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TOXICOLOGIA DOS PRAGUICIDAS

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Toxicologia dos 
Praguicidas 
 
Praguicidas: substância química, 
natural ou sintética, empregada 
para matar, repelir ou mitigar 
pragas. 
Praga: tudo aquilo que ataca, lesa 
ou transmite enfermidade as 
plantas, aos animais e ao homem, 
como erva daninhas, fungos, 
insetos, carrapatos, aracnídeos, 
roedores ou qualquer outra forma 
de vida vegetal ou animal 
considerada danosa a saúde e ao 
bem-estar do homem, a lavoura, 
a pecuária e aos sus produtos e 
matérias-primas alimentares. 
A legislação brasileira refere-se a 
eles como agrotóxicos e afins. 
Agrotóxicos: produtos e agentes 
de processos físicos, químicos ou 
biológicos, destinados ao uso nos 
setores de produção, no 
armazenamento e beneficiamento 
de produtos agrícolas, nas 
pastagens, na proteção de 
florestas, nativas ou implantadas 
e de outros ecossistemas e 
também de ambientes urbanos, 
hídricos e industriais, cuja 
finalidade seja alterar a 
composição da flora ou da fauna, 
a fim de preservá-la da ação 
danosa de seres vivos 
considerados nocivos. São 
também componentes desse 
 
 
 
 
 
grupo, as substâncias e produtos, 
empregados como desfolhantes, 
dessecantes, estimuladores e 
inibidores de crescimento. 
 Nenhum praguicida é 
totalmente seguro, mesmo tendo 
registro pela ANVISA e MAPA e 
sendo utilizado de forma 
adequada, seguindo as 
recomendações do fabricante, ele 
apresenta potencial de exercer 
efeitos nocivos sobre a vida 
selvagem, solo e microflora, 
organismos aquáticos e sobre a 
saúde humana e animal, tendo em 
vista que uma parte dessa 
substância pode vir a atingir e ser 
nociva a outras espécies não-alvo. 
 No Brasil o uso de 
praguicidas é ilegal, porém é 
comum a utilização dos altamente 
tóxicos com a finalidade de 
intoxicar animais domésticos. 
 O Aldicarb, mesmo sendo 
de uso restrito na agricultura, é 
utilizado para a intoxicação 
criminosa de animais como cães 
e gatos. 
Conceitos importantes 
Bioacumulação: é o acúmulo de 
determinada substância química 
presente no meio ambiente em 
um organismo vivo. 
Biomagnificação: processo pelo 
qual uma substância é absorvida 
por um organismo e, por 
intermédio da cadeia alimentar, 
vai se acumulando em 
concentrações cada vez maiores 
nos indivíduos dos níveis tróficos 
superiores. 
Classificação dos praguicidas 
Os de maior incidência e 
gravidade das intoxicações são: 
Inibidores da colinesterase: 
Carbamatas e Organosfosforados; 
Inseticidas Piretroídes; 
Inseticidas Organoclorados; 
Herbicidas; 
 A classificação é baseada 
com o tipo de praga a ser 
controlada, de acordo com sua 
estrutura química ou com a 
finalidade em que é utilizado. 
 Para fins toxicológicos, 
normalmente eles são 
classificados de acordo com sua 
finalidade de utilização associado 
a estrutura química do praguicida: 
Inseticidas, Herbicidas, Fungicidas, 
Acaricidas, Raticidas ou 
Rodenticidas. 
Organoclorados 
 Foram os primeiros 
praguicidas a surgirem, sua ação 
sobre insetos e pragas foi 
descoberta em 1939. 
Vantagens: baixa volatibilidade, 
alta estabilidade química, alta 
solubilidade lipídica, baixa taxa de 
biotransformação e degradação, 
baixo custo. 
Desvantagens: alta persistência no 
ambiente, elevada toxicidade, 
capacidade de bioacumulação, 
alta biomagnificação. 
 Foi proibido no Brasil em 
1989, porém ainda são utilizados 
no combate a formigas, cupins e 
na saúde publica para combater 
insetos vetores de doenças. 
 Por serem lipossolúveis, 
acumulam-se em proporção 
crescente no tecido adiposo dos 
animais. 
 A exposição pode ser de 
maneira indireta através da 
contaminação do ambiente e dos 
alimentos ou pode ser direta por 
meio da manipulação do 
praguicida. 
Absorção: via oral, respiratória e 
dérmica 
Armazenamento: tecido adiposo 
ou órgãos com alto teor de 
gordura como fígado, rins e 
tecido nervoso. 
Susceptibilidade de acordo com a 
espécie: 
 
