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O que são zootoxinas? É qualquer substância toxica que é produzida por animais como serpente, aranha, escorpião, sapo. E essas substâncias são responsáveis por algumas reações no organismo da pessoa ou animal que entrar em contato com essa zootoxina. Importância dentro da medicina veterinária. Pelo fato de os acidentes ofídicos não serem de notificação obrigatória não se sabe a real incidência deles. É o quadro decorrente da inoculação de veneno no organismo do indivíduo por uma serpente, desencadeando alteração no local atingido e em outras regiões do corpo do animal. Este soro é produzido em cavalos, e estes têm que ser expostos a uma hiperimunização. Essa hiperimunização consiste em um pool de venenos que estão atenuados. Este processo faz com que o sistema imune do cavalo produza anticorpos específicos contra cada tipo de veneno que continha no pool. O soro antiofídico é específico para cada espécie e por esse motivo se tem a necessidade de saber qual a espécie que estava envolvida no acidente. É comum a espécie de serpente Bothrops jararaca (Jararaca), Bothrops alternatus (Urutu), Bothrops moojeni (Caiçara), Bothrops neuwiedi (Jararaca pintada), Bothrops jararacuçu (Jararacuçu) Correspondem a cerca de 85-90% do total dos acidentes por serpentes. Todos os mamíferos apresentam susceptibilidade para o evento botrópico, entretanto dependendo da espécie do animal que for acometido terá uma diferença de sensibilidade. Os felinos apresentam menor sensibilidade, seguido de suínos, cães, cabrinos, bovinos, ovelhas e equinos que são os mais sensíveis. Os suínos apresentam uma maior resistência, ou seja, menor sensibilidade pela presença de substâncias que estão contidas no soro do sangue dessa espécie e essas substâncias conseguem neutralizar os antígenos ofídicos. Cães, gatos e suínos: focinho e membros anteriores Equinos: região da cabeça Caprinos, ovinos e bovinos: região da cabeça, membros e úbere. Irá variar de acordo com a sensibilidade do animal mediante ao veneno, da quantidade de veneno que foi inoculada, do local afetado, do tempo decorrido até que se teve o tratamento. As lesões podem ser locais ou sistêmicas, pode haver hemorragias, exsudações e edemas logo após o acidente. Sinais sistêmicos: prostração, inapetência, apatia, taquipneia. Sinais locais: dor intensa, edema, eritema e hemorragias seguida de necrose tecidual com aspecto gelatinoso no local da picada, ao passar do tempo a necrose agrava e desenvolve isquemia local. Quando a lesão é na região do focinho é comum que ocorra dispneia e insuficiência respiratória por conta do edema. Não existe exame para determinar um diagnóstico definitivo. Ele se baseia na anamnese e no quadro clínico. Utilização de soro antibotrópico ou antibotrópico-crotálica via intravenoa, pois é a via de efeito mais rápido. Não se avalia o peso do animal para o cálculo da quantidade de sora, mas sim a quantidade de veneno que foi inoculado. A administração deve ser de uma dose que neutralize no mínimo 100mg do veneno botrópico. Em alguns casos o animal pode apresentar uma reação ao soro, por conta deste soro ser muito enriquecido em imunoglobulinas e outros compostos. Nesses casos se deve fazer uma terapia de suporte para a sintomatologia clínica desses animais. Não se deve fazer torniquetes, pois eles têm efeito proteolítico, muito menos fazer cortes na região da picada, pois pode gerar uma hemorragia e o animal vir a óbito. Manter o animal em observação por cerca de 72 horas após o acidente. Não são responsáveis pela maioria dos acidentes ofídicos, porém as serpentes do gênero Crotatus sãos responsáveis pela maior parte dos casos letais. São ocasionados pelas espécies conhecidas popularmente como Cascavel, Cascavel-quatro-ventas, Boicininga, Maracambola, Maracá. É classificado de acordo com a apresentação de alguns sinais clínicos: Nem sempre todos os sinais clínicos irão estar presente: Transtorno de locomoção Fasciculações musculares Flacidez da musculatura facial Sialorreia Ptose palpebral Midríase Oftalmoplegia Disfagia Alteração na fonação Insuficiência respiratória aguda Depressão neurológica grave Para animais de grande e pequeno porte que residem em áreas rurais o atendimento é tardio, normalmente quando os animais já estão apresentando sintomatologia sistêmica. Para o diagnostico definitivo e uso do soro antiofídico específico é importante que a serpente seja captura, o que nem sempre é possível. Quando os animais apresentam sinais clínicos discretos é muito importante mantê-lo em observação, pois será considerado um quadro grave pelas alterações sistêmicas que pode ocorrer. Dá mesma forma que os acidentes botrópicos, o diagnostico irá se basear na anamnese e na apresentação clínica. Pois não existe nenhum exame que identifique qual foi a cobra que causou o acidente ou se realmente foi uma cobra. Consiste na soroterapia com o uso do soro anticrotálico ou antibotrópico-crotálico também por via intravenosa Deve ser utilizada uma dose que neutralize no mínimo 50mg do veneno crotálico, porém pode ser que não se tenha uma boa resposta em relação ao tempo de coagulação e a depressão neurológica com essa dose, então pode se reaplicar mais metade da dose no animal. Mante-lo em observação por 72 horas. É difícil de se ter um controle sobre a ocorrência desses acidentes, ainda mais quando se trata de área