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Medicina Veterinária Fisiologia Rebeca Woset CARDIOVASCULAR REVISÃO DA FUNÇÃO CARDIOVASCULAR Dois tipos de transporte são utilizados no sistema cardiovascular: fluxo em massa e difusão. Débito cardíaco é o volume de sangue bombeado a cada minuto por um ventrículo. Pressão de perfusão para a circulação sistêmica é muito maior do que a pressão de perfusão para a circulação pulmonar. ATIVIDADE ELÉTRICA DO CORAÇÃO A contração das células do músculo cardíaco é desencadeada por um potencial de ação elétrico. O músculo cardíaco forma um sincício funcional. As contrações cardíacas são iniciadas por potenciais de ação que surgem espontaneamente em células marca-passo especializadas. A longa duração do potencial de ação cardíaco garante um período de relaxamento (e preenchimento) entre os batimentos cardíacos. As células atriais têm potenciais de ação mais curtos do que as células ventriculares. Os nervos simpáticos e parassimpáticos atuam nas células marca-passo cardíacas aumentando ou diminuindo a frequência cardíaca. As células do nó atrioventricular atuam como marca-passos auxiliares e protegem o ventrículo de batimentos muito rápidos. Os nervos simpáticos agem em todas as células do músculo cardíaco, causando contrações mais fortes e mais rápidas. Os efeitos parassimpáticos são opostos àqueles da ativação simpática, mas geralmente são restritos ao nó sinoatrial, ao nó atrioventricular e aos átrios. A CONTRAÇÃO DAS CÉLULAS DO MÚSCULO CARDÍACO É DESENCADEADA POR UM POTENCIAL DE AÇÃO ELÉTRICO Os canais de Na marca-passo abrem-se espontaneamente (e os canais de K fecham- se) nas membranas das células marca-passo. As células marca-passo despolarizam-se até o limiar para a formação do potencial de ação. Durante o potencial de ação, o Ca2+ extracelular (Ca2+ “desencadeante”) entra na célula através dos canais “lentos” de Ca, o P.A passa pros átrios que fazem sístole atrial, o potencial de ação passa pelo nó atrioventricular e porção inicial do feixe de Hiz de forma lenta, depois tem a passagem rápida pela porção final do feixe de HIZ, ramos direito e esquerdo do ápice cardíaco e fibras de Purkinje, que faz com que o P.A entre nas células ventriculares e aconteça a sístole ventricular. O M.C É SEMELHANTE AO M.E Os filamentos finos estão ancorados nos discos Z; eles se interdigitam com os filamentos espessos. Os filamentos finos são compostos por moléculas de actina. Os filamentos espessos são compostos por moléculas de miosina. Na presença de ATP e de íons Ca, a miosina interage com a actina em uma série de etapas denominada ciclo da ponte cruzada, que resulta em contração e geração de força em cada sarcômero e, portanto, na célula muscular inteira. O MÚSCULO CARDÍACO FORMA UM SINCÍCIO FUNCIONAL O tecido muscular cardíaco comporta-se com se fosse uma única célula. Portanto, costuma- se dizer que o músculo cardíaco forma um sincício funcional. Os nós SA e AV, o feixe AV, os ramos de feixes e as fibras de Purkinje são, em conjunto, Medicina Veterinária Fisiologia Rebeca Woset CARDIOVASCULAR denominados sistema especializado de condução do coração. OS POTENCIAIS DE AÇÃO CARDÍACOS SÃO EXTREMAMENTE LONGOS O prolongamento do potencial de ação cardíaco é ocasionado por mudanças prolongadas na permeabilidade da membrana muscular cardíaca aos íons sódio, potássio e cálcio. O movimento do Ca2+ extracelular através dos canais de Ca2+ cardíacos tem um papel especialmente importante no prolongamento do potencial de ação cardíaco. PAPEL DO CÁLCIO O potencial de ação cardíaco é criado quando a célula é despolarizada até a voltagem limiar para a abertura dos canais de Na+ dependentes de voltagem. Um platô prolongado de despolarização. O platô do potencial de ação cardíaco é provocado por duas condições: (1) alguns canais de K+ se fecham de modo que a permeabilidade do K+ diminui; e (2) muitos dos canais de Ca2+ se abrem de modo que a permeabilidade do Ca2+ aumenta. Como a concentração de Ca2+ é maior no líquido extracelular do que no líquido intracelular, o Ca2+ flui através dos canais de Ca2+ abertos e para dentro do citosol. A combinação entre redução na área de saída do K+ da célula e a permissão da entrada de Ca2+ na célula mantém a membrana celular em um estado despolarizado. Depois os canais de K+ reabrem e os canais de Ca2+ fecham: a permeabilidade ao K+ aumenta e a permeabilidade ao Ca2+ diminui. A combinação entre o aumento na saída de K+ da célula e a interrupção na entrada de Ca+ na célula resulta na repolarização celular (Fase 3) e, finalmente, no retorno do potencial de repouso da membrana negativo e estável. 