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Farmacologia e toxicologia veterinária II - Animais Peçonhentos

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🐾 Andressa Sousa Santos 🐾 
 
Farmacologia e Toxicologia Veterinária II 
Tema: Animais Peçonhentos 
 
 Toxinas 
 
Quando se é falado de toxinas, pode ser citada em diversos aspectos: 
• Patológico: Quais lesões relacionadas ao tipo de toxina se é age localmente ou age a distância? 
Causa sinais sistêmicos? 
• Químico: Composição da toxina. (Várias substâncias, e cada uma tem um efeito no caso da cascavel 
por exemplo se tem ação local e sistêmica, devido os diferentes tipos de substâncias dentro dessa 
toxina.) 
• Clínico: Sintomas e tratamento. 
• Toxicológico: Mecanismo de ação, ou seja, como vai acontecer e quanto tempo a toxina vai demorar 
para entrar na circulação. 
 
 Toxicidade 
 
Depende da dose, via de exposição e susceptibilidade individual . 
Quando é falado sobre acidentes com animais peçonhentos, vai estar diretamente relacionada a 
quantidade de toxina que entrou em contato com animal acometido. 
A susceptibilidade individual é quando por exemplo um paciente que já tem um problema renal, e 
teve contato com uma toxina que é nefrotóxica, ele apresentar muito mais sintomas, do que outro 
paciente que não tem esse mesmo problema. 
Via de exposição, afinal aonde o paciente foi picado? Pata? Face? E por esse motivo a absorção da 
toxina pode ser facilitada, ou seja, dependendo do local a toxinas pode haver mais efeitos nocivos. 
Exemplo para ficar claro: chegou no HOVET um cão que foi picado na região do pescoço e por esse 
motivo pode ocasionar a dificuldades respiratórias, agora diferente de outro animal que chega com 
uma picada na pata aqui pode causar dor, inchaço, mas não vai causar uma alteração sistêmica grave. 
 
 Serpentes ou Cobras 
- Animal vertebrado 
- Corpo alongado 
- Com escamas 
- Ausências de membros locomotores (sua locomoção somente por movimentos) 
- Língua bífida 
- Olhos sem pálpebras (ficam sempre abertos) 
- Pecilotérmicos (temperatura as vezes vai variar de acordo com o ambiente. Então, é muito comum 
observar que em dias mais frios, as cobras estarão procurando locais mais quentes. Estarão em cima 
de pedras, ou em região de estrada próxima de mata fechada, ficam no asfalto). 
- Disposição dos órgãos são alongadas (Acompanha o corpo da serpente). 
- Não possui bexiga urinária. 
- Adaptadas aos diversos tipos de ambientes (Cada spp. pode ficar um local). 
 
Existe diferença entre os animais peçonhentos e animais venenosos: 
• Animais Peçonhentos: Contém o órgão inoculador, inocula o veneno. 
• Animais Venenosos: não possui esse órgão, mas produz também substâncias tóxicas para outros 
animais. 
 
 Peçonhentas X Não peçonhentas 
 
Peçonhentas: 
- Formato da pupila: No geral tem pupila em formato de fenda (vertical). 
- Presença do órgão chamado de fosseta loreal (auxiliam na visam dela, a localizar o ambiente, a 
presa). 
 
 
- Cauda: Que reduz seu diâmetro. 
 
 
- Cabeça no formato triangular, mas não é regra vou citar um exemplo cobra coral. 
- Dentição. 
 
Não peçonhentas (exemplo coral falsa) tem dois tipos: 
 • Áglifas: Dentes maxilares superiores são aproximadamente do mesmo tamanho, parecidos com 
os inferiores. 
 • Opistóglifas: Dentes maxilares superiores são aproximadamente do mesmo tamanho, parecidos 
com os inferiores, mas possuem os dentes maiores do final. 
 
Peçonhentas podem ser: 
 • Proteróglifas: Presença de presas anteriores, e é por ela que irá inocular a toxina. 
 • Solenóglifas: Presenças de I ou mais pares de presas anteriores e inseridas no osso maxilar. E essas 
presas são móveis, o que permite que movimente essa presa para a frente, no momento do ataque. 
 
Não peçonhentas: 
 - Sem fosseta loreal 
 - Olhos arredondados 
 
Exceção: A cobra coral e uma espécie peçonhenta, porém não possui fosseta loreal, sua cabeça e 
arredondada e são proteróglifas. 
 
