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Imunologia IMUNIDADE INATA Tipos de citocinas de acordo com a classificação funcional. Na figura, exemplos de citocinas que atuam de uma maneira mais intensa na imunidade inata. O TNF é um mediador da inflamação aguda particularmente nos processos infecciosos provocados por bactérias gran negativas: isso acontece porque o LPS presente na membrana dessas bactérias é capaz de estimular de uma maneira muita intensa os macrófagos, particularmente macrófagos hepáticos, a produzirem grande quantidade de fator de necrose tumoral. Os monócitos ou fagócitos do resto do organismo também podem produzir fator de necrose tumoral em resposta a estimulação por LPS. O efeito biológico do fator de necrose tumoral tem uma via comum que é a expressão do fator de transcrição NF kapa beta. A produção do NF kapa beta é mediada por uma cascata de transdução de sinal que é desencadeada pela porção citosólica do receptor do fator de necrose tumoral. O receptor do fator de necrose tumoral é trimérico, possui 3 unidades que formam um espaço triangular. No centro do trímero se acopla o fator de necrose tumoral (azul escuro). O fator de necrose tumoral desencadeia uma resposta inflamatória no organismo, principalmente com a produção de radicais livres (como o oxido nitroso, PAF, radicais livres de O2 e etc). A intensidade da resposta inflamatória vai ser determinada pela quantidade de LPS que estimulou a produção de fator de necrose tumoral. Ações biológicas do TNF: estimula o recrutamento de neutrófilos através da produção da IL8, como O TNF estimula a produção de IL8, ela vai desencadear um processo de alteração da parede do endotélio dos vasos que irrigam o sitio de infecção. A consequência disso é que vai ocorrer um recrutamento de neutrófilo pro sitio de infecção; atua diretamente no neutrófilo estimulando sua atividade microbicida: ou seja, estimula a produção de radicais livres; altera o endotélio dos vasos porque aumenta a expressão de IL8; estimula a secreção de outras citocinas, como a IL8 e IL6; o TNF é produzido pelo NF kapa beta e também estimula sua produção nas células alvo. Quantidade pequena, menor que 10 a menos 9 molar de concentração plasmatica de TNF: inflamação local, migração de neutrófilo. É uma alteração mediada pelas células endoteliais dos vasos sanguíneos que irrigam o local inflamado: aumenta a expressão de moléculas no endotélio e a expressão de IL1 e outras quimiocinas. Se houver uma concentração maior ou igual a 10 a menos 7 molar: pode afetar a força de contração do coração, então diminui a pós carga do coração, logo menos sangue é bombeado; diminui a pressão/contração dos vasos sanguíneos; favorece a formação de trombos; favorece o processo de gliconeogênese no figado e a diminuiçao de reservas de carboidrato (glicogenólise). O indivíduo sofre choque séptico e vai a óbito. O que acontece no organismo em função da quantidade de fator de necrose tumoral? Efeitos intermediários: ação sobre o cérebro no hipotálamo, atuando sob a termo regulação: provoca hipertermia e promove a produção de proteínas de fase aguda (não de forma direta). São efeitos sistêmicos. Os alvos do efeito sistêmico do TNF são o hipotálamo; os hepatócitos alteram seu metabolismo para aumentar a disponibilidade de glicose no sangue; o endotélio altera a expressão de moléculas de adesão e aumenta a produção de IL8. Efeitos mais graves quando a concentração molar do TNF for superior a 10 a menos 7: caquexia, hipotensão, trombose, hipoglicemia, que resultam na morte. OBS.: caquexia é a perda da condição corporal, o indivíduo perde massa, principalmente massa magra. A alfa é uma IL1 com menor potência de ação. A beta é uma citocina inflamatória muito potente. Uma outra proteína da imunidade inata que tem uma ação similar (é redundante com relação ao TNF), é a IL1. Ela também é produzida por fagócitos mononucleares e ativa o fator de transcrição NF-kbeta; outras células também a produzem. Ela existe em duas formas: IL1 alfa e IL1 beta. A IL1 ativa fatores de transcrição AP1 e também potencializa a inflamação (pq estimula IL6). Estimula a produção de IL6 muito melhor que o TNF; produção de plaquetas e neutrófilos na medula óssea. Existe uma estrutura associada a ação da IL1 que é o inflamossomo: um complexo enzimático estimulado pela presença direta de patógenos (e pelo TNF tamném). Ele é montado no interior do citoplasma da célula linfocitária e converte a forma alfa da IL1 na forma beta. Por consequência, ele amplia a inflamação. O aparecimento do linfamossomo está associado com o fenótipo de linfócito T auxiliar denominado Th17. A IL2 pode ser produzida antes do TNF, mas a medida que a imunidade caminha em direção a uma infecção, as quantidades de IL12 podem ser aumentadas no sangue. Ela estimula a produção de interferon gama; tem papel importante nas infecções intracelulares promovidas por vírus, isso porque os interferons são citocinas que controlam a reprodução dos vírus no interior das células, impedindo que novas células sejam infectadas e facilitando a apoptose das células que já foram infectadas. A IL2 é produzida por células dendríticas, macrófagos ativados, e células NK. E também atua sobre as células NK (induzem a apoptose de células infectadas por virus ja no primeiro momento da infecção). O receptor para IL12 é um receptor do tipo 1 via JAK STAT. Efeitos: está envolvida na diferenciação dos linfócitos T CD4 aux. em células Th1; acentua a citotoxidade de células NK e linfócitos T citotóxicos, porque facilita o processo de apoptose. Os interferons tipo I interferem com o processo de infecção de novas células e atrapalham o processo de replicação viral no interior das células infectadas; também fazem com que aumente a expressão de moléculas de MHC classe I, que são moléculas apresentadoras de antígenos. O interferon é produzido pelas células infectadas, que normalmente são os fagócitos. O interferon produzido pela célula infectada pega uma célula vizinha não infectada e estimula a produzir receptor para interferon, e quando o interferon produzido pela célula infectada se liga ao receptor de interferon na célula vizinha começam a ocorrer alterações e ativações no metabolismo da célula infectada que vão resultar nos seguintes efeitos biológicos: inibição da síntese de proteínas virais, degradação de RNA viral e inibição da expressão do gene viral e montagem do vírus. Esses efeitos são feitos por transduções de sinal promovidas pelos receptores de interferon na célula vizinha. OBS.: o MHC de classe I favorece o processo de apoptose. A IL10 tem um efeito antagônico sobre o processo inflamatório estimulado principalmente pela IL12: primeiro ela inibe a produção de IL12, depois ela diminui a quantidade de moléculas coestimulatórias na superfície das células e inibe a expressão de moléculas de MHC de classe II em macrófagos e células dendríticas. Ela também evita que a resposta imune promovida pela ativação celular decorrente da ação das citocinas seja muito grande e leve a um quadro inflamatório descontrolado. Na figura: cinética, o ápice de ação das citocinas em cada momento. Tempo 0: momento da infecção, pode ser marcado pela presença de LPS das bactérias gran negativas no interior do organismo, e estimulação dos macrófagos a produzirem citocinas. A primeira citocina que apareceria em questão de horas seria o TNF, logo em seguida viria a IL1 no sangue em altas concentrações, e por último viria a IL12 (mesmo sendo produzida no inicio, ela só aparece em grandes conc. 3h depois da infecção). O primeiro processo é a migração de células pro sitio de infecção.