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Vulvovaginites: Causas e Tratamentos

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Ginecologia e Obstetrícia II 
 
VULVOVAGINITES 
Vagina: epitélio escamoso sem queratina. 
Coloração normal da mucosa vaginal: rosa-pálida, mais clara e adelgaçada na pós-menopausa e 
“vinhosa” na gestação. 
Secreção fisiológica: branca, inodora e viscosa; constituída de sebo, esfoliação vaginal e cervical e 
secreção das glândulas de Bartholin e Skene, com predomínio de aeróbios. 
Flora bacteriana normal composta por algumas bactérias e muitos lactobacilos: Lactobacillus iners, L. 
crispatus, L. gasseri, L. jensenii, L. acidophilus, L. fermentum, L. plantarum, L. brevis, L. casei, L. 
vaginalis, L. delbrueckii, L. salivarius, L. reuteri e L. rhamnosus. 
 Lactobacilos convertem glicogênio em ácido láctico (mantém o pH vaginal normal – 3,8 a 4,2) 
*Mucorréia: aumento da secreção vaginal, porém sem inflamação. 
Pacientes com vulvovaginites: lactobacilos praticamente ausentes, aumento dos leucócitos e bactérias. 
 
VAGINITES: 
Patologia muito frequente com incidência elevada de 70% das mulheres. Sintomatologia intensa e fácil 
diagnóstico. 
Existe a possibilidade de ascensão ao trato genital superior. Há o favorecimento à infecções tipo DST’s. 
Incluem infecções da vulva e da vagina, do colo uterino e do trato genital superior. 
Mais comuns: vaginose bacteriana, candidíase e tricomoníase. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VAGINOSE BACTERIANA (VB): 
Vários agentes podem causar - Gardnerella. Não é DST! Ocorre pelo crescimento anormal de bactérias 
anaeróbias. Na gestação sempre preocupa e precisa ser tratada imediatamente. 
 Complicações: DIP (infecção do trato genital superior, causada basicamente por clamídia e 
genorreia), endometrites, salpingites, prematuridade, infecção amniótica e puerperal. 
 Ginecologia e Obstetrícia II 
 
 Etiologia: Gardnerella vaginalis, Atopobium, Prevotella, Megasphaera, Leptotrichia, Sneathia, 
Bifidobacterium, Dialister e Clostridium, Peptostreptococcus, Mobiluncus, Bacteroides e 
Mycoplasma hominis. 
 Fatores de risco para alcalinização vaginal e VB: intercursos sexuais frequentes, duchas vaginais, 
sexo anal, exercício físico, estresse, período pré-menstrual. 
 Diagnóstico: 
o Sintomas vulvares não são mt intensos, secreção vaginal com odor que piora após relação 
*50 a 70% das mulheres são assintomáticas 
Critérios de Amsel: 
1. pH > 4,5 
2. Leucorréia com odor (fétido ou putrefação – peixe podre), cremosa, acinzentada ou branco 
acinzentada, bolhosa e aderida às paredes vaginais e ao colo uterino. 
3. Teste das Aminas (Whiff Test) positivo: adicionar 1 a 2 gotas de KOH 10% na secreção 
vaginal e depositar na lâmina, na VB libera rapidamente um odor de putrefação, devido as 
aminas. 
*As aminas decorrentes do metabolismo aeróbio causam o “odor de peixe”. 
4. Exame a fresco (microscopia direta): tem-se a presença da Clue Cells (células epiteliais 
vaginais recobertas por Gardnerella vaginalis, que aderem à membrana celular – células alvo) 
 Tratamento: 
Objetivo: aliviar a sintomatologia e restabelecer a flora vaginal. 
o Metronidazol – 500mg 2x ao dia por 7 dias; (95% de cura) TOP!! - não usar com álcool 
*Tem interação farmacológica com a varfarina, uso VO deve ser evitado em pacientes 
usuárias de anticoagulantes. 
o Secnidazol dose única; (85% de cura) - não usar com álcool 
o Metronidazol vaginal (creme) 
o Clindamicina vaginal (creme) 
o Os cremes são utilizados se tiverem alguns desconfortos sistêmicos e possuem uma taxa de 
cura menor, por isso os tópicos aqui não são recomendados. 
o Gestantes: somente tratamento VO - Metronidazol!!! 
 
Lembrar da VB causada pela Actinomyces israelii (bactéria anaeróbia e gram-positiva relacionada ao uso 
do DIU, principalmente sem cobre). Pode causar infecção pélvica grave. Tratamento: clindamicina e 
penicilina VO. 
 