0: Canais de Na se abrem 1: Canais de Na se fecham 2: Canais de Ca abrem e K se fecha rápido 3: Canais de Ca se fecham, K se abre lentamente. 4: Potencial de repouso. AS CÉLULAS ATRIAIS TÊM POTENCIAIS DE AÇÃO MAIS CURTOS DO QUE AS CÉLULAS VENTRICULARES Os canais de Ca atriais normalmente ficam aberto por um tempo menos em relação ao do ventricular. Canal de K atriais ficam abertos por um período curto. Platô da atrial curto e ventricular plano e longo. CANAIS IÔNICOS ESPECIALIZADOS PERMITEM QUE AS CÉLULAS MARCA-PASSO DESPOLARIZEM-SE NO LIMIAR E FORMEM POTENCIAIS DE AÇÃO Estas células não possuem os canais rápidos de Na+ dependentes de voltagem comuns. Em seu lugar, estas células apresentam canais de Na estranhos, os quais se fecham durante um potencial de ação e depois começam a se abrir de novo, espontaneamente, após o término do potencial de ação. 1. A abertura espontânea dos canais de Na+ marca-passo gera um aumento progressivo na permeabilidade ao Na+. O aumento na permeabilidade ao Na+ permite que o Na+ extracelular entre na célula, o que irá despolarizar a célula em direção ao limiar. 2. Ao final de um potencial de ação, a permeabilidade das células marca- passo ao K+ é alta, pois a maioria dos canais de K+ está aberta. Então, alguns canais de K+ começam a se fechar. Conforme a permeabilidade ao K+ diminui, menos K+ sai da célula, o que deixa a célula com carga Medicina Veterinária Fisiologia Rebeca Woset CARDIOVASCULAR progressivamente menos negativa em seu interior. 3. Tardiamente no potencial marca- passo, logo após a célula alcançar o seu limiar, os canais lentos de Ca2+ começam a abrir e a permeabilidade ao Ca2+ começa a aumentar. A resultante entrada de Ca2+ para o interior da célula acelera sua aproximação final do limiar. Portanto, o potencial marca-passo é causado pela abertura dos canais de Na+ marca-passo, pelo fechamento dos canais de K+ e (tardiamente no processo) pela abertura dos canais de Ca2+. O principal íon responsável pelo potencial de ação na célula marca-passo é o Ca2+. Quando o limiar é atingido, abrem-se muitos dos canais lentos de Ca2+ da célula. ELETROCARDIOGRAMA Voltagem produzida pelo pequeno número de células no nó AS para ser detectada na superfície do corpo. ONDA P Primeira manifestação de registo. Despolarização atrial. Segmento P-R (trânsito do estímulo pelo atrioventricular. COMPLEXO QRS Troca de carga elétrica, despolarização ventricular. Coincide com a fase O do potencial de ação. ST Platô ONDA T Repolarização ventricular. A duração do complexo QRS representa a propagação dos impulsos através do M. Ventricular e constitui uma medida de tempo de condução intraventricular. O intervalo Q-T, medido no início de Q até o final de T, reflete a duração aproximada da sístole ventricular e o período refratário ventricular. O CORAÇÃO COMO UMA BOMBA DC = FC X VE O aumento no volume diastólico final ventricular causa um aumento no volume ejetado. O volume diastólico final ventricular é determinado pela pré-carga ventricular, pela complacência ventricular e pelo tempo de enchimento diastólico. O aumento na frequência cardíaca não aumenta substancialmente odébito cardíaco a menos que o volume ejetado seja mantido. CADA BATIMENTO CARDÍACO É CONSTITUÍDO POR UMA SÍSTOLE VENTRICULAR E POR UMA DIÁSTOLE VENTRICULAR Em cada ciclo cardíaco (pulsação) o ventrículo esquerdo recebe um volume de sangue das veias pulmonares do átrio esquerdo e, em seguida, ejeta para a aorta. O ventrículo direito recebe um volume semelhante de sangue das veias sistêmicas e do átrio direito, e depois ejeta o sangue na artéria pulmonar. Os ventrículos não se esvaziam completamente durante a sístole. Cada ventrículo de um cão de porte grande contém cerca de 60 mL de sangue no final da diástole. Isso é chamado de volume diastólico final. Durante a sístole, cerca de 30 mL desse sangue são ejetados de cada ventrículo, porém 30 mL permanecem. Isso é chamado de volume sistólico final. O volume de sangue ejetado de um ventrículo em um batimento cardíaco é Medicina Veterinária Fisiologia Rebeca Woset CARDIOVASCULAR chamado de volume ejetado, expresso como se segue: Vol ejetado = vol diastólico final – vol sistólico final. O fechamento da valva aórtica demarca o fim da sístole e o começo da diástole ventricular. 