 Acidente Botropico 
 
 Bothrops 
 
Essa espécie é mais conhecida como Jararaca, Jararacuçu, Urutu e Cruzeira (os dois últimos nomes é 
mais utilizados nas áreas do interior). 
- Possuem cabeça triangular, fosseta loreal, cauda lisa e presa inoculadora de veneno. 
Esse acidente representa em cerca de 85 - 90% em casos de acidentes ofídicos em pequenos animais, 
ou seja, a maioria dos acidentes ofídicos é com está cobra. 
 
 Epidemiologia 
 
Está distribuída por todo Brasil e por essa razão existe mais casos de acidentes com ela. 
Temos presença na região amazônica, em São Paulo pegando o Nordeste, na região Sul, Sudeste e 
Centro Oeste. 
 
Sintomas 
- Alterações cardiorrespiratórias hipotensão e taquipneia (muito comum). 
 • No caso da taquipneia está relacionada a dor, o local da picada fica extremamente dolorido e 
também pode estar associado a localização da região que sofreu a inoculação. Então, tendo um 
paciente que sofreu a inoculação no pescoço irá ter a taquipneia. 
 • A hipotensão por vasodilatação periférica. 
- Nefrotoxicidade: Também encontrada nesses pacientes. Podemos ter quadro de Insuficiência Renal 
Aguda, porém é em casos mais raros. 
 
A IRA (Insuficiência Renal Aguda) é uma lesão que acontece de uma maneira muito rápida no rim, faz 
com que o rim não consiga exercer suas funções. Normalmente o animal para de produzir urina, ou vai 
produzir em pequena quantidade. Isso é péssimo, pois o animal vai começar a reter todas as 
substâncias que deveria excretar através do ruim, e ficam acumuladas. E essas substâncias 
acumuladas geram sintomatologia (quadros gastrointestinais, vômito, diarreia, falta de apetite, 
sangue ácido). 
Nós casos dos humanos teriam que ser encaminhados para hemodiálise, já na medicina veterinária é 
um pouco mais difícil por conta do culto ser muito alto. 
 
A IRA normalmente está associada a diminuição da taxa de filtração glomerular (por acumulo de 
fibrina e hemoglobina, causando lesão nos capilares glomerulares). 
Muitas vezes temos uma ação que lesa as paredes das hemácias, fazendo com que as hemácias 
fiquem frágeis e estourem, e a hemoglobina que estava dentro das hemácias param na circulação. O 
problema é que, quando é uma pequena quantidade de hemoglobina que para na circulação existe 
uma molécula que chama aptoglobina, que se liga a hemoglobina, deixando-a grande e não passando 
no glomérulo. Porém, quando tem muita hemoglobina circulando, ocorre que não da tempo da ligação 
acontecer, e pode acabar passando no glomérulo, causando lesão no glomérulo, pois é toxica para ele, 
levando a IRA. 
 
A IRA pode acontecer também por ação direta de toxinas nos túbulos renais, onde muitas vezes os 
túbulos que vão ser afetados para de fazer a ação de absorção, excreção. 
Ação no endotélio vascular, posso ter uma vasculite. 
Hipotensão, o rim para filtrar depende de uma taxa de entrada de sangue no órgão, se não tiver uma 
circulação eficiente entrando nesse rim ele não irá fazer a filtração como deveria. Então quando o 
animal está hipotenso (pressão baixar), não teremos a filtração, levando a IRA. 
Formação de trombos, muitas vezes quando temos um desequilíbrio da coagulação, pode formar 
trombos, que vão entrar ali e fazer uma oclusão na vascularização renal, podendo ter um infarto renal. 
 