CANDIDÍASE (CVV): 
 Cândida albicans – 85 a 90%. 
 Não albicans 
 Ginecologia e Obstetrícia II 
 
o C. glabrata – 5 a 10% 
o C. tropicalis – até 5% 
 75% das mulheres apresentam pelo menos 1 episódio durante a vida. 
 Assintomática - Existe uma colonização vaginal, tem relação com o bioma vaginal. 
 Se tiver sintoma, vai tratar. 
 Fatores de risco: gestações, contato oral-genital, uso de estrogênios em altas doses, 
anticoncepcionais orais, espermicidas, uso de diafragma ou DIUs, imunossupressão (aguda ou 
crônica), DM (descompensada), uso de ATB, fatores locais (que diminuem pH, traumas vaginais, 
lacerações). 
 Diagnóstico: 
o Clínico: queixa de prurido; ardência vulvar e urinária final, fissuras e lacerações 
vulvovaginais; leucorréia branca grumosa (“leite coalhado”); edema e hiperemia. 
o Exame a fresco (microscopia direta) – pega uma lâmina de microscópio, pinga-se uma gota 
de soro fisiológico ou de agua destilada, passa uma espátula na secreção, tira-se um pouco 
da secreção e dissolve uma pequena quantidade na gota de soro e coloca uma lamínula sem 
coloração e leva-se ao microscópio, isso é feito de rotina, fácil de fazer em ambulatório ou 
consultório (hifas); 
o pH vaginal normal (<4,5) – se faz com uma fita que é colocada na vagina. 
 Tratamento: taxa de cura é semelhante nos dois. 
o Oral - vantagem: praticidade de uso. Dose única, por 3, 5 ou 7 dias. 
 Fluconazol dose única; Itraconazol 2 doses; Cetoconazol 5 dias. 
 Podem provocar sintomas gastrintestinais, cefaleia e, raramente, angioedema e 
hepatotoxicidade. 
 Contraindicado durante a gestação. 
o Tópicos – vantagem: pode ser usado na gestação – pois não deve ter efeito sistêmico. 3-
14 dias. 
 Miconazol; Isoconazol; Terconazol. 
*Gestantes assintomáticas não necessitam de tratamento 
o Taxa de cura não é 100%, alguns precisam ser mudados, pois cerca de 5% das pacientes 
não conseguem a cura com o primeiro tratamento. 
*Buticonazol: creme de utilização com uma vez e que possui alta taxa de cura, porém com um 
custo elevado. 
o Se usa muito Itraconazol e Cetoconazol, devido à resistência a Fluconazol dose única. 
o Pode-se utilizar corticoide tópico – para alívio de sintomas. 
o Candidíase recorrente – mais de 4 infecções em um ano por Cândida, associada a um fator 
predisponente - precisa de tratamento supressivo de longa duração (ex.: 1 Fluconazol por 
semana). Nesse caso, é indicado que o parceiro seja tratado pelo menos uma vez. 
 Ginecologia e Obstetrícia II 
 
o Pacientes com HIV: principal fator correlacionado com a infecção fúngica é o nível de CD4 
<100 células/mm3. 
 
TRICOMONÍASE: 
É uma DST! Causada pelo Trichomonas vaginalis (protozoário); maioria das vezes é 
ASSINTOMÁTICA e altamente contagiosa. 
Em sintomática: sintomas mais intensos após o período menstrual ou durante a gravidez. 
Período de incubação varia entre 4 a 28 dias. 
 Diagnóstico: 
o Clínico: sintomas como ardor e prurido vaginal (não tão intenso quanto na candidíase), 
odor desagradável, leucorréia amarelo-esverdeada abundante e bolhosa, disúria, 
hiperemia/edema de vulva e vagina. 
*Tricomoníase em gestante: associada à ruptura prematura de membranas e ao parto 
pré-termo. Tratamento com metronidazol VO. 
o Exame a fresco (microscopia direta): identificação do Trichomonas vaginalis - 
organismos ovóides e flagelados móveis, maiores do que os leucócitos; 
o Teste aminas +; 
o Colo “tigróide” ou em “morango” – melhor visualização com o teste do lugol. 
 Tratamento: extremamente simples de se tratar. 
o Metronidazol VO – 2g dose única; ou cinco comprimidos de 400mg um atrás do outro. 
o Tinidazol VO - 2g dose única 
o Não se utiliza tratamento tópico, e sim oral, pois pode ter falha de até 50%. 
o Abstinência sexual durante o tratamento. 
o Parceiros devem ser tratados, pois é DST – mesmo tratamento da mulher. 
 
PROBIÓTICOS NAS VULVOVAGINITES: 
Os probióticos podem ser prescritos como tratamento adjuvante ou como forma de diminuir as 
recorrências de infecções, a fim de reestruturar a microbiota em desequilíbrio. 
 
 
Se houver suspeita ou presença de pus endocervical, colo friável, dor à mobilização docolo ou 
presença de algum critério de risco  recomenda-se tratamento como cervicite (gonorreia e clamídia). 
**Critérios de risco para infecção cervical: parceiro sintomático, múltiplos parceiros, relações sexuais 
desprotegidas e procedência de áreas de alta prevalência de gonococo e clamídia.

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