 
 
 
 
 Sinais de intoxicação 
 Vão variar de acordo com 
a estrutura química envolvida, 
mecanismo de ação do composto, 
dose aplicada e vias de 
exposição. 
Parestesia da língua, lábio e face; 
Aumento da susceptibilidade a 
estímulos externos (luz, toque e 
sons); 
Irritabilidade; 
Ataxia; 
Alteração da marcha; 
Tremores; 
Convulsões tônico-clônicas; 
Intoxicações crônicas: 
Perde de peso; 
Anorexia; 
Anemia; 
Tremores; 
Fraqueza muscular; 
Hiperexcitabilidade; 
Alterações morfológicas no fígado 
(necropsia). 
Diagnóstico 
 Se baseia nos dados na 
anamnese e sinais clínicos 
 Análise laboratorial de 
presença e quantidade de 
praguicida no organismo por 
cromatografia gasosa: sangue 2 – 
5ml ou tecido adiposo 5 – 10g 
Diagnóstico diferencial: é muito 
parecido com intoxicação por 
piretroides, organofosforados e 
metaldeído, estricnina, nicotina, 
aminopiridina ou patologias como 
pseudo-raiva e meningite. 
Tratamento 
 Não possui antidoto, então 
o tratamento é baseado na 
terapia de suporte-sintomático 
Se a via de contato foi a via 
dérmica: banho com água 
corrente e sabão neutro para 
eliminar resíduo da pele e pelos, 
pode ser realizada tosa. 
Via ocular: água limpa corrente 
imediatamente. 
Ingestão: lavagem gástrica, carvão 
ativado, catárticos com óleo 
mineral, diuréticos e bicarbonato 
de sódio. 
 Nunca, jamais deve ser 
administrado leite ou substância 
gordurosa, pois isso irá facilitar a 
absorção do praguicida. 
 Não se deve fazer a 
indução a êmese pelo risco de 
convulsão e depressão 
respiratória, pois irá ter uma 
grande absorção do 
organoclorado pelas mucosas. 
 
Piretroides 
 Foram lançados no 
mercado em 1980. Possuem uma 
alta seletividade tanto para praga 
quanto para mamífero, grande 
eficácia, baixa fotoestabilidade e 
alta biodegradabilidade. 
 São utilizados para 
combater ácaros, carrapatos, 
moscas, pulgas e piolhos, 
principalmente nas formas de 
pulverização e pour-on. 
 A exposição pode ser de 
forma direta por meio da 
manipulação do praguicida ou de 
forma indireta por contaminação 
do ambiente e alimentos. 
Absorção: via oral, respiratória e 
dérmica. 
Biotransformação: trato 
gastrointestinal. 
Eliminação: principalmente através 
da urina e um pouco através das 
fezes. 
Eles não se acumulam no 
organismo. 
Sinais de intoxicação 
 Irão variar de acordo com 
a estrutura química envolvida, 
mecanismo de ação do composto, 
dose aplicada e vias de 
exposição. 
 Os sinais clínicos evoluem 
para a morte por parada 
cardiorrespiratória ou para 
recuperação dentro de 24-72 
horas. Por isso se deve manter o 
animal intoxicado por piretroide 
em observação por no mínimo 72 
horas. 
Salivação; 
Vômito; 
Hiperexcitabilidade; 
Tremores e convulsões 
Dispneia 
Fraqueza 
Prostração e morte 
 