- Alteração hematológicas: 
Coagulopatias (pode ocorrer petéquias (são manchas na cor vermelha ou púrpura que aparecem na 
pele lembra cabeças de alfinetes) e equimoses (áreas hemorrágicas maiores, lembra muito com 
hematomas,e ocorre por fragilidade vasculares, pois os vasos se rompem com facilidade grande, e 
dependendo do calibre desse vaso posso encontrar petéquias ou equimoses). 
Áreas hemorrágicas (normalmente está relacionada com a área de inoculação, o veneno tem ação 
anticoagulante, então no local onde o animal foi picado, podemos ter sangramento constante, 
principalmente nas primeiras horas. Normalmente tende não ser um sangramento extremamente 
evidente). 
CID - Coagulação Intravascular Disseminada (pode acontecer pode desequilíbrio do papel dos fatores 
de coagulação, então quando esses fatores estão desequilibrados, podemos ter um quadro de 
coagulação dentro dos vasos, o sangue dentro deles começa coagular. É difícil de reverter, pois um 
dos tratamentos é utilizar um anticoagulante, e esses pacientes já estão predispostos a sagramentos). 
 
- Alterações Neurológicas: 
São ausentes, a toxina da jararaca NÃO tem ação neurotóxicas. 
Se acontecer do paciente aparecer com algum sinal (ou sinais) neurológicos, é preciso pesquisar mais 
a fundo se não tem hemorragia intracraniana. 
 
- Alterações cutâneas e locais: 
Dor moderada a intensa, edema no local, eritema (a região ao redor da inoculação avermelhada), 
necrose tecidual (por ação de enzimas proteolíticas. 
Dispneia (falta de ar) dependendo da localização, e formação de bolhas na região. 
 
A analgesia nesses casos precisa acontecer por dor intensas, isso para aliviar a dor (no local) do 
paciente, e também é feito a anestesia para podemos mexer no local acometido para fazer o 
tratamento. 
 
Exames laboratoriais 
O que fazer nesse acidente: 
- Hemograma: para verificar se tem quadro de anemia grave, presença de hemoglobina livre 
(hemoglobinúria). 
- Leucocitose por neutrofilia (aumentam as células de defesa, por conta da injúria inflamatória). 
- Diminuição dos eosinófilos (eosinopenia). 
- Monócitos aumentados (monocitose). 
- Plaquetas tendem a estar diminuídas, por consumo. Pois temos um sangramento acontecendo, e as 
plaquetas que eu tenho na circulação vão todas ficar na região para contar o sangramento. E da 
mesma forma temos, inflamação nos vasos, por conta da ação da toxina, e quando temos vasculite, as 
plaquetas se agregam aos vasos (trombocitopenia). 
- Hipoproteinemia (perda de sangue, a proteína fica baixa). 
- Aumento de ureia e creatinina (marcadores renais). 
- Hipoalbuminemia (diminuição da albumina). 
- Aumento das enzimas hepáticas e musculares. Como temos uma ação local na região, todas as 
enzimas dos músculos vão aumentar. Então, quando temos destruição de músculo, que chama de 
rabdomiólise ou miosite, as duas enzimas que mais aumentam são as CK (creatina quinase) e a AST. 
 A ALT e a fosfatase alcalina, vão aumentar em condições quando o fígado é atingido pela toxina, e ele 
vai tentar metaboliza-las levando a lesão no fígado, e o aumento dessas enzimas. 
- Alteração nos tempos de coagulação. 
 
 Acidente Crotálico 
 
 Crotalus 
 
Mais conhecida como Cascavel e Boicininga. 
-Possui cabeça triangular, presença de fosseta loreal, causa com guizo (chocalho) e presa inoculadora 
de veneno. 
Com ela representa o segundo maior acidente mais frequente, cerca de 7 – 18% dos acidentes 
ofídicos em pequenos animais, dependendo da região do Brasil. 
Os cães são mais sensíveis ao acidente do que os gatos. 
Presente em áreas secas, pedregosas, encostas, morros do cerrados e campos abertos. 
 
 Epidemiologia 
 
Está principalmente em áreas litorâneas. Então, nas regiões Nordeste, Sudeste, Sul. E também estão 
localizadas em regiões menores pelo Brasil. 
 