rural. O que se recomenda é fazer a limpeza das pastagens, evitar que os animais frequentem área onde o campo está sujo, com presença de roedores, evitar também que os animais transitem por locais com bastante pedras, pois algumas espécies de serpentes se alojam nesses locais, Este tipo de acidente entre animais e abelhas normalmente se caracteriza por múltiplas picadas de abelhas o que desencadeia um quadro grave de reações toxicas e alérgicas. Dependendo do animal, uma única picada já causa um quadro de alergia ou toxico. Geralmente as picadas são na região do nariz, olhos e boca. Porém quando é um caso de múltiplas picadas, as ferroadas são pelo corpo todo. Animais de pelagem escura são mais acometidos dos que os de pelagem clara, pelo fato das abelhas serem atraídas por cores mais escuras do que claras. Quando se trata de animais que não são alérgicos, uma ou poucas picadas de abelhas os sinais se limitam a uma reação inflamatória local Quando o animal é sensível, irá desenvolver uma reação de hipersensibilidade tipo 1 ou choque anafilático, mesmo que tenha sido uma única picada. O quadro clínico de um animal que sofre múltiplas picadas de abelhas, sofre ação das toxinas que estão presente nas secreções das abelhas. Esse animal poderá apresentar agitação, náuseas, êmese, hipotensão, fraqueza generalizada, torpor, taquicardia, taquipneia, edema pulmonar, mialgia generalizada, incoordenação, tremores e espasmos, nistagmos, convulsões e coma. Na maioria dos casos é fácil de ser diagnosticado, tanto quando envolve uma única ferroada quando são várias ferroadas. Isso se dá pelo fato da presença do ferrão. O prognostico se relaciona com a quantidade de picadas por Kg de peso vivo. Quando se trata de animais com menos de 14 picadas/Kg eles geralmente sobrevivem, quando é acima de 24 picadas/Kg o animal não resiste. Tratamento Não existe antiveneno específico para o tratamento de múltiplas picadas. Se faz tratamento de suporte- sintomático e monitoramento constante ao paciente. Os ferrões devem ser removidos com o auxílio de uma pinça bem rente a pele ou raspar o pelo dos animais para garantir que o ferrão tenha sido removido por completo. Nem todos os sapos apresentam secreções toxicas que são capazes de levar o animal envenenado a morte. Os acidentes são mais comuns com cães e gatos. Os sapos não apresentamaparelho de inoculação do veneno, mas são considerados venenosos por possuírem glândulas na superfície da pele que fazem a produção de veneno de alta toxicidade. Os animais podem ser envenenados quando por curiosidade abocanham ou ingerem o sapo e então ocorre a liberação do veneno pela mucosa ou por um ferimento da pele. Surgem logo após o acidente Quando o envenenamento é leve o animal irá apresentar irritação da mucosa ora e sialorreia. Em casos de envenenamento moderado o animal poderá apresentar vômito, depressão, fraqueza, ataxia com andar em círculos, anormalidade do ritmo cardíaco, evacuação e micção espontânea. Nos casos de envenenamento grave vão apresentar salivação excessiva seguida de prostração, arritmia cardíaca, edema pulmonar e cianose, convulsão e morte. É realizado a partir da anamnese, porém alguns tutores não associam com a presença de sapos, quando se suspeita, por isso se deve perguntar se no local onde o animal estava tinha sapos. Lavar a região com água em abundância. Fazer tratamento de suporte sintomático e monitorar o animal por 72 horas. Dentro da medicina veterinária não se tem muitos relatos, A espécie Tityus serralatus é a de maior importância pela gravidade dos acidentes que provaca em humanos. Dor local Sudorese Êmese Hipermotilidade gastrintestinal Agitação Desorientação Hiperatividade Convulsão A concentração plasmática do veneno e a sensibilidade individual do animal interferem na gravidade do acidente, podendo causar a morte do animal em poucas horas após a ocorrência. Administração de antidoto que é o soro antiescorpiônico ou antiaracnídeo. Não se tem disponibilidade do soro para animais, muitos médicos veterinários utilizam a prazosina como um “antidoto farmacológico” para competirem com os sítios de ação do veneno do escorpião. Se deve fazer suporte-sintomático. As aranhas de interesse em medicina veterinária são as que pertencem ao gênero Loxoscole (aranha marrom) e Phoneutria (aranha armadeira). Acidentes relatados são pouco frequentes na medicina veterinária. Aranha marrom: No momento da picada não produz dor, após 12 horas é que se iniciam os sintomas de dor, inchaço, mal- estar e febre. A lesão inflamatória pode evoluir para necrose e ulceração. Podem ter sinais sistêmicos como anemia, icterícia e hemoglobinúria. Aranha armadeira: Imediatamente após a picada já se tem dor intensa, apresentando edema e eritema. Pode causar náuseas e vômito, taquicardia, sudorese e agitação psicomotora. Casos graves podem vir a evoluir para arritmias cardíacas, insuficiência cardíaca, edema pulmonar, convulsões e coma. Diagnóstico Anamnese, mais precisamente identificar com o tutor se o animal pode ter tido contato com essas aranhas. Administração de antídoto que é o soro antiescorpiônico ou antiaracnídeo. Porém não é disponível para animais. Uso de anti-inflamatórios não esteroidais. Fazer compressas de água fria para ocorrer uma vasoconstrição e com isso diminuir a dissolução do veneno e lavagem com soluções antissépticas no local da picada. Tratamento de suporte-sintomático.