Diagnóstico 
 Baseado na anamnese e na 
apresentação dos sinais clínicos. 
 Análise laboratorial de 
tecido hepático e cerebral para 
investigar a presença de 
piretroide, mas é de difícil 
detecção. 
Diagnóstico diferencial: é muito 
parecido com intoxicação por 
organoclorados, organofosforados 
e metaldeído, estricnina, nicotina, 
aminopiridina ou patologias como 
pseudo-raiva e meningite. 
Tratamento 
 Também não possui 
antidoto, então o tratamento é de 
suporte-sintomático. 
Se a via de contato foi a dérmica: 
banho com água corrente e 
sabão neutro para eliminar 
resíduos da pele e pelos. 
Olhos: água limpa corrente 
imediatamente. 
Ingestão: lavagem gástrica, carvão 
ativado e catárticos salino. 
 
Organofosforados e Carbamatos 
 Teve seu uso intensificado 
com a proibição do uso de 
organoclorados. 
 Possuem ação inseticida, 
acaricida, nematicida, fungicida e 
herbicida de pragas agrícolas. 
Vantagens: ação eficiente, baixa 
persistência no meio ambiente, 
não sofrem bioacumulação e 
biomagnificação. 
O Albicarb pertence a essa 
classificação, é um praguicida 
carbamatopara uso exclusivo na 
agricultura e é apontado como 
um dos principais agentes para 
intoxicações criminosas de 
animais domésticos no Brasil, 
popularmente é chamado de 
chumbinho. 
Absorção: dérmica (lesada ou em 
alta temperatura), respiratória e 
oral. 
Distribuição: todos os tecidos, 
podendo atravessar barreira 
hematoencefálica e placentária. 
Biotransformação: hepática. 
Eliminação: através da urina e 
fezes e algumas moléculas pelo 
leite. 
Sinais clínicos 
 Irão variar de acordo com 
a estrutura química envolvida, 
mecanismo de ação do composto, 
dose aplicada e vias de 
exposição. 
Broncoconstrição 
Miose 
Sialorreia 
Náuseas 
Vômito 
Expectotação 
Sudorese 
Incontinência urinaria 
Cólica abdominal 
Diarreia 
Bradicardia 
Taquicardia 
Hipertensão 
Tremores 
Fraqueza muscular 
Paralisia flácida 
Diagnóstico 
 Baseado na anamnese e na 
apresentação dos sinais clínicos. 
 Análise laboratorial do 
conteúdo estomacal ou ruminal 
ou das iscas em casos de 
intoxicação intencional por 
cromatografia em camada 
delgada ou gasosa. 
Tratamento 
 Atendimento rápido e 
identificação da intoxicação por 
organofosforado ou carbamatos é 
fundamental para o sucesso do 
atendimento. 
 Tratamento deve ser de 
suporte-sintomático 
Se foi por via dérmica: banho com 
água corrente e sabão neutro 
para eliminar resíduo da pele e 
pelos. Pode ser feito tosa. 
Via respiratória: tirar o animal do 
local e reverter os sinais de 
dificuldade respiratória. 
Olhos: água limpa corrente 
imediatamente. 
Ingestão: lavagem gástrica (até 2 
horas), carvão ativado, indução de 
êmese (pacientes conscientes e 
alertas). 
 