Sintomas 
- Alterações Cardiorrespiratórias: Taquipneia e pode ter Insuficiências Respiratória. 
- Nefrotoxicidade: Mioglobinúria quando temos uma lesão muscular muito grave, ocorre 
rabdomiólise, nesse caso vai acontecer por conta da ação proteolítica, e degrada a musculatura. E 
quando isso ocorre, temos presença de mioglobina, molécula da musculatura que caiu na circulação. 
Parecida quando falamos de hemoglobina na IRA, pois também é tóxica pro glomérulo. 
IRA - Oligúria (Baixa produção de urina) e Anúria (Não produz urina). 
É chamado de aguda, pois isso ocorre em uma paciente que já estava bem anteriormente. 
E sofreu uma lesão grave e parou de funcionar de rápida. 
Perceberemos a mioglobinúria, quando o animal urina com cor de coca-cola. 
O prognóstico de pacientes que tem urina dessa cor é bem reservado, pequena. Pois, mesmo que 
consiga tirar o animal do quadro de IRA, a lesão que ocorre no rim é muito grave, e quando 
revertemos a IRA (voltar a produzir urina), ele se torna Doente Renal Crônica. Seus néfrons morreram, 
e o rim perde a capacidade de filtração a longo prazo. 
 
- Alterações hematológicas: Podemos ter hemorragia, mas é menos frequente do que no acidente 
bitrópico. 
- Alterações neurológicas: Comum de ser ver no acidente crotálico. 
Alterações locomotoras, fasciculações musculares (contrações involuntárias das musculaturas), 
sialorreia (animal com excesso de saliva), ptose palpebral (palpebral caída), midríase (pupila dilatada), 
disfagia (dificuldade de deglutição), convulsões (alteração na fonação) e depressão neurológica grave. 
- Alterações cutâneas e locais: Dor intensa (maior que a da Jararaca), alterações musculares 
generalizas (diferentes da jararaca que é mais local, onde ocorre a picada), necrose tecidual (menos 
comum). 
 
Exames laboratóriais 
- Hemograma 
- Leucocitose por neutrofilia com desvio à esquerda 
- Eosinopenia 
- Linfopenia 
- Plasma Hemolisada 
- Trombocitopenia (muito semelhante ao da jararaca) 
- Aumento de ureia e creatinina, fósforo e potássio. Aumento de CK, ALT, AST e Fosfatase Alcalina. 
Já no exame de urina, é possível encontramos presença da Mioglobina, além da Proteinúria. 
 
 Acidentes Laquético e Elapidico 
Menos comum 
 
 Lachesis 
 
Mais conhecida como Surucucu. 
Grupo Laquético 
- Grande porte, cabeça triangular, fosseta loreal, e cauda com escamas arrepiadas e presa 
inoculadora de veneno. 
Representa aproximadamente 1,4% dos casos em pequenos animais 
Bem raro na veterinária. 
 
. 
 Micrurus 
 
Mais conhecida como Coral. 
Grupo Elapídico 
- Desprovidas de fosseta loreal, com cabeça arredondada e presa inoculadora de veneno. 
- A característica fundamental para reconhece-la é a coloração, diversos anéis vermelhos, pretos e 
brancos. 
Pode ser confundida com a coral falsa. 
Representa aproximadamente 0,4% dos casos em pequenos animais. 
A cobra coral tem uma característica de região mais restrita, mata fechada, ela é mais reclusa e não 
tende a ir para localização onde tem humanos, isso faz com que o acidente seja menos comum. 
 
 Epidemiologia 
 
A Lachesis fica na região amazônica principalmente 
 E a coral é mais distribuída das regiões, podem ser encontradas na região amazônica, Sudeste, Sul e 
no Nordeste é mais restrita. 
Apesar de ser uma cobra que esta, mas distribuída tem menor chance de acontecer devido as 
características comportamentais. 
 
Sintomatologia 
- Alterações Cardiorrespiratórias: 
 • Laquético: Bradicardia e Hipotensão 
 • Elapídico: Insuficiência Respiratória Grave (mas esta alteração está relacionada com alterações 
neurológicas que vão acontecer por conta da ação do veneno da cobra coral). 
- Nefrotoxicidade:• Laquético: Podemos ter um quadro de IRA, pelos mesmos motivos do Botrópico (por diminuição 
da TFG, acumulo de fibrina e hemoglobinúria, causando lesão nos glomérulos, ação direta de toxinas 
nos túbulos renais, ação no endotélio vascular, hipotensão e formação de trombos. 
A ações do veneno da Surucuru e da Jararaca são os mais próximos e as mais se confundem. 
 
- Alterações Hematológicas: 
 • Laquético: Causa coagulopatias, hemorragia, CID. 
 