1. CONTRAÇÃO ATRIAL: Na diástole do coração, os átrios e ventrículos estão em repouso, as válvulas atrioventriculares estão abertas e o sangue flui para átrios e ventrículos. O nodo SA despolariza-se, conduzindo o potencial de ação p/ átrios que se contraem, deslocando sangue para os ventrículos e completando seu enchimento. 2. CONTRAÇÃO ISOVOLUMETRICA VENTRICULAR: 3. EJEÇÃO VENTRICULAR RÁPIDA: 4. EJEÇÃO VENTRICULAR LENTA: Nessa fase ocorre a repolarização dos ventrículos. 5. RELAXAMENTO ISOVOLUMETRICO VENTRICULAR 6. ENCHIMENTO RÁPIDO E LENTO VENTRICULAR; Quando a pressão dos ventrículos cai abaixo da pressão atrial as válvulas atrioventriculares abrem- se iniciando um novo ciclo. Na diástole do coração, os átrios e ventrículos estão em repouso, as válvulas atrioventriculares estão abertas e o sangue flui para átrios e ventrículos. O nodo SA despolariza-se, conduzindo o potencial de ação p/ átrios que se contraem, deslocando sangue para os ventrículos e completando seu enchimento e fechando as válvulas atrioventriculares, tendo a 1 bulha cardiaca. O sangue não é imediatamente ejetado dos ventrículos para a circulação no começo da sístole, porque as válvulas semilunares permanecem fechadas até que a pressão dos ventrículos exceda a pressão das válvulas semilunares. A pressão ventricular aumenta mais que a da aorta, abrindo as válvulas semilunares ocorrendo uma ejeção rápida de sangue, que puxa uma ejeção lenta, o ventrículo começa a repolarizar e relaxa, válvulas seminulares se fecham ocorrendo a 2 bulha cardíaca. A pressão do ventrículo fica menor que a do átrio, as válvulas atrioventriculares se abrem e ocorre o enchimento rápido do ventrículo seguido pelo lento, após isso tem a despolarização atrial e então contração atrial. Por definição, o ciclo cardíaco é dividido em sístole e diástole ventriculares. O fechamento da valva mitral marca o início da sístole ventricular. O fechamento da valva aórtica marca o início da diástole ventricular. Note que a sístole atrial acontece durante a diástole ventricular. A no ventrículo direito e na artéria pulmonar é de apenas 20 mm Hg, enquanto a pressão sistólica no lado esquerdo do coração atinge os 120 mm Hg. Primeira bulha cardíaca: fechamento das valvas AV. Segunda bulha: Fechamento das válvulas SL. Terceira bulha: Enchimento rápido do ventrículo Quarta bulha: Ocorre no final da diástole, durante a sístole atrial. O DÉBITO CARDÍACO É IGUAL À FREQUÊNCIA CARDÍACA MULTIPLICADA PELO VOLUME EJETADO Débito cardíaco é o volume de sangue bombeado pelos ventrículos em 1 minuto. DÉBITO CARDÍACO = VOLUME EJTADO X FC Débito cardíaco pode ser aumentado apenas se a frequência cardíaca aumentar, se o volume injetado aumentar, ou se ambos aumentarem. VOLUME DIASTÓLICO FINAL VENTRICULAR Pré-carga ventricular: é a pressão durante o enchimento ventricular. Medicina Veterinária Fisiologia Rebeca Woset CARDIOVASCULAR Aumentos da pré-carga ventricular causam aumento no volume diastólico final, e o aumento do volume diastólico final causa aumento no volume ejetado. Complacência ventricular: é a medida da facilidade com que as paredes ventriculares distendem-se para acomodar o sangue que entra durante a diástole. Enchimento diastólico: período de tempo disponível para o ventrículo encher durante a diástole. VOLUME SISTÓLICO FINAL VENTRICULAR Contratilidade: capacidade de bombeamento do ventrículo. Se tem a contratilidade aumentada, tem menos volume sistólico final. ATIVIDADE SIMPÁTICA Aumenta a contratilidade cardíaca: ventrículos esvaziam-se mais completamente em cada batimento. Encurta a duração da sístole: preserva o tempo de enchimento ventricular. CIRCULAÇÃO SISTÊMICA E PULMONAR A pressão arterial é determinada pelo débito cardíaco e pela resistência periférica total. A circulação sistêmica tem a aorta como seu ponto de entrada e a veia cava como seu ponto de saída. O sangue entra na circulação central pela veia cava e sai da circulação central pela aorta. A pressão na aorta é de 90 e na veia cada de 3 e a diferença entre as duas (93) consiste na força motriz p/ circulação de sangue, por fluxo de massa, através da circulação sistêmica. Diferença da entrada e saída de um tubo é chamada de pressão de perfusão. A Resistência vascular é definida como a pressão de perfusão dividida pelo fluxo. Quanto maior resistência, menor fluxo, maior pressão.
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