Herbicidas, fungicidas e 
acaricidas 
Herbicidas: utilizados para 
combater e controlar ervas ou 
plantas daninhas que podem 
comprometer a produtividade 
agrícola ou agropecuária. 
Fungicidas: utilizados para 
combater fungos que podem 
comprometer a produtividade 
agrícola ou agropecuária. O 
principal uso é para conservação 
de grãos que servirão direta ou 
indiretamente para consumo 
humano e animal. 
Acaricidas: utilizados para 
combater e controlar ácaros que 
podem comprometer a 
produtividade agrícola ou 
agropecuária. Muitos são 
aplicados diretamente na pele dos 
animais. Acaricidas de uso tópico 
devem ser utilizados com cuidado, 
pis a pele do animal deve estar 
integra e fatores ambientais como 
temperatura e umidade podem 
favorecer a absorção dérmica. 
Além disso, os animais podem 
lamber o produto, podendo levar 
a quadros de intoxicação. 
Absorção: via oral (água e 
alimento), respiratória e dérmica. 
Biotransformação: depende da 
lipossolubilidade da molécula, 
quanto mais lipossolúvel, maior o 
esforço para biotransformar e 
posteriormente eliminar. 
Eliminação: leite(principal), urina e 
fezes. 
Sinais clínicos 
Não são tão estabelecidos como 
outros praguicidas. 
Náusea 
Vômito 
Diarreia fétida 
Dor abdominal 
Disfagia 
Ulceração 
Necrose na boca e esôfago 
Dispneia 
Estertores pulmonares 
Edema pulmonar 
Hipoxia 
Cianose 
Insuficiência renal 
Dermatite 
Diagnóstico 
 Baseado na anamnese e na 
apresentação dos sinais clínicos. 
 Análise laboratorial de 
tecidos ou conteúdo estomacal 
ou ruminal por cromatografia 
gasosa. 
Tratamento 
 Tratamento deve ser de 
suporte-sintomático 
Se foi por via dérmica: banho com 
água corrente e sabão neutro 
para eliminar resíduo da pele e 
pelos. Pode ser feito tosa. 
Olhos: água limpa corrente 
imediatamente. 
Ingestão: lavagem gástrica (até 2 
horas), carvão ativado. Não é 
recomendado a êmese, pois esses 
produtos causam danos e lesões 
as mucosas por onde irão passar. 
 
Raticidas 
 Também denominados 
rodenticidas, são preparações 
destinadas ao combate de ratos, 
camundongos e outros roedores 
em domicílios, embarcações, 
recintos e lugares de uso público, 
contendo substâncias ativas, 
isoladas ou em associação, que 
não oferecem risco a vida ou a 
saúde dos homens e dos animais 
quando aplicados de acordo com 
as recomendações contidas em 
sua apresentação. 
 Todos os rodenticidas 
liberados no Brasil são do tipo 
anticoagulante de efeito crônico. 
Porém, a casos de intoxicação 
criminosas envolvendo 
substâncias raticidas de uso 
proibido no país, como composto 
1080, ANTU e estricnina. 
Anticoagulantes 
Formas de apresentação: 
Pós de contato: uso exclusivo 
profissional. É um pó fino 
colocado no caminho dos 
roedores, a substância se adere a 
pele e pelos. 
Iscas: atraem os roedores pelo 
olfato e paladar, a coloração não 
importa, visto que os roedores 
não distinguem cores. 
Premix: utilizados quando a oferta 
de alimento de qualidade é tão 
grande que as iscas não atraem 
os roedores (granja). O premix é 
misturado a esses alimentos e 
colocada perto das tocas dos 
roedores. 
Não é permitido formulações 
liquidas, pastas, pós solúveis, pós 
molháveis ou iscas em pó. 
Classificação quanto a geração: 
Dose múltipla: são derivados da 
cumarina. O roedor não associa 
a morte com a ingestão, a dose 
é baixa e são mais seguros com 
relação a intoxicações acidentais. 
Dose única: são derivados de 
idantiona. São mais tóxicos e o 
roedor pode associar a morte 
com a ingestão. 
Sinais clínicos 
Aparecimento súbito: 
Depressão 
Palidez 
Dispneia 
Tosse 
Hematomas (pelo efeito 
anticoagulante do raticida) 
Diagnostico 
Durante a anamnese o tutor pode 
relatar mudança de coloração 
azul/rosa/verde nas fezes, devido 
ao corante da isca que não é 
digerível. 
Teste do tempo de protrombina. 
Post-mortem: pesquisa de 
anticoagulante no fígado 
Tratamento 
Eméticos, carvão ativado e 
catártico. 
Hemorragias: corrigir hipovolemia, 
coagulopatia e disfunção de 
órgão afetados (principalmente 
pumão). 
Tratamento específico: administrar 
vitamina K por via subcutânea e 
fazer manutenção a casa 8-12 
horas.

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