- Alterações Neurológicas: 
 • Elapídico: Tem essa particularidade de causar essa alteração neurológica. 
Tem um efeito neurotóxico, então a toxina vai agir sobre a região da placa motora, onde fica a 
sináptica, alterando as funções dos neurotransmissores. Então, esse paciente pode ter alterações 
chamadas pré-sinápticas e podem ter alterações chamadas pré-sinápticas e podem ter alterações 
chamadas pré-sinápticas e pós-sinápticas. Isso importa, pois o tratamento específico que usamos que 
são as drogas anticolinesterásicas, elas só vão ter um efeito interessante quando temos essa ação da 
toxina pós-sináptica. Quando, temos uma ação da toxina pré-sináptica, muitas vezes não consegue 
usar essas medicações, pois está relacionada a liberação de acetilcolina, e não consegue reverter isso 
com a utilização desses medicamentos. 
O efeito que irá ser gerado nesse paciente será, paralisia muscular flácida (quadro clássico), o 
problema é que ela pode evoluir para músculos respiratórios, e quando temos paralisia nesses 
músculos leva a um quadro de falência respiratória. 
Esse paciente precisa ser monitorado de perto, onde tenha ventilação mecânica, pois se por ventura 
o paciente evoluir para paralisai respiratória grave, entubamos o paciente e ele irá respirar por essa 
ventilação mecânica até a recuperação. 
 
Exames Laboratório 
• Laquético: Exames são os mesmos. 
• Elapídico: Poucos estudos para as alterações laboratoriais. 
 
 Acidentes Ofídicos 
 
Alta incidência: Principalmente no contato dos animais com o ambiente natural das serpentes. Está 
muito relacionado a locais de produção de grãos, como milharal, plantação de soja. 
1 milhão de animais são acidentados por anos. 
Cerca de 80% destes animais morrem pela falta de soro nas propriedades e em lojas de produtos 
veterinários. É muito difícil de encontrar o soro. 
Sinais variáveis, nem sempre o animal desenvolverá todos os sinais. O sinal pode ser uma arranhadura 
e a tendência é que a inoculação seja menor e até mesmo ausência de sinais. 
 
Dados Importantes A Serem Avaliados: 
Histórico clínico - Condições do acidente (se o proprietário viu o animal sendo picado ou não etc.) 
Epidemiologia - Local onde ocorreu o acidente, para saber qual cobra tem mais naquela região. 
Quadro clínico: Sintomas, ações do veneno. 
 
Quando se finaliza o diagnóstico, é necessário classificar o acidente em: Leve, moderado e grave. 
Como Classificar? Ver a intensidade de sintomas que aconteceu. 
Leve: Teve hemorragia leve, sinais neurológicos leve, não apresentou outros sintomas, sua 
recuperação foi rápida, só apresentou sintomas agudos e não tardios. 
Moderado: Persiste com a sintomatologia por mais tempo. 
Grave: Todos os sintomas mais graves e pode ter vindo a óbito. 
 
Medidas Gerais 
- Colocar o paciente em repouso absoluto, evitar que fique se movimentando, em algumas ocasiões 
se considera seda o paciente com analgésicos com poder sedativo, isso vai deixar o animal mais 
calmo, até mesmo por conta da dor que ele sente que é grande na maioria das vezes. 
- Transportar o animal o mais rápido para o hospital, onde há soro. 
- Manter o membro acometido em posição de drenagem postural, isso vai ajudar a diminuir o edema 
e diminuir a circulação do veneno (manter o membro o mais baixo possível do nível do corpo). 
- Internar sempre o paciente para avaliação tardia. 
 
Contra Indicação 
- Fazer torniquete em acima do local da picada, pois o veneno fica retido naquela região, gerando 
uma lesão gravíssima, e necrose. Podendo levar uma amputação. 
- Fazer perfurações ou cortes no local da picada, chupar o veneno, passar substâncias estranhas. 
 
