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– ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Dor referida: Quando a origem da dor é um lugar, mas a sensação da dor está em outro. Isso ocorre por conta das diversas conexões neuronais, dificultando a transmissão correta da dor. Essas terminações nervosas se entrelaçam e acaba gerando informações incorretas para o sistema nervoso central. • Exemplo: a origem pode ser no músculo masseter (apertamento no bruxismo), essa área inflamada acaba estimulando neurônios que na verdade irrigam a região dos molares. Por isso, o paciente aponta que está sentindo dor lá no molar (superior ou inferior). Também pode ser próximo ao ouvido. • Com o músculo temporal: pode acontecer a mesma coisa, O paciente está com essa região inflamada e acabar sentindo a dor la do dente (incisivo ou canino). O cirurgião dentista deve inspecionar essa dor cuidadosamente. Antes de realizar algum procedimento no dente em que o paciente diz sentir dor, é melhor investigar se há algo de errado no dente, fazendo o exame clínico e radiografias. • Regiões posteriores: os neurônios desses músculos podem ser sensibilizados por uma inflamação local e levar um impulso nervoso. Quando ele chega na região para fazer sinapse (passar a informação para outro neurônio), pode haver terminações nervosas de um outro nervo que está próximo. E esse nervo pode acabar captando essa informação. • E esse neurônio acaba sendo estimulado pelos processos eletroquímicos que estão acontecendo na sinapse. E portanto, o neurônio começa a emitir impulsos nervosos para o sistema nervoso central. E por isso o paciente pensa que está sentindo a dor naquele local. Digástricos: Esternocleidomastoideo: Trapézio: A fonte da dor pode estar em algum desses músculos, por conta de uma postura incorreta do indivíduo. E o neurônio acaba fazendo sinpase para um neurônio de outra região. Confundindo o paciente quanto ao local de origem da dor. dor orofacial: – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Meanismo da nocicepção e de dor: Ocorre em 4 fases: • Transdução (na periferia): transformação de estímulo físico em resposta biológica (linguagem eletroquímica) – ocorre uma “tradução”. Exemplo: o fato de levar uma topada (estímulo físico) – os neurônios periféricos vão encaminhar essa informação e propiciar uma resposta biológica (que pode ser uma reação ou uma dor). O estímulo pode ser químico, físico e de temperatura. Transdução é a capacidade de interpretar os estímulos. Essa interpretação é realizada pelos receptores sensoriais. É muito importante e mantém a nossa integridade. • Os nociceptores consequentemente traduzem uma agressão. Geram um impulso nervoso que irá avisar ao sistema nervoso central de que está acontecendo um estímulo nocivo (informando o tipo, a intensidade e a localização). Ocorre um trauma e as terminações sensoriais vão realizar a nocicepção. Transformando essa sensação em impulso nervoso. Até esse momento ainda não é possível sentir a dor. Ela só será percebida no último estágio (percepção). Todo esse processo acontece em fração de segundos. Os nociceptores são terminações nervosas livres de um neurônio sensorial (neurônio aferente) localizadas na pele, mucosa, vasos sanguíneos, articulações e vísceras. Essas células possuem receptores de mebrana na membrana celular (são proteínas que ficam “ouvindo” esperando os estímulos externos e que vão traduzir para a célula o que ela deve fazer diante dessa alteração local). Em cada terminação livre há inúmeros receptores de membrana. As células lesionadas liberam várias substâncias que interagem com os receptores de membrana que são trasnformados em impulso nervoso. Depois que essas células são agredidas, elas começam a liberar muitas citocinas no meio externo. São essas substâncias que os receptores de mebrana vão receber e interpretar a informação. As citocinas acoplam nos recptores de membrana e são interpretadas. Os receptores ficam encarregados de avisar a célula que ela precisa alterar sua estrurura e enviar uma informação para o sistema nervoso. Quando isso acontece, dentro das terminações nervosas, o próprio neurônio também começa a liberar substâncias. Essas substâncias são chamadas de neurotrasnmissores. Eles são lançados pelo próprio neurônio e se acoplam nos receptores de membrana. Essas substãncias acabam se acoplando também em recptores de membrana de neurônios que estão por perto e de estruturas vizinhas e eles também são ativados e começam a enviar estímulos para o sistema nervoso central. Quando o estímulo é muito forte ou permanece por muito tempo, esses neurônios ficam muito estimulados. E assim, mesmo que o estímulo seja pequeno, ele já é capaz de provocar uma reção na célula neuronal. Esse evento é denominado sensibilização periférica. Os nociceptores são os neurônios capazes de entender o agente físico como uma dor. Os mecanoceptores: vão propiciar uma resposta mecânica, um movimento. Os receptores sensoriais, são os neurônios que possuem prolongamentos na periferia e que são capazes de traduzir as noções de perigo. No caso de agentes com potencial de lesionar o tecido, os receptores sensoriais são denominados de nociceptores. Citocinas Receptores de membrana Célula Os mediadores (citocinas) ficam acoplados aos receptores e diminuem o limiar de ativação / ativam nociceptores silenciosos. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto O paciente que está com dor crônica, ele está nesse processo há muito tempo, a área fica sensibilizada e qualquer estímulo pequeno pode causar uma grande dor. As vezes essa ligação é muito forte. E mesmo retirando o estímulo, os mediadores continuam acoplados e o neurônio fica estimulado, O paciente vai continuar a sentir dor. • Transmissão: O conjunto de axônios sensoriais trafega pelas fibras nervosas do nervo trigêmio. Trasnmite a informação para o sistema nervoso central. Um conjunto de axônios sensoriais trafegam pelas fibras nervosas no nervo trigêmio (região orofacial). Ele é responsável pela inervação e pelos neurônios sensoriais da maxila, mandíbula e região oftálmica. A informação percorre as fibras do nervo trigêmio até chegar no gânglio de Gasser (que já é o sistema nervoso central). O gânglio de Gasser se localiza na região do tronco encefálico. Que é o local onde os axônios dos neurônios sensorias irão chegar – são os centros superiores de integração: tronco encefálico e tálamo (“estação de recebimentos”). O neurônio aferente primário vai se conectar, através da sinapse, com o neurônio aferente secundário. Os receptores de membrana começam a liberar as substâncias na sinapse, que irão se acoplar nos receptores de membrana do neurônio seguinte, repassando a informação. “Repassando o bastão”. Geralmente, vários neurônios sensoriais com terminações nervosas espalhadas na região periférica, captam a informação e fazem sinapse com um número menor de neurônios. As vezes, o neurônio não consegue identificar muito bem o neurônio certo. E por isso, acontece a dor referida. No gânglio de Gasser, ocorre uma sinapse com vários neurônios secundários. Esses neurônios secundários vão continuar transmitindo o impulso para a região do tálamo, onde ocorrerá uma segunda sinapse, até que esse impulso chegue a região mais superior do córtex cerebral. Quando o impulso chega lá na parte superior, é onde iremos sentir a dor, no último estágio. Quando ocorre a sinpase no tronco encefálico, se o estímulo persistir, o neurônio secundário vai ficar recebendo a informação o tempo inteiro, com frequência – sensibilização central, que ocorre no tronco encefálico (subnúcleo caudal). Então, quandoo neurônio secundário libera os neuroceptores, ele acaba sensibilizando outros neurônios próximos, que não tinham nada haver com aquela sinapse e ele também começa a emitir impulsos. Ocorre o aumento da responsividade dos neurônios no núcleo trigeminal espinhal. Como os neurônios estão super estimulados, o resultado é: estímulos de pouca intensidade passam a ativar de maneira muito mais ampla e duradoura os neurônios secundários. A pessoa sente uma dor muito forte por algo muito pequeno. Quando há a manutenção da sensibilização central, está relacionada a fatores genéticos, comportamentais e psicossociais. Pois, há pessoas que possuem uma quantidade de receptores de membrana muito maior do que outras. E outras variações individuais. Os neurônios aferentes, são aqueles que levam a informação para o sistema nervoso central. Os neurônios eferentes, são os que retornam do sistema nervoso central com uma resposta diante do estímulo. Os neurônios primários, são os primeiros a receber a informação. Os secundários, são os neurônios que recebem a informação dos primários, quando fazem sinapse. E assim sucessivamente. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA SENSIBILIZAÇÃO CENTRAL: • Alodínia (sensação de dor a estímulos não dolorosos – de baixa intensidade – limiar baixo de dor); • Hiperalgesia secundária (espalhamento da dor – dor muito grande para um pequeno estímulo); • Dor espontânea - de acordo com o grau de alteração estrutural do neurônio, mesmo depois de removido o estímulo, o paciente continuará sentindo dor; • Amplificação da resposta dolorosa – o paciente sente dor em uma região muito extensa; • Dor referida. Quando o paciente apresenta essas manifestações, é necessário investigar para descobrir a origem daquela dor e o que deu início a ela (o estímulo responsável). • Modulação: Amplificação ou diminuição da informação nociceptiva (processos de integração sináptica). Quando o neurônio aferente primário vai desfazer a sinapse com o neurônio aferente secundário, aquela região possui células chamadas de interneurônios, que também possuem os receptores de membrana. Portanto, eles recebem as substâncias, mas, ao invés de produzir as substâncias neurotransmissoras, eles produzem substâncias que irão bloquear a passagem da informação na sinapse. E por isso, a intensidade do impulso elétrico fica menor. Essa modulação, é uma capacidade extremamente individual. Exemplo 1 : (modulação descendente – iniciam no córtex e sistema límbico). Liberação de neurotransmissores por interneurônios com potente efeito analgésico (opióide endógeno) dentro do SNC, no trajeto de transmissão. Bloqueando a passagem da informação. A qualidade e eficácia desses mecanismos inibitórios endógenos podem estar ligados a alterações genéticas de algumas enzimas (metabolismo intracelular), disponibilizando mais ou menos neurotransmissores inibitórios nas fendas sinápticas. Indivíduos com dores crônicas: por conta da sensibilização muito forte, os interneurônios não conseguem fazer o bloqueio, eles estão alterados ou são ineficazes. E por conta disso, o uso de antidepressivos pode ser eficaz no tratamento da dor crônica. Pois, a maior parte dos antidepressivos agem impedindo que essa quantidade de substâncias que são liberadas pelos interneurônios seja eliminada. E conseguem bloquear a trasmissão do impulso. • Antidepressivos em baixa dosagem: mantém neurotrasmissores inibitórios em maior quantidade e maior tempo na sinapse, inibindo/modulando o impulso nervoso. Exemplo 2 – modulação ascendente: estímulo de interneurônios por fibras mecanoreceptoras ou termoreceptoras) – essas fibras são mais rápidas, o impulso chega primeiro e “fecha o portão” para os neurotransmissores das fibras nociceptoras. -> Exemplo: Esfregar o local machucado ou dolorido. • Percepção (córtex cerebral): O impulso nociceptivo chega aos centros cerebrais superiores e o comportamento e o sofrimento da dor se iniciam. Centros superiores de integração: tronco encefálico e tálamo (“estação de recebimento”). A experiência da dor não existe até que a informação nociceptiva faça sinapse com algumas estruturas corticais e sub-corticais. Referência: Aula teórica de Dor Orofacial. Faculdade Maurício de Nassau, Odontologia, 2021.
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