação socioeconômica cultural • Disponibilidade de tempo do entrevistador • Tempo de consulta MÉTODOS RETROSPECTIVOS Recordatório de 24 horas Rápido, fácil de ser administrado e de baixo custo Porém não vai refletir o consumo habitual. Por exemplo eu estou avaliando o paciente e ele está me dizendo o que ele comeu ontem e se ontem tiver sido domingo? Esse é o consumo habitual dele? Para se obter o consumo habitual recomenda-se dois recordatórios de 24 horas para indivíduos e duas vezes em um período de 6 meses a 1 ano para grupos. É o método mais adequado para estimativa individual do consumo. Converte-se em medidas caseiras em quantidades de alimentos. Existem exigências: Para o entrevistador: comunicação, persistência, treinamento, conhecimento. Para o entrevistado: memória, cooperação, comunicação, transmitir estimativas precisas. EX DE CONVERSÃO: Questionário de frequência alimentar Vai avaliar a frequência de consumo de determinado alimento o grupo alimentar. O indivíduo escreve usualmente qual a frequência de consumo por dia, semana, mês ou ano de determinado alimento. O número e os tipos de alimentos presentes na lista variam de acordo com o propósito da avaliação. Por exemplo: obesos, autistas. O número e o tipo de alimentos presentes na lista variam de acordo com o propósito da avaliação. Seu uso não é indicado para avaliar a adequação de ingestão de nutrientes de indivíduos ou grupos. (Por ex: não podemos afira que um grupo está com anemia de acordo com o QFA, pois ele pode não ter alimento ricos com esse nutriente) Histórico dietético, anamnese, diário habitual Associe a diversos métodos como recordatório de 24 horas, questionário de frequência alimentar associado com outras informações como hábitos alimentares, aversões, intolerância, preferência. É o que a gente mais usa em uma consulta que é tentar ver o histórico dele para tentar desenhar uma conduta para ele. Fazemos vários tipos de treinamento para ter uma amplitude maior de informações a fim de que a conduta seja assertiva. MÉTODOS PROSPECTIVOS Registro alimentar estimado · O indivíduo registra, no momento de consumo, todo o alimento e bebida ingeridos em um período que varia de um dia a uma semana; · Costuma-se utilizar o registro de três dias, incluindo um dia de final · de semana; · As quantidades ingeridas são estimadas em medidas caseiras pelo indivíduo e depois convertidas em gramas. É quando eu sugiro que o indivíduo faça o registro no momento do consumo. Todo alimento e bebidas vão ser anotados por esse paciente, costuma-se utilizar o registro de 3 dias incluindo um dia do final de semana, as quantidades ingeridas são estimadas em medidas caseiras indivíduo e depois convertidas em gramas. Registro alimentar pesado É semelhante ao registro alimentar estimado, entretanto, em vez de os alimentos consumidos serem estimados em medidas caseiras eles são pesados em gramas. Existem diferenças entre os grupos alimentares para fazer a realização dos inquéritos dietéticos. • Gestante - existem muitos tabus e crenças no consumo alimentar e isso pode interferir • Lactante - a ingestão muda de acordo com a intensidade da amamentação • Lactentes com uso de fórmula infantil - a ingestão muda de mês a mês • Pré-escolares- não consegue nos dar as informações que devem ser dadas pelo observador • Escolares - podem ter limitação de memória, vocabulário incompleto e desconhecimento dos ingredientes • Adolescentes - a ingestão muda de acordo com a maturação sexual, padrão alimentar variado, tendência de comissão pelas meninas • Atleta - ingestão depende da fase de treinamento, ingestão de suplementos, etc. • Idosos - limitação em recordar alimentos ingeridos, dificuldade de escrita, audição e visão • Obesos/ magros - tendênciaa omissão ou inclusão de alimentos que não foram consumidos • Indivíduos enfermos - alimentação diferente do habitual, presença de vômito, diarreia, falta de apetite e etc. • Analfabetos - avaliação deve ser realizada por outro membro da família ou pelo observador. ATENÇÃO! É importante evitar questionar ao paciente especificando alimentos por exemplo: você come leite condensado? Evitar qualquer sinal de surpresa, aprovação ou desaprovação do padrão alimentar do indivíduo. Você assusta a pessoa quando expressa no seu rosto alguma reação a informação que ela está te dando. Insistir nos detalhes sem induzir, principalmente na forma como os alimentos são preparados. Você estimula o paciente a omitir. Verificar se o consumo daquele dia não foi atípico. Não comunicar com antecedência o dia do inquérito. Persistência do entrevistador. Este deve ser submetido a treinamento padronizado. PRINCIPAIS FONTES DE ERROS: DRIS: São utilizadas para avaliar e planejar as dietas de indivíduos e população saudáveis. Existem quatro diretrizes que vão ser utilizadas para avaliar. · EAR - necessidade média estimada - cobre 50% dos indivíduos saudáveis de determinado grupo · RDA - recomendação diária - 97 a 98% das necessidades de quase todos os indivíduos · AI - ingestão adequada - utilizada quando não houver dados de RDA e EAR. · UL - Limite tolerável - é o nível mais alto de ingestão de nutrientes IMCMASCULINOFEMININO Médio2220,8 Normal20,1-2518,7-23,28 Obeso3028,6
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