Tratamento 
- Internar sempre o animal. 
- Realizar o tempo de coagulação antes de 12 horas após o início do tratamento. 
- Sempre que possível fazer limpeza do local, pois é possível ocorrer infecção. A boca da serpente é 
contaminada, então no momento da picada tem uma predisposição a infecção bacteriana secundária. 
Principalmente, quando tem necrose. 
- Manter o equilíbrio hidroeletrolítico. 
- Verificar se o paciente está desidratado. 
- Verificar o estado do nível de potássio, sódio, fósforo nesses pacientes, pois muitas das vezes 
necessitam de reposição desses eletrólitos, ou esses eletrólitos podem estar em excesso, por 
exemplo, em pacientes com oliguria ou anuria, tem potássio em excesso na circulação (em excesso 
ele mata). Não se pode utilizar ringer lactato nestas situações, por ter potássio em sua composição. 
- Soroterapia específica. 
 • Elapídico 
Avalia o paciente e seus parâmetros, fluidoterapia, analgesia e uso de anti-histamínicos(corticoides). 
Sempre que possível a aplicação der soro antielapídico (difícil de conseguir na medicina veterinária, 
pois esses acidentes ocorrem pouco), em muitos casos o tratamento é apenas de suporte. 
Fazer a internação e observação no min 72h, uso de antibióticos. Uso de anticolinesterásicos 
(neostigmina), para aqueles animais que tem efeitos pós sinápticos da toxina elapídica. Porém, 
precisa de cuidados com os efeitos muscarínicos, pode ter rebote (bradicardia, hipersecreção 
brônquico). Sempre ter atropina na mão, pois reverte os efeitos da neostigmina, muitas vezes fazer a 
aplicação prévia de atropina para evitar os efeitos colaterais. 
prognóstico é reservado a ruim, dependendo do tempo que levou para o tratamento, quantidade 
inoculada e se foi aplicada ou não o soro. 
 
Soros no mercado 
Marca Vencofarma 
- Soro Anbtiofídico. Formulação Botrópico e Crotálico. 
Nas caixas vem 5 ampolas 10ml, cada mililitro neutraliza 20mg de veneno de Bothrops e 1,0mh de 
veneno de Crotalus. 
 
Master Soro Plus 
- É um soro polivalente, para os venenos das serpentes do gênero Crotalus, Bothrops e Lachesis. 
 
Como é fabricado: Eles utilizam equinos, na fazendo do Instituto Butantan. É feita a inoculação da 
toxina das cobras no cavalo, em pequenas quantidades. O cavalo tem uma estrutura corporal grande, 
então queda toxina não vai gerar um efeito colateral nele. É coletado o sangue desse cavalo, 
centrifugam, e pegam o plasma/ soro desse cavalo e fazem um soro que contém globulinas que vão 
reverter o efeito das toxinas. 
 
Com saber quantidade que vai fazer do soro : Normalmente, diz a quantidade que faz de acordo com o 
peso do paciente. No geral, é feito aplicação de um frasco do soro, independente do peso. E sempre 
apta por fazer parte do soro subcutânea e parte intravenosa. 
Não faz tudo intravenoso, pois, é o soro de outro animal, de um equino, e pode gerar uma reação 
anafilática, levando a óbito. 
 
Reações Adversas 
Quando se é aplicado o soro pode: 
- Ocorrer uma reação anafilática que pode ser precoce (imediatas a 2h) e tardias (5 a 24 dias). 
- Urticária 
- Prurido (coceira) 
- Tremores musculares 
- Dispneia 
- Tosse 
- Náusea 
 
O que se deve ser feito? 
- Sempre tentar utilizar a dose correta do soro 
- Quando estivermos fazendo infusão intravenosa (fazer lenta) 
- Teste de sensibilização prévia a terapia com soro, aplica uma pequena quantidade se o animal não 
estiver tão grave, espera 1h, e vê se não tem reação. 
- Se ocorrer o efeito anafilático, suspender a infusão. 
- Pegar um bom acesso venoso, pois em caso de qualquer reação e necessitar fazer uso de qualquer 
outra medicação, temos que ter um acesso viável. 
- Sempre ter sondas endotraqueais disponíveis, isso em casosde ocorrer qualquer coisa com este 
paciente, se houver dificuldades respiratórias por exemplo, tem sonda compatível com o tamanho 
dele, para entubá-lo se necessário. 
- Corticoides, anti-histamínicos, broncodilatadores. 
- Suporte: Fluidoterapia e antiemético. 
 
 Aracnídeos 
 
 Loxosceles 
 
Mais conhecida como Aranha Marrom. 
Não é agressiva, não tem costume de ataca e quando tem esse acidente o ser acometido é 
surpreendido. 
Possui hábitos noturnos e constrói uma teia irregular, chega ser feia a teia, lembra algodão esfiapado. 
Se esconde em telhas, tijolos, madeiras, embaixo de móveis, quadro, rodapés, objetos de 
armazenados em depósitos, garagens, porões, tênis, ambientes com pouca iluminação 
movimentação. 
Encontradas no interior de residências, grandes cidades e zona rural. 
São pequenas, medem entre 1 - 3 cm possuem a cor marrom claro uniforme, pernas finas e longas, 
pelos curtos e escassos. 
 
Seu veneno tem ação proteolítica e hemolítica. 
A lesão fica muito feia. 
 Na forma cutânea, após 12 a 24 horas do acidente, pode ter no local da picada, dor discreta, 
queimação, edema, eritema. 
Na forma cutânea-visceral, quando a inoculação de veneno é maior, e para na circulação. Tem 
manifestação sistêmicas, principalmente em animais de pequeno porte e em crianças. 
A principal alteração desse veneno, é a ação hemolítica, que se manifesta por icterícia e 
hemoglobinúria. 
Quando temos hemoglobina livre na circulação, o organismo vai transformar essa hemoglobina em 
bilirrubina, mas a concentração de bilirrubina é tão alta na circulação também, que vai começar a 
impregnar nos tecidos, gerando icterícia, ficando com a pele amarelada. 
 
Tratamento 
Específico, com soro anti-loxoscélico. 
Indicado nos acidentes com até 36h de evolução. 
É difícil de achar para animais, pois não é muito comercializado, encontrado em hospitais de 
referência para o soro. 
Casos leves: Acompanhamento clínico até 72h após picada. 
Casos moderados: Aplicação de ampolas e uso de anti-inflamatórios. 
Casos graves: Mais utilização de ampolas. 
Tratamento complementar: Limpeza no local, uso de antissépticos e AINES. 
Avaliar a função renal desses pacientes: por conta da hemoglobinúria (acaba lesando o glomérulo, 
levando a IRA) e por conta do uso de AINES, que podem bloquear as ações das prostaglandinas, que 
tem efeito citoprotetor do rim. 
 
Ação do veneno: Neurotóxina periférica. 
 
Complicações: Choque, colapso cardiocirculatório. 
 
O tratamento deve ser feito o mais rápido possível, em pacientes que apresentam as manifestações 
sistêmicas. 
Normalmente, o tratamento é de suporte. 
Manter o animal mais confortável, monitorar as alterações, as vezes necessita do uso de diuréticos. 
Basicamente consiste em analgesia, pela infiltração local, uso de lidocaína (anestésico de ação local). 
Se necessário, pode repetir a mesma dose 1 e 2h após. 
 
 Escorpiões 
 
 Tityus 
 
Filo Arthropoda 
Classe Arachida 
Ordem Scorpionida 
Existem muitas espécies de escorpiões, no Brasil os de maior interesse toxicológico são da Família 
Buthidae, gênero Tityus (T. Serrulatus, famoso escorpião-amarelo no caso esse da foto acima). 
Porém, no estado do Rio Grande do Norte, temos escorpiões do gênero Bothiurus. 
Eles não são agressivos e só picam quando se sentem ameaçados. 
O corpo é dividido em cefalotórax e abdome. 
Possuem quatro pares de patas, um par de pedipalpos (garras da frente) e um par de quelíceras 
(região como se fosse os dentes). No final da cauda encontra-se a glândula produtora de veneno 
(vesícula), que se comunica com o aguilhão (ferrão), por onde o veneno é inoculado. 
Possuem hábitos noturnos, escondendo-se durante o dia sob a casca de árvores, pedras, tijolos, 
troncos podres, madeiras, empilhados, sob a camada de folhas junto ao solo. 
Encontrados nas várzeas, córregos onde o lixo doméstico fornece alimento rápido, junto aos 
domicílios, fendas, muros ou porões. São mais ativos durante os meses quentes do ano, onde saem 
mais das regiões que ficam entocados. 
São carnívoros, alimentam-se desde anelídeos e molusco até vertebrados, mas principalmente de 
insetos como grilos, cigarras, baratas e outros, embora eles podem também praticar o canibalismo, 
ou seja, comer outros escorpiões. Eles conseguem viver sobreviver por vários meses sem comida, 
porém não sem água. Alguns escorpiões como o Tityus Serrulatus reproduzem-se por partenogênese 
que facilita sua dispersão. 
O gênero Tityus pode ser reconhecido pela pata fina, e pinças longas. Vesícula com um pequeno 
espinho sob o ferrão. 
O gênero Bothriurus tem a pata robusta, e pinças curtas e vesículas sem espinho sob o ferrão. 
 
Quadro Clínico 
Os acidentes com o gênero Tityus podem ser classificados como leves, moderados e graves. Os óbitos 
geralmente ocorrem por edema agudo de pulmão e choque-nos acidentes graves. 
Tratamento geralmente será de suporte, embora exista sim o soro, mas é muito difícil de ser 
encontrado. 
Já os acidentes do gênero Bothriurus, tem ação do veneno considerada de baixa toxicidade, a 
sintomatologia clínica varia de leve a moderada (dor no local e reações alérgicas). 
 
Tratamento 
Manter as funções vitais. 
- Tityus: Soroterapia especifica, utilização do soro, controlar convulsões e distúrbios colinérgicos/ 
adrenérgicos e avaliar funções cardiorrespiratórias. 
- Bothriurus: não necessita de tratamento específico, somente o sintomático, geralmente será 
relacionado a dor do local. 
A administração do soro não modifica a sintomatologia. Então, uma vez que o animal teve contato a 
sintomatologia vai acontecer independente da utilização. 
Manter o paciente em observação nas primeiras 4 a 6h. 
Não existe no momento, o soro para acidentes em animais domésticos. 
 
Análises Laboratoriais 
Hiperglicemia, leucocitose com neutrofilia e hipocalemia. 
Glicosúria, cetonúria, proteinúria e mioglobinúria, e aumento a enzima sérica CK. 
Exames complementares como: Eletrocardiograma, pois podem ter alterações cardiorrespiratórias, 
como taquicardia ou bradicardia sinusal, extra-sístole ventriculares, distúrbios da repolarização 
ventricular. 
- Raio X de tórax (edema pulmonar) 
As alterações podem persistir por 7 ou mais dias. 
Achados de necropsia: Edema pulmonar, dilatação das fibras cardíacas. Congestão cerebral e 
hematomas no sistema nervoso central. Lesões celulares observados na medula de animais de 
experimentação (coelhões inoculados). 
 
 Sapo 
 
 Bufo 
 
São sapos da ordem Anura, família Bufonidae e gênero Bufo. 
São distribuídos por todo mundo, com preferência pelas áreas tropicais e temperaturas úmidas. 
Apesar de não possuírem órgão inoculador de veneno, possuem em sua pele glândulas que produzem 
veneno de alta toxicidade, chamadas de glândulas paratóides. Fica, atrás dos olhos. 
 
Veneno: Tem aspecto leitoso e sua ação antipredatória, o envenamento acontece (geralmente) 
quando o animal morde o sapo. Absorção acontece principalmente pela mucosa oral, TGI e 
ferimentos. 
 
Composição do veneno: Aminas biogênicas e derivados esteroides. 
Essas aminas biogênicas mimetizam as catecolaminas: Noradrenalina e norepinefrina, alterando o 
sistema cardiovascular. 
Podem gerar efeitos cardiológicos, alteração no ritmo cardíaco, fibrilação vascular, vasoconstrição 
periférica, broncodilatação, vasodilataçãomuscular e efeitos alucinógenos no sistema nervoso 
central. 
 
Sintomas 
Os locais leves. 
- Sialorreia e irritação da mucosa 
Sistêmicos moderados. 
- Quadro eméticos, depressão, ataxia, andar em círculos e ritmo cardíaco alterado. 
Sistêmicos graves: 
- Todos os sintomas anteriores e diarreia, dor abdominal, convulsão, edema pulmonar e até mesmo 
óbito. 
 
Tratamento 
Lavar a boca do animal com água corrente, para eliminar todo o veneno possível. 
Evitar atropinizar esse paciente. 
Utilizar Propanolol ou Verapamil – Arritmias 
Fenobarbital - Convulsão 
Tratamento normalmente é sintomático e complementar com fluidoterapia. 
Prognóstico é bom quando os animais são tratados e reservado a ruim quando não tem o tratamento. 
 
*Fotos retiradas da internet. 
🐾 Andressa Sousa Santos